+ Retorno e convite



Quando Harry finalmente desceu para as aulas, sua cabeça estava cheia de coisas que não queria pensar... o quase-beijo em Marienne, e o impacto que isso causara nas pessoas que tinham visto a cena, era um exemplo desses pensamentos... além disso, a iminência de ataque dos Comensais da Morte o perturbava, mas não tanto quanto antes; agora se dava conta de que já tinha enfrentado o mestre, então não seria tão sofrível enfrentar os súditos... súditos furiosos, pensava Harry com amagura, mas não expressou isso verbalmente. Ter aquele tipo de medo era ridículo, para Harry Potter. Ninguém jamais compreenderia sua situação. Jamais.



No chalé de Reconhecimento das Trevas, o clima foi definitivamente tranquilo. Os alunos, que a esta altura já conheciam praticamente toda a situação da noite passada, não desgrudavam os olhos de Harry... não que isso realmente o incomodasse, já tinha vivido tempo demais em Hogwarts para ligar para olhares curiosos toda vez que passava; o problema era que realmente estava disposto a prestar atenção nas aulas, mas era praticamente impossível fazer isso, quando os cochichos sobre Harry eram anunciados mais altos do que a voz do professor, um bruxo de voz roufenha e expressão maligna, chamado Ernest Duty. O professor Duty era impaciente; carregava sempre consigo uma bengala, semelhante à do professor Mitchumazo, mas, ao contrário do outro professor, sempre girava o objeto em direção aos alunos, em um gesto de ameaça. Resmungava contantemente para si mesmo ofensas aos alunos que não o escutavam, e batia a bengala com força na mesa, ou até mesmo na cabeça dos alunos, quando queria ser ouvido. Aquelas aulas martelavam o cérebro. Literalmente.



Porém, o que mais impressionou Harry foi a reação de Katty ao saber do acontecimento da noite passada; antes, era extremamente simpática e sempre sorria ao avistar Harry, e fazia questão de conversar com ele e andar próxima ao jovem, sem se importar se Neville estava perto ou não. Porém, agora assumira uma postura estranha, quase ciumenta, em relação a Harry. Fazia questão de se mudar de lugar toda vez que o garoto a cumprimentava, e resmungava furiosamente quando Harry se aproximava dela. Os aparelhos não reluziam mais em sorrisos; sua simpatia tinha se esvaido completamente; certa vez, em uma aula do mesmo dia, fez questão de empurrar todos os objetos de Harry para uma mesa muito distante da sua, indo se sentar com Neville, que simplesmente não sabia o que fazer. Harry, mesmo que não aprovasse a atitude da garota, entendia Neville. O garoto parecia dividido entre apoiar Harry ou Katty; o tempo todo parecia querer aproximá-los, para ter chance de conversar com ambos ao mesmo tempo; porém, ao longo dos dias, percebeu que isso não era possível. Resolveu andar com Katty, mas sempre conversava até altas horas da madrugada com Harry, parecendo disposto a pedir desculpas pela postura que tinha de dia. Harry gostava de conversar com Neville, mas acreditava que seria terrível continuar aquelas conversas; sempre acordava pregado para ir às aulas.



Mas o mais doloroso mesmo, para Harry, foi o ocorrido dois dias depois da noite em que os Comensais invadiram o Centro de Treinamento. Já estava habituado aos olhares rancorosos dos professores, até mesmo de Lebatofsky, que antes parecia seu admirador íntimo, mas agora se comportava como um verdadeiro general de exército. Era aula de Poções e Envenenamentos, e Harry estava intimamente curioso para saber a reação de Marienne depois do ocorrido; a descoberta, porém, foi terrível. Marienne não olhou nos olhos de Harry durante toda a aula, e nunca passava por sua mesa para esclarescer dúvidas... a mestra não falou quase nada durante toda aula, nem ao menos engrossou o coro de queixas a Snape, que agora eram uma contante em seus períodos (o que geralmente deixava Harry ainda mais satisfeito). No fim da aula, porém, chamou Harry. Os alunos se viraram curiosos, querendo saber o que os dois iriam conversar, e de fato, Harry se sentia extremamente ansioso pelo momento de reviver o que tinha acontecido naquela noite. Porém, quando a sineta que informava o fim da aula tocou, Marienne meramente disse, na voz mais fria que conseguiu expressar:



– Sua nota de aula é zero, Harry. Venha cá, terei que fazer um requerimento. – Foi estranho; Marienne fingiu anotar alguma coisa em um papel, e em seguida apertou a mão de Harry; o jovem percebeu que havia um outro papel que a professora tentava lhe passar, e quando finalmente o pegou, compreendendo o que significava o aperto de mão, Marienne fez uma expressão quase piedosa e disse “Não falte, por favor”, só com o movimento dos lábios e com um olhar temeroso. Em seguida, levantou-se apressada e dirigiu-se para dentro do seu chalé, visivelmente perturbada. Harry arriscou um olhar para a palma de sua mão. Era um bilhete, aparentemente escrito com muita pressa, mas Harry não conseguiu lê-lo. Enfiou-o no bolso e seguiu em frente, para a última aula, de Encantamentos.



