Vilões também tem suas chagas



Draco estava deitado em sua cama, no luxuoso quarto que ocupava na mansão dos Malfoy, que com a morte do pai, agora era dele. Imaginava se seu pai poderia vê-lo agora. Nunca havia lhe ensinado nada sobre vida após a morte, ou qualquer outra destas coisas.
Mas o jovem realmente torcia para que ele pudesse vê-lo. Para que visse como era diferente dele. Para que sofresse, se remoesse por dentro, ao ver o que ele estava fazendo com sua preciosa mansão. Estava passando por uma reforma, tirando todos os móveis antigos e clássicos, por outros modernos e atuais, derrubando paredes, pintando, jogando fora os quadros. Não queria nada que lembrasse o pai ali. Não depois do que ele havia feito com sua mãe. Dela sim, sentia saudades.

Mas queria que o pai sofresse, ao ver tudo aquilo.

Imaginou o fantasma de seu pai, desesperado ouvindo-o conversando com a Granger hoje de manhã. Se podia mesmo vê-lo, certamente tentara cometer suicídio, mesmo depois de morto. Draco riu diante desta possibilidade. Havia confraternizado com uma sangue-ruim, mais ainda, havia sido gentil e cavalheiro. Havia até mesmo aceitado que ela lhe tocasse a mão. Seu pai teria chegado a beira de um colapso.
Ele riu. Olhou a mão, e lembrou o toque suave e reconfortante da mão da Granger. Depois que ele se voltou contra Voldemort, todos os “bonzinhos” passaram a trata-lo com uma espécie de, respeito. Mas em muito tempo, era a primeira vez que era tratado com carinho.
- Aquele Potter. É um completo idiota mesmo. Entende tanto de mulher quanto a Granger de homem.

Era óbvio que ela era apaixonada por ele, e o imbecil ficava se pavoneando para cima de uma menina tão sem graça quanto a Marian. A Granger apesar de ser uma sabe-tudo mala-sem-alça, era bem bonita até. E tinha uma conversa bem mais interessante do que a da Marian. Ele sorriu malicioso. Não que tivesse conversado muito com ela.

- O estúpido nem percebe a menina chorando na frente dele! – teve uma outra idéia, e riu mais alto ainda- O coitado deve ser virgem, no mínimo. Deve sonhar casar de branco, puro para sua esposa. E neste seu mundo perfeito, uma amiga não pode se apaixonar pelo melhor amigo. Não pelo Senhor Perfeição.
Com uma cara amarga, ele se virou na cama. Não adiantava, iria achar o Potter um cretino até o fim dos seus dias.
Levantou-se e saiu pela varanda, observando o horizonte. Sentia-se em débito com Hermione. Aquela “sangue-ruim” havia sido a primeira a perceber algo muito importante para Draco “ Você pode ser um Malfoy, mas não é o seu pai”.

- Muito bem Granger. Você não sabe, mas vou te dar um presente por ter notado isso. Eu poderia te dar coisa muito melhor, mas já que você quer tanto o Cicatriz... que seja, eu dou ele pra você.
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