O Troco?



Capítulo 11: O troco?

N/A: Desulpem a demora e o título eu tava meio sem idéias. E tb desculpem se houver mtos erros. Eu não revisei o cap. fiquei com mta vontade de postá-lo, XD. Espero q gostem e comentem.


“PROSTITUTA!” essa palavra ainda ecoava na mente da ruiva, enquanto ela andava apressadamente, quase correndo.
De todas as barbaridades que ouviu do marido, aquela palavra fora a que mais lhe cortou o coração. Ser tratada daquele jeito pelo homem que amava era horrível. Ele nem se dera ao trabalho de entender seus motivos e começara a jogar na cara dela diversas coisas. Aquilo doía demais, corroía cruelmente.
“Como você pôde fazer isso, Draco?!? Você quase matou o meu irmão e agora feriu o meu coração gravemente. E ainda assim eu te amo tanto, Draco. Como eu posso te amar, se estou sofrendo dessa maneira por sua causa?” pensava, dirigindo-se para a Basílica de São Marcos.
Sentira-se bem da primeira vez que estivera lá e pensava que agora não seria diferente. Estava enganada. Assim que pisou lá dentro sentiu uma sensação de vazio e perda. Tentou fingir que estava apenas admirando o local, do mesmo modo dos demais turistas, mas não foi convincente. Várias pessoas olhavam com pena para ela e a ruiva sentia-se grata por nenhuma delas perguntar o porquê dela estar naquele estado. Ela não queria conversar sobre aquilo, não naquele momento. Sentia que se o fizesse poderia desabar diante da avalanche de sentimentos que se abateria sobre si.
Mais uma vez a cena da briga desenrolou-se em sua mente. Aquilo era um círculo vicioso de dor e automartírio, mas ela não podia evitar. Tinha que ser apenas mais uma briga, ela não sabia o que faria de sua vida sem ele. Mordeu o lábio inferior ao relembrar dele insinuando que iria querer o divórcio.
Estava tão concentrada em sua própria angústia que não sentiu quando alguém lhe tocou o ombro.
-Gina. –a pessoa disse suavemente e a ruiva olhou.
Era Simas. Gina olhou para ele e seus olhos marejaram. Ela tinha claras dificuldades para segurar as lágrimas. Finnigan abraçou-a. A ruiva abraçou-o de volta, necessitava de que a confortassem naquele momento. Não pôde mais se controlar e deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto.
-Eu tô aqui com você, Gina. Se você for se sentir melhor, então chore. –e acariciou os cabelos rubros.
-V-você tava certo, Simas. O Draco n-não m-me ama. –e chorou ainda mais –Ele m-me chamou de p-pros...tituta. Eu quero morrer, Simas!
-Calma, Gina. Assim você não vai resolver nada. Ele devia estar de cabeça quente.
-Ele insinuou que quer o divórcio. –ela fungou e estava fazendo um esforço enorme para parar de chorar e ignorar o olhar de todos sobre ela.
Simas sorriu e a ruiva não pôde ver por ainda estar abraçada a ele. Porém o que ele disse foi:
-Ele não deve ter falado sério. Tudo o que vocês precisam é de um tempo para se acalmarem e tudo será resolvido. –ele falou e Gina saiu do abraço –Eu tenho uma idéia. Eu acho que não fará mal você se divertir um pouco, conheço um lugar. Por que é que você não vem comigo?
-Hum, Simas... –ela começou e encarou-o –Eu não acho que seja uma boa idéia.
-E por que não? Você precisa esfriar a cabeça um pouco, se distrair. Venha comigo, Gina. Vai fazer bem pra você. –insistiu.
Ela pareceu ponderar.
“Será que devo? Se o Draco me ver com o Simas pensará besteira. Mas se eu continuar aqui sozinha sofrendo pela nossa briga... não sei se posso agüentar isso sozinha.”
-Ok. –ela concordou –Eu irei com você.
Simas sorriu e abraçou-a mais uma vez, abraço esse que a ruiva fez questão que durasse o mínimo possível.
-Vamos indo então? –ele perguntou.
Ela fez que sim, andando ao lado dele, mas evitando qualquer contato físico.
