Toda reação tem uma ação

Toda reação tem uma ação



Logo após saírem da enfermaria Tonks saiu pisando duro, não acreditava que havia falando aquilo, na frente de todo mundo e ainda assim Lupin mantinha a mesma atitude, apesar de todos no local acharem que suas desculpas eram tolas e infundadas.
Lupin a seguiu até passagem que ligava a Hogsmeade sem dizer mais nada, e ao passar pelo portão Tonks disse:
—Se não for para mudar esta situação não quero saber de você! Cansei de sofrer e ver você sofrendo, quando nós poderíamos tentar alguma felicidade juntos. —E aguardou por um instante pela resposta dele, como esta não veio, continuou —Pense bem antes de se aproximar de mim novamente.—E desaparatou.
Logo os Weasleys passaram pelo portão onde encontraram Lupin ainda parado no mesmo ponto, decidindo ainda se deveria ou não ir atrás de Tonks, pois aquelas palavras pareciam bem sérias e vindo de quem vieram, isso era incrivelmente importante.
—Para onde foi a Tonks? Perguntou Molly, já meio certa sobre a resposta.
—Ela se foi... Parece que finalmente não quer mais saber de mim. —Disse Lupin tristemente.
—Mesmo para alguém como a Tonks, você foi um osso duro de roer. Parece que enfim conseguiu o que queria. Disse Molly como quem fala “eu disse”.
—Em tempos difíceis como estes, estar na companhia das pessoas que gostamos é muito importante, você não deveria se ater aos pequenos detalhes, e se está aí se remoendo por ela, após todas as desculpas que você vem dando, bom você já sabe o que pensamos, não vou mais tocar no assunto. Estamos indo para a Toca, quer vir junto?
—Obrigada Arthur -disse tentando não parecer abalado- mas vou para a Ordem, esta foi apenas uma batalha perdida, vou ajudar Moody a organizar o pessoal, bom, vejo vocês amanhã, certo?
Despediram-se e desaparatam para seus destinos.
Remus de fato foi para a sede da Ordem, mas não procurou Moody, foi para um cômodo escuro e lá ficou pensando nas palavras de Molly e Arthur, finalmente ele conseguiu o que queria, tentar fazer com que Tonks desistisse dele, e agora se sentia mais estranho ainda... com mais vontade ainda de ir atrás dela, de colocar um fim em suas tristezas. Enquanto estava perdido em seus pensamentos, inventando desculpas para si mesmo, sobre o porque não falara nada a Tonks enquanto a seguiu, ou enquanto ela esperou sua última resposta...Oras ele não era masoquista ou algo assim, sabia que estava sofrendo, mas tinha suas razões para se afastar dela. E se lembrou como foi difícil dar um fim ao namoro, seu namoro, com sua Tonks e começou a lembrar de como tinha sido gostoso, e às vezes realmente doloroso -riu para si mesmo- o tempo que passou com ela.
Lembrou de como eram agradáveis os flertes sutís que trocavam enquanto estavam a sós na antiga sede da Ordem, de como sua ausência era preenchida pela surpresa de um novo rosto ou uma nova trapalhada, de como se apaixonaram! O primeiro beijo veio após a emoção de uma missão perigosa, e apesar de ficarem sem graça, Tonks quebrou o gelo dizendo - “Finalmente, achei que teria de fingir um tropeço sobre você para que isso acontecesse”.
Como havia sido difícil para ele contar porque uma vez ao mês ele era mandado para “missões” em lugares onde ela não poderia ir e de como a reação dela o surpreendera, fazendo com que não houvesse mais desculpas para que eles não ficassem juntos! A única coisa da qual tinham um pouco de receio era da opinião dos colegas e amigos, mas estavam decididos que eram adultos o suficiente para encarar as diferenças que haviam entre eles, todas elas, lembrou-se dolorosamente deste detalhe, pois covardemente foi aí que ele atacou para terminar o seu tão rápido namoro, deixando Tonks decepcionada e confusa...Mas ela não entenderia...
