O outro lado Malfoy




Harry não podia acreditar no que ouvia, Sirius era o último dos Black, apenas ele.

- Harry, qual é o problema?

- Nada, Sra. Weasley. Pode me... – Eduard os encarava – Dar um jeito?

- Ela não pode. – disse Augustus.

- Se ela quiser ela pode. – retrucou Harry.

- Não pode!

- Gina, até você!

- Harry, como você vai explicar que milagrosamente seu braço está novo e você sair saltitando por aí? – ironizou.

Ele tinha toda razão, mas mesmo assim não concordaria com ele.

- Arthur foi até a casa dos seus tios pegar uma autorização para sermos responsáveis por você, se acalme, em casa eu resolverei tudo! E Augustus, queria lhe convidar para o casamento do meu filho, se você pudesse ir para A Toca.

- Seria um prazer tia Molly, mas acho que Chris não irá deixar...

De tudo que Harry pensava que poderia acontecer, nunca imaginara que a Sra. Weasley começaria a chorar descontrolada.

- O quê houve Gina? – Harry perguntou enquanto Augustus levava a Sra. Weasley para uma cadeira próxima.

- Christopher é o pai da mamãe, ele a expulsou de casa, da sua vida, da sua memória só porque ela se casou com papai.

Depois que a Sra. Weasley se acalmou, ela disse que Gui estava melhor, mas a noite passada ela o pegou cavando no jardim da Toca e escondendo uma peça íntima de Fleur. Minutos depois o Sr. Weasley chegou com a autorização assinada por Petúnia Dursley e os pertences dele que ficaram na recepção do Hospital. Ele disse que todos os Delacour e os Weasley estavam hospedados na Toca e que por mais que tentassem, não haveria lugar para os dois, então Augustus o levaria para a casa dele quando tivesse alta.

Ele permaneceu nos hospital mais três dias, em que ele milagrosamente voltou a andar (o Sr. Weasley deu um jeito na suas pernas, mas era pra ele fingir e começar a andar aos pouquinhos). Acompanhava Augustus pelo hospital, e depois de muita insistência, ele o levou para ver o habitante mais esquecido do hospital.

Em um dos corredores, tinha uma porta bem no fim, o paciente dormia há sete anos sem acordar uma única vez. Harry entrou depois de Augustus, e viu, não podia ser, aquele cabelo loiro, a pele pálida, o rosto pontudo, mas não tinha a expressão fria. Era sem dúvida, Draco Malfoy.

- O quê Malfoy faz aqui?

- Você já conhece? Não pode ser! A não ser que... Este é Nicholas Malfoy, você conheceu Draco, o irmão gêmeo dele.

- Eu não sabia que aquele... *(palavrão)* ...tinha um irmão, e ainda gêmeo!

- Existe um feitiço das trevas que abrange todos os Malfoy, dês da Idade Medieval, nascem gêmeos, um com pensamentos bons e outros com pensamentos maus, tão iguais por fora e separados na essência. E a família sempre sabe que um dos dois vai entrar em sono profundo.

- Como você sabe tudo isso? – Harry estava tão interessado que não reparou quando Nicholas mexeu a mão.

- Eu sou o par dele, entende? – ele pensou um instante, respirou fundo e disse – Como nós somos parentes e dês de sempre tem algum familiar que forma o par, eu tenho que cuidar dele até o dia que ele acorde.

- E quando ele vai acordar? – Mas a resposta não veio na voz que ele esperava ouvir.

- Agora está bom para você? – Harry que estava de costas para a cama virou e viu que finalmente depois de sete anos Nicholas Malfoy acordara, ele esperou ver aqueles olhos frios e cinzentos, mas do contrário, seus olhos eram prata.

- Nichy, até que enfim, você demorou muito... Fiquei preocupado – Augustus transbordava alegria.

- Não tanto quanto eu – disse irônico.

Harry observava tudo com atenção, aquele ser parecia tanto com o *(outro palavrão)* que planejara o ataque à escola.

- Este é o Harry – apresentou.

- Prazer, Nicholas Malfoy, mas eu te suplico, me chame de Nichy.

- Se você quer assim. – concordou o garoto.

- O quê você vai fazer primeiro?

- Quero comprar uma varinha, do que adianta saber todos os feitiços se eu não tenho algo que possa fazer nada na prática. – disse feliz – E se você pudesse arranjar uma roupa preta pra mim ta ok! - Augustus foi até o armário do outro lado do quarto e voltou com a roupa pedida. – Hum...Vocês vão ficar aqui no quarto? Eu to na cama há sete anos, acho que não estou em forma para poder me expor a outras vistas.

Harry e Augustus ficaram do lado de fora esperando.

- Típico dos Malfoy, vaidosos demais, você deve saber, conviveu com Draco – Harry fez uma careta.

- Faz meia hora e ele ainda não está pronto, será que voltou a dormir? – Agora ele mesmo estava ficando preocupado.

- Tenho que me arrumar, vocês dão licença? – a porta se abriu, ele era alto, não tanto quanto Augustus e usava a roupa preta que tinha sido dada a ele. – Eu queria conhecer a minha mãe, Augustus?

A cara que Augustus fez não poderia ser pior.

- Você sabe que não, ela nem sabe que teve você, seria um choque, e esse não é o melhor momento.

Ele parecia desanimado.

-Como assim ela não sabe? – Harry parecia confuso.

- Você acha que Narcisa Black iria se casar com Lúcio Malfoy se soubesse que teria um filho que ela não poderia criar, ela não é tão má a esse ponto!

- Mas agora... – começou Nichy.

- Esquece por enquanto! O Dr. Foster vai examiná-lo, vem comigo.

- Eu não vou deixar a mão daquele homem tarado encostar em mim, da última vez que ele veio me examinar sozinho ele passou a mão aonde não devia.

Harry ficou quieto, rindo por dentro.

- Se bem que ele não tem culpa que eu sou um loiro enigmático, cheiroso e lindo.

- Sou eu que te lavo todos esses anos, eu só tinha dez anos quando seu pai o levou pra casa do Chris, e eu te agüento até hoje.

Quando eles chegaram na recepção todas as enfermeiras olharam para Nichy, algumas espantadas, outras taradas.

Depois de uma discussão que envolveu uma passada de mão nos países baixos, uma prancheta e uma cadeira voadora, o Dr. Foster deu duas altas, a Harry e Nicholas e a expulsão de Augustus que não seria mais bem-vindo no Hospital.

Depois de tudo pronto, os três saíram do Hospital abraçados por Lola e mais o bando de enfermeiras taradas (que passaram a mão sem nenhuma cerimônia).

Andaram pelas ruas de Londres, Augustus os conduzia até a sua casa, onde eles iriam permanecer até o dia casamento.

- Quando nós vamos ao Beco Diagonal? – perguntou Nicholas (Nichy, por favor).

- Quando der – respondeu Augustus prestando atenção na paisagem – Você vai ter que pagar a mais por uma varinha, Olivaras sumiu, e no Beco Diagonal só ele vendia varinhas.

- Desculpe se eu pareço desinformado, eu não estive presente nesses anos.

- Aonde é sua casa? – Harry já estava começando a ficar cansado, um braço ainda quebrado e carregando um malão pesado, graças a Merlin que o Sr. Weasley tinha instalado rodinhas.

- Logo ali – Augustus andou mais um pouco parou frente a um portão preto, em volta de toda a extensão do portão havia árvores que não deixavam o jardim à mostra, o garoto passou a mão na grade, apertou um galho e ele começou a se encolher e mostrar uma maçaneta.

- Caracas – foi o que Harry ouviu do seu lado – Essa casa é demais!

- Tem certeza que seu avô vai deixar nós...

- Harry, essa casa também é minha, e vocês são meus convidados, ele adora convidados. – Harry encolheu os ombros.

Ele olhou para a casa, caberia dez vezes, só no jardim, a casa dos Dursley e com folga, no centro dele uma fonte com um “H” dourado gigante, sem contar que ele tinha variedades de animais mágicos correndo pela propriedade.

Augustus empurrou o portão e os dois o seguiram, foram por um caminho que dava a volta na fonte, onde uma sereia cantava pulando e subindo os vários andares do fonte.

Quando estavam perto da casa ele pode ver que ela tinha duas estufas(“Vovô gosta de plantas”), um estábulo (“Onde nós guardamos os unicórnios e os outros animais”) e uma cabana (“Ele nunca me deixou entrar ali”). Augustus entrou na casa, o Hall era enorme e desembocava numa escada dupla.

- CHEGUEI – berrou e subiu a escada virando para a esquerda, onde andaram mais um pouco e ele entrou em uma porta.

- Podem colocar suas coisas ali – apontou para um canto.

- Nós vamos dormir na biblioteca? – Nichy perguntou olhando em volta do cômodo, tinha prateleiras de livros, livros forrando o chão – Com uma casa tão grande você vai fazer a gente dormir aqui?

- Este é o meu quarto e minha cama está por aqui – disse bravo tirando um monte de livros de cima da cama.

- Mas nós vamos dormir nesse quarto?

- Claro que não, os quartos do lado são seus, mas ainda precisam ser arrumados.

- Eu não me importo, eu já dormi em condições piores – Harry falou abafando o riso.

- Vocês dois são tão engraçados. LURY! – um familiar poft e um elfo doméstico apareceu. – Você poderia arrumar dois quartos ao lado, temos companhia, e avise ao meu avô que eu quero falar com ele, mas não com o cheiro de bosta de dragão, obrigado.

- Sr. Hackbeer viajou e só volta em agosto, mestre – disse o elfo obediente.

- Então só arrume os quartos do lado, e peça pra Luny preparar algo para comer, vamos descer em uma hora.

- Sim, mestre. – e aparatou.