“Gina, realmente você está mal. Mas você tem que entender que sou eu quem te ama de verdade e não aquele Malfoy metido a dono do mundo.Você ainda perceberá isso e o erro que cometeu ao se casar com ele.” Simas pensou.
-Para onde estamos indo? –ela quis saber.
-É surpresa, mas garanto que irá gostar.
Ela tinha sérias dúvidas, mas ainda assim o seguiu. Andaram por um tempo, até que entraram numa viela estreita e quando chegaram ao final dela, Simas certificou-se de que não havia ninguém por ali. Contou alguns tijolos e deu um toque com a varinha, lembrando Gina de como se entrava no Beco Diagonal pelo Caldeirão Furado.
Uma passagem, mais especificamente um corredor estreito, abriu-se na parede e os dois atravessaram para o outro lado.
-Que lugar é esse? –a ruiva quis saber e nesse instante a passagem fechou-se, deixando-os no escuro.
-Lumus. –Simas murmurou ao sacar a varinha e iluminou o caminho –Siga-me.
Virgínia fez o que ele pediu, mas poucos passos depois Simas parou a sua frente e ela teve que parar também:
-O que foi? –ela perguntou, olhando confusamente nos olhos dele.
-Chegamos. –ele anunciou e ela fez uma cara de “Aqui?!?”, ao que ele explicou –A porta ao meu lado. –e bateu.
Após alguns poucos segundos, um bruxo abriu a porta e perguntou:
-Senha.
A ruiva sorriu vagamente, lembrando-se dos tempos de escola. Seu sorriso, no entanto, morreu rapidamente. Pois se lembrou que nos tempos de escola Draco Malfoy a desprezava e a tratava como lixo e ela lembrou-se de como ele a tinha tratado de forma semelhante há pouco. Novamente teve vontade de chorar, mas segurou-se. Ouviu a voz de Simas, como se viesse de muito longe:
-Gina, você está bem? –e ela fez que sim de forma vaga –Nós já podemos entrar, eu disse a senha.
O lugar era um clube bruxo. Havia piscinas com toboáguas, duas quadras, um campo de quadribol, um campo de golfe bruxo, um salão de festas e um salão com jogos de cartas e xadrez bruxo. Mesmo sendo bruxa, Virgínia ficou impressionada com o lugar. De certo que ali havia feitiços poderosos, principalmente de ampliação de espaço.
-E então, o que achou? –Simas, perguntou com um grande sorriso.
-Legal. –ela respondeu, sem ao menos sorrir, o que deixou o grifinório sem graça.
-Você já foi a algum clube bruxo? –perguntou.
Ela respirou fundo:
-Sim. O Draco me levou em um para comemorar o nosso noivado, mas era a céu aberto. –ela falou, seus olhos podiam estar secos, mas sua voz era pura mágoa.
-O que você quer fazer? –ele perguntou, mudando de assunto, queria fazer Gina esquecer qualquer coisa relacionada a Draco.
-Hum...Eu amo quadribol, mas não sei. Não tenho vontade agora.
-Vamos lá, Gina. É isso sim o que você quer. Você sempre amou voar, vai fazer bem pra você num instante. Confie em mim.
Ela mordeu o lábio inferior, externando sua dúvida e finalmente respirou profundamente:
-Ok, talvez você esteja certo. –concordou.

***

Draco andava a esmo por Veneza. Estava sentindo-se o último dos homens e fervia de raiva. Seu andar era duro e se parasse por um instante perceberia que estava tremendo. Sentia um aperto no peito ao mesmo tempo que um nó na garganta e essa situação o incomodava imenso. Nunca pensara sentir-se assim. Havia uma teia de sentimentos dentro de si, embaralhados e confusos. Ele não estava muito certo do que pensar. Sentia-se traído. Traído pela única pessoa em quem confiara excetuando sua mãe. Traído pela pessoa que ele mais amava e isso doía terrivelmente. O loiro achava que até um cruccio era melhor do que o que estava sentindo. Tinha vontade de matar Finnigan por ter encostado as patas na sua mulher. Tinha vontade de esganar a ruiva. Tinha vontade de devolver na mesma moeda. Ah, e principalmente tinha vontade de jogar tudo pro alto, buscá-la nem que seja no inferno e beijá-la até que soubesse que nunca iriam se separar. No entanto seu orgulho era maior, muito maior.
“Ela me traiu! Como ela pôde ir pra cama com outro?!? Ainda mais o Finnigan. O que ele tem que eu não tenho?” perguntava-se inconformado “Eu amo a Gina...O que farei sem ela?” sentiu seus olhos arderem e teve vontade de chorar “Ela é uma ingrata! Eu fiz de tudo pra ela! Entreguei meu coração...Eu amo aquela mulher, merda!” pensava enquanto dirigia-se ao bar do Tim.
Draco queria esquecer o que tinha acabado de acontecer. Aquela era muito provavelmente a pior briga que já teve com Gina. Decidiu que afogaria suas mágoas em copos de Firewhisky. Não pensou duas vezes antes de dirigir-se ao Bar do Tim. Nem demorou em chegar lá e logo já estava pedindo o primeiro de vários copos de Firewhisky. Estava no que achava ser o quarto copo, não tinha como ter certeza, pois já tinha perdido a conta e ainda assim pensava estar ainda sóbrio demais. Continuava a pensar em Gina e no ocorrido. Foi quando sentiu alguém tocar seu ombro. O loiro virou com tanta pressa e esperança, que se uma pessoa estivesse assistindo àquela cena ficaria com pena dele, ainda mais após ver que a decepção estampada na face dele após perceber que não era quem queria que fosse.
“No que estou pensando? Até parece que a Gina ia vir atrás de mim...Não depois de eu a ter chamado de prostituta.” Pensou, infeliz.
Era Anna Poliakoff e não parecia muito feliz:
-Hey, onde é que você estava esse tempo todo? Você disse que ia só no banheiro.
Por um instante, ele mirou a loira confusamente, mas logo se lembrou dela. Deu uma rápida olhada em volta e reparou que o bar estava apinhado de gente e resolveu usar uma desculpa:
-Isso aqui está muito cheio. Eu tentei te procurar, mas como não te achei. Desisti.
Ela abriu um sorriso malicioso:
-Mas agora você já me achou. –e passou as mãos na altura do peito dele, num movimento de sobe e desce –Não se lembra que iria me acompanhar até o hotel?
“EU DORMI COM SIMAS FINNIGAN!” a voz de Gina ecoou mais uma vez em sua mente.
“Agora você vai provar do próprio veneno, Virgínia.” Pensou, devolvendo o sorriso para a romena:
-Claro que lembro. Vamos indo? –perguntou, oferecendo o braço, o qual ela aceitou.

***

Simas e Gina dirigiram-se ao campo de quadribol. Entraram no mesmo time. Ambos como artilheiros. Assim que levantou vôo, a ruiva experimentou uma sensação de liberdade e bem-estar. Durante o tempo em que jogou, fê-lo extremamente bem e esqueceu-se momentaneamente da discussão homérica que tivera com Draco. Fazia gol atrás de gol e nem parecia que não jogava quadribol há mais de um ano. Porém essa tranqüilidade não durou por muito tempo. Sua mente não demorou a fazer questão de lembrar do que tinha acontecido e que ela estava com alguém que não deveria estar.
Mordeu o lábio inferior e aterrissou no meio do jogo, largando a vassoura no meio do campo e saindo dali sob diversos protestos de seu time. Porém ela não ligou. Amava Draco mais do que tudo e precisava fazer as pazes com ele. Ainda não sabia como, apenas sabia que não podia ficar do jeito que estava.
Sentiu alguém a puxando pelo braço, era Simas:
-Gina, por que você desistiu do jogo? –quis saber.
-Eu quero ir embora, Simas. Eu preciso ver o Draco, falar com ele.
O irlandês fez uma cara compreensiva:
-Eu entendo que você queira falar com ele, mas não acha que ainda é cedo demais? Ele ainda deve estar de cabeça quente.
-Eu não deveria estar aqui, Simas. –soltou-se dele e continuou andando.
-Mas, Gina... –seguiu-a.
-Muito menos com você. –cortou-o.
-O que eu fiz pra você? –ele perguntou com um tom magoado.
Ela virou-se pra ele bruscamente com uma expressão que mesclava o cansaço, a raiva e a decepção:
-Você acabou com o meu casamento, Simas.
-Eu não tenho culpa que o teu marido seja orgulhoso demais pra entender os seus motivos. –ele rebateu.
