Flamenco









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DISCLAIMER: 
bom, como eu nunca disse isso antes, vou dizer agora. Nenhum
desses personagens me pertence. Eu não tenho qualquer lucro com essa historia.
Se vocês quiserem mandar dinheiro, eu infelizmente não poderei recebê-lo. Mas o
enviarei com certeza a J.K. Rowling e Sidney Sheldon.


 


N/A¹:
É isso ai galera, atendendo a pedidos taum
exigentes, um cap dedicado inteiramente ao romance... taum bunitinho esses
dois...


 


 


 


FLAMENCO


 


Foi Hermione quem
sugeriu a Sirius que se encontrassem em Majorca. Ela adorava a ilha. Era um dos
lugares realmente pitorescos do mundo.


- Além do mais -
disse ela a Sirius - foi outrora o refúgio de piratas. Nós nos sentiremos à
vontade ali.


- Seria melhor se não
fôssemos vistos juntos.


- Pode deixar que
providenciarei tudo.


Começara com uma
coruja que Sirius mandara de Londres.


Tenho uma coisa para você que é de fato excepcional
Hermione.


Creio que você achará um grande desafio.


Na manhã seguinte ela
voou para Palma, a capital de Majorca.



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Por causa da
circulação vermelha da Interpol sobre Hermione, sua partida de Paradis e a
chegada em Majorca foram comunicadas às autoridades trouxas locais.


É claro que como
Paradis é uma cidade totalmente bruxa, Duda teve que fazer contato com o
Ministério da Magia. Tanto ele quanto os representantes bruxos tinham interesse
de manter a identidade de Hermione escondida. Por isso, a Suprema Corte deu a
ele livre acesso. Duda então foi designado para o caso Granger.



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Assim que Hermione se
registrou na Suíte Real do Hotel Son Vida, uma equipe de vigilância entrou em
ação, numa base de 24 horas por dia.


O chefe de polícia de
Palma, Ernesto Marze, falara com o Inspetor Trignant, da Interpol, que lhe
dissera:


- Estou convencido de
que Hermione Granger é uma onda de crime de uma só mulher.


- Pior para ela. Se
cometer um crime em Majorca, descobrirá que nossa justiça é muito rápida.


O Inspetor Trignant
acrescentou:


- Monsieur, há outra
coisa que devo mencionar.


- Sim?


- Receberá um
visitante americano. Seu nome é Dudley Dursley.



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Parecia aos detetives
que vigiavam Hermione que ela só estava interessada em passeios turísticos.
Seguiram-na em suas excursões pela ilha, na visita ao claustro de San Francesco,
ao pitoresco Castelo Beliver e, à praia em Illetas.


Sempre sozinha
Hermione fez viagens a Formentor e La Granja. Visitou também as fábricas de
pérolas em Manacor.


- Nada - comunicaram
os detetives a Ernesto Marze. - Ela está aqui como uma turista, comandante.


A secretária do
comandante entrou na sala e informou:


- Há um americano
aqui querendo lhe falar. Senhor Dudley Dursley.


O Comandante Marze
tinha muitos amigos americanos. Gostava dos americanos e tinha o pressentimento
de que, apesar do que o Inspetor Trignant lhe dissera, também gostaria desse
americano.


Ele estava enganado.


- Vocês são idiotas -
acusou Duda asperamente. - Todos vocês. É claro que ela não está aqui como
turista. Veio atrás de alguma coisa.


O Comandante Marze
teve de fazer um grande esforço para manter o controle.


- Senhor, acaba de
dizer que os alvos da Srta Granger são sempre espetaculares, que ela gosta do
impossível. Verifiquei meticulosamente, Sr Dursley. Não há nada em Majorca que
possa atrair os talentos da Srta Granger.


- Ela se encontrou
com alguém... Conversou com qualquer pessoa?


- Não. Com ninguém.


- Pois então isso
ainda vai acontecer - garantiu Duda incisivamente.


“Finalmente
compreendo o que se quer dizer com Ugly American, o Americano Feio, pensou o
Comandante Marze”.



