+ A carta secreta



Algumas horas depois, Harry já estava se aprontando para voltar ao Ministério da Magia, na seção dos Aurores, a fim de tomar o Auromóvel para voltar para o Centro de Treinamento. Harry nem ao menos queria pensar no que poderia lhe acontecer caso não chegasse a tempo, então apressou-se para organizar as vestes novas que comprara e alguns pijamas para levar. Os acontecimentos da tarde ainda estavam frescos em sua memória... Marienne saíra mais cedo do que ele para o Ministério, tentando disfarçar para os Mestres que estiveram juntos no mesmo dia... Harry, no entanto, imagina que, se os Aurores quisessem submetê-lo a Oclumência, provavelmente não conseguiria impedí-los, tal era a sua felicidade e vontade de relembrar a sua tarde romântica com Marienne. Nenhuma garota, constatou Harry, o fez sentir-se daquela maneira. Parecia pisar em nuvens... ainda suspirando, Harry trancou sua mala desaparatou.



Foi aparatar bem no meio de uma multidão agitada de bruxos, que na hora do rush, saíam desesperados do local, tentando o mais rapidamente voltar para casa e descansar. Harry teve que enfrentar uma multidão raivosa que o empurrava para os lados constantemente, e o garoto fez de tudo para firmar os pés no chão e ir caminhando lentamente até em frente. Quando a massa compacta de bruxos dissipou-se, Harry precipitou-se a correr até a Seção dos Aurores; estava em cima do horário de partida do Auromóvel.



Chegou no Departamento arfando; engolindo um pouco de ar, Harry se dirigiu a Neville, que conversava animado com Katty, como sempre; quando Harry se aproximou, a jovem o encarou longamente, como se captasse cada detalhe de Harry, mas não falou nada. Neville se calou, olhou para Harry, voltou os olhos para Katty e depois revirou o olhar para Harry novamente. Enfim, falou:



– Katty, eu definitivamente não sei por que você está brigada com o Harry. – Encarou a garota, em tom conclusivo. Harry também virou os olhos para ela. Pela primeira vez, Katty pareceu bastante irritada com Neville:



– Eu non estou brrigada com Arry. – Disse, encarando Neville profundamente. Ainda assim, o amigo de Harry não se abalou:



– Então que tal vocês voltarem a se falar? Sabe, eu estou farto de ter que esperar chegar a noite para falar com o Harry, bem como eu não queria ficar o tempo todo tendo que ir atrás de você! – Neville replicou, muito vermelho, porém consciente de que estava passando uma bronca com ar professoral. Katty, por mais incrível que possa parecer, deu um sorriso.



Enton porrque non anda com Arry? Eu tenho outrros conhecidos, non tenho que viver parrasitande você, Névill. – O sorriso sarcástico de Katty ainda perdurava no rosto da garota, bem como a sobrancelha erguida. Ela fitou Neville com a mesma intensidade que fitara Harry, e fez uma expressão indagativa, como se perguntasse porque Neville não respondia sua pergunta.



– Outros conhecidos? – O rosto de Neville ficara roxo; podia estar bastante mudado, mas sua insegurança vinha à tona com facilidade quando falava com Katty – Eu não sei quais, afinal, você some o tempo todo... primeiro, tem uma dor de estômago assustadora, depois “esquece” do nosso encontro no St. Mungus...



Pela primeira vez, Katty corou.



– Isso é coise minha, Névill. – A garota se virou, agora as manchas rosadas em seu rosto ainda mais intensas e, curiosamente, relanceou um olhar para Harry antes de sair quase correndo para a extremidade do corredor, os cabelos loiros lampejando à medida que corria.



– Ela não foi visitar os pais no St. Mungus com você, Neville? – Perguntou Harry, lembrando-se do comentário de Neville sobre o final de semana que iria ter. Neville abanou a cabeça negativamente, confirmando as suspeitas de Harry.



– Quando eu cheguei, ela já tinha ido embora... depois tentei falar com ela, e ela me disse que tinha esquecido do nosso encontro. Sabe... às vezes eu acho que ela esconde mais coisas do que aparenta...



– Como assim, aparenta? – Perguntou Harry, bebendo as palavras seguintes de Neville, que o encarou ressabiado antes de responder.



– Ela pediu que eu não contasse isso a ninguém, Harry... mas ela simplesmente não conta muitas coisas sobre o seu passado... já reparou? Nem sabemos o sobrenome dela! Além do mais, ela nunca soube me explicar como eram as dependências de Beuxbatons... não fala da família, não fala do passado de jeito nenhum, disse apenas que tudo era “trraumático demais parra se lembrrarr” – Disse Neville desgostoso, imitando ligeiramente o sotaque forte da garota. Harry ficou pensativo...



