As Lembranças Voltaram



4:00 da manhã, o despertador toca.
- Ah, não... – Sarah reclamada, deitada na cama.
A jovem garota de 17 anos, agora já era uma mulher. Tinha 32 anos, estava mais linda que nunca, e, inclusive, estava trabalhando para o ministério.
Ela levanta e vai escovar os dentes, morrendo de sono, e depois, vai tomar café, apressadamente. Tudo para não se atrasar para o trabalho! Vestiu-se com a roupa preta de sempre, arrumando os longos cabelos louros, e saiu.
- Ah, por favor, saiam da frente! Que coisa! – Ela resmungava, apressada, e nervosa. Era um longo caminho até o trabalho. Ao passar por um beco, alguns homens, como sempre, começaram a mexer com Sarah.
- Lourinha! Volta aqui princesa! Vem aqui... Oooo!
- VÃO SE FERRAR! – Ela berrou, andando. – POR QUE NÃO MEXEM COM MULHERES Á TOA E QUE DÃO CONFIANÇA PRA VOCÊS, COM QUEM ESTÃO COSTUMADOS A ANDAR? PAREM!
Uma estressada Sarah entrou na cabine telefônica, a qual dava acesso ao ministério. A voz feminina logo começou a falar, mas Sarah, nervosa, nem esperava a mulher perguntar seus dados. Começou a digitar os números precisos, e logo a cabine foi abaixando, até parar na sala de recepção do ministério. Trabalhava no esquadrão de Execução das leis da Magia. Logo, seu chefe correu ao seu encontro.
- Srta. Beauty, chegou atrasada! Tenho um caso especial pra senhorita e sua equipe...
- Ah! Desculpe! – Sarah respirou fundo, nervosa. – Está bem, pode mandar. Quem foi o “assassino” dessa vez?
- Mas a senhorita não leu ao noticiário?
- Olhe, não deu nem tempo de me olhar no espelho! – Sarah protestou. – O que aconteceu?
- O que aconteceu? Aconteceu que um homem matou 13 pessoas em uma rua com um único feitiço!
- Ah... O QUE? – Sarah quase caiu pra trás. – Ah, mas eu pego, eu pego esse desgraçado!
- É bom que o capture com seu esquadrão, Sarah.
- Srta. Beauty, prefiro, senhor.
Sarah foi pra sua sala, e encontrou sua amiga, Amanda Speaker – tinha 28 anos, era parda, tinha cabelos negros e crespos, olhos bem pretos, era um pouco baixinha e magricela - sentada em sua cadeira.
- Ah, Sarah, chegou tão cedo! – Brincou ela, saindo do lugar da amiga.
- Não estou pra brincadeiras, Mandy. – Sarah se sentou, exausta.
- O que houve?
- Chego atrasada pro trabalho e ainda me resta um infeliz que não tem nada pra fazer, e, como diversão, acaba matando um monte de pessoas ao mesmo tempo!
- Ah, sim, aquele bonitão que apareceu no jornal? – Mandy riu. – Ah... Eu queria que ele me encurralasse em um lugar, só eu ele...
- Está bem, Amanda, agora pare de ter fantasias e me ajude no caso!
- Ah, Sarah, estraga-prazeres! Se ver a foto dele, você vai desmaiar!
- Está bem, querida, mostre-me a foto desse deus.
Amanda lançou um olhar sonhador e apaixonado a Sarah, e correu pra pegar o jornal. Sarah respirou fundo, guardando seus documentos. Amanda voltou em um disparo.
- Pronto, prepare-se pra babar... Está aqui! – Ela empurrou o jornal para a amiga.
Sarah ficou pálida, olhando para o jornal. Não poderia ser! Ou poderia?
- Quem... Quem é esse... – Ela perguntou, trêmula.
- Como quem é? – Amanda suspirou, e riu. – É Sirius Black!
- B... Black? – Sarah gaguejou. – Ele… Não pode ser ele!
- Ele é lindo, não é?
Sarah saiu correndo da sala.
- “Sarinhah”! Volta aqui! Amiga! – Amanda gritou, olhando-a correr para o corredor.
Sarah correu e correu, o coração disparado. Sirius Black... Procurado? Não poderia ser... Mas uma coisa ela, no fundo, concordara com Amanda: ele estava lindo mesmo, muito mais do que já era quando era jovem. Ambos eram adultos, e passara tanto tempo desde o relacionamento dos dois! Ele a abandonara... Ela nunca perdoaria! Então, Sarah, encostando-se á parede, respirava apressadamente. Lembrou-se da noite em que Sirius a abandonara.
Era uma noite como outra qualquer. Sarah estava sentada junto a lareira, se aquecendo e esperando seu amado. Era como se Sarah estivesse vivendo uma lembrança de muito tempo atrás, quando tinha 18 anos. Ela estava com a roupa que Sirius mais gostava, pronta para recebe-lo. Então, a porta se abriu. Sarah se levantou, sorrindo. Mas, ao ver o estado de seu namorado, ela estranhou. Ele estava pálido, tremendo, e com uma expressão de profunda tristeza misturada a raiva.
- Sarah... Precisamos conversar...
- Pode falar, Sirius... – Ela tremeu. Será que era o que pensava?
- Sarah... Não posso ficar aqui.
- O que?
- Tenho que partir. Olhe... Temos que terminar. Não podemos mais ficar assim. Eu vou embora. Pode ficar com a casa.
Sarah ficou sem fala. Uma lágrima escorreu de seus olhos azuis. Sirius parecia que também tinha vontade de chorar, embora estivesse sério. Ela virou as costas para ele, e foi andando até a parede.
- Está bem. Vá. A porta é serventia da casa. Mas lembre-se de uma coisa, Sirius Black... – Ela virou-se para ele, séria. As lágrimas ainda caíam. – Se sair dessa casa, nunca mais voltará. Está entendido? Agora, pode ir.
Ele a olhava, parecendo que tinha vontade de abraça-la a qualquer momento. Parecia que estava escondendo algo.
- Sarah... Eu tenho que fazer uma coisa... É preciso. Um dia você saberá. – Ele puxou-a e lhe deu um beijo. Sarah, no começo, lutou para se livrar dos braços de Sirius, mas, depois se deixou levar. Ele parecia que não queria parar de beija-la, gostaria de ficar ali, como sempre ficou, abraçado a ela, vendo as chamas da lareira surgirem... Então, depois de alguns instantes, ele a soltou. Sarah enxugou as lágrimas dos olhos, vendo seu amado sair pela porta.
Então, caindo ajoelhada ao chão, começou a chorar, inconformada. Como ele pode fazer isso com ela? Dizia tanto que a amava... E as chamas da fogueira ardiam...
Sarah abriu os olhos, percebendo que estava mergulhada em seus pensamentos, e viu Amanda do seu lado, olhando-a, preocupada.
- Você está bem, Sarah?
- Estou... – Disse ela, segurando as lágrimas e olhando para a amiga. – Estou...
- Quer que eu jogue o jornal fora?
- Não... Dê-me aqui... Quero olhar a foto dele...
Amanda, meio angustiada, pegou o jornal, desdobrou-o, e entregou para Sarah. Ela viu que Sirius estava na primeira página, como um assunto extremamente importante. O titulo? “Prisioneiro de Segurança Máxima foge da fortaleza de Azkaban. Ministério da Magia está a sua procura. Cuidado! Ele está à solta”. E, embaixo da foto de Sirius, dizeres, como: “Você viu esse bruxo?”. Sarah ficou olhando a foto dele por alguns instantes... Sentiu uma grande vontade de chorar. Mas, segurou o choro. Não poderia chorar por um homem, nunca mais. Não poderia baixar tanto o nível. Levantou-se, ainda olhando para a foto.
- Amanda... Pode avisar ao chefe que irei procura-lo...
- Quer que eu faça isso? – Amanda a olhou, preocupada. – Sabe, Sarah, é melhor... E se você ficar parada na frente dele, e começar a chorar?
- Não se preocupe, amiga, nunca mais chorarei por um homem. – Sarah sorriu.

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