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Há 200 cavernas
conhecidas em Majorca, porém as mais sensacionais são as "Cavernas do Dragão",
perto de Porto Cristo, à uma hora de viagem de Palma.


As cavernas antigas
descem pela terra profundamente em enormes câmaras abobadadas, cheias
estalagmites e estalactites, com um silêncio tumular, exceto pela passagem
ocasional de sinuosos córregos subterrâneos, a água virando verde, azul ou
branco, cada cor indicando a extensão das tremendas profundezas.


 As cavernas
constituem uma terra de conto de fadas em arquitetura de um marfim claro, uma
sucessão aparentemente interminável de labirintos, escassamente iluminados por
tochas estrategicamente colocadas.


 Ninguém tem
permissão para visitá-las sem um guia. Mas, a partir do momento em que são
abertas ao público, pela manhã, as cavernas ficam repletas de turistas.


 Hermione escolheu o
sábado para conhecê-las quando se achavam mais apinhadas, com centenas de
turistas de países do mundo inteiro. Ela comprou seu ingresso no balcão e
desapareceu no meio da multidão.


Duda e dois homens do
Comandante Marze vinham logo atrás. Um guia levou os excursionistas por trilhas
rochosas estreitas, escorregadias por causa da água pingando das estalactites no
teto que se apontavam para baixo como dedos esqueléticos acusadores.


 


Havia alcovas em que
os visitantes podiam sair das trilhas e parar, admirando as formações de cálcio
que pareciam enormes aves, estranhos animais e árvores. Havia pontos de
escuridão ao longo das trilhas mal-iluminadas e foi num deles que a suspeita
desapareceu.


Duda adiantou-se
apressadamente, mas ela não se encontrava mais à vista em parte alguma. A
multidão descendo pelos degraus tornava impossível localizá-la. Ele não tinha
meios de saber se ela estava à sua frente ou atrás. Ela está planejando alguma
coisa aqui, disse Duda a si mesmo. Mas como? Onde? O quê?



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Numa gruta do tamanho
de uma arena, no ponto mais baixo das cavernas, diante do Grande Lago, há um
anfiteatro romano. Fileiras de bancos de pedra foram construídas para acomodar
as audiências que vêm assistir ao espetáculo, encenado de hora em hora. Ocupando
seus lugares em arquibancadas escuras, eles esperavam o show começar.


Hermione subiu até a
décima fila, deslocou-se por 20 lugares. O homem no vigésimo primeiro virou-se
para ela


- Algum problema?


- Nenhum Sirius...


Ela inclinou-se e
beijou-o no rosto. Ele disse alguma coisa e ela teve de se inclinar para
ouvi-lo, acima da babel de vozes ao redor.


- Achei que seria
melhor se não fôssemos vistos juntos, no caso de você estar sendo seguida.


Hermione correu os
olhos pela caverna imensa, escura e apinhada.


- Estamos seguros
aqui. - Ela tornou a se fixar em Sirius. - Deve ser importante.


- E é mesmo. - Ele
inclinou-se para mais perto dela. - Um cliente rico está interessado em adquirir
um determinado quadro. É um Goya, chamado Puerto. Ele pagará meio milhão de
dólares em dinheiro a quem conseguir obtê-lo. Além da minha comissão.


Sirius ganhou como
resposta um silencio pensativo.


- A quem conseguir
obtê-lo... Há outros tentando?


- Para ser franco,
há, sim. E, na minha opinião, as possibilidades de sucesso são muito limitadas.


- Onde está o quadro?


- No Museu do Prado,
em Madri.


- No Prado!-
Imediatamente ela pensou que fosse impossível.


Sirius se inclinava
em sua direção, falando em seu ouvido, ignorando a multidão ruidosa ao redor,
enquanto a arena se enchia.


- É preciso muita
engenhosidade e foi por isso que pensei em você, Mione.


- Sinto-me
lisonjeada. Você disse meio milhão de dólares?


- Livres e
desimpedidos.