Durante algum tempo, o garoto estava suspeitando que uma armação teria ocorrido no Centro de Treinamento dos Aurores, algo como uma reunião de Comensais da Morte, sem nenhuma intenção real de morte de qualquer pessoa que estivesse lá, contrariando o pensamento do restante de Mestres Aurores e alunos.... estava desviando suspeitas infundadas em Marienne, mas apenas porque estivera no mesmo local dos Comensais... mas nunca parara para pensar em Katty. A jovem decididamente mudou com ele, uma mudança realmente estranha; além disso, ocultava seu sobrenome... “uma pessoa que não fala o sobrenome não quer ser reconhecida”, pensava Harry com desgosto.. a jovem sempre o observava com uma expressão curiosa, as vezes até mesmo ameaçadora no olhar; Harry não saberia dizer qual e porque daquilo. Estava realmente confuso; não via a hora de chegar no CT e voltar ao trabalho.



O Auromóvel cruzou a madrugada; a viagem era longa, realmente, mas desta vez parecia interminável. Harry remexeu-se, incomodado, na cadeira berrantemente colorida do automóvel. Neville roncava ao seu lado, a sono solto. De vez enquando, fungava ruidosamente, espantando os colegas ao seu redor. Katty estava sentada logo atrás do banco deles, sozinha e parecendo muito infeliz e ressabiada, encolhida perto da janela, os braços em torno dos joelhos, segurando-os com força, marcando sua pele. Harry olhou para Neville, babando com a cabeça encostada no vidro, e, em um gesto rápido, moveu-se para o banco de trás, ao lado de Katty. A garota ficou realmente surpresa, mas não fez objeção à presença de Harry. Na verdade, não fez movimento algum, somente o observou com olhar tedioso, coisa que fez Harry sentir-se agradecido. Depois de acomodar-se ao lado da menina, disse, em voz baixa:



– Eu não sei porque você me odeia, mas saiba que não é recíproco. Você é uma garota legal e...



Katty pareceu ofendida.



Arry, eu nunca disse que non gostava de você.... ou muito menos odiasse você! Na verrdad, eu gosto bastant de você...– Exclamou a garota. Harry mirou-a, atento. Será que isso significava o que estava pensando?



– Você..... não tem ciúmes de mim, não é, Katty? – Perguntou Harry, perfurando os olhos da colega. Os cabelos loiros da menina reviraram-se desconfortavelmente, e a garota revirou os olhos para o teto.



– Ciúme non é o caso.... acontece que você já fez muitas burrades na sua vide, e eu non querro que você cometa mais uma... – A garota falou isso em tom de voz sereno, mas imediatamente tapou a boca com as mãos e olhou assustada para Harry, como se tivesse cometido um grande erro, irreparável, irreversível.



– Como assim, cometa mais uma? – Harry sentiu-se furioso, enojado. Que tipo de intimidade aquela garota tinha com ele para falar assim, desse jeito, com Harry Potter!? No mesmo intante, sentiu-se enjoado também por pensar que era superior às pessoas. Achava que era, mas não queria abrir isso com ninguém. – Eu não entendi o que você quis dizer.



A jovem tinha baixado os olhos, corada, mas levantou-os com um ímpeto que Harry quase nunca via; era bastante parecida com a expressão que Fleur Delacour fazia quando estava irritada, os olhos semicerrados, o trejeito nos lábios. “Deve ser coisa de Beuxbatons”, pensou Harry, rindo por dentro. Mas continuava encarando a garota aparentemente sério.



– Mas é clarro que você comprreendeu tudo! Você sabe melhorr do que moi que cometeu erros que poderria não terr cometide. Você sabe ecxatement do que eu estou falande. – E encarou Harry sério. De fato.... sim, de fato poderia ter cometido menos erros...



Um lampejo familiar explodiu na mente de Harry... era o duelo final, a última cartada, a sua única chance de sobrevivência... sabia que um único feitiço poderia destruir Voldemort, mas a execução errada desse feitiço poderia destruí-lo também, e sentiu-se acovardado... lembrava-se quando Dumbledore pediu para que fechasse a mente antes de combater o Lord das Trevas, mas Harry também não fez isso... poderia ter sido muito mais simples, muito mais indolor, se tivesse seguido conselhos... e poderia ter poupado muita gente, envolvida no caso... Harry tentou afastar as suas lembranças sórdidas, mas os lampejos de imagens continuaram bombardeando sua mente sem a menor piedade.