-Acontece que você se aproveitou de mim, Simas, é isso o que você fez. Eu estava bêbada demais. Pensei que você era o Draco e em nenhum momento você desmentiu.
-Gina... –ele pegou a mão dela.
-Não me toque!
Ele deu um profundo suspiro:
-Ok, vamos sentar e conversar, ok? Precisamos conversar, você não vê?
Foi a vez de Gina dar um profundo suspiro. Dirigiu-se até uma mesa e sentou-se numa das cadeiras. Simas sentou-se de frente para si:
-Eu relevei até agora, Simas. Mas o que você fez foi errado.
-Eu te amo, Gina.
-E foi por isso que eu tinha relevado. Agora percebo que mesmo assim, você errou. Eu já disse que se aproveitou. –algumas lágrimas rolaram pelo rosto dela –Eu pensei que fosse o Draco e agora ele não quer me ouvir. Acha que eu estou mentindo.
-Você realmente pensou que eu fosse o Malfoy? Ah, então foi por isso que me chamou de Draco algumas vezes... –o olhar de Simas era triste –Desculpa Gina. Eu amo você e pensei que você não amasse o Malfoy de verdade e que ele estava apenas se divertindo com você. Então eu queria te ter pra mim e fazer com que você percebesse que eu te amo de verdade.
A ruiva esfregou os olhos:
-É claro que é sério entre o Draco e eu. Nós nos casamos!
-Mas naquela época eu nunca pensei que ele pudesse querer casar com você.
-Maldita bebida! –ela praguejou –Eu não sei o que fazer. Eu quero ir embora.
-Vamos fazer assim. A gente come e bebe alguma coisa. –ela olhou-o reprovadoramente -sem álcool. –acrescentou –Então a gente volta e você tenta se explicar pro Malfoy de novo. É o melhor a se fazer, Gina.
A ruiva estava prestes a dizer que não tinha fome, mas seu estômago a traiu, roncando alto.
-Ok, você venceu. –ela se rendeu e aceitou que deveriam fazer uma refeição.

***

Draco andava com Anna por Veneza, a caminho do hotel. Ele olhava para todos os cantos e toda vez que via uma ruiva seu coração dava um salto e se apertava. O loiro não queria que Gina o visse com outra mulher, não queria ver as lágrimas a caírem pelo rosto dela e o olhar decepcionado. Malfoy pretendia pagar na mesma moeda para ver se assim conseguia se sentir um pouco melhor.
Ao entrarem no Internationale Hotel Itália, Draco seguiu direto para o elevador e não olhou para a recepção, não queria ser reconhecido posteriormente. Estavam sozinhos no elevador e ele evitava olhá-la.
-Qual é o seu andar? –ela perguntou.
-Terceiro. –o loiro respondeu.
Ela abriu um sorriso:
-Nossa, que coincidência! O meu também é!
-Hum. –ele resmungou e ela começou a assoviar uma música chamada “Why don’t you let me breathless?”, a qual ele reconheceu como uma indireta.
A porta do elevador abriu e os dois saíram. Draco sentia-se nervoso, ainda mais depois do que Anna disse:
-Eu esqueci de trazer a chave. Deixei na recepção. Você se importa de eu usar o telefone do seu quarto para pedir que eles me tragam?
-N-não. –respondeu.
Draco quase deixou as chaves caírem e demorou um certo tempo para conseguir acertar a fechadura. Pensava que seria melhor no quarto de Anna e não no mesmo quarto em que ele estava hospedado com Gina. Pensava também que ela podia chegar a qualquer hora. Enfim, estava confuso e sentindo-se culpado antecipadamente.
Abriu a porta e os dois passaram por ela. Anna sacou a varinha e trancou a porta, colocando-a em cima das almofadas de seda do divã e virando-se em seguida para Malfoy:
-Você é um dos bruxos mais lindos que já conheci. –ela passou os braços em torno do pescoço dele e o loiro permaneceu imóvel –Eu quero você. –ela disse de maneira sexy, o que fez Draco erguer as sobrancelhas em surpresa.
Ele sabia o que poderia fazer, mas simplesmente não conseguia. Cansada da imobilidade dele, Anna beijou-o e foi empurrando-o em direção à cama. Draco abraçou-a pela cintura e deixou que ela o empurrasse. Então caíram na cama, ela por cima do Malfoy, sentada na altura dos quadris dele. Anna desabotoou a blusinha vermelha que vestia e jogou-a longe. Draco apenas assistia àquela cena, com sua respiração tornando-se mais curta e seu corpo começando a querer reagir. Não satisfeita ainda, Anna atirou seu sutiã vermelho o mais longe que pôde e passou a acariciar o peito de Draco, que ainda estava com a camisa.
“Você não pode fazer isso, Draco Thomas Malfoy!” uma parte de sua consciência alertou-o “Posso sim!” a outra parte replicou “Ela nunca vai te perdoar por isso.” A primeira parte disse “E quem disse que eu quero o perdão dela? Eu estou no direito.” A segunda parte mais uma vez discordou.
Draco travava uma batalha mental. Amor X Orgulho. Ele amava Gina, mas não conseguia perdoar a traição dela e agora queria fazer o mesmo. Então sentiu a aliança no seu dedo anelar esquerdo. Lembrou-se do último casamento deles, onde tinham certeza de que queriam passar o resto da vida juntos. O loiro cansou-se de seus pensamentos contraditórios de tal maneira que exclamou:
-Chega!
Anna parou de tentar abrir a calça dele e olhou-o, confusa e ofendida:
-O que eu fiz de errado?
Draco deu um suspiro cansado:
-A questão não é o que você fez de errado e sim o que eu estou fazendo de errado. Eu não posso fazer isso, Anna. Eu sou casado. Estou em Veneza em Lua-de-Mel. –e mostrou a mão com a aliança.
Anna deu um tapa na face esquerda do loiro, apanhou sua blusa e aparatou dali. Draco respirou aliviado. Não podia transar com outra na cama em que ele e Gina dormiam.
“Decididamente a Virgínia me estragou. Eu não costumava pensar duas vezes antes de transar com uma mulher.” Pensou, sentindo-se impotente e estúpido.
Levantou da cama e foi tomar um banho. Apesar de não demorar no chuveiro, o loiro ficou pensando o tempo inteiro na ruiva. Talvez devesse perdoá-la. Afinal, a ruiva tinha dito que estava muito bêbada. Malfoy sabia que ela tinha que estar muito fora de si para fazer uma coisa daquelas. Não podia ter sido tudo mentira o que juraram na cerimônia de casamento, podia?
Saiu do banheiro, enrolado numa toalha branca. Olhou mais uma vez para a aliança.
“A Gina me ama, ela não casaria comigo se não amasse. E se nos separarmos os outros dirão que estavam certos, que nosso casamento não duraria e também eles fariam de tudo pra empurrá-la para o irlandês canalha. Se eu pego o Finnigan, ele vai se arrepender de ter se aproveitado da MINHA mulher.” O loiro pensou e vestiu uma samba-canção preta, deitando-se em seguida na cama e olhando para o teto, pensando no que deveria fazer quando a ruiva voltasse. E falando nela, onde estaria? Era o que Draco queria saber. Então se levantou da cama e ficou observando pela janela, para ver se ela chegava.
Alguns minutos depois ele talvez preferisse não ter ido até a janela. Viu Gina chegar com Simas Finnigan. Então uma hora ele segurou-a pelo braço, o que fez a ruiva virar-se para ele. Finnigan beijou-a de repente e o queixo de Draco caiu. Sentiu os olhos arderem ao olhar para aquela cena, tanto que nem reparou que o beijo não durou muito. Gina empurrou Simas e deu-lhe um tapa no rosto. Em seguida seguindo para a entrada do hotel.
“Calma, Draco. Deve ter uma explicação.” Tentou convencer-se, enquanto andava de um lado para o outro no quarto.

***

Gina estava ansiosa para encontrar Draco. Ela e Simas estavam perto da entrada do hotel, quando ele puxou-a pelo braço.
A ruiva virou-se para ele:
-O quê? –perguntou e antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, Simas beijou-a.
Gina debateu-se nos braços dele e pouco depois conseguiu livrar-se dele. Deu-lhe um tapa na cara:
-O que você tá pensando? Eu sou casada! –disse, indignada pela atitude dele.
A ruiva virou-se e partiu para a entrada do hotel a passos rápidos e pesados.
“O que o Simas foi fazer? Droga! Se o Draco tiver visto isso, eu tô ferrada! Como faço pra ele entender?!?” pensava apreensiva.