Foi uma aula tranquila, para variar; Katty não estava presente, por algum motivo, e Neville quase correu para sentar-se ao lado do amigo; conversavam pelo canto da boca, quase sem mexer os lábios, muito discretamente.



– Katty teve que ir para a enfermaria. Parece que está com uma dor terrível de estômago. - – Informou Neville imediatamente. Harry murmurou um “Ah!” de compreensão, mas tinha algo em sua consciência dizendo-lhe que não era isso que a garota tinha ido fazer; depois disso, resolveu prestar atenção na aula. A matéria do dia era “Azarações Básicas – Nível Dois”. Bastava aplicar três azarações de nível dois, que a professora exemplificara no quadro, e ir embora quando tivessem cumprido a tarefa proposta. Depois de executar com maestria os feitiços Reducto, Finite Incantatem e Estupefaça, Harry foi liberado, meia hora mais cedo do que o restante da classe. Seguiu para um local isolado, aonde não haviam chalés a vista, e abriu o bilhete de Marienne:



Harry,



Acho que temos muito o que conversar. Por favor, será que você poderia me encontrar no chalé de “Envenenamentos e Poções”, às nove horas da noite? É realmente importante.



Espero ver-lhe,



M.




“Até a letra dela é bonita”, pensou Harry, aéreo, sem perceber aonde seus pés o levavam. Estava se encaminhando automaticamente para o seu chalé, e ficou relativamente surpreso ao avistar a sua cama. Tinha que estar lá, tinha que conversar com ela, era seu dever, sua única obrigação. “É realmente importante”.. o que aconteceria? O que ela tinha que lhe falar? Por que era tão importante ir até o chalé? E por que (as perguntas martelavam a cabeça de Harry) ela simplesmente não escrevera “meu chalé” ao invés de “Chalé de Envenenamentos e Poções”?



*




Harry continuou imerso em pensamentos até um sino badalar em algum lugar. Já eram oito horas na noite, horário de jantar dos Aurores-Mestres e Aurores-Leigos. Harry se encaminhou para o chalé comum, e nem percebeu o que comia. Estava tão absorto, tão pensativo... só pensava no encontro com Marienne, e o que aconteceria nele. Um leque de possibilidades abria-se a sua frente... e Harry se sentiu ligeiramente entusiasmado. Não podia desperdiçar uma única chance que fosse. Se ela abrisse uma brecha, deveria aceitá-la. Com o peito estufado e uma nova energia contaminando-lhe, Harry voltou para o chalé aonde estava alojado. Fingiu que iria dormir mais cedo, e afundou-se na cama, cobrindo-se com cobertores para ocultar que estava completamente vestido. Quando Neville entrou, fingiu já estar dormindo. Se fosse conversar com o garoto, demoraria milênios, e perderia seu encontro. Finalmente, quando seu novo relógio de pulso apitou o alarme programado pelo garoto, Harry esgueirou-se até a janela do quarto, abriu-a e jogou-se para fora do chalé, sem fazer ruído. Por sorte, todos os seus colegas de quarto estavam conversando animadamente em outra sala do chalé, o que lhe deu tempo para fugir. Não precisou da capa da invisibilidade, usava vestes negras e estava muito escuro lá fora. Poderia facilmente se camuflar no breu.



Depois de algum tempo de caminhada, finalmente encontrou o chalé. A moça o esperava na varanda, vestida com um belo vestido de veludo vermelho-vinho, e parecia muito infeliz. Harry subiu sorrateiramente a escadinha de acesso a porta do chalé, e sorriu ao vê-la. Os olhos dela brilhararam, e ela também sorriu, da maneira mais triste que Harry ja vira. Abriu a porta e entrou, em um gesto significativo, deixando uma passagem para Harry entrar também. Passaram pela sala que era usada como classe para suas aulas, e entraram por uma porta de madeira, ao fim do corredor. Era uma sala aconchegante, bonita, que tinha quadros, cortinas e poltronas felpudas. A moça olhou para Harry e pediu que se sentasse. Harry escolheu uma poltrona e se sentou. Marienne puxou a outra poltrona, que estava perfeitamente colocada à frente da outra poltrona, e a aproximou do assento de Harry, de maneira que ficassem cara-a-cara. Então, suspirou, fazendo sua malha fofa de cabelos negros se mexer, e disse:



– Harry, me perdoe por ter feito o que eu fiz na noite em que os Comensais invadiram o Centro de Treinamento.