O espetáculo começou
e subitamente houve silêncio.


Gradativamente,
lâmpadas invisíveis foram se acendendo e a música espalhou-se pela enorme
caverna. O centro do palco era um lago na frente da audiência sentada. Uma
gôndola surgiu de trás de uma estalagmite, iluminada por refletores ocultos. Um
organista se encontrava no barco, enchendo o ar com uma serenata melodiosa, que
ecoou pela água. Os espectadores observavam, extasiados, enquanto luzes
coloridas varavam a escuridão. O barco atravessou lentamente o lago e
desapareceu, a música se desvanecendo suavemente.


- Fantástico - disse
Sirius. - Vale a pena viajar para Majorca só para assistir a isto.


- Adoro viajar -
comentou Hermione - E quer saber qual é a cidade que eu sempre quis conhecer,
Sirius? Madri.



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Parado na saída das
cavernas, Duda observou Hermione Granger emergir.


Ela estava sozinha



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O Hotel Ritz, na
Plaza de Ia Lealtad, em Madri, é considerado o melhor da Espanha; por mais de um
século, tem alojado e alimentado monarcas de uma dúzia de países europeus.
Presidentes, ditadores e bilionários já dormiram ali. Hermione ouvira falar
tanto sobre o Ritz que a realidade foi um desapontamento. O saguão era desbotado
e de aparência andrajosa.


O gerente-assistente
escoltou-a à Suíte que ela escolheu, 411-412, na ala sul do hotel, na Calle
Félipe V.


 - Espero que
considere a Suíte satisfatória, Srta. Granger.


Ela foi até a janela
e deu uma olhada. Diretamente abaixo, no outro lado da rua, ficava o Museu do
Prado.


 - É ótima. Obrigada.


 A Suíte estava
povoada pelos sons estrepitosos do tráfego intenso nas ruas lá embaixo. Mas
tinha o que ela queria: uma vista ampla para o Prado.


Hermione pediu um
jantar leve, servido no quarto, foi deitar-se cedo. Quando se meteu na cama,
concluiu que tentar dormir ali só podia ser uma forma moderna de tortura
medieval.


À meia-noite, um
detetive postado no saguão do hotel foi substituído por um colega e informou:


- Ela não saiu do
quarto. Creio que já se recolheu para a noite.



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Em Madri, a Dirección
General de Seguridad, a delegacia de polícia, fica na Puerta del Sol e ocupa
todo um quarteirão. É um prédio escuro, de tijolos vermelhos, com uma enorme
torre de relógio por cima. Sobre a entrada principal está hasteada a bandeira
espanhola, vermelha e amarela. Há sempre um guarda na porta, de uniforme bege e
boina marrom-escura, armado com uma submetralhadora, um cassetete, um revólver e
algemas. É ali que funciona o serviço de ligação com a Interpol.


No dia anterior, um
telegrama X-D fora entregue a Santiago Ramiro, o chefe de polícia de Madri,
comunicando a chegada iminente de Hermione Granger. Ele lera duas vezes a última
frase do telegrama e depois telefonou para André Trignant, no quartel-general da
Interpol, em Paris.


- Não compreendi a
sua mensagem - dissera Ramiro. - Está me pedindo para conceder plena cooperação
de meu departamento a um americano que nem mesmo é um polícia? Por que motivo?


- Tenho certeza de
que descobrirá que o Sr. Dursley é extremamente útil, comandante. Ele compreende
a Srta. Granger.


- O que há para
compreender? Ela é uma criminosa. Talvez engenhosa... Mas as prisões espanholas
estão repletas de criminosos engenhosos. Essa mulher não escapulirá de nossa
rede.


- Bon. Mas consultará
o Sr. Dursley?


O comandante disse,
relutante:


- Se diz que ele pode
ser útil, então não tenho qualquer objeção.


- Merci, monsieur.


- De nada, senhor.


O Comandante Ramiro,
como seu equivalente em Paris, não gostava de americanos. Achava-os grosseiros,
materialistas e ingênuos. Este será diferente, pensou ele. Provavelmente
gostarei dele.