Quando chegou à porta de seu quarto, respirou fundo e fez um alohomora, abrindo a porta em seguida. Assim que viu Draco, ele logo gritou:
-VOCÊ ACHA QUE EU SOU IDIOTA, VIRGÍNIA?
-Não, Draco...
Ele cortou-a:
-Não acha que eu já tenho chifres o suficiente?!? Eu vi você e o maldito Finnigan!
-Draco...
-Não adianta negar, eu vi, Virgínia. Eu vi com os meus próprios olhos. Como você foi capaz de...
-CALE A BOCA DRACO! –ela gritou e ele ficou quieto –Agora me escute. O Simas me beijou a força. Eu não queria, eu dei um tapa nele por isso. Eu amo você, Draco.
-Ah, você tem uma forma bem peculiar de demonstrar que ama alguém. –foi sarcástico.
Ela respirou fundo:
-Eu vim falar com você. Fazer você compreender que não podemos...
-Nos separar? –e suspirou – Virgínia, eu estava pensando em te perdoar. Mas agora eu vi você beijando o Finnigan. E dessa vez você não tem a desculpa de ter bebido.
-Pelo amor de Deus, Draco. Por Merlin. Por Salazar Slytherin ou por quem você quiser. Eu juro que o que mais quero é ficar com você. Eu te amo demais. Nós nos casamos. Duas vezes. Se não fosse verdadeiro o que sentimos, nós não nos casaríamos pela segunda vez e ainda nos divorciaríamos no casamento trouxa. Nos somos casados tanto no mundo bruxo quanto no trouxa. É só você quem eu quero. É só você que eu quero beijar. É só com você que eu quero fazer amor e acordar ao seu lado pelo resto da minha vida. Acredita em mim, por favor. –ela pediu, abraçando-o.
Draco ficou estático. Não sabia o que pensar, não sabia o que fazer, não sabia o que falar. Então se deixou ser abraçado pela ruiva, mas não devolveu o abraço. Após algum tempo ela soltou-o e olhou dentro dos olhos dele. Estavam um tanto frios, mas ela podia enxergar a confusão que havia neles e conseqüentemente na mente do loiro. Passou a mão pelo rosto dele, acariciando com carinho:
-A única certeza de que precisamos é de que nosso amor supera qualquer coisa. Pensa um pouco nisso, tá?
Draco não respondeu, apenas assistiu Gina entrar no banheiro e fechar a porta. Havia total confusão em seus pensamentos e uma mistura em seus sentimentos. Sabia que verdadeiramente a amava, mas não conseguia aceitar a idéia que Finnigan ou qualquer outro homem quisesse destruir o que havia entre ele e a ruiva. Porém não teve muito tempo para pensar, logo Gina saiu do banheiro. Draco rapidamente percebeu que ela tinha chorado e tentava disfarçar.
-Draco, eu perdôo você por ter tentado matar o Rony. Eu entendo o seu lado e você se arrependeu e depois não fez mais nada de mal pra nenhum membro da minha família. –ela disse dando a volta na cama, indo para o lado oposto desta e então encontrando... –DRACO MALFOY!!! –ela gritou e ele quase pulou de susto –O QUE SIGNIFICA ISSO?!? –ela perguntou, pegando do chão um sutiã vermelho e mostrando a ele com cara de nojo.
-Não é seu? –ele perguntou inocentemente, mas ela encarou isso como cinismo.
-SEU SAFADO! CAFAJESTE! –e jogou o sutiã em cima dele –Eu não tenho nenhum sutiã desses! Você trouxe uma mulher pra cá, foi? Porque não acredito que você comprou para experimentar e ver como ficava em você.
-Gina, calma. Não aconteceu nada. Você mesma disse que o nosso amor supera qualquer coisa. –o loiro falou e só via a cara da mulher ficar mais séria.
-NÃO ACONTECEU, NADA? Ah, era só o que me faltava. Você traz uma mulher pra nossa suíte de Lua-de-Mel e arranca o sutiã vermelho e nojento dela e ainda diz que não é nada. O que mais não é nada pra você, Draco Malfoy? Transar com ela na nossa cama? Espero que pelo menos tenha usado camisinha.
A ruiva estava muito vermelha de raiva e parecia que ia explodir. Draco pensou que tinha sido uma grande burrice trazer Anna ali:
-Gina, eu juro. Deixa eu explicar...
-Não há nada para ser explicado! Está tudo muito claro pra mim.
-Eu estava com raiva de você, Gina. Eu resolvi pagar na mesma moeda. Mas na hora eu não consegui. Eu a dispensei. E não fui eu que tirei o sutiã dela, foi ela mesma. Além do mais você estava agora há pouco beijando o Finnigan lá embaixo.
-Mas eu não queria! Você trouxe uma vagabunda aqui porque quis e eu fui beijada à força.
-Virgínia, você não está em condições de dar lições de moral. –ele advertiu –Você transou com o Finnigan e eu não transei com a Anna, nem cheguei perto.
-ANNA?!? Então esse é o nome da vagabunda e você ainda a chama pelo primeiro nome. Ótimo, Malfoy. Você realmente é um canalha.
Os dois se encaravam, sérios e nervosos. Mas antes que Draco pudesse responder, ouviram batidas à porta:
-Serviço de quarto. –a voz disse.
Estavam tão concentrados na briga, que nem perceberam que a voz falara em inglês e que era conhecida. Gina foi abrir a porta e quase pulou de susto, tentando fazer com que Draco não o visse, mas era tarde demais:
-Finnigan! –os olhos do loiro eram fendas com o mais puro ódio –Bem-vindo à Lua-de-Mel dos Infernos!
Simas ignorou Draco e dirigiu-se a Gina:
-Viu com quem se casou, Gina? Ele não é homem pra você. Eu estou indo embora de Veneza. Se quiser pode vir comigo e podemos viver nos EUA. Eu nunca te faria sofrer.
-ESTUPEFAÇA! –o loiro berrou o primeiro feitiço que veio em sua mente, mas estava tão nervoso que acertou na parede.
A ruiva, que estava estupefata pelo atrevimento de Simas, ficou mais estupefata ao ver Draco empunhando a varinha e com um olhar de que ia matar o outro. Simas também sacou a varinha e ficou atento.
-Você é um filho da puta, Finnigan. Eu casei com a Gina. Você nos viu fazendo os votos. E ainda tem a coragem de nos seguir na nossa Lua-de-Mel e tentar transar com a minha mulher. É muita cara-de-pau. Você vai se arrepender. Vou te ensinar a nunca tentar tomar algo de um Malfoy.
-Então é isso o que você quer, Malfoy? Um duelo? Quem ganhar fica com a Gina, aceita?
-Aceito. –o loiro respondeu.
Antes que a ruiva pudesse responder que ela não era nenhum troféu a ser disputado, os dois começaram a duelar com feitiços pesados e pareciam mais decididos do que nunca. Gina afastou-se e gritou para que eles parassem e não foi nenhuma surpresa eles não acatarem o que ela dizia. Mas quando a ruiva sacou a varinha e ameaçou pará-los ela mesma, os dois saíram correndo rapidinho e continuavam a duelar pelo caminho, causando muitos estragos por onde passavam.
A ruiva saiu atrás dos dois, ocasionalmente tendo que se defender quando um feitiço escapava e vinha em sua direção. Não conseguia acreditar que realmente estava presenciando aquele tipo de cena. Queria que eles parassem com essa infantilidade. Era um absurdo vê-los agindo sem o mínimo de bom-senso. Começou a gritar que parassem e mais uma vez não adiantou, então tentou lançar feitiços para que eles parassem, mas eles desviavam e isso deixou a ruiva mais aborrecida ainda.
Quando ela achou que não havia mais salvação, foi paralisada junto com os outros dois. Havia quatro homens desconhecidos ali e a julgar pelo traje eram aurores do Ministério Italiano:
-Que bom que chegaram, mas será que dá pra tirar esse feitiço de mim agora? –a ruiva perguntou.
-Não. Somos aurores do Ministério Italiano. E os senhores estão detidos por incomodar a paz alheia e destruição de patrimônio alheio. Agora iremos para a delegacia e lá nos explicarão exatamente o que aconteceu.
Gina bufou e olhou furiosa para Draco e Simas.
“Viu só o que vocês fizeram, seus idiotas?!?” pensou, antes que fossem aparatados juntamente com os aurores.

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