Harry ficou perplexo.



– Como assim? Você não fez nada!



– Sim, eu fiz, Harry. Permiti que você quase me beijasse. Por isso estou pedindo as mais sinceras desculpas. Você é um garoto excelente, uma pessoa maravilhosa, mas eu jamais poderia ter permitido que isso acontecesse. Deixei-me ser levada pelos meus impulsos mais íntimos. Por isso estou pedindo perdão.



– Impulsos? Você... .queria me beijar? De verdade? – O estômago de Harry positivamente explodiu.



– Harry, por favor, deixe-me conduzir o rumo dessa conversa. Você não sabe como estou me sentindo mau por tudo isso.



– Não deveria.



Marienne olhou-o profundamente.



– Estou sofrendo muita pressão, Harry. Por todos os lados. Desde que você chegou... tenho tentado me controlar, tenho mesmo! Mas estou falhando miseravelmente! – E colocou as mãos sobre o rosto. Estava chorando. Harry sentiu um impulso irresistível de abraçá-la no mesmo segundo, mas sabia que não era adequado, simplesmente pelo rumo que a conversa estava seguindo. Então, simplesmente colocou a mão sobre suas costas.



– Por favor, não chore!



– Não estou conseguindo evitar... todos os dias, eu penso em você, Harry... todos os dias, desde que nos vimos pela primeira vez no Ministério da Magia.. eu esperava ansiosamente a sua chegada, mas não tinha idéia de como poderia reagir ao seu lado... pedi muita ajuda, quando soube que você estava chegando... eram os meus impulsos... eu não queria amar você, Harry, mas você é uma pessoa simplesmente mais maravilhosa do que jamais imaginei que seria... estava reagindo positivamente aos meus impulsos... eu tinha que me controlar, tinha... já era uma adulta! Cheia de responsabilidades! Mas você estava reagindo tão bem... nossos sentimentos eram recíprocos, então! Estava tão feliz, tão satisfeita em somente ter você ao meu lado, e saber que o que sentia era verdadeiro e tinha uma resposta maravilhosa... mas pensava que não podia continuar... talvez, quando você fosse mais velho... talvez houvesse uma chance... mas você acabou de sair de Hogwarts...



– Não faz a menor diferença para mim! Não faz mesmo! – Disse Harry, desesperado. Era a chance esvaindo-lhe pelos dedos.



– Mas eu sou sua professora! Sou mais velha do que você! Pensei que você, por ser brilhante, poderia ser mais maduro... e de fato, você é maduro, mais maduro do que pensei.... mas depois que nos viram, Harry, a minha vida simplesmente acabou... os professores estão severos comigo, pedindo para me controlar... dizendo que eu não podia fazer isso com você.... e eles têm toda a razão. Nossos sentimentos são recíprocos, mas não posso aceitar que você sofra, que você não viva mais, se tiver um relacionamento comigo... você é jovem, tem uma longa vida pela frente, e eu, amando você, não posso impedí-lo de ter e usufruir essa vida... será penosamente doloroso, ver-lhe todos os dias e lhe tratar como um aluno comum... mas é a única solução...



Soluçou e escondeu as mãos de novo no rosto; Harry queria apenas admirá-la, mas sabia que se o fizesse não teria a oportunidade que estava esperando... Marienne levantou a cabeça. Harry estava muito próximo a ela. Ela se levantou.



– Mas.. eu não sou um aluno comum. – Disse Harry, suavemente... a professora virou-se, e Harry sentiu que não iria deixá-la escapar... segurou seu braço, levemente, docemente, e forçou-a a virar para ele. Marienne encarou-o, olhando-o chorosamente, os olhos úmidos como seu rosto.



– E a sua vida? E o seu futuro?



– O meu futuro é você, Marienne. – Disse Harry. Eles se aproximaram mais.



– Talvez você tenha razão.... – Marienne fechou os olhos. E se beijaram. Ali, naquela sala, naquele pequeno chalé, o coração de Harry explodiu de felicidade. Ela o amava! Harry abraçou a jovem que lhe beijava, para mais perto de si... pensou que aquele momento jamais iria terminar... e realmente não iria, ficaria gravado profundamente em sua memória e em seu coração, congelado, marcado em brasa.



