Os pesadelos



Capítulo 4: Os pesadelos

Na manhã seguinte, Draco acordara primeiro. Seus braços estavam enlaçando o corpo de Gina. Lembrou-se da briga que se acontecera na noite passada. Era a segunda noite em que estavam casados e a primeira briga realmente feia que haviam tido desde que reataram em Roma. O loiro sentia-se muito mal por ter tratado a esposa daquela forma.
“E ela nem disse se me perdoava...”
Resolveu que traria o café-da-manhã pra ela na cama. Relutante em deixar o calor do corpo dela, ele levantou-se e colocou apenas um robe por cima de seu pijama. Olhou-se no espelho e desaprovou o que viu.
“Não. Eu não posso sair assim pelo hotel, aqui não é a minha casa. Seria ridículo.” Pensou e então resolveu vestir uma calça preta de moletom, uma camisa de manga comprida e uma blusa de lã de cor verde-musgo. Em seguida, rumou para a porta e saiu. Não percebeu que a ruiva mexia na cama e murmurava coisas aparentemente desconexas. Ela estava sonhando:
[N/A: Eu preciso informar que esse sonho da Gina tem algumas partes que não condizem com a classificação livre dessa fic. Então se você não tem mais de 17 anos (pessoalmente eu tenho 17 e alguns meses, não é 18 ainda, hehe)...Não vou ser chata, se quiser ler, leia, mas é por sua conta e risco, isso também serve pra quem não gosta de ler NC-17. Mas mesmo quem não ler vai entender.]
“Estava em seu quarto e havia acabado de chegar de mais um dia cheio de trabalho no Ministério da Magia. Normalmente ela e Draco não costumavam se cruzar no Ministério, mas naquele dia acontecera. Andava em direção a mais um dos julgamentos dos Comensais da Morte e estava com pressa, nem olhando por onde ia. Mesmo assim sabia que estava no caminho certo, sua cabeça podia não estar ali, mas os seus pés a guiariam. Então de repente ela topou com alguém:
-Por que não olha por onde...Draco?
-Bom dia pra você também...-ele respondeu sarcástico.
-O que você...? –mas não pôde terminar a pergunta.
Draco olhara para os dois lados do corredor, e para sua enorme satisfação estava vazio, exceto pelos dois. Então agarrou Gina pela cintura e beijou-a sem pudor algum. Virgínia podia lembrar-se que tinha algo importante a fazer, mas já não sabia o quê. O loiro parecia roubar todos seus pensamentos. Então ouviram o barulho de algo caindo no chão e soltaram-se. Harry abaixara para recolher sua pasta:
-Desculpe interromper, Gina, mas todos estão te esperando.
-Como você é estraga prazeres, Potter. –Draco reclamou –A gente se vê depois. –acrescentou para Gina e seguiu seu caminho.
-Você devia fazer algo em relação a sua roupa, Gina, está toda amassada. –fora o que Harry dissera antes de se dirigirem ao tribunal.
Com os pensamentos de volta em seu quarto, a ruiva despiu-se inteiramente e entrou no chuveiro. Sentiu a água morna acariciar agradavelmente a sua pele cremosa. Tinha acabado de lavar os cabelos, quando ouviu a voz dele:
-Adoro te ver assim. –ele comentou em tom casual.
Gina virou-se e o viu. Ele tinha aberto a porta do box:
-O que está fazendo aqui, Draco?
-Eu disse que nos veríamos depois, não disse? Já jantou?
-Não. –ela respondeu, envergonhada pelo modo apreciativo que ele mirava seu corpo, mas tentar se cobrir era inútil, a toalha encontrava-se fora de seu alcance.
-Que bom, se não teria que jantar outra vez. Vamos jantar em casa, a minha mãe foi passar uns dias na casa de uma amiga. O que acha?
-Bom. Agora você poderia sair e deixar eu terminar o meu banho? –perguntou, tentando esconder o quanto estava constrangida, mas a cor em suas bochechas não ajudava nem um pouco.
-Eu não tomei banho ainda, sabe? Vou entrar aí com você.
-Ficou louco? E se a minha mãe entrar aqui? Além disso, a sua intenção não é exatamente tomar banho, é?
-Bem...A sua mãe saiu com o seu pai. Eu consegui, por acaso uns convites para uma palestra que eles queriam ir. E então?
-Você planejou tudo, seu safado!
-Mereço ou não mereço entrar nesse chuveiro?
-Uma condição. Vou vai realmente só tomar banho, entendeu?
-Gina... –ele ia reclamar, mas ela interrompeu.
-Antes de jantar não. Eu mal tenho forças pra me manter em pé. O dia foi exaustivo no Ministério, não tive tempo nem para almoçar.
-Aceito os termos. –ele respondeu, se conformando –Já volto.
Logo Draco estava de volta, também inteiramente nu.
-Abre mais esse chuveiro. –ele disse e abriu sem esperar resposta.
-Assim a água fica fria, Draco. –Gina reclamou.
-Não reclama Virgínia. Eu preciso de água fria ou jogue as suas condições pela janela.
Gina passou sabonete em sua esponja, então Draco pegou-a:
-Ei, seu folgado! –ela reclamou –Você quer pegar o bonde andando, sentar na janelinha e ainda chupando o sorvete?
-O quê? Isso é algum código de aurores?
-Eu quis dizer que eu ia usar a esponja. Você chegou depois e ainda quer ter todos os privilégios.
-Mas eu peguei pra eu ensaboar você.
Gina ficou mais vermelha ainda, mas como ele fez cara de anjo, ela acabou cedendo:
-Está bem.
Ele começou pelo pescoço e foi descendo pelos ombros e braços. Esfregava direitinho, nem muito forte, nem muito fraco. Aparentemente sem nenhuma segunda intenção.
-Vire de costas. –ele pediu e ela obedeceu.
Gina sentiu a esponja deslizar por suas costas, nádegas e pernas. Quando acabou, ele disse:
-Vire de frente. –mais uma vez, ela virou-se.
Draco ensaboou seus seios médios e arredondados de maneira delicada, descendo em seguida para a barriga lisinha. Depois ele passou a esponja por suas coxas torneadas e pediu que ela abrisse um pouco as pernas. Ele então passou a esponja por suas virilhas e sua intimidade. Em seguida desceu e passou no resto de suas pernas e nos pés. Gina tinha que admitir que fora excitante, mas não era a única que parecia pensar assim. Ela abriu mais ainda o chuveiro e empurrou o loiro para o jato de água:
-Mais água fria. Agora é minha vez. –e enxaguou seu corpo.
Enquanto isso, Draco passava shampoo em seu cabelo:
-Por que não me deixa lavar o seu cabelo? –ela perguntou, manhosa.
-É muito alto pra você fazer isso sem cansar os braços. Mas se você quiser me ensaboar...
-Tá bom, meu gatinho. –ela disse e ele fez cara de incrédulo –Ué? Você não achou que eu iria?
-Achei..
Ela mais uma vez passou sabonete na esponja. Virou-o de costa e passou a esponja por seus ombros largos e costas. Ia descendo, fazendo igual ao que ele tinha feito.
Virou-o de frente para si e sorriu, enquanto ensaboava o peitoral e a barriga definida dele. Resolveu deixar “aquela parte” por último. Ao ensaboar o resto do corpo dele, faltava exatamente...Ela hesitou um pouco e então suas mãos avançaram para o membro dele, limpando delicadamente. Percebeu que a respiração de Draco se descompassava:
-Vocês homens são muito fracos mesmo. Se excitam fácil demais. –ela disse como quem comenta o tempo, surpreendendo até a si mesma –Precisa de mais água fria, querido, pra ver se baixa o seu “ânimo”. –foi o que disse após terminar.
Draco prontamente mergulhou no jato do chuveiro. Era-lhe extremamente difícil se conter naquela situação. Só de observar o corpo nu de Gina à sua frente, fazia com que um calor lhe subisse. Se bem que não era apenas o calor que subia...
-Eu vou sair, Draco, já terminei.
Ele concordou, não sabia se conseguiria se segurar por mais um segundo que fosse. Gina secou-se com uma toalha macia e felpuda, pensando em como o corpo do seu noivo era perfeito e em como ele fora compreensivo, entendendo que estava esgotada naquele momento. Colocou um vestido preto acima do joelho e com um bom decote. Ousado, mas elegante. Calçou uma sandália, também preta, de salto fino.
Draco saiu do banheiro enrolado numa toalha e ela ficou observando-o se vestir.
-Eu sei que sou gostoso, Gina, mas pare de me comer com os olhos. –ele disse para irritá-la.
-É, você é... –ela concordou com ele, com cara de quem admirava um prêmio muito cobiçado, o que ele não deixava de ser.
-Está se sentindo bem? Você concordou comigo. –ele disse olhando-a, mas continuando a se vestir.
-Estou ótima. Nunca estive melhor. –ela murmurou, com um sorriso que aliviava a expressão de cansaço em seu rosto.
Quando estavam prontos, aparataram na Mansão Malfoy. Na sala de jantar havia uma mesa posta, simplesmente magnífica:
-Uau! –ela exclamou admirada.
-A nossa noite vai ser perfeita. –ele disse e afastou uma cadeira de espaldar reto e aveludado para que ela se sentasse.
Draco serviu o prato e a taça dela, em seguida fazendo o mesmo com seu prato e sua taça. As velas vermelhas e longas, acesas no castiçal, davam um ar romântico. Pro insistência de Draco, ela comera bem mais do que necessitava, mas o fez sem reclamar, o noivo estava apenas preocupado com ela.
-E a sobremesa? –perguntou ansiosa, adorava doces e sabia que Draco tinha bom gosto.
-É você a minha sobremesa. –ele disse insinuante e ela corou –Bem, na verdade... –disse e estalou os dedos.
Apareceram duas taças com sorvete de menta, coberto de chantilly e com um vistoso morango no topo. Ela ergueu a colher e experimentou um pouco:
-Hum...Isso aqui tá uma delícia. –aprovou.
-Sabia que gostaria. –respondeu presunçoso.
Quando Gina terminou sua sobremesa, para Draco faltava apenas o morango:
-Agora vem a melhor parte. Adoro comer morangos.–ele disse ao ver Gina o encarando e começou a comer o morango vagarosamente, mas com uma vontade indecente, sem nunca desviar seus olhos dos dela.
A ruiva sabia o que ele estava pretendendo com aquilo e teve que admitir que estava fazendo efeito...Logo que terminou de comer, Draco sorriu, percebendo que ela passava a ponta da língua rosada pelos lábios. Em seguida levantou-se de sua cadeira e puxou a de Gina para que ela pudesse sair:
-E então, moranguinho, o que achou do...?
Não pôde terminar a pergunta, os lábios de Gina já estavam colados aos seus. Após um beijo de tirar o fôlego, ele comentou:
-Vejo que a comida realmente te fez bem. –e a puxou pela mão, escada acima.
Gina deixou-se conduzir, sabia para onde ele a estava levando. Tudo que ela queria naquele instante era ser dele novamente. Chegaram ao quarto dele. Grande, aconchegante e bem decorado, eram as palavras que vinham à sua mente para descrever aquele quarto. Abriu a boca em espanto quando viu que havia pétalas de rosas vermelhas espalhadas pelo lençol de seda branca:
-O que achou? –o loiro perguntou.
-Lindo. –murmurou e sentiu os lábios dele virem de encontro aos seus, num beijo lento e suave.
Ela passou os braços em torno do pescoço de Draco ao ser pressionada contra ele pelos braços fortes. Gina podia sentir a excitação do noivo, mas ainda assim ele continuava com aquele beijo lento. A ruiva não agüentava mais aquilo, então lançou todo seu fogo naquele gelo e derreteu-o. Quando Gina beijou-o mais intensamente, Draco teve ciência do quanto seu corpo implorava por ela. Ele abriu o vestido que ela vestia o mais rápido que pôde e encaminhou-se com ela para a cama. Parou de beijá-la e começou a arrancar a sua própria roupa. Virgínia por sua vez, tentava se concentrar em tirar suas sandálias. Parecia mais difícil do que nunca e ver Draco se despir com pressa, não estava ajudando em nada. Quando ele terminou, ela estava sentada na beira da cama, ainda tentando desabotoar as sandálias.
O loiro posicionou-se atrás dela, colocou os longos cabelos rubros para um lado e começou a beijar sua nuca. Gina arrepiou-se toda e finalmente conseguiu descalçar uma sandália. Ao conseguir tirar a outra, Draco já tinha tirado o sutiã dela e acariciava seus seios. A ruiva gemeu e virou-se de frente pra ele:
-Oh...Draco...Eu te amo. –murmurou, quando ele desamarrou os lados de sua tanga.
Ele sorriu, e ela entendeu que aquele sorriso era um “Eu também”. [N/A: O que o Draco tem contra dizer eu te amo? Como ele é cabeça-dura. Até no sonho...].
Por um instante lançou um olhar faminto e apreciativo para o corpo dela, o mesmo Gina fez com ele. Então o Malfoy beijou os lábios dela com ardor. Levantou uma das pernas dela e depois a outra, como se fosse carregar Gina. A ruiva agarrou-o com força pelo pescoço para não cair. Ele ajeitou-a e finalmente pôde sentir o membro ereto penetrando-a. Ela sorriu, ele sempre fazia isso com o maior cuidado, com medo de machucá-la. Gina arranhou as costas dele, querendo extravasar a sua aprovação ao que ele fazia. Draco deu um gemido abafado perto do ouvido de Gina, enquanto arremetia contra ela.A respiração da ruiva, assim como a do loiro, ia ficando cada vez mais entrecortada por suspiros e gemidos. Draco então mudou de posição, deitou-a na cama e ficou por cima dela. Ela olhou dentro dos olhos azuis acinzentados dele, que brilhavam e expressavam intenso prazer.
-Você...é demais...moranguinho. –ele ofegou.
Gina mordeu o lábio inferior com satisfação e fechou os olhos por uns dois segundos, quando os abriu disse:
-Isso, Draco...eu te amo...
Então de repente, Draco transformou-se em Simas. Os olhos cinzentos tornaram-se verde azulados. Os cabelos escureceram e encurtaram. Os lábios engrossaram e o corpo ficara mais esguio ainda. Gina olhava espantada, confusa pelo choque, enquanto o Simas arremetia contra si.
-Eu sabia, Gina...Na verdade, você me ama...o Malfoy...não é...nada...
A ruiva gritou, tentando empurrá-lo para longe de si, mas não conseguia:
-Ah! Tire as mãos de mim! SOCORRO! SAIA DE CIMA DE MIM! ALGUÉM ME AJUDE!!!”

***

Draco voltava satisfeito da cozinha, os elfos, como sempre eram bem prestativos na hora em que alguém pedia comida. O único problema fora achar a cozinha, já que seu orgulho o impedira de pedir ajuda à alguém. Queria mostrar que era capaz de fazer algo sozinho pela esposa.
“Nem tão sozinho assim...Os elfos prepararam tudo.” Ele refletiu.
Chegando a porta de seu quarto, abriu e trancou com a chave mágica. Ia carregando a bandeja para a cama, quando percebeu que Gina tinha um sono agitado. Ela se mexia na cama e murmurava coisas que ele não conseguia entender. Colocou então a bandeja na mesa de cabeceira e foi até a mulher. Ela parecia gemer em aprovação de algo, mas o loiro não estava fazendo nada, só estava assistindo-a dormir.
-Isso, Draco...eu te amo... –ele a ouviu murmurar ofegante.
O Malfoy de um sorriso malicioso.
“Agora sei o que ela está sonhando...já está sentindo falta...não posso negar, também sinto. Eu também amo você, Gina.” Ele pensou.
Então de repente ele viu a expressão dela mudar de satisfeita para assustada. Ela começou a se mexer mais, como se estivesse tentado livrar-se de algo.
-Gina, acorda. Eu estou ficando preocupado com você, acorda. –ele disse chacoalhando-a pelos ombros.
-Ah! Tire as mãos de mim! SOCORRO! SAIA DE CIMA DE MIM! ALGUÉM ME AJUDE!!!
Quando Gina gritou desse jeito, ele levou um susto enorme e por fim constatou que ela estava tendo um pesadelo:
-Você vai me desculpar por isso, mas... –sussurrou mais para si mesmo e sacou a varinha –Aguamenti. –disse o mais fraco que pôde e algumas gotas de água gelada caíram sobre o rosto de Gina.
A ruiva sentou-se, assustada e respirando aceleradamente. Ao ver os familiares olhos cinzentos, ela sorriu e em seguida atirou-se nos braços dele, num abraço apertado. Algumas lágrimas rolaram por sua face:
-Draco...Eu tive um pesadelo. Eu juro que não queria.
-Calma, Gina. –ele disse, afagando os cabelos dela –Me conte o que houve, sim?
-Eu não posso, você vai brigar comigo, Draco. M-mas eu juro, não foi minha culpa!
-Está tudo bem, eu estou aqui com você, não vou ficar bravo com você. Eu vi como estava se debatendo, seja o que for, não gostava do que estava acontecendo.
Então ela decidiu ser sincera com ele, já era suficiente ter que esconder o fato de ter dormido uma noite com Simas, não podia sustentar mais mentiras do que essa:
-Eu sonhei que estava no Ministério da Magia e topei com alguém num corredor vazio. Era você. Nos beijamos e o Harry interrompeu, dizendo que eu estava atrasada. Você reclamou por ele ter aparecido e foi embora, dizendo que a gente se via depois. Eu segui o Harry. Aí a próxima parte do sonho eu estou na minha casa, no meu quarto, ou talvez eu primeiro estivesse desde o início no meu quarto e pensando o que tinha acontecido no Ministério. Não tenho certeza.
-Não importa, continue. –ele pediu –O que aconteceu?
-Eu entrei no chuveiro. Tinha acabado de lavar os cabelos, quando você apareceu e pediu pra tomar banho comigo.
-E você deixou? –ele perguntou, curioso.
-Deixei... –murmurou, um pouco vermelha –Mas só depois de você dizer que os meus pais estavam numa palestra que você tinha arrumado os convites e que me prometeu que não ia fazer nada demais, só tomar banho mesmo.
-Sua sem graça. –ele reclamou.
-Continuo ou não? Parece chato pra você, não? –ela perguntou, na esperança de que ele não quisesse ouvir o resto, mas isso não aconteceu.
-Eu quero ouvir até o final. –respondeu resoluto.
-Tá bem. –se deu por vencida –Você me ensaboou e eu ensaboei você. –ela murmurou, mais vermelha ainda.
-E não aconteceu nada mesmo? Você me entende, não?
-Não aconteceu nada mesmo. Você se segurou, querido, mas precisou de muita água fria pra isso. Eu disse que estava cansada e faminta...por comida. Não tinha nem almoçado naquele dia de tanto trabalho.
-Uh, tadinha da minha ruivinha. Escrava do Ministério.
-Daí nos vestimos. Você vestia uma capa por cima de uma camisa azul marinho e uma calça preta. Eu estava num vestido preto.
-E como era esse vestido?
-Pra que você quer saber?
-Quero te imaginar com ele. –respondeu com um sorriso matreiro.
-Era decotado e acima do joelho. E eu coloquei com uma sandália preta de salto fino.
-Linda. –ele disse –E depois?
-Você disse que ia me levar pra jantar. Nós aparatamos na sua Mansão.
-Nossa. –ele corrigiu-a.
-É...Afastou a cadeira pra mim sentar e serviu o meu prato e a minha taça. A comida estava deliciosa, mas não consigo me lembrar do que era. Eu lembro da sobremesa. Era sorvete de menta com chantilly e morango.
-Hum...que delícia. –ele disse, passando a língua pelos lábios.
-Estava muito bom mesmo. Você adorou principalmente o morango. Quando terminou de comer, você me levou até o seu quarto.
-Nosso quarto. –ele falou.
-Não, Draco. No sonho nós ainda éramos noivos. Foi o quarto em que você dormia e não o nosso quarto de agora na Mansão Malfoy.Nós estávamos... –e corou levemente –fazendo amor. –completou, visivelmente encabulada -M-mas então... –e as palavras morreram.
-Então o quê? –ele perguntou e ela o abraçou mais forte.
-E-eu não queria, Draco! Eu juro que eu não queria, por favor! Você acredita em mim?
-Sim, eu acredito. –ele disse calmo, tentando tranqüilizá-la –Conte pra mim, Gina. Isso está te perturbando. Eu não quero ver você aflita desse jeito, moranguinho. –acrescentou o mais docemente que pôde, pra que ela se sentisse segura.
Gina respirou fundo:
-Draco, eu te amo. A culpa não foi minha. No sonho você se transformou no Simas. –e ele fez cara feia –Por isso, eu comecei a gritar. Virou um pesadelo, entende?
“Finnigan maldito! Consegue incomodar a Gina até nos sonhos dela. Mas acho que ela sonhou com isso porque brigamos ontem por culpa do imbecil. Ela não teve culpa de nada”. Pensou e tentou ocultar a sua raiva.
-Está tudo bem, Gina. Eu sei que você não queria. Eu vi como você se debatia e gritava. –e deu um selinho nela.
A ruiva sorriu, aliviada por ele não ter começado uma nova briga, sem saber que estava custando todo o bom senso dele não se pôr a xingar Simas.
-Sobre ontem...desculpa pelo tapa. –ela começou, sem graça.
-Eu mereci. Eu fiz você se sentir inferior. Insinuei quase que você era uma galinha. Desculpe, Gina. Eu sei que você não é nada disso. É o meu anjinho puro, não é?
-Aí já é exagero, Draco.
-Talvez... –murmurou sorrindo malicioso –Em todo caso, eu trouxe o café da manhã para nós. –e pegou a bandeja, colocando entre eles na cama.
-Foi você que fez tudo isso, querido?
Na bandeja havia pasteizinhos de carne, bolinhos de chuva, bolachas caseiras e uma jarra continha suco de morango com leite:
-Bem...Na verdade, eu pedi para os elfos domésticos. Vamos comer e depois podemos...
-Conhecer a cidade. –Gina completou.
-Se é isso o que quer. –respondeu, soando indiferente.
Começaram então a comer e ao fazerem isso, descobriram o quanto estavam famintos.
-Obrigada, Draco, por ir buscar o nosso café-da-manhã. Eu estava morta de fome. –disse quando terminou de comer.
-Eu também estava. –disse, colocando a bandeja vazia, em cima da mesa-de-cabeceira.
Levantaram-se da cama e foram escovar os dentes. Após fazerem isso, Gina tirou sua camisola e Draco a observava.
-Draco, pára de me olhar como se eu fosse a última bolacha do pacote. –ela comentou, no entanto sem olhar pra ele.
-Como você pode ter certeza? Está de costas pra mim.
-Eu te conheço. –murmurou, pegando uma meia-calça de lã para vestir –Sei o marido que tenho.
Draco aproximou-se dela e abraçou-a por trás, beijando-lhe o pescoço:
-Então sabe o que quero, não é mesmo? –sussurrou provocantemente ao ouvido dela, suas mãos acariciando a barriga nua da ruiva.
Apesar do feitiço de aquecimento, o quarto não era quente, posto que os casais normalmente iam pra lá com o propósito de esquentarem um ao outro. Gina estava apenas de calcinha e sutiã, no entanto, não sentia frio. O abraço de Draco fazia a temperatura de seu corpo subir rapidamente.
Quando as mãos do marido foram para seus seios, ela segurou-as:
-Não, Draco. –murmurou lutando contra sua vontade e virou-se de frente para ele, que tinha uma expressão um tanto chateada ao ouvir a negativa dela –Agora não. –forçou-se a encarar aqueles olhos extremamente belos.
-Por que não? –ele indagou, como um gatinho manhoso, na opinião de Gina.
Ela deu um beijinho nos lábios dele:
-Não faz essa carinha, meu amor. –disse, acariciando o rosto pálido do Malfoy –Não vai adiantar. –acrescentou.
-Ora, Virgínia. –ele reclamou, soltando-a –O que se passa com você? Até parece que perdeu o interesse de fazer sexo comigo. Foi alguma coisa que eu fiz?
-Não, Draco. E não estou tentado te castigar por ontem, nem por nenhuma briga. –respondeu sinceramente, colocando enfim a meia calça.
Ele cruzou os braços na frente do tórax:
-Foi algo que eu fiz na cama? Que você não tenha gostado?
-Não, Draco! –ela indignou-se, colocando agora uma calça de moletom por cima da meia calça.
-Jura? –ele perguntou, não acreditando muito, mas também acreditando nela. Não podia se lembrar de uma única vez em que ela tivesse reclamado de como ele agia na cama.
A mulher o encarou:
-Eu juro, Draco.
-Hum...Você está menstruada?
-Não. –e agora vestia uma camiseta de manga comprida, logo encimada por um pulôver.
-Dor-de-cabeça?
-Não.
-Grávida?
-Não. –respondeu tranqüilamente –Mas nunca conversamos sobre filhos. Bem, tirando aquela vez em quando você estava me pressionando pelo contrato de dívida bruxa. Mas enfim, você certamente quer filhos, não?
-Não agora, certamente. Acho que ainda temos tempo pra isso. Não quero perder a exclusiva dedicação da minha mulher tão cedo. Mas sim, eu quero filhos. Não podemos privar o planeta de uma nova geração de indivíduos belos e com classe. Seria uma lástima não continuar a família Malfoy.
Por um instante, a ruiva nada disse. Às vezes, pegava-se com vontade de se tornar mãe. Um filho. Seria um pedacinho combinado dos dois. Uma prova do quanto se amavam, deixada de presente para o mundo. Ela imaginava uma garota ou um garoto com a aparência de Draco e a sua personalidade ou vice-versa.
-Ciumento. Eu amo você, Draco. Continuaria me dedicando a você. Tenha certeza disso.
-Por que está insistindo no assunto, Virgínia? -perguntou curioso –Você quer filhos agora? Porque se quiser, podemos fazê-los agora... –disse insinuante.
-Não sei. Por enquanto estou tomando poção anticoncepcional, realmente não sei. Mas não, senhor, nada de fazer isso agora.
-Ah, Virgínia. –ele suspirou –Então o que há com você? Qual é a justificativa para a sua libido ter desaparecido de repente? Já esgotei o meu estoque de suposições. O que você tem? Está doente?
-Não, Draco. –respondeu –É que...
-É o que, Virgínia? –perguntou irritado, mas sem subir o tom de sua voz.
A ruiva respirou fundo e decidiu ser sincera com ele:
-Eu sei que parece idiotice, mas eu fiquei impressionada com o pesadelo que tive...
Ele a cortou:
-Eu não vou virar o idiota do Finnigan, não há com o que se preocupar.
-Não é só isso, eu quero conhecer a cidade. Vamos nos divertir, Draco, sim? Fazer passeios românticos.
-Acho que temos visões diferentes do que é diversão. –murmurou mais para si mesmo, mas a ruiva ouviu e corou levemente –Mas se é isso o que quer...Eu faço isso por você.
Ela abriu um gigantesco sorriso que fez o coração do Malfoy pular, em seguida jogou-se nos braços dele:
-Obrigada, Draco. Eu te amo demais. Prometo que quando voltarmos a gente faz amor.
-É bom mesmo...Adoro ver esse seu sorriso lindo, faço qualquer coisa pra te ver feliz.
Gina colocou uma jaqueta pesada, um cachecol, luvas e um gorro. Por fim calçou um tênis.
-Como você é exagerada, Virgínia. –ele reclamou.
-Eu não, Draco. Pode ir colocando mais roupa ou vai ficar doente.
O loiro bufou, mas por insistência de Gina, colocou um casaco (que na verdade não esquentava muito).
-Draco! –ela reclamou –Isso não é o suficiente.
-Eu agüento o frio. Não tem que se preocupar comigo. –ele respondeu e a puxou pela mão para fora do quarto.
-Tem certeza que não vai passar frio, querido? –ela perguntou, tentando se mostrar paciente, apesar da teimosia dele.
-Tenho, Gina. Você me esquenta. –murmurou, trancou o quarto e passou a andar abraçado com ela.
Draco apertou o botão para chamar o elevador:
-Lembra daquela vez em Nova York? Verdade ou desafio no elevador?
Ela sorriu:
-Como eu poderia esquecer? Ainda mais depois que passou em todos os noticiários. E tudo porque eu não sabia que existiam câmeras em elevadores.
-Você foi mentirosa, disse que eu era sem sal.
-Eu sei que disse, mas é porque não queria que soubesse que pensava exatamente o contrário.
-E agora?
-Eu não sabia que você era assim tão inseguro, Draco.
-Eu, inseguro?
-Não, imagina... –disse sarcasticamente –Você me ouve falando todo dia que eu te amo e ainda fala e pergunta coisas sem nexo. É óbvio que não te acho sem sal.
-Te incomoda eu agir assim? –ele perguntou e Gina encarou-o.
-Às vezes sim. –ela respondeu sinceramente –Me faz pensar que as minhas palavras não são o suficiente para que você acredite no quanto eu te amo e preciso de você, Draco.
Ele beijou o topo da cabeça dela:
-É claro que eu acredito em você, mas...é que eu nunca tinha me apaixonado antes. Por isso era seguro de mim mesmo. Mas agora a situação é diferente. Eu me importo com o que você pensa e sente por mim.
Gina enlaçou o pescoço de Draco.
“Eu penso que você é o único homem que pode me fazer feliz. Não há dimensões que possam medir o quanto te amo.” Ela pensou olhando intensamente nos olhos azuis.
Ao ler o que Virgínia tinha pensado, Draco beijou-a e abraçou-a fortemente.
Mas então o elevador chegou e eles tiveram que se soltar. Ao entrarem, algumas pessoas os olhavam com olhares curiosos. Ao chegarem no térreo, saíram do elevador. Iam passando na frente da recepção, quando o recepcionista os chamou:
-O gerente do hotel gostaria de falar com os Senhores.
-Agora não podemos, estamos com pressa. Na volta falaremos com ele. –Draco respondeu e saiu puxando Gina.
-Mas... –o recepcionista tentou dizer, no entanto eles já estavam longe.
-O que será que o gerente quer com a gente? –a ruiva perguntou.
-Não faço idéia, mas tenho a impressão de ia ser demorado. Não iríamos querer perder tempo com burocracia na nossa lua-de-mel, não é, querida?
-Mas e se for algo importante?
-Nada é mais importante do que curtirmos a nossa lua-de-mel. –falou convicto.
-Tem razão, meu gatinho.
-Essa não é a primeira vez que me chama de gatinho. –ele comentou –Posso saber o porquê do apelido?
Era riu:
-Ora Draco, é tão óbvio. Você é o meu gatinho. Não sabia que às vezes age como um gatinho manhoso? Você é lindo e tem classe, um gato. Além do mais, às vezes, você me chama de moranguinho ou anjinho.
-Então ainda falta você arrumar mais outro apelido pra mim. –ele comentou –Qual vai ser? Deus Grego? Perfeição da Natureza? Sr. Perfeito?
-Está mais para exibido, arrogante e egocêntrico. –ela respondeu.
-Ora, Virgínia...Foi você que começou.
-Bem, já que você falou em Deus Grego....Que tal Apolo? É um deus da mitologia grega. Seria um apelido irônico, Apolo era o deus da harmonia e patrono das artes.
-Está me chamando de brigão e ignorante? Tá certo que eu brigo até que bastante com você e que eu não quis visitar o Louvre, mas...
-Seu bobo, não coloque as coisas desse modo. Leve na esportiva, meu Apolo. Aonde vamos agora? –perguntou, olhando para os dois lados da rua.
-Quer esquiar?
-Sim! –A ruiva respondeu entusiasmada.
-Então vamos alugar os acessórios. –Draco informou e eles foram até uma loja do outro lado da rua.
Ao saírem da loja, subiram de teleférico até o topo, numa pista de esqui que não fosse muito perigosa, já que a ruiva não sabia esquiar direito.
-Ainda lembra do que eu te ensinei, Gina?
-Sim, eu acho.
-Então tente me seguir. –o loiro disse e começou a descer a colina cheia de neve.
Ela seguiu-o, com alguma dificuldade, mas ainda assim seguiu-o. Depois de um bom tempo esquiando, Gina quis acelerar mais, pra ver se conseguia passar na frente de Draco, mas nessa acabou caindo e rolando uns 30 metros abaixo. Logo, o loiro chegou perto dela:
-Você está bem, Gina?
-Hum...Quem sou eu? –ela perguntou vagamente.
O Malfoy ajoelhou-se ao lado dela:
-Ah, não, Gina. Largue de brincadeira. –ele reclamou.
-Quem é você?
“Droga! Acho que ela bateu a cabeça.” Ele pensou.
-Sou o seu marido. Onde está doendo?
-Atrás da minha cabeça. Qual é o seu nome?
“Eu não acredito que isso está acontecendo! Tem que ser um pesadelo!”
-Draco Thomas Malfoy e você é Virgínia Molly Weasley Malfoy. Estamos em lua-de-mel e você acabou de cair esquiando.
-Tô com sono. –ela murmurou e fechou os olhos.
Draco chacoalhou-a:
-Não, Gina, você não pode dormir. É perigoso, você acabou de bater a cabeça.
Ele levantou-a e juntos foram até o teleférico, para descerem. Draco iria voltar ao hotel e perguntar sobre algum medibruxo. Ao se sentarem no banco do teleférico, ela apoiou a cabeça no ombro dele e fechou os olhos. O loiro estava ocupado, pensando o pior: E se Gina não conseguisse recuperar a memória?
De repente percebeu que ela estava com os olhos fechados. Chacoalhou o corpo dela:
-Gina, acorda, Gina! –mas ela não abriu os olhos.
O loiro sacou sua varinha e disse:
-Enervate! –e guardou a varinha de volta.
A ruiva abriu os olhos vagarosamente e viu a expressão preocupada no rosto do marido:
-Draco? O que aconteceu? Por que você parece tão preocupado?
-Qual é a minha fruta favorita?
-O quê? É morango.
-Quantos anos eu tenho?
-20, mas por quê...?
-Por último...Quando foi a nossa última transa?
-Um dia antes do nosso casamento. –ela respondeu, ficando um pouco corada –Mas por que está fazendo todo esse interrogatório, Draco?
-Que bom que a sua memória voltou. Você tinha caído e bateu a cabeça e não se lembrava nem de quem era.
-Oh meu Deus! Então é por isso que a minha cabeça está doendo? Mas agora eu lembro de tudo, Draco.
-Eu estava muito preocupado com a perspectiva de ter perdido a memória pra sempre. Seria horrível que você não lembrasse de todos os momentos que passamos juntos. –disse a abraçando.
-Está tudo bem, Draco. –ela quis tranqüilizá-lo.
-Mas bater a cabeça é muito sério, Virgínia. Devemos procurar um medibruxo o mais rápido possível. Há casos de pessoas que bateram a cabeça e pensaram que não era nada, mas se enganaram. Morreram pouco tempo depois.
-Ai, Draco, não fala assim, por favor! Eu não quero morrer agora. Quero ficar ao seu lado até virar uma velhinha caduca.
-Mas é sério, vamos ver um medibruxo, Virgínia. Eu não agüentaria te perder.
-Mas...
-Não tem mas nenhum. Quem mandou querer esquiar mais depressa do que podia?
-Está bem, Draco. –ela concordou –Você verá como não foi nada.
Desceram do teleférico e devolveram os acessórios na loja. Havia um restaurante por ali de nome “Veela’s”, eles entraram lá.
Todas as funcionárias pareciam descendentes de veela. Pelo nome do estabelecimento e pelas capas que todos ali dentro trajavam, aquele era um local bruxo. Draco perguntou para a mulher do balcão:
-Por favor, poderia me indicar um bom medibruxo?
-Sim. Wagner Schünder.
-Schünder? –Draco perguntou horrorizado –Tem certeza de que esse é o nome?
-Tenho, por quê? É o único medibruxo na região. Chegou aqui há alguns meses. Seu consultório fica há duas quadras pra baixo daqui, é fácil de encontrar.
-Obrigado. –Draco disse e saiu com Gina.
-Você ouviu quem é o medibruxo, Virgínia? É aquele suíço idiota que tentou te estuprar. Eu não acredito no azar!
-Então deixa quieto, Draco. Eu já estou bem, não preciso de medibruxo nenhum.
-Não, Virgínia. Nós iremos lá. Eu entro com você na hora da consulta.
-Mas Draco...Por que está insistindo tanto?
-Tinha uma prima de 3° grau que morreu por bater a cabeça. Já disse que não quero que isso aconteça com você. A sua vida está acima de qualquer raiva que eu tenha. Você é o que tenho de mais importante na vida.
-Então vamos, se é tão importante pra você. –ela concordou e eles começaram a andar.
Uns cinco minutos depois, chegaram ao lugar. Entraram cautelosamente. Gina falou com a secretária:
-Olá. Eu gostaria de marcar uma consulta.
-Pra quando?
-O mais rápido possível.
-Qual é o seu nome?
-Virgínia Malfoy.
-Hoje às duas da tarde está bom?
-Sim. Eu volto às duas.
Os dois saíram do consultório e o clima entre eles estava tenso:
-Vamos almoçar, querido? Já é 12h45min.
Draco fez que sim. E foram até um restaurante distante uns 200 metros da clínica. Não era luxuoso, mas era aconchegante.
Sentaram-se a uma mesa e o loiro xingou ao ver que o menu era todo em alemão.
-Calma, Draco. Eu peço por nós.
Todos os pratos eram quentes e de bebida pediram choconhaque. [N/A: Choconhaque é chocolate quente+conhaque. Pessoalmente, eu achei bom no começo, mas depois tornou-se enjoativo e eu não consegui tomar o copo inteiro]. Durante a refeição conversaram:
-Como se sente, meu amor? –Draco perguntou atenciosamente.
-Eu estou bem, já disse antes. O que estará acontecendo no nosso Ministério da Magia?
-Não sei e não tenho vontade de saber. É a nossa lua-de-mel, Virgínia. Você não vai querer ficar falando de trabalho, vai?
-Ok. Do que podemos falar então?
-Do que vamos fazer depois da sua consulta.
-Snowboard? –perguntou.
-Não. Chega de esportes radicais por enquanto, mocinha.
-Está parecendo meu pai.
-Haha. Nem tanto. O seu pai não olha pra você do mesmo jeito que eu olho.
-Então eu quero visitar uma chocolataria. Os chocolates suíços são ótimos. O que você acha?
-Adoro chocolates e você sabe disso. Quando estávamos separados, eu comia direto. Tentava afogar a minha solidão e carência no chocolate.
-Eu também. –ela respondeu –Agora não sinto mais tanta necessidade de comer chocolate como antes. Você é o meu santo remédio, Draco.
-Eu posso ser remédio, mas santo não sou e nem nunca fui. –comentou.
-Draco, posso te perguntar uma coisa?
-Já me perguntou. Mas sim, você pode fazer outra pergunta.
-A sua mãe casou por amor?
-Não sei, só sei que se não, ela aprendeu a amar o meu pai depois. Devo dizer que não sei como ela conseguiu gostar dele.
-Hum...Você acha que a sua mãe gosta de mim?
-Sim. Ela sabe que você me faz feliz.
Gina sorriu:
-Por outro lado, o seu pai nunca vai gostar de mim....Eu ajudei a mandá-lo pra Azkaban, assim como a sua tia Belatriz.
-Nem esquenta com aqueles dois, não merecem consideração. –respondeu descontraidamente.
-Se não fosse a Gabi, não estaríamos juntos. –Gina comentou –Devemos muito à ela.
-Verdade. –o loiro concordou –Eu achava que você já poderia ter me esquecido.
-Eu pensava o mesmo.
Quando terminaram a refeição e saíram do restaurante, Draco perguntou mais uma vez:
-Como está se sentindo?
Por um instante, Gina teve vontade de gritar com ele, mas sabia que ele só estava preocupado com ela:
-Ótima. Vamos logo para o consultório.
Ao entrarem, a secretária informou:
-O Sr. Schünder está esperando a senhora. Não pode ir junto.
-Como não? –Draco perguntou indignado –Ela é minha esposa e eu tenho que saber o que se passa com ela. Ou nós entramos ou vamos embora imediatamente.
-Está bem. –a secretária disse resignada –Faça o que quiser.
Os dois encaminharam-se para a porta. Draco bateu e entrou, puxando Gina. O medibruxo fazia anotações, então levantou os olhos.
-Vocês?!? –ele perguntou surpreso –Mas o que fazem aqui? A minha paciente já deve estar chegando.
-Por acaso o nome da sua paciente é Virgínia Malfoy? –Draco perguntou debochado.
-Sim, mas...Não me diga que você...Mas o seu nome não era Weasley?
-Eu me casei. –a ruiva respondeu –Com ele.
-Hum...Me desculpe por aquela noite, eu já tinha bebido bastante. –Wagner disse –Mas então, qual é o seu problema?
-Eu caí esquiando e bati a cabeça. Cheguei a perder a memória por alguns momentos.
-Sente-se no leito. –ele pediu –Eu vou te examinar.
Gina fez o que lhe foi proposto. Draco observava de perto, enquanto o medibruxo media os batimentos cardíacos e a pressão sanguínea dela.
-Me diga quando doer. –disse e foi passando os dedos pela cabeça dela.
Quando chegou na parte de trás, Gina fez:
-Ai!
-Então foi a parte detrás da cabeça que bateu. Tem um galo enorme. Fique de pé. –e ela obedeceu –Agora estenda os braços para frente e feche os olhos.
Ao fazer isso, Gina se desequilibrou e quase caiu, mas Wagner a segurou:
-Como se sente agora? –ele perguntou após a Malfoy abrir os olhos.
-Bem, exceto pelo fato da minha cabeça estar doendo.
-Preciso fazer uma radiografia detalhada da sua cabeça. A sala de radiografia é atrás daquela porta. Será rápido.
Gina entrou, mas Draco foi barrado:
-Não pode entrar aqui. Há irradiação de raios que não devem ser tomados a menos que seja extremamente necessário.
-Mas e você?
-A minha roupa é protegida magicamente. –o medibruxo disse e fechou a porta, deixando um Draco emburrado do lado de fora.
“Se ele fizer alguma coisa com a Gina, eu juro que o mato! Já faz um bom tempo que eu não mato ninguém mesmo, não seria nenhum sacrifício ter que matá-lo.”
Uns dois minutos depois, a porta foi aberta novamente e os dois saíram de lá. Wagner carregava em uma mão, a radiografia. Tocou sua varinha nela:
-Revelar. –e começou a examinar a chapa.
Draco e Gina sentaram-se lado a lado em suas cadeiras em frente à escrivaninha. Após algum tempo, o medibruxo levantou os olhos para o casal, seu rosto inexpressivo:
-Qual é o resultado do exame? –o Malfoy perguntou.
-Sinto muito. –e sua expressão realmente dizia isso agora –Foi uma pancada muito forte. É um milagre ela estar aparentemente bem agora. O choque provocou uma hemorragia interna irremediável. Dentro de algumas horas, talvez no máximo dois dias, ela estará morta.

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