Quando Augustus recolocou os livros nas estantes, o quarto estava melhor. Harry estava pensando em perguntar se Augustus realmente gostava de ler.

- E antes que você me pergunte Harry, eu gosto muito de ler e venham comigo – E seguiu para as portas douradas, a as abriu. Havia uma casa por detrás daquelas portas. – Essa parte da casa é trouxa, tem televisão se você quiser Harry, e ali é o banheiro, e aquelas portas ali levam aos seus quartos, podem escolher.

Harry foi para a porta da direita, entrou e viu uma cama com a colcha vermelha e um dossel dourado, o quarto era circular, uma sacada que dava pra ver todo o jardim, uma escrivaninha, um poleiro onde uma coruja marrom estava dormindo, um guarda-roupa (já com suas roupas todas postas em ordem de cor.) Um abajur (uma redoma de cristal com fadinhas dentro) e por fim mais uma porta que depois ele descobriria o que tinha por detrás da mesma, tomou um bom banho, e voltou para o quarto de Augustus que estava na cama lendo.

- E aí? Gostou do quarto?

- Demais – Harry precisava de roupas novas – Quando nós vamos sair para ir comprar a varinha do Nicholas?

- EU OUVI, É SÓ NICHY! – ele entrou no quarto de Augustus berrando – e eu quero ir logo.

- Depois que nós comermos algo, to morto de fome.

POFT!

- A comida já está servida – guinchou elfo.

- Obrigado, pode ir.

POFT!

- Eu vou designar um elfo para cada um dos dois, vamos comer.

A comida era perfeita, a elfa cozinheira deixava a comida de Hogwarts no chão, ele comeu o mais que pode, mas o vencedor foi Nichy que comeu mais do que podia e teve que tomar poções para alívio imediato.

- Não tem graça, ok?

- Mas nós não dissemos nada! – Harry e Augustus falaram em uníssono e depois, gargalhando.

Quando a preguiça passou, eles foram para o jardim, e quando já estavam perto dos portões, um cão enorme apareceu.

- Não se mexam – Alertou Augustus – Eureca, vem! – O cão pulou em cima de Augustus o lambendo. – Esse é a coisa mais legal do mundo.

- Mas é só um cão – Nichy parecia entediado.

- Ele não é só um cão, ele é um animal que pode se transfigurar!

O cachorro se transformou em um gato, depois em uma doninha e por último em Augustus.

- Ei, eu não sabia que você podia fazer isso! Vire cão de novo! Não fique se transformando em pessoas, até eu deixar.

O cão (com as orelhas abaixadas) deu meia volta e sumiu.

Quando saíram para a rua uma neblina os envolveu.

- Porque só aqui na rua está assim e no jardim não? – Harry perguntou.

- Há feitiços protegendo a casa, Harry deixe sua varinha pronta. Deu no profeta que os dementadores se reproduziram muito rápido.

Uma curiosidade o abateu.

- Como eles se reproduzem? – uma imagem bem previsível apareceu em sua mente.

- Eles não sugam a alma dos trouxas que eles acham fortes, eles apenas dão o beijo e dentro de dois dias, há um novo dementador.

- Deve ser nojento – Nichy tinha uma cara de extremo nojo.

- Ninguém aqui disse que não é.

Harry foi logo atrás de Nichy, ele não conseguiria se proteger se algo viesse a acontecer. Poucas as pessoas que se aventuravam a sair de suas casa naquela névoa fria e densa. Os dois seguiam Augustus em silêncio e pararam em frente a uma casa onde uma placa dizia claramente: Manor Roitman, varinhas de qualidade. Augustus foi entrando na casa sem chamar e quando já estavam no Hall quente, ele chamou.

- Sr. Roitman.

Um homem magro e bem idoso apareceu através de uma porta.

- Posso ajudar? – sua voz ecoou.

- Meu amigo aqui precisa de uma varinha.

Nichy foi em direção a ele e o mesmo recuou.

- Não vou vender minha varinha a um Comensal!

- Mas eu não sou um Comensal, eu nem sei o que é isso!

- Olá...hum, Eu sou Harry Potter, o Eleito, e este não é Draco Malfoy, ele é Nicholas Malfoy, e não é um comensal.

- O Sr. Potter, eu sabia que você era o Eleito! – disse fazendo uma reverência – E já que você diz, me siga sr. Malfoy.

Depois de muito, mas muito tempo mesmo eles saíram da sala, Nichy carregava uma varinha que devia ter no mínimo uns trinta centímetros.

- Trinta e três centímetros, pomorim dourado e mogno.

- Os pomorins são tão raros de se encontrar hoje em dia, essa é uma excelente varinha para qualquer coisa, tanto transfiguração ou para feitiços. São dezenove galeões, Sr. Black.

Augustus abriu a carteira e deu as moedas de ouro para o Sr. Roitman que os acompanhou até a porta.

- Ali tem uma loja de roupas, é de trouxas, mas eu trouxe o dinheiro certo.

Os três andaram até a loja e se divertiram pelo resto da tarde.

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