– Estamos comentendo um grave erro... – Suspirou Marienne, depois de algum tempo, quando ainda se mantinham abraçados na sala.



– Pode até ser – Harry comentou, beijando as bochechas de Marienne – Mas valeram totalmente a pena.



– Acredito que sim... – E com um sorriso instigador, levantou-se e rumou para seu quarto, desfilando. Harry a seguiu.



*




A manhã seguinte era sábado; fazia um dia claro e ensolarado, como o humor de Harry;o garoto levantou-se da sua cama, as memórias frescas em sua mente, e duvidava que um dia sairíam de lá; lembrou-se, com um sorriso furtivo, da fuga de volta para o quarto, em altas horas da madrugada, um sorriso estampado no rosto. Quando levantou-se, Neville olhou para ele, intrigado.



– Hey, cara, aonde você esteve durante a noite? Quando fomos dormir, você não estava mais lá.... – Neville encarou-o com uma espécie de sorriso maroto, elegante e confessamente sonso. Harry deu risada.



– Estive meio ocupado, sabe...



– Eu entendo – Disse Neville, com uma piscadela em sua direção. – Você perdeu o horário do café da manhã, mas achamos todos que você tinha que recarregar as baterias, então trouxémos algumas coisas pra você. Estão lá encima da mesa da sala.



– Valeu, Neville! Obrigado mesmo! – Disse Harry. Não conseguia parar de sorrir. Seus músculos do rosto pareciam congelados naquela posição.



Neville encarou-o astutamente.



– Não foi nada... mas agora, cara, fala a verdade aí... quem você foi visitar, que só voltou altas horas da madruga? Foi mulher, né? Aposto que foi no chalé feminino....



Harry simplesmente gargalhou.... se Neville soubesse.....



– Não... não foi no chalé feminino.... – Disse Harry, sorrindo e suspirando animado ao mesmo tempo.



Neville estacou.



– Não foi em outro chalé masculino, né, Harry? Eu te conheço a mais de sete anos, e...



– Claro que não foi em outro chalé masculino que eu fui, Neville – Harry riu ainda mais alto. Será que deveria contar para Neville o que aconteceu na noite passada? Tinha a impressão de que deveria contar, afinal, era o seu melhor amigo no treinamento de Aurores... Neville pareceu observar o que acontecia na mente de Harry, pois comentou:



– Fico aliviado, então... bem... pelo jeito parece que você não quer contar agora... beleza, quando quiser, tamos aí. – Neville saiu pela porta do dormitório, parecendo um tanto quanto decepcionado com a amizade que tinha com Harry. Foi isso que fez o garoto contar a verdade.



– Não... não, tudo bem.. eu te conto. Senta aí. – Neville virou-se para Harry e imediatamente se sentou na cama do amigo, ansioso por ouvir toda a história. Harry fez um relato rápido para o amigo quando começaram a conversar, tentando por tudo omitir que a “namorada” em questão era Marienne, tanto que até escondeu alguns pedaços da história. Neville ouviu tudo muito atento, e Harry torceu para que o jovem não tivesse compreendido quem era a moça de que Harry falava.



Mas Neville não era tão burro para não compreender tudo.



– Então... mas espera aí... todo esse mistério, encontros à noite, sumiços... você não está namorando uma aluna, então! Senão, todo mundo já saberia – disse Neville, mais para si mesmo do que para Harry –... Harry... essa pessoa que você está mencionando.. não seria... a Marienne? – Neville parecia ansioso, não só para descobrir se estava certo, mas também para verificar se o amigo tinha uma sorte dessas.



– Tá... tudo bem.... é, é ela. Mas Neville – Harry alertou, vendo a expressão no rosto do amigo –, você não pode contar isso para ninguém, tá? Muito menos para a Katty. Ninguém pode saber que estamos namorando, pelo menos por enquanto. Iriam achar muito... estranho, acho...



Neville compreendeu melhor do que Harry esperava.