O Comandante Ramiro
odiou Duda à primeira vista.


- Ela já enganou
metade das forças policiais da Europa - garantiu Duda, logo depois de entrar na
sala do comandante. - E provavelmente fará a mesma coisa aqui.


O comandante teve de
fazer um grande esforço para se controlar.


 - Senhor, não
precisamos de ninguém para nos ensinar a trabalhar. A Srta. Granger está sob
vigilância desde o momento em que chegou ao Aeroporto Barajas, esta manhã. Posso
lhe assegurar que ela será prontamente levada para a prisão se alguém deixar
cair um alfinete na rua e a jovem o pegar.


- Ela não está aqui
para pegar um alfinete na rua.


- Por que acha que
ela veio a Madri?


- Não tenho certeza.
Só posso garantir que é por alguma coisa muito grande.


O Comandante Ramiro
declarou, presunçosamente:


 - Quanto maior,
melhor. Vigiaremos cada movimento da Srta. Granger.



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Quando Hermione
acordou, pela manhã, tonta de uma noite de sono torturante, na cama projetada
por Tomás de Torquemada, pediu um desjejum ligeiro e café puro e bem quente,
depois foi até a janela que dava para o Museu do Prado. Era uma fortaleza
imponente, de pedras e tijolos vermelhos do solo local, cercada por relva e
árvores. Havia duas entradas laterais, ao nível da rua. Duas colunas dóricas se
erguiam na frente, tendo nos dois lados escadas gêmeas, que subiam para a
entrada principal.


Colegiais e turistas
de uma dúzia de países estavam em fila na frente do museu. Pontualmente às 10
horas, as duas portas principais foram abertas por guardas. Os visitantes
começaram a passar pela porta giratória no centro e pelas duas passagens
laterais, ao nível da rua.


O telefone tocou,
surpreendendo-a. À exceção de Sirius, ninguém sabia que ela se encontrava em
Madri. Ela atendeu.


- Alô?


- Buenos días,
senhorita. - Era uma voz familiar. - Estou ligando da Câmara de Comércio de
Madri. Fui instruído a fazer tudo ao meu alcance para que seja emocionante a sua
estada em nossa cidade.


- Como soube que eu
estava em Madri, Harry?


- Senhorita, a Câmara
de Comércio sabe de tudo. É a sua primeira vez em Madri?


- É, sim.


 - Bueno! Neste caso,
posso lhe mostrar alguns lugares. Quanto tempo planeja ficar, Mione?


 Era uma pergunta
insinuante.


 - Não sei ainda -
respondeu ela, jovialmente. - Apenas o suficiente para fazer algumas compras e
conhecer a cidade. O que você está fazendo em Madri?


 - A mesma coisa. - O
tom de Harry era de igual jovialidade. - Fazer compras e conhecer a cidade.


Mas Hermione não
acreditava em coincidência. Harry estava ali  pelo mesmo motivo que ela: roubar
o Puerto.


- Está livre para
jantar comigo hoje, Mione?


Era um desafio.


- Estou.


- Ótimo. Farei uma
reserva no Jockey.



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Ela certamente não
tinha ilusões sobre Harry. Mas quando ela saiu do elevador para o saguão e viu-o
parado ali, à sua espera, sentiu-se irracionalmente satisfeita por encontrá-lo,
Harry pegou-lhe na mão.


- Fantástico,
querida! Você está maravilhosa.


 Ela se vestira com
esmero. Usava um costume azul-marinho de



Valentino, com uma zibelina russa em torno do pescoço,
sapatos altos de Maud Frizon, uma bolsa também azul-marinho com o H da Hennès.


Duda, sentado a uma
mesinha redonda num canto do saguão, espatifou o copo de água Perrier que estava
na sua mão.  Não podia acreditar no que via à sua frente! O que afinal o merda
do seu primo fazia ali?


