Os dois Herdeiros



A fênix e o dragão

CAP I - Os dois herdeiros

O dia estava tenso, o que já não era novidade, desde a volta do Lord das trevas as coisas não eram mais como antes.

Todos ficavam na expectativa, esperavam a noticia de um ataque estranho aos trouxas, algum desaparecimento, alguma morte, mesmo torcendo para que essas notícias não chegassem, a ausência delas deixava todos ainda mais preocupados.

As notícias não chegavam. Se não fosse a destruição causada pelo próprio Voldemort e seus servos no ministério, não haveria nenhuma prova de que o tão famoso e temido Lord havia retornado.

Harry estava em seu quarto, deitado, inquieto, sua cicatriz formigava levemente, mas isso estava acontecendo desde que esteve frente a frente com Voldemort. Pensava em seus amigos, pensava em Dumbledore, estava mais preocupado desde sua última conversa com o professor.

“Um não poderá viver enquanto o outro sobreviver.” Essas palavras não saiam da cabeça de Harry... ele seria o assassino ou a vitima... não poderia ser a vitima se isso acontecesse, o mundo não estaria preparado para viver sob o controle do Lord das Trevas, mas também não se sentia preparado para ser o assassino...

E era esse pensamento que o fazia treinar, treinava constantemente, se sentia mais forte desde o término de seu quinto ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Precisava estar preparado. Tinha que estar preparado para vingar seus pais, para vingar a morte de Sirius. Mas embora isso fosse importante, Harry não iria lutar apenas por vingança, ele lutaria por todos, lutaria pelo equilíbrio do mundo mágico e não-mágico, não lutaria por um sentimento tão ruim quanto os sentimentos do ser que causava todo esse sofrimento, lutaria por um sentimento mais nobre, o mesmo sentimento que o fez sobreviver 16 anos atrás, amor.

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- Dumbledore. – chamou uma voz calma, porém apressada.

- Bom dia Minerva- respondeu o professor despertado de seus pensamentos – vejo que esta com pressa, alguma coisa aconteceu? – continuou o homem.

- Aconteceu sim Alvo, o ministro deseja falar com você o mais breve possível, mas não creio que seja algo ruim, ele me adiantou que é algo sobre o testamento de Sirius.

- Ah sim Minerva, obrigada. Eu vou agora mesmo, volto o mais rápido possível. E por favor Minerva, mande a Molly uma coruja dizendo que eles já tem permissão de pegar o Harry e se você não se incomodar acho que seria bom se a Srta. Montequio também fosse.

- Vou agora mesmo Alvo, eles vão gostar da notícia. Molly anda muito preocupada com os dois.

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- Vejo que continua rápido Dumbledore! – disse um homem baixo sentado atrás de uma mesa muito elegante, assim como todo o gabinete em que os dois se encontravam. Os detalhes mostravam a importância do bruxo que nele se encontrava.

- É, e gostaria que você também fosse Cornélio. – disse Dumbledore, calmamente, porém o ministro deu uma leve estremecida.

- Claro, como quiser Alvo. Bom, o Sr. Black, como você já sabe, será inocentado nessa semana e assim sendo poderemos fazer a leitura do testamento como ele havia pedido. Tenho o papel aqui comigo. Gostaria de ler agora? Ou prefere chamar os que se beneficiaram com os bens para que todos saibam juntos?

- Será melhor com todos Cornélio. Me diga quem são os herdeiros e marcaremos uma reunião.

- Um minuto. - disse o ministro abrindo pela primeira vez o envelope e fazendo uma cara de espanto ao lê-lo - Ora Alvo... isso é alguma brincadeira?

- O que está escrito Fudge? - disse Dumbledore que já tinha uma idéia do que fosse.

- o Sr. Black diz que toda sua fortuna deve ser dividida entre o Sr. Potter e a Srta. Beatriz Montequio.

- E por que seria brincadeira Cornélio? - disse o velho professor se divertindo com a situação.

- Pois se não estou enganado Alvo, Sirius não tinha nada a ver com os Montequios. Nenhum grau de parentesco nem nada.

- Errado meu caro Fudge. A Sra. Sara Montequio, era irmã de Sirius, mas quando decidiu se casar com Pedro ninguém mais da família teve contato com ela, exceto Sirius, que continuou tendo um enorme carinho pelo irmã e pela sobrinha, mas peço que não conte a ninguém sobre isso ministro. Depois da morte de Sara e Pedro, a Srta. Montequio estava morando na índia com um amigo da família, mas agora, depois de tudo, não será mais seguro ela continuar lá. Ela estudará em Hogwarts e estará sob os cuidados da prof. Mcgonagal. Ela já se encontra em Londres. Agora tenho que ir. Informarei Harry e Beatriz que você os aguarda amanhã às 2 da tarde. Até mais! - Dumbledore saiu deixando um ministro totalmente abobado em seu gabinete.

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Harry percebeu que uma coruja esperava impaciente do lado de fora de sua janela e correu até ela alegre ao perceber que ela trazia uma carta de Rony.

Pegou a carta a colocou a coruja ao lado de Edwiges para que ela descansa-se pois havia feito uma longa viagem. Leu a carta com um grande sorriso se formando em seus lábios.

Fala Harry,

E ai cara, tudo certo? Se divertindo com seu primo?? Hehehe...

Tenho boas notícias... Mamãe está te chamando para vir aqui pra toca.
Mas parece que antes você terá que ir ao ministério. Algum membro da ordem vai passar aí pra te buscar à 1 e meia da tarde. Esteja preparado, do ministério você vai vir direto pra cá.

Mione também está aqui, ela e a Gina estão te mandando um beijo.

Falo cara... Se cuida!
Rony.


Harry mal podia esperar até o dia seguinte. Mas algo lhe dizia que o ministro não lhe diria algo muito bom. Mas decidiu não se preocupar. Afinal amanhã iria rever seus amigos. Sentia falta do Rony, da Mione, da Gina, de todos.

Desceu até a sala onde os Dursleys assistiam TV.

- Tio Valter – chamou Harry cauteloso.

- Fala moleque - respondeu o tio nervoso.

Harry não se importou, afinal, os Dursleys não eram conhecidos por serem educados, principalmente se, se tratava de um Potter, alguém tão anormal, como diriam eles.

- Amanha virão me buscar. Preciso resolver algumas coisas e não volto mais nessas férias. Apenas no próximo verão. – disse o garoto sem se importar com o tom de voz do tio.

- E se eu não deixar?- desafiou o tio

- Aí você se entenderá com alguns dos meus amigos que você conheceu na estação ano passado. - disse Harry se virando e saindo da sala se segurando para não rir da cara de pânico que tio Valter fez ao lembrar dos membros da Ordem.

Esse verão não havia sido dos piores, os Dursleys estavam tratando Harry bem melhor desde que foram ameaçados por Moody.

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Era 1da tarde e Harry já estava com tudo arrumado esperando quem iria lhe buscar.

Já estava impaciente quando a campainha tocou. Ao atender ele se surpreendeu ao ver Lupin de terno a gravata, sua aparência estava a de um verdadeiro trouxa, teve certeza de que os Dursleys o tratariam tão bem quanto a qualquer outro milionário, principalmente ao ver o carro que estava parado a frente da casa, um preto, conversível de dar inveja a qualquer um.

- Boa Tarde Harry. - disse o bruxo.

- Boa tarde Lupin, tava morrendo de saudade - disse o moreno abraçando Remo.

- Mas que roupas são essas? - Harry que não pode conter a curiosidade.

- Ah... Preciso falar com uns trouxas hoje e preciso impressioná-los.

- Hmm... - foi apenas isso que Harry respondeu.

- Vamos então?

- Vamos. - E Harry subiu para pegar seu malão e quando voltou ao primeiro andar viu que o tio admirava o carro que estava em frente a sua casa. Riu ao imaginar o que o tio diria quando descobrisse que pertencia a um bruxo.

- Estou pronto Remo.

- Então vamos, pois não podemos nos atrasar. - Ambos foram em direção ao carro e saíram deixando os Dursleys espantados e imaginando se Lupin havia roubado o carro. – Seria a única explicação! - pensava Valter.

Foi uma viagem calma, Harry e Lupin iam conversando sobre banalidades, se esforçavam para não entrar em assuntos que levassem a guerra e suas conseqüências.

Chegaram na cabine telefônica que os levaria para dentro do ministério.

- É aqui que te deixo Harry - disse Remo se despedindo.

- Você não vai entrar comigo? - perguntou Harry. O moreno não tinha certeza se suportaria atravessar o pátio do ministério sozinho, seria muito doloroso.

- Sinto muito Harry, mas não posso, levarei suas coisas para a Toca, alguém passará aqui depois para lhe levar para lá.

- Ok, então até mais Remo_ disse Harry se despedindo.

- Até Harry.

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- Será que ele ainda vai demorar muito? - perguntou uma jovem ao ministro que não teve tempo de responder, pois a porta se abriu.

- Já estou aqui - disse Harry ao perceber que ambos apenas o aguardavam.

- Ora, muito bem. Então podemos começar? - perguntou ministro, sem resposta.

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