– Sem problemas, Harry, seu segredo está salvo comigo. – Um barulho semelhante a um soluço ecoou ao lado de fora da porta do dormitório, mas quando Harry foi conferir se tinha alguém lá, não viu ninguém. Voltou para o dormitório, para ouvir mais perguntas de Neville, que agora expressava uma curiosidade insaciável. Continuaram conversando até a hora do almoço, quando um novo Auromóvel estava levando os aspirantes à Aurores para a civilização. Harry não via a hora de ir para a sua casa (que finalmente tinha comprado, com a ajuda do Correio-Coruja) e ir visitar o Ministério, e principalmente conversar ainda mais com Rony e Hermione. Já que a carta tinha sumido, nada melhor do que falar ao vivo. Enviou Edwiges mais cedo para avisar aos amigos que estava voltando, e em seguida foi para o Auromóvel. Neville foi com ele. Queria visitar os pais e a avó, que parecia alucinada com a idéia de que Neville se tornara Auror, pela maneira que Neville contava sobre sua reação quando informou-a que passara no teste.



Encontraram Katty sentada no fundo do automóvel, segurando o rosto com as mãos e parecendo muito triste. Quando Harry fez menção de perguntar à jovem o que estava acontecendo, Neville o segurou pelo braço, e puxou-o para uma cadeira bem à frente no transporte coletivo, afastando-se o possível da garota.



– Deixe ela... está muito triste, parece que os pais sofreram um ataque de Comensais da Morte, e estão internados no St. Mungus. Ela nem iria voltar se não estivessem doentes... até combinou comigo para irmos visitá-los no domingo. – Confidenciou Neville, em voz grave. Harry sabia como o amigo deveria estar se sentindo, já que seus pais tinham passado pela mesma situação. Simplesmente assentiu com a cabeça, e se sentou ao lado de Neville. Os bancos do Auromóvel eram de madeira roxa, absolutamente pavorosos, porém, de alguma maneira, eram bastante confortáveis, como se houvesse almofadas forrando-os.



Harry olhou novamente para Katty. De fato, estava chorando, o rosto muito vermelho. Continuaria observando a garota se algo não tivesse bloqueado completamente sua atenção; Marienne estava passando e sorriu para ele, sentando-se no banco atrás de Harry. O jovem, pensando rápido, conjurou uma folha de papel e uma pena, e escreveu com rapidez:



Que tal ir me visitar esse final de semana?



Passou esse rápido bilhete, sempre seguido pelos olhos alegres e interessados de Neville, para o banco de trás. Sentiu a mão da moça segurando o bilhete e puxando-o, muito delicada e sigilosamente. Ouviu uma risadinha alegre no banco traseiro, um barulho de rabisco e, em seguida, o pedaço de papel batia em seu ombro.



É possível recusar?



Harry riu, e escreveu, apoiando o pequeno pedaço de pergaminho na palma da mão.



Acho que não. E passou o bilhete.



Que bom, porque eu não o faria... vou visitar meus pais hoje, mas acredito que possa visitá-lo no domingo a tarde, o que acha? Respondeu Marienne, e Harry sorriu.



Sim, está perfeito. Anote meu endereço: Beco Diagonal, número 92. É um sobrado, perto da loja de Poções.



A resposta de Marienne veio mais do que depressa, porém em outro pergaminho, rosa desta vez; provavelmente tinha guardado o outro, junto com o endereço de Harry.



Mais do que oportuno... te vejo lá às cinco horas. Harry guardou o bilhete no bolso, um sorriso desenhando-se e espalhando-se pelo rosto todo.



Ai, gente, que emoção ^^ Finalmente essa fic tá entrando nos eixos, hahau ^^'' Bem... logo, logo, o capt 6 vai estar por aqui, eu sempre gosto de revisar o que eu escrevi, antes de postar, heh ^^'' Acho que vocês perceberam que esse cap ficou um pouquinho maior do que os últimos, pois é mais ou menos por aqui que a história começa a se desenrolar... ainda muita coisa está por vir... ^^ Só um pouquinho de calma, okey? Acho que vai valer a pena! Espero que vocês também achem, hauha ^^'''



Como o prometido, vou agradecer cada um dos comments fofos que vocês deixaram por aqui, adorei todos eles, muito obrigada! Bom... Tawiny, poxa, que bom que você está gostando da minha fic! Eu também adoro romances ^^ mas dessa vez resolvi mudar um pouquinho o foco da minha história ^^ Mas pode crer que ainda vem muita emoção por aí! Brigada pelos votos super bons, bjus! Lis Potter, amei seu(s) comment(s) ^^ Taí o próximo capítulo, como você pediu ^^ Comenta aí sobre ele! ^^'' Kil, puxa, muito obrigada, assim espero! ^^ Tiago, adorei seu comentário, fiquei lisonjeada!! Espero que a fic continue te empolgando tanto! ^^ Valeu e continue lendo, acho que você vai gostar!



Bom, acho que é isso... até a próxima! ^^

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