Quando o garçom
chegou com um pano para limpar a bagunça que fizera, Duda forçou-se a se
acalmar. “A justiça é minha, diz o Senhor, eu sou sua espada e seu instrumento
de vingança. Minha vida é uma penitência e você me ajudará a pagar. Eu vou
puni-la”.


Ele sabia que nenhuma
força policial do mundo era bastante esperta para pegar Hemione Granger. Mas eu
sou, pensou Duda. Ela me pertence.


Hermione tornara-se
mais do que uma missão para Duda: era agora uma obsessão. Levava suas
fotografias e ficha a toda a parte; à noite, antes de dormir, examinava-as
atentamente.


Chegara a Paradis
tarde demais para agarrá-la e ela se esquivara em Majorca. Mas agora que a
Interpol redescobrira a sua pista ele não ia  perdê-la.


Duda sonhava com
Hermione à noite. Ela presa numa jaula enorme, inteiramente nua, suplicando-lhe
que a libertasse. Eu a amo, dizia ele, mas nunca a libertarei.



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O Jockey era um
restaurante pequeno e elegante, na Amador de los Rios.


- A comida é
excelente - garantiu Harry.


Ele estava
particularmente bonito, pensou Hermione. Havia nele um excitamento interior que
fazia os olhos verdes parecerem dois faróis. E ela sabia porquê: Ambos competiam
entre si, num duelo de inteligência por apostas muito altas. “Mas eu vencerei -
pensou Hermione - Encontrarei um meio de roubar o quadro do Prado antes de
Harry”.


- Há um estranho
rumor circulando - comentou Harry.


Ela focalizou sua
atenção nele.


- Que rumor?


- Já ouviu falar de
Duda Dursley?


- O que tem seu primo
Harry?


Ela se lembrava do
quanto ele e Rony o chigava quando adolescentes.


- É um investigador
particular muito competente. - Harry deu um esgar, como se o primo não pudesse
ser competente - Tome cuidado. É um homem perigoso. E eu não gostaria que nada
lhe acontecesse.


- Não se preocupe.


- Mas tenho de me
preocupar, Mione.


Ela riu.


- Comigo? Por quê?


Ele pôs a mão sobre a
dela e disse jovialmente.


- Você é muito
especial. A vida é mais interessante com você por perto, meu amor.


Ele é terrivelmente
convincente, pensou ela. Se eu não o conhecesse melhor, acreditaria nele.


- Vamos pedir a
comida - disse Hermione. - Estou com fome.


Os dois exploraram
Madri nos dias subseqüentes. Nunca estavam sozinhos. Dois dos homens do
Comandante Ramiro seguiam-nos por toda à parte, acompanhados pelo estranho
americano. Ramiro permitira que Duda integrasse a equipe de vigilância somente
para afastá-lo de seu gabinete. O americano era louco, estava convencido de que
a mulher Granger daria um jeito de roubar algum grande tesouro debaixo de nossos
narizes. Que ridículo!


Hermione e Harry
comeram nos restaurantes clássicos de Madri - Horcher, o Príncipe de Viana, Casa
Botin - mas Harry também conhecia lugares que não haviam sido descobertos pelos
turistas: Cases Paco, La Chuletta e El Lacón, onde eles saborearam deliciosos
pratos nativos, como cocido madrilenho e olla podrida.


Visitaram um pequeno
bar, onde foram servidos deliciosos tapas.


Onde quer que fossem,
Duda e os dois detetives nunca estavam muito atrás.


Observando-os a uma
distância cautelosa, Duda sentia-se perplexo pelo papel que o primo desempenhava
no drama sendo encenado. Quem era ele? A próxima vitima de Mione? Ou os dois
conspiravam juntos alguma coisa? Duda procurou o Comandante Ramiro e perguntou:


- Que informações
possui sobre Harry James Potter?


- Nada. Ele não tem
ficha criminal e está registrado como turista. Creio que é simplesmente um
companheiro que a mulher arrumou aqui.


Os instintos
infalíveis de Duda lhe diziam que não era bem isso. Mas também não era Potter
que ele estava querendo. Hermione, pensou ele. Eu quero você, Mione.



