Descobertas e traições - O ini



“...A floresta estava iluminada pelo brilho da lua. Ele andava entre as árvores a procura de algo. Sentia seu coração pulando e uma terrível necessidade de salvar alguém. Foi quando a viu, caída no chão, entre folhas secas de outono. Correu para lá, mas um movimento em ao seu lado o fez virar no mesmo instante que um lampejo verde invadia seu campo de visão...”
Harry acordou assustado, o barulho do despertador fez que soltasse um gemido. Passou a mão pelo rosto tentando lembrar-se de onde estava. E quando lembrou desejou novamente estar no estranho sonho que acabara de ter.
Se alguém há alguns anos atrás, disse a ele que se casaria com uma trouxa ele teria rido abertamente na cara da pessoa, se falassem que ele teria filhos com uma trouxa, teria internado o individuo. Mas fora justamente isso que acontecera...
Harry Potter casara-se quando tinha dezenove anos, apaixonado pelos belos olhos azuis de Cíntia McKane, ele esquecera os terríveis anos que passara em busca de paz e liberdade... Via agora que cometera um erro. Não devia pensar assim, seus filhos eram tudo o que importava para ele agora. Já que Cíntia se mostrara realmente uma trouxa, quando sua filha mais velha, Diane Potter, recebera a carta de Hogwarts. Fora uma decepção tremenda ter que fitar os olhos da mulher que por muito tempo amara e vê ali sua tia Petúnia.
Mas, problemas superados, Cíntia e ele resolveram tentar mais uma vez. Sua filha estava agora com 15 anos e entraria no sexto ano da escola de magia. Ele era um auror de sucesso e conseguia balancear o trabalho e a família muito bem. Mas sabia que logo, logo teria outra briga com Cíntia. Era aniversário de onze anos de seu filho, Gustave Potter e tinha certeza que ele iria receber a carta de Hogwarts.
Harry levantou-se e sentou na beirada da cama suspirando. Olhou para o lugar onde a mulher dormia. Não tinha jeito, não amava mais, quem ele tentava enganar, pensou Harry passando as mãos pelos cabelos pretos. Foi direto para o chuveiro para tentar aliviar um pouco a mente, estava se enxugando quando o filho entrou correndo pelo quarto gritando.
- Chegou! Chegou! Mamãe! Chegou! – gritava Gustave no pé da cama.
Harry saiu correndo do banheiro enrolado na toalha. A primeira coisa que viu foi o brilho de satisfação nos olhos do filho e a segunda o olhar de decepção de Cíntia.
- Gustave, vá para a sala e fique com Diane lá. Ok? – falou Harry passando a mão nos cabelos do filho.
Gustave olhou para o pai e entendeu diretamente o recado. Gustave não entendia por que a mãe não gostava dos bruxos, ele se sentia fascinado pela idéia de que podia fazer magia, e não via a hora de ir a Hogwarts. Sua irmã estava parada na sala em pé, enquanto os gritos da mãe invadiam a casa.
- Lá vamos nós de novo! – disse Diane sentando-se ao lado do irmão – O que aconteceu agora?
- Eu recebi a carta. – disse Gustave com uma voz fraca. Odiava saber que ele era o motivo da briga entre os pais.
- Você não tem culpa. – disse Diane passando o braço pelos ombros do irmão. – Ela é assim mesmo e você sabe disso.
- É sei.
- O que foi então?
- Acho que sei por que mamãe não é a favor dessa história. – disse Gustave com um olhar distante.
Diane olhou intrigada para ele. ‘Será que ele descobrira a traição de sua mãe?’, pensou Diane. Ela tinha apenas treze anos quando descobriu o verdadeiro motivo de sua mãe casar-se com seu pai.
- O que é? – perguntou Diane apreensiva
- Acho que ela só casou com papai por dinheiro e sabe acho que ela só teve a gente pra prender papai por mais tempo. – disse Gustave com lágrimas nos olhos.
Diane abraçou o irmão. Enquanto as vozes dos pais vinham do quarto em gritos difusos e incompreensíveis.
- O QUE VOCÊ PENSA QUE É ISSO???? – Gritava Cíntia
Harry olhou para a cara de fúria da esposa e tentou entender o que ela estava dizendo. Não lembrava bem, mas ele tinha acabado de falar algo sobre uma separação, e que o casamento não dava mais certo.
- E o que você está falando? – disse Harry tentando se acalmar. Seu gênio forte estava lutando desesperadamente para continuar gritando com a mulher a sua frente.
- É isso mesmo. Você acha que eu algum dia fui feliz com você? Com essa história toda de bruxos, feitiços e encantamentos? E ainda por cima, enquanto você ia pro seu antro eu tinha que ficar cuidando de duas aberrações e inventando desculpas para os vizinhos de tudo o que acontecia aqui em casa...
Harry olhou para ela sem acreditar. ‘Aberrações? Ela chamara os filhos de aberrações?’, antes que Harry pudesse dizer qualquer coisa a voz de Diane penetrou em seus ouvidos.
- Aberrações? – disse Diane da porta, viera para tentar acalmar as coisas, mas o que escutara fizera todo o seu sangue sumir.
Harry andou até a filha e passou as mãos me seus cabelos castanhos dizendo baixinho, de modo que só ela ouvisse.
- Arrume suas coisas e de Gustave, não ficaremos nessa casa nem um minuto a mais. E...
- Não conte nada a Gustave – disse Diane olhando para o pai com os olhos marejados pelas lágrimas.
Antes de sair lançou um ultimo olhar para a mulher que um dia considerara sua mãe.
Harry, depois que Diane saiu, pegou as malas e sem dizer nada arrumou todas as suas coisas. Cíntia percebendo a intenção do marido começou a chorar e implorar para que ele a perdoasse. Harry pegou-a pelos braços que o arranhavam e sem pronunciar uma só palavra jogou-a na cama. Virou-se e saiu do quarto. Os filhos, abençoados sejam, já o esperavam na porta, com duas malas cada uma. Fazendo um feitiço de ilusionar e depois de levitação ele caminhou com seus filhos até um beco deserto. Levantou o braço direito e um minuto depois estava embarcando no Nôitibus Andante. Algum tempo depois estava em frente ao caldeirão furado e longe do gosto amargo da traição.

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