VRRRVRRR um barulho começou em um aposento próximo de onde estava, ao ouvir as batucadas de Moody se aproximando – Não se incomode Alastor, pode deixar que eu pego ele desta vez. – disse Lupin se dirigindo ao quarto de onde o barulho vinha.
—Lupin! Se soubesse que estava aí! Estou a horas tentando organizar a papelada da reunião de emergência que tivemos. Nossa! - assustou-se - você foi atacado por dementadores? O que aconteceu com você homem? Ah, hã, quer dizer, o que aconteceu, por acaso é lua cheia hoje e se esqueceu?
—Estou apenas cansado, como todos, certo?
—Por mais cansado que eu esteja, acredite, você está pior. Como você chegou até aqui? Será que não foi azarado no caminho, acho bom dar uma boa olhada para ver se não há nenhum feitiço drenando suas forças, isso não me parece normal, er... sem bem que...
—Deixa pra lá Moody, volte a arrumação que eu não vou deixar escapar desta vez, assim que acabar vou te dar uma ajuda com a papelada ok?
—Se você quer assim, por mim tudo bem, ele sempre foge de mim mesmo, de qualquer forma há muito para organizar e estarei te esperando atrás da pilha de relatórios á direita....-foi dizendo Moody enquanto sumia pelo corredor de onde veio.
Lupin deu um último suspiro antes de abrir a porta do armário barulhento e se preparou para atacar o bicho papão. Abriu as portas e lá estava, Tonks morta, cheia de machucados, como se ele próprio tivesse a atacado, seus olhos encheram de água e finalmente sacou sua varinha- Riddikulus- Tonks virou uma fumaça branca e de forma arredondada, que Lupin bem conhecia, e lhe parecia mais agradável de qualquer forma – Riddikulus – e assim a fumaça colapsou.
Tinha sido assim desde que eles tinham decidido assumir o seu namoro, agora sentia o quão torturantes estes bichos papões poderiam ser... Nunca tinha avistado algo tão horrível quanto a imagem de sua namorada morta, a lua só o apavorava a respeito do que ele poderia fazer, mas aquilo, era definitivamente algo que ele poderia ter feito.
Após o incidente no Ministério da Magia, este sentimento, de que algo muito ruim estava para acontecer com Tonks aumentou ainda mais, afinal ele já havia perdido os amigos mais próximos, que mais gostava. Assim decidiu que seu afastamento de Tonks a manteria segura, e como achou que aconteceria, acabaria a afastando um pouco da ordem, e das missões mais perigosas, mas ainda permanecia o trabalho de auror, mas neste ele não pode interferir.
Saiu do quarto, seguiu em direção ao corredor e foi procurar Moody atrás da pilha de relatórios, procurar algo para preencher seus pensamentos, que desde a visita a Gui foram todos dedicados a Tonks.
—Bom, por onde devo começar? –disse sem ânimo algum.
—Pela cama, eu diria que umas 8 horas de sono, no mínimo, só para melhorar um pouco a aparência, mas só um pouco, talvez uma jarra de cerveja amanteigada para melhorar o humor...-disse rindo. Preciso que você descanse, não que eu não queira sua ajuda, mas amanhã tenho que buscar uns artefatos que encomendei e você ficará aqui encarregado de receber e catalogar os relatórios.
—Estava descansando, acabei perdendo o sono. De qualquer forma arrumar isso hoje ou amanhã vai me ajudar a clarear minha mente um pouco, melhor ir começando antes que este caos tome conta da casa toda.
—Certamente, se você agüentar, por mim tudo bem.
