Enfermaria e Dor



Desde que voltara, seu maior desejo era de não ter retornado, aquela casa lhe dava tanto o que recordar, nada de bom, é claro. Aquele quarto nunca o sufocara tanto, tudo continuava na mesma, Voldemort conseguia cada mais seguidores. “Uns idiotas”, pensou com raiva.

Os dias se arrastavam e cada vez mais, chegara há alguns dias na Rua do Alfeneiros e isso parecia um século. Os Dursley estavam cada vez mais insuportáveis, apesar de usar a técnica de sempre, ignorar, isso era bom demais.

Já lera a mesma linha do livro que Hermione lhe enviara, era sobre dons extras que bruxos poderiam ter ao nascer. Era muito interessante, mais lhe chamou a atenção mesmo foi o poder da Cura, que trazia consigo uma maldição.

- Garoto – a voz da sua tia era pesada – Venha jantar. Já.

Harry não respondeu. Estava deitado na cama, seu estômago roncou só em pensar em jantar, fazia dois dias que estava sobrevivendo a puro ar. Levantou-se e saiu do quarto e encontrou Duda no corredor. Harry foi na frente e quando estava perto da escada sentiu algo forte nas suas costas e tudo ficou escuro.

- Você já está melhor não? – indagou uma voz doce a maternal.

- Acho que sim, o quê aconteceu comigo? – olhou a sua volta e viu que se encontrava em um lugar branco, extremamente limpo, com mais duas camas e viu um crachá escrito Lola em uma mulher baixa e um pouco gorda, vestindo um uniforme branco que contrastavam com seus cabelos negros preso em um coque e olhos imensamente azuis, parecido com os do Dumbledore.

- Você caiu da escada querido, sua tia nos informou que você estava em greve de fome pelas pessoas que passam tanta miséria no mundo, um ato desses é lindo, mas não vai salvar ninguém de suas condições, agora coma tudo. – Ele não imaginava que a tia poderia inventar tanto.

Mas quando tentou se mexer sentiu uma dor imensa.

- AI! – berrou.

- Você quebrou o braço direito, agora vai ter que se acostumar com o esquerdo ou você é canhoto? – pensou por um instante – Acho que não, você ia mover o direito mesmo, mas se acostumará rápido.

- Dói. – suspirou pesadamente, precisava consertar isso por meios bruxos.

Pegou a colher e começou a tomar a sopa que Lola colocou de bom grado na bandeja. A porta do quarto se abriu e o que Harry julgou ser um garoto da sua idade entrou correndo e abraçou Lola. Ele era muito alto, e tinha cabelos negros e lisos, foi só o que pode ver.

- A Mandy... Eu não puder fazer nada – chorou encostando seu rosto no pescoço dela.

- Ela teve convulsões à noite passada, não tinha mais jeito. – disse com a voz pesada – Eu sempre disse para você não se apegar demais, eles tem seu fim. Harry, já volto, coma tudo, Eduard você também, e se não comer essa banana que está embaixo do seu travesseiro, você nem imagina onde ela irá aparecer amanhã, você precisa de potássio, não faça essa cara para mim. – Saiu do quarto.

- Isso aqui é um saco – Harry prestou atenção e viu um garoto magro, com a aparência fraca tirar a banana debaixo do travesseiro e esconder de volta com cara de nojo. – É duro ser um garoto de vidro a ainda ter falta de potássio, olá, eu sou Eduard Roxty e você é...

- Harry Potter – disse mordendo a sua maçã e ficando sensibilizado com o garoto. – Onde nós estamos?

- St. Forrail Dunt, é um dos melhores hospitais do país, ele cuida de todos os tipos de doenças como câncer até fraturas como a sua – respirou fundo – Eu já quebrei meu braço trinta e duas vezes.

- Hum... é... bom, que coisa mais horrível, isso acontece com freqüência? – um nó na garganta o apanhou de surpresa, aquilo lhe apertava por dentro.

- Sim, o médico achava que minha mãe me espancava quando bebê, em uma simples troca de roupa ela quebrava meu braço, bem era melhor ter uma mãe que me quebrava, do que uma que abandona no hospital depois de saber da doença do filho.

Aquilo subiu revirando suas entranhas, mas Lola voltou e o salvou de sentir-se cada vez mais mal.

- Se eu encontrar essa banana embaixo do seu travesseiro eu vou ter que tomar previdências. – falou em tom mandão e Harry se lembrou de Hermione.

- E que tipo de providência? – disse num tom de desafio.

- Vou amassá-la e dar na sua boca de aviãozinho. – Os olhos dele se arregalaram incrédulos no que acabara de ouvir e tirou a banana do esconderijo, não demorou muito já estava terminando de comê-la. – Assim está bem melhor. Harry venha comigo, o Dr. Foster vai te examinar.

Harry tentou sair da cama, mas algo estava errado. Fez força com a mão e acabou caindo da cama fazendo seu braço doer, mais o pior, não sentia nada da cintura para baixo.

N/A: Espero que gostem do primeiro cap. Eu meio que vou viajar nessa fic, mas eu gosto muito dela.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.