Harry sentiu-se fraco, entorpecido... queria dormir, agora... a viagem estava acabando, o sol estava quase aparecendo... Não queria relembrar o que aconteceu no duelo final... eram coisas dolorosas demais, para retomar... apenas olhou, visivelmente tonto, para Katty, e disse em uma voz muito rouca e entristecida, quase de derrota:



– Por que você fez isso comigo? – Como ela sabia daqueles detalhes... como?? Nem Rony e Hermione souberam de tudo... será que aquela garota teria alguma coisa a mais do que os outros? Saberia algo de importante sobre Harry que nem mesmo o próprio garoto compreendia?



Katty olhou-o com pena.



Parra você pensarr melhorr. – Disse Katty simplesmente, e ajudou um Harry molenga a se ajeitar no banco ao seu lado. Harry percebeu que estava encostando a cabeça no ombro da menina... não queria ter feito isso, mas lhe deu uma sensação de alívio... de paz... de conforto.. tudo o que ele precisava agora. Seus olhos se fecharam, e sentiu o vento da manhã batendo em seu rosto.. estava quase adormecendo, quando um tranco levou-o irresistivelmente para a traseira do banco à sua frente; sentiu sua bochecha fazendo um duro contato com o metal frio de que era feito os bancos do Auromóvel, e, resmungando, se levantou... tinham chegado, finalmente. Harry não se lembrava exatamente como tinha chegado até o chalé, vestido seu pijama e deitado na cama, debaixo de seus cobertores; só sabia que tinha feito isso realmente depressa, para alguém que se sentia capenga por dentro.



*




Sonhara novamente com a batalha final, para o seu mais profundo horror. Lembrava-se vivamente do ocorrido... como a AD tinha vindo em seu auxílio quando sua varinha voou para longe de suas mãos... os confrontos paralelos que aconteciam ao seu redor, enquanto lutava com o Lord das Trevas. E subitamente se sentiu muito mal ao lembrar-se do último duelo da carreira de terror de Voldemort. Acordou assustado, agitado, um tanto trêmulo, e olhou para os lados. Edwiges ainda dormia, sinal de que era realmente cedo, e grunhiu assustadoramente. Depois de meia hora tentando se convencer de que não ia conseguir dormir, Harry levantou-se e foi tomar café no Chalé Principal.



Não havia ninguém na pequena sala de almoço, com exceção de um garoto, da mesma idade de Harry, que dormia sobre uma pilha intensa de livros, o rosto colado nas páginas do Guia Prático de Defesa Pessoal – Para desajeitados e descoordenados em geral. Harry deu risada e se dirigiu para uma das bancadas de comida. Somente agora reparara no lugar: era uma sala pequena, porém abrangente e acolhedora, que possuía mesas para quatro pessoas esparsadas em todos os cantos, dificultando a locomoção por entre elas. Havia algumas bancadas, aonde surgiam os pratos que a pessoa queria comer; no caso de Harry, o garoto simplesmente se dirigiu à bancada, e gritou para a superfície lisa da mesa:



– Ovos fritos, bacon e suco de abóbora! – Gritou o garoto, se divertindo por um momento.



A bandeja de Harry surgiu instantaneamente no tampo da bancada; Harry pegou seu café da manhã e se dirigiu para uma das muitas mesas vazias, mais distante do garoto que ressonava, adormecido. E começou a comer distraídamente, pensando nas aulas que teria nesta manhã. Foi quando sobressaltou-se consideravelmente, ao ouvir a voz rouca e assustada de seu colega dorminhoco:



– QUÊ?! – Berrou o garoto que antes dormia, alucinado, e Harry simplesmente saltou da cadeira. Olhou, abismado, para o único jovem que lhe fazia “companhia”.



– Que é isso, ficar berrando no meio da manhã! – Disse Harry, que ainda olhava indignado para o garoto que, por sinal, não lhe deu a menor atenção. O jovem descolara o rosto das páginas de seu livro e agora revirava, tenso, a pilha de livros que se formara, causando uma gigantesca bagunça. O moço olhou para Harry e perguntou, ainda com voz rouca de quem acabara de acordar:



– Desculpe! Que horas são? Sete? Sete e meia??



O jeito confuso e atrapalhado do rapaz despertou em Harry não só um tantinho de raiva, mas também de piedade. Apontou caridoso, então, para o relógio da sala, que informava o horário verdadeiro: seis e meia da manhã. Nunca Harry acordara tão cedo, e isso provocou-lhe intenso desgosto.