Arrumar papéis burocráticos, organizar relatórios tediosos, estava de fato ocupando a mente com coisas úteis e certamente a informações contidas ali eram importantes de alguma forma, mas estavam simplesmente passando pela suas mãos sem a atenção que devia ser necessária, que ele normalmente faria sem nem se esforçar, até que um relatório lhe chamou a atenção, e por que não haveria acontecer? Afinal estava em uma folha azul Royal escrita em prata, começou a ler:
24 Agosto de 2005
Travessa do Tranco
Tonks
Ao realizar uma vistoria como auror, do Ministério da Magia me deparei com uma atividade suspeita que resolvi investigar. Haviam dois sujeitos muito mal vestidos conversando e andando em direção a um beco isolado, parecendo bastante preocupados em não chamar atenção (não que isto fosse algo incomum, mas havia algo me atraindo para estes dois).
Os segui até onde pude sem ser notada, mas não parecia ser o suficiente para ouvir a conversa, então subi em algumas caixas que estavam na parede do beco, com o maior cuidado para não ser notada, quando finalmente consegui ouvir algo:
“—Finalmente consegui arrumar aquele raríssimo pó da obliviação em massa, acho que vamos conseguir muito por ele, não?
—Não sei se é uma boa negociar com comensais da morte...
—Qual é, a mercadoria é excelente e apaga a memória de uma população em torno de 10 minutos, não é muito rápida, mas é eficiente!
Você acha que ela estará segura aqui?”
Foi quando eles apontaram e minha direção, e quando tentei fugir derrubei as caixas, e a julgar pela quantidade de nomes que eles me xingaram, também foi a tal caixa do pó se estatelar no chão comigo! Na tentativa de recolher o pó, levantaram ainda mais a poeira da caixa, me dando tempo para escrever este relatório antes que eu mesma pudesse esquecer o acontecido, e assim avisar a ordem. Desculpem pelo papel, foi o que eu tinha, nem é de todo mal, é até bonitinho.
PS: Achei este relatório em minhas anotações, e está escrito com minha letra, então deve ser verdade. Verificar qualquer incidente com pó de obliviação.
Remus riu gostosamente relembrando do incidente e do transtorno causado ao Ministério, tendo que reverter o efeito do pó em vários vendedores e fregueses que diziam prejudicados em suas negociações, e que a própria Tonks entregara o relatório, não muito certa do que havia acontecido, mas de fato ela atrapalhara a comercialização dos comensais impedindo um uso mais perigoso do tal pó.
Voltou a entregar seus pensamentos a ela, mais uma vez, como tantas outras desde que a conheceu, e se pegou lembrando da vez em que ela se metamorfoseou de mãe do Sirius, saiu por trás das cortinas e correu atrás do Rony que estava distraído demais observando seu distintivo de monitor... Lupin agora dava verdadeiras gargalhadas sozinho...Ele mesmo não aprovara a brincadeira e a criticou por isso, mas no final mesmo Rony acabou por dar boas risadas, mas levou semanas para que voltasse a percorrer o corredor sozinho.
—Hey, que bom que aceitou meu conselho sobre a cerveja, vejo que está melhor, mas já que está aqui, acordado, poderia largar este papel azul, e passar para o próximo, já vasculhei três pilhas de relatórios enquanto você se esforçou neste aí, sei que deve ser realmente bom, mas francamente! Estava começando a achar que estava enfeitiçado.
Lupin se sentia leve, seus pensamentos dos dias em tinha Tonks ao seu lado melhoraram seu humor e se sentiu novamente idiota por se privar desta sensação voluntariamente. E voltou as palavras de Arthur e sobre estar perto de quem se gosta, afinal, tudo estava aí! A resposta, a solução de seus problemas! Se não fosse por aquela sensação gostosa de estar perto de quem se ama, franziu a testa enquanto pensou isso, não haveria mais porque lutar.
—Lupin! Berrou Alastor tentando acorda-lo- Faça alguma coisa!
—Eu vou – disse animadamente levantando-se cadeira.- É, eu vou! Vou falar com ela! Até mais Moody, volto pela manhã.
—Ela quem? Vai sair sozinho?
— Com a Tonks! Claro! Não se preocupe, amanhã, responsável, relatórios, sei, sei...-disse Lupin determinado enquanto se dirigia saída.
—Mas... Moody já estava sozinho.

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