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Quando Harry e
Hermione voltaram ao Ritz, no final de uma noitada, ele acompanhou-a até sua
porta e sugeriu:


- Por que não me
convida para entrar e tomar o último drinque da noite?


Hermione quase foi
tentada. Ela inclinou-se para frente e beijou-o de leve no rosto.


- Pense em mim como
sua irmã, Harry.


- Qual é a sua
opinião sobre incesto?


 Mas ela já fechara a
porta.


Ele telefonou poucos
minutos depois de seu quarto.


- Não gostaria de
passar o dia de amanhã comigo em Segóvia? É uma velha cidade fascinante, a
poucas horas de carro de Madri.


- Parece uma idéia
maravilhosa. E obrigada por uma noite linda. Até amanhã.


Hermione permaneceu
acordada por muito tempo, a mente povoada por pensamentos que não tinha o
direito de acalentar. Já fazia muito tempo que estivera emocionalmente envolvida
com um homem. Rony a magoara mais profundamente do que pensara ser possível e
ela não queria que isso tornasse a acontecer. Harry era uma companhia divertida,
mas ela sabia que nunca deveria permitir-lhe se tornar algo mais. Seria muito
fácil se apaixonar por ele. E uma besteira rematada… Ruinosa… Divertida…


Nunca Hermione, pelo
menos depois que saíra da cadeia,  teve tanta dificuldade para dormir.



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A viagem a Segóvia
foi perfeita. Harry alugara um pequeno carro e saíram de Madri para a mais linda
região vinícola da Espanha. Um Seat sem qualquer identificação seguiu-os durante
o dia inteiro. Só que não era um Seat comum.


O Seat é o único
automóvel fabricado na Espanha, o veículo oficial da polícia espanhola. O modelo
padrão tem apenas 100 cavalos, mas os vendidos para a Polícia Nacional e a
Guarda Civil são especiais, com 150 cavalos. Assim, não havia qualquer perigo de
Hermione e Harry se esquivarem de Duda e os dois detetives.


Os dois chegaram
Segóvia a tempo para o almoço e foram comer num restaurante encantador, na praça
principal, à sombra de um aqueduto de dois mil anos, construído pelos romanos.


Depois do almoço,
passearam pela cidade medieval, visitaram a velha Catedral de Santa Maria e o
prédio renascentista da prefeitura. Depois, subiram para Alcázar, a antiga
fortaleza romana empoleirada num rochedo, por cima da cidade. A vista era
espetacular.


- Aposto que, se
ficarmos aqui por tempo suficiente, acabaremos vendo Dom Quixote e Sancho Pança
cavalgando pelas planícies lá embaixo - comentou Harry casualmente.


Ela observou-o
atentamente.


- Você gosta de
investir contra moinhos de vento, não é mesmo?


- Depende do formato
do moinho - disse ele, suavemente, chegando mais perto dela.


Hermione afastou-se
da beira do penhasco.


- Fale-me mais sobre
Segóvia.


E o encantamento foi
rompido.


Harry era um guia
entusiástico, conhecedor de história, arqueologia e arquitetura (ele já morara
na Espanha). Hermione tinha de lembrar a si mesma que ele era também um
vigarista. Mas aquele era o dia mais agradável de que tinha lembrança.


Um dos detetives
espanhóis, José Pereira, resmungou para Duda:


- A única coisa que
eles estão roubando é o nosso tempo. Será que não percebe que esses dois não
passam de apaixonados? Tem mesmo certeza de que ela planeja alguma coisa?


- Tenho, sim.


Duda estava
desconcertado com suas próprias reações. Tudo o que queria era agarrar Hermione
Granger, puni-la como ela merecia. Ela era apenas outra criminosa, uma missão.
Contudo, a cada vez que filho-da-puta do Harry pegava o braço dela, Duda
descobria-se dominado pela fúria.


Assim que chegaram de
volta a Madri, Harry disse a Hermione:


- Se não está exausta
demais, conheço um lugar muito especial para jantarmos.


- Maravilhoso.


Ela não queria que o
dia terminasse. Eu me entregarei a este dia, neste único dia, serei como as
outras mulheres.



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Os madrilenos jantam
tarde e poucos restaurantes abrem para o jantar antes das nove horas da noite.
Harry fez uma reserva para as 10 horas no Zalacaín, um elegante restaurante,
onde a comida era excepcional e servida com perfeição. Hermione não pediu
sobremesa, mas o garçom trouxe-lhe um delicado mil-folhas, a coisa mais
deliciosa que já provara na vida.


Se recostando na
cadeira ela se sentia saciada e feliz.


- Foi um jantar
maravilhoso. Obrigada.


- Fico contente que
tenha gostado. Este é o lugar para se trazer as pessoas quando se quer
impressioná-las.


Ela estudou-o.


- Está tentando me
impressionar, Harry?


Ele sorriu.


- Pode apostar que
sim. Espere só até ver o que teremos em seguida.


O que tiveram em
seguida foi uma bodega despretensiosa, enfumaçada, repleta de trabalhadores
espanhóis em blusões de couro, bebendo no balcão e numa dúzia de mesas
espalhadas pela sala. Numa extremidade havia um tablado, onde dois homens
dedilhavam guitarras. Os dois foram sentados a uma mesinha perto do palco.


- Já leu alguma coisa
sobre flamengo? - perguntou Harry,mesmo precisando alterar a voz por causa do
nível de barulho no bar, havia um risinho no tom dele.


- Somente que é uma
dança espanhola.


- Cigana,
originalmente. Pode-se ir a boates luxuosas de Madri e se assistir a imitações
de flamengo. Mas esta noite você verá a coisa de verdade.


Hermione sorriu pelo
excitamento na voz dele.


- Verá um clássico
quadro flamengo. É um grupo de cantores, dançarinos e guitarristas. Primeiro,
eles se apresentam juntos, depois um de cada vez.


Observando os
comparsas de uma mesa no canto, perto da cozinha, Duda se perguntou o que os
dois estariam conversando, tão absorvidos.


- A dança é muito
sutil, porque tudo tem de ser feito junto... Movimento, música, trajes, o
desenvolvimento do ritmo...


- Como sabe tanta
coisa a esse respeito?


- Já fui um dançarino
do flamengo.


Naturalmente, pensou
ela.


As luzes na bodega
diminuíram e o pequeno palco foi iluminado por refletores. E depois a magia
começou. O início foi lento. Um grupo de artistas subiu casualmente à
plataforma. As mulheres usavam saias e blusas coloridas, travessas altas com
flores nos lindos penteados andaluzes. Os homens vestiam as calças justas
tradicionais e coletes, usavam botas curtas de couro. Os guitarristas dedilharam
uma melodia melancólica, enquanto uma das mulheres sentadas cantava, em
espanhol:


 


Yô queria dejar


A mi amante,


Pero antes de que
pudiera


Hacerio eira me
abandono


Y destrozó mi
corazón.


 


- Entende o que ela
está cantando? - sussurrou Hermione.estava mais perto do que pensara; quase
falara dentro do ouvido dele.


- Claro. “Eu queria
deixar meu amante, mas antes que pudesse fazê-lo ele me abandonou e destruiu meu
coração”.


Uma dançarina se
deslocou para o centro do palco. Começou com um sapateado simples, batendo com
os pés, cada vez mais depressa, impelida pela vibração das guitarras. O ritmo
foi se tornando mais e mais vertiginoso, a dança tornou-se uma forma de
violência sensual, variações dos passos que haviam nascido em cavernas ciganas
um século antes. Enquanto a música aumentava de intensidade e excitamento,
passando pelos movimentos clássicos de alegrias, fandanguillo, zambra e
segariya, à medida que o ritmo se tornava mais frenético, soaram gritos de
encorajamento dos artistas nos lados do palco.


Eram gritos de "Olé
tu madre" e "Olé tu santos" "Anda, anda", os tradicionais jaleos e piropos,
brados de estímulo, espicaçando, os dançarinos a ritmos mais desvairados e
frenéticos.


Quando a música e a
dança terminaram abruptamente, um silêncio ressoou pelo bar e depois houve uma
explosão de aplausos.


- Ela é maravilhosa -
exclamou Hermione.


- Espere pelo resto -
disse Harry.


Uma segunda mulher
avançou para o centro do palco. Tinha uma beleza morena castelhana, clássica,
parecia profundamente alienada, completamente inconsciente da audiência. As
guitarras começaram a tocar um bolero, triste e suave, um canto que parecia
oriental. Um dançarino se juntou à mulher.


As castanholas
começaram a estalar, num ritmo firme, compulsivo.


Os artistas sentados
acompanharam com o jaléo, as palmas que marcam o ritmo do flamengo. As palmas
aceleravam a dança e a música, até que a sala começou a vibrar com o sapateado,
as batidas hipnóticas da ponta dos pés e dos calcanhares, da sola inteira, em
variações intermináveis de tom e sensações rítmicas.


 Os corpos se
separavam e se encontravam, num frenesi crescente de desejo, até que os
dançarinos faziam um amor desvairado, violento, animal, sem jamais se tocarem,
encaminhando-se para um clímax ardente, com a audiência a berrar. As luzes se
apagaram e tornaram a se acender, com a multidão rugindo. Hermione descobriu-se
a gritar junto com os outros. Para seu constrangimento, sentia-se sexualmente
excitada. Tinha medo de enfrentar os olhos verdes de Harry. O ar entre eles
vibrava de tensão. Ela baixou os olhos para a mesa, contemplou as mãos fortes e
bronzeadas de Harry. Podia senti-las a acariciar seu corpo, lentamente,
rapidamente, com urgência. Ela se apressou em baixar as mãos para o colo, a fim
de esconder o tremor.



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Eles falaram muito
pouco durante a viagem de volta ao hotel. À porta de seu quarto, Hermione
virou-se e disse:


- Foi uma...


Os lábios de Harry se
encontraram com os dela, seus braços envolveram-na, num beijo envolventemente
sensual. A boca dele explorava levemente os lábios dela. Quando Hermione abriu a
boca para melhor aproveitar o beijo, ele passou a explora-la com a língua.


As sensações se
misturaram dentro deles. Harry sentia que estava realizando o sonho de toda a
sua vida. Tinha a mulher que amava nos braços. E Hermione sentia uma coisa nova
dentro dela. Parecia... Parecia vida!


Quando acabaram de se
beijar (o que Harry achou que poderia ter durado a vida toda) ele apertou-a
firmemente. Não queria soltá-la:


- Mione...


A palavra nos lábios
ainda molhados dela era sim e Hermione precisou recorrer aos últimos resquícios
de força de vontade para murmurar:


- Foi um dia
comprido, Harry. E eu estou com muito sono.


- Ahn...


- Acho que amanhã
passarei o dia inteiro em meu quarto, descansando.


A voz de Harry era
calma, mas ele a soltara,  quando ele respondeu:


- Boa idéia.
Provavelmente farei a mesma coisa.


Nenhum dos dois
acreditou no outro.



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N/A²:
e ai gostaram? Esse beijo é de minha autoria, então
se quiserem me mandar algum por ele... hauahauhauahauahaua... brincadeira....


Eu queria pedir
desculpas pro’cs pela demora do cap. Mas é que eu to escrevendo uma outra fic e
inexplicavelmente eu tive meu primeiro bloqueio (não é uma experiência
agradável. Acredite-me).


O próximo cap só
semana que vem galera...


 


N/A³:
Agradecimentos especiais à Jessi (que sempre me
manda uma review); a Fernanda McGinity; ao Jéferson que tb comentou; à Carol
(nessinhaBlack)... esses no ff.fiction. No potterish é para a Line;Jack Radcliff
e para um gaiato que naum colocou o nome(euzim)... BRIGADÃO GALERA...


 


N/A 4:  fuiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


 






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