– Ah, tá... seis e meia... ah... – O garoto relanceou um olhar meio fora de foco para seus papéis, e em seguida, muito vagarosamente, começou a fazer anotações, primeiro lentamente, depois freneticamente, riscando todos os pedaços de pergaminho que encontrava. Harry desistiu do colega e voltou-se para seu café da manhã. Ao virar sua cabeça para o prato, porém, relanceou um olhar em torno da sala e encontrou Katty na porta, aparentemente tão cansada quanto ele. Assim que a avistou, chamou-a para sentar-se a sua mesa; a garota se encaminhou até ele, em passos longos, e sentou-se em uma cadeira bem na sua frente. Carregava um envelope em suas mãos e bocejava.



Madrrugou hoje, Arry? – Perguntou a menina, falando enquanto bocejava, e Harry teve que fazer um esforço muito grande para compreender suas palavras, tanto que demorou para responder.



– Exatamente como você. – Dizendo isso, Harry observou Katty dar um leve sorriso em sua direção, e comentar.



– Tive pesadelos esta noite. Agorra me sinto completmant quebrrada. Acho que a viagem non me fez muito bem, e parra você?



– Não, também não dormi muito bem... – Harry ia terminar a frase quando o sotaque francês da garota se sobrepôs às suas palavras:



– Olhe, Arry... eu non devia terr falado com você daquela maneirra... quem sou eu parra falarr dos erros que você cometeu? – A garota pareceu bastante infeliz por um momento, baixando os olhos para sua bandeja e brincando tristemente com a comida.



– Tá, não foi nada – Disse Harry, tentando ocultar o fato de que ainda se lembrava vivamente das palavras da garota, e foram estas que o deixaram tão mal. Nem Hermione tinha o condão de fazê-lo sentir-se tão culpado. Simplesmente baixou os olhos para o prato, também, e começou a comer, primeiro em velocidade normal, até perceber que estava simplesmente engolindo a comida com toda a fúria, o garfo movimentando-se impressionantemente. Katty segurou o braço de Harry com força e disse, olhando-o fixamente:



– Vem aí tempos rremotos, Arry. – Por um momento, os dois se encararam... O olhar profundo de Katty continha uma expressão um tanto... amalucada, porém a garota parecia estar certa e decidida no que falava.



– Hum.... certo. – Disse Harry, se afastando ligeiramente. – Hum... olhe só, os professores estão chegando!! Aquele lá é o Lebatofsky? Nossa, como ele fica diferente sem o banquinho, não acha? – Perguntou Harry, positivamente tentando desviar o rumo daquela conversa. Porém, Katty já não olhava maia para ele, e sim tentava se esconder à todo custo, embaixo da mesa. Harry, agora confessadamente desconfiado sobre a sanidade mental da menina, levantou a toalha até encontrar o rosto de Katty e perguntou:



– O que você está fazendo aí embaixo? – Disse Harry, quase rindo, tal era a sua exasperação.



– Me escondendo, é clarro! Abaixe essa toalha! – Pediu Katty, mais nervosa do que Harry jamais a vira antes. Harry largou a toalha, ainda indagando-se da loucura da amiga, quando seu olhar desinteressado passou por sobre a mesa em que geralmente se reuníam os professores... e lá no meio, naquela massa de vestes pretas e cabeças baixas, um cabelo espetado e violeta se sobressaltava. A dona desse cabelo levantou a cabeça.. era Tonks!



A moça focalizou Harry quase ao mesmo tempo que Harry a notara; sorriu, acenou, e em seguida cochichou algo para os professores e levantou-se da cadeira, arrastando-a com barulho, e foi gingando jovialmente até Harry. Puxou uma cadeira e sentou-se confortavelmente.



– E aí, Harry, beleza? Há quanto tempo! Como andam as coisas por aqui?



– Han... tudo bem, tudo ótimo! E com você?



Tonks se aproximou de Harry e disse, em tom confidencial:



– O pessoal da Ordem está esperando por você. O Remus não está agüentando de ansiedade... ele pediu que eu entregasse isso para você – e retirou de dentro das vestes um envelope grosso, entregando-o diretamente na mão do garoto. – Leia isso longe de olhos curiosos, foi o que ele pediu para eu te falar...



– Certo.... mas... o que você está fazendo aqui!? – Perguntou Harry, plenamente consciente que Katty o ouvia, e tentando absurdamente mudar de assunto.



– Ah, você sabe... saudades – disse Tonks, com um ar risonho. – Além disso, vim cumprir umas coisinhas para a Ordem...e.... outras novidades que você vai saber logo – o sorriso de Tonks se alargou. – Bom, tô indo, Harry... a gente se vê! – E levantou-se da cadeira, mais uma vez com ruído, e continuou seu caminho até a mesa dos professores, a passos largos, até tropeçar nos próprios pés e cair bárbaramente no chão. A sala ecoou em risadas, as quais Tonks fez coro, e a moça sentou-se no seu lugar sem mais tropeções. Em seguida, Katty enfiou a cabeça para fora da toalha e disse:



Arry, eu... eu já vou inde... tenho que trreinarr parra a aula de Defesa Pessoal... au revoir – E saiu, transtornada, da cafeteria.



O café continuou sem mais distrações. Harry tinha reparado como era divertido ficar observando os transeuntes pegarem seu café da manhã enquanto ele comia tranqüilamente, saboreando o resto de seus alimentos. Em seguida, quando percebeu que não tinha mais o que enrolar, resolveu levantar-se da cadeira e ir preparar-se para as aulas. Voltou ao dormitório (Neville parecia absolutamente confuso, tentando descobrir aonde suas meias tinham ido parar) e pegou a sua varinha. Vendo que faltavam vinte minutos para a aula (“pô, ainda?” perguntava-se o garoto), Harry pegou a carta de Lupin e correu para a pequena sala que Neville lhe apresentara no dia do “ataque” a Marienne. Sentou-se em uma das poltronas carcomidas pelas traças, e abriu o envelope, sempre sob os olhares atentos do quadro pendurado na parede.



“Querido Harry” – começava a carta.



“Há quanto tempo não nos falamos! Desde a sua mudança para o Centro de Treinamento, acredito que nossas correspondências tenham se tornado absolutamente inúteis, não? Bem... realmente pensei assim também, até saber, por uma pessoa mais do que confiável, sobre os acontecimentos recentes ocorridos por aí. Fiquei confessadamente surpreso quando soube que ocorrera um ataque de Comensais da Morte bem no CT, afinal, em que lugar estaria mais seguro a um ataque das trevas?, porém, acredito que, por saber as coisas aqui fora, Harry, tudo tenha se tornado mais claro para mim do que está sendo para você.



Imagino que você já esteja intrigado com o fato de que essa “armadilha” dos Comensais não trouxe nenhum resultado, certo? Muito bem, de fato, descobrimos, novamente por fontes muito seguras, que eles não planejavam uma armadilha, Harry, e sim queriam fazer uma reunião, com um membro escondido dentro do CT, para determinarem o que farão nos próximos meses e, ao que tudo indica, realmente tiveram tempo para colocar idéias e já estão começando a praticá-las, pelo visto (você tem recebido jornais bruxos?). Temos algumas suspeitas, mas ainda não podemos confirmar nada, pois, não sei se você já sabe mas, por incrível que pareça, a Ordem está totalmente desestabilizada, e não temos condições para fazer uma pesquisa dessas. A única fonte que temos agora é a Tonks, que, caso você não saiba, vai começar a lecionar aí no CT, para tentar averiguar alguns detalhes muito importantes para nossos resultados. Imagino que será bem mais fácil nos comunicarmos, agora que Tonks está aí – ela está trabalhando o triplo do que deveria para cumprir essas pesquisas, Harry, então prometa, na resposta dessa carta, que você irá ajudá-la a descobrir quem está armando tudo isso. Se você tiver uma suspeita, o que for, comunique à Tonks. Você já está a mais tempo no CT do que qualquer membro da Ordem, e sabe mais do que qualquer um de nós. Qualquer suspeita será muito valiosa para descobrirmos quais são os planos dos Comensais da Morte.



Não queria estar lhe pedindo para cumprir a tarefa de espião, Harry, mas você deve ter conhecimento de que eu não lhe pediria uma coisa dessas se não fosse estritamente necessário. Você deve continuar trabalhando como está no CT, estudando e tudo mais, para se tornar um Auror prodigioso que com certeza se tornará ao fim do curso.



Sinceramente esperando uma resposta,



R.J.L.



PS: A propósito: Moody está lhe pedindo para redobrar a “vigilância constante”.




Assim que terminou de ler a carta, o sinal indicador das aulas tocou, e Harry correu para a aula de Encantamentos, dobrando o envelope e enfiando-o no bolso com pressa.



Olááá! ^^ Bom... está aí o capítulo 7 (depois de milêênios), eu podia jurar que já tinha postado ele aqui, mããs.... assim que não o vi por aqui, achei que ia ser melhor postar de novo ^^'' Bom... nunca vi comments tão lindos e maravilhosos, obrigada mesmooo!! Depois eu agradeço direito pra todo mundo, podem acreditar! E quanto às fics que eu ainda naum li, eu juro que vou tentar lê-las esse domingo, porque sábado eu vou assistir HP3!! \o/ Huahuauha ^^'' Bom... é isso... continuem comentando, pleeeease...... bjus!! '

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