Prólogo - Vassalos das Trevas



Um triângulo envolvido por uma serpente. Esse símbolo se chamava Insígnia da Serpente e seu significado representava muito mais do que a simplicidade que aparentava. Era o desejo da dominação das Artes das Trevas, de maneira literalmente esmagadora, sobre a estrutura do mundo dos bruxos. Era a vontade de eliminar de vez os fracos negligentes da raça pura e, principalmente, os inferiores não-mágicos. E, por trás da porta de madeira onde a Insígnia refulgia como fogo, um grupo de jovens bruxos de intenções malígnas absorvia atentamente cada palavra pronunciada por seus três anfitriões, denominados apenas como Sacerdotes.

- Saudações! - um dos Sacerdotes, que usava um manto vermelho sobre a veste encapuzada, iniciou o discurso - Creio que os magos aqui presentes estejam se perguntando sobre o motivo dessa convocação tão urgente. E espero que, reparando bem uns aos outros, consigam alcançar a resposta. Todos vocês aqui presentes fazem parte das mais antigas linhagens de bruxos, que deram origem ao mundo mágico que hoje conhecemos, porém ao qual não pertencemos. Sim, não pertencemos. O mundo no qual vivemos foi corrompido através da inclusão do mais desprezível dos seres: o homem trouxa! E a miscigenação resultou nessas aberrações de sangues-mistos e sangues-ruins com os quais somos obrigados a conviver. Resultou nessa repugnante fraqueza emocional dos sangues-puros, que acabaram por ajudar a destruir o mais poderoso dos magos, aquele que primeiro buscou nos livrar da desgraça iminente: nosso Lorde das Trevas!

Os expectadores, ao contrário do que se imaginava, não demonstraram temor perante a menção de Voldemort. Pelo contrário, pareceram até mais confiantes. O segundo Sacerdote foi quem prosseguiu:

- Ah, as Trevas! - sua voz era rouca e doentia - A mais bela e útil das Artes Mágicas é, hoje em dia, desprezada por essa raça de fracotes que se acham bruxos. Bruxos... - ele debochou - Bruxos somos nós, puros de sangue! - ele fez uma pausa em que notou o brilho dos olhos dos jovens, que se intensificava diante daquelas palavras - Agora é o momento de provarmos nosso valor, o valor da verdadeira magia, o valor da força das Trevas! Quantos aqui estão dipostos a retomar o poder que nos tiraram destruindo o Lord das Trevas?

Todos levantaram as mãos em consentimento. O terceiro Sacerdote, até então calado, deu um breve riso de aprovação e completou:

- Vae Victis!*





*Latim: Ai dos Vencidos!

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