CAP:08-Flagra,dor,lágrimas.



"Como você suporta isso?" ela leu a mensagem que a amiga lhe passou,a 'fofoca' sobre Harry ter retirado Hermione da biblioteca,suspeitamente,no dia anterior,já havia se espalhado pelo colégio,olhou para o lado e forçou um sorriso a amiga apenas bufou e continuou a anotar tudo o que a professora McGonnagoll colocava no quadro.


-Quero um relatório sobre a matéria dada,de no mínimo setenta centímetros,para a próxima aula! -a professora falou,sob protestos dos alunos que arrumavam o material rapidamente. –,fique! -ela ordenou,a ruiva sentiu um embrulho no estômago,anda não havia se acostumado a ser chamada daquele modo.


-Professora...eu tenho que ir em casa pegar o material para a aula de feitiços. –ela disse,enquanto a seguia até uma sala lateral,sabia sobre o que a bruxa falaria.


-Não se preocupe com isso,depois explicarei ao professor Flintwik,por favor sente-se! -a mestra disse, indicando uma poltrona,ao que a ruiva obedeceu. –É sobre a sua carreira...falei com uns amigos no ministério e eles estão dispostos a estudar o seu caso.


-Mas? -Virginia perguntou,fazendo a mulher suspirar pesadamente e depois franzir os lábios.


-Suas notas estão caindo muito,desde que casou com o senhor Potter,desse jeito não poderei te ajudar Virginia. –ela disse.


-Sei...vou me esforça mais,professora. –ela prometeu.


-Espero realmente que sim...mas há outro assunto que pode ser a causa desse seu descaimento...embora nunca tenha sido de dar ouvidos as fofocas,ouço pelos corredores que ele e a senhorita Granger...


-Desculpe-me, professora. –ela pediu a interrompendo. –Mas as minhas notas não tem caído por causa dessas..hum...eventualidades. –a ruiva falou com toda a segurança que tinha. –Eu,não tenho me sentido muito bem,as minhas visões estão fora de controle e vez por outra me sinto tonta,ânsias a cada cheiro forte,sem falar na imensa vontade de dormir o dia inteiro. –ela explicou,afinal Minerva McGonnagoll era bem mais velha e havia sido uma das suas mentoras,no inicio de seu 'treinamento',abaixou o olhar,quanto a velha bruxa aproximou-se e sentou-se em uma outra poltrona a frente dela.


-Virginia... –a bruxa começou segurando ambas as mãos da garota. –O que mais você tem sentido?


-Além das tonturas,das visões fora de controle,enjôos e vontade de dormir? -a ruiva perguntou e a mulher confirmou com um aceno de cabeça. –Bem...meus seios estão doloridos,acho que engordei,acho não,eu engordei,tem roupa que ta apertada...minha pele...


-Sua pele está limpa,sem espinha e com poucas sardas,seus cabelos estão mais finos, você está mais cautelosa com o que faz,sua fome aumentou e já não vê o mundo a sua volta como antes? -McGonnagoll a interrompeu,Gina apenas afirmou.


-Como a senhora sabe? -ela perguntou.


-Querida...a sua regra já veio? -a bruxa perguntou,fazendo-a corar.


-Ainda não...mais ainda falta quase uma semana pro dia. –ela respondeu. –Por que?


-Por nada...semana que vem,quero que você venha me dizer se já veio ou não...pode ir para casa,vou explicar ao professor Flintwik. –a bruxa disse,olhando-a com um levíssimo sorriso nos lábios,quase imperceptível.


-Tudo bem. –ela disse e saiu da sala particular da professora de transfiguração.


Gina retirou a chave dourada do bolso interno da capa e respirou fundo antes de gira-la no ar,fazendo a porta de madeira maciça com uma maçaneta em forma de leão aparecer,abriu a porta e entrou na casa, fechou a porta atrás de si e olhou em volta,o moreno não voltaria tão cedo já que todos os dias,depois das aulas,ele se encontrava com Hermione.


Começou a subir a escada,enquanto abria o colete e afrouxava a gravata,seguiu pelo corredor até o quarto principal e abriu a porta,parou na soleira sem reação alguma,deixou a mochila escorregar pelo ombro e chocar-se contra o chão causando um estrondo e assustando os dois grifinórios que estavam no quarto.


-Gina! -Harry exclamou,sentando-se na cama,juntamente com Hermione,que se cobriu com o lençol.


-Desculpe...eu...não sabia... –a ruiva balbuciou e em seguida saiu do quarto,deixando a porta entreaberta.


Tantas coisas pra pensar


Tantas coisas pra lembrar


Algumas coisas pra sorrir


Muitas outras pra chorar


Desceu a escada correndo e foi em direção a biblioteca da casa,apoiou-se na parede do corredor quando se sentiu tonta,se concentrou o máximo que pode,aquela não era hora para visões,reprimiu as imagens que queriam explodir em sua mente,balançou a cabeça e voltou a no cômodo e trancou-se no local,escorou o corpo na porta e escorregou até o chão,abraçou as pernas e abaixou a cabeça,deixando-se chorar silenciosamente.


"Os lábios se encaixavam de forma perfeita,as mãos dele em sua cintura a queimavam ao mesmo tempo em que ela sentia que nada mais importava...o seu corpo implorava pelo dele...o desejo corria por suas veias como se fossem fogo-vivo que incendiavam ainda mais o amor que sentia pelo grifinó mãos de Harry deslizaram por seu corpo... -Harry... -ela murmurou,quando o noivo desprendeu os lábios dos dela e deslizou-os pelo pescoço e ombro...Ele deslizou as mãos pelas costas dela...o corpo dele contra o dela era a melhor sensação que ela poderia ter,ouviu-o soltar um rouco gemido...o moreno subiu uma das mãos pela lateral do seu corpo,enquanto voltava a ter os lábios presos aos dele...abaixou uma das alças do sutien, deixando um dos seios desnudos e desceu os lábios,rosando-os por toda a pele em havia no 'meio do caminho', até ele e o sugou...se sentiu ser colocada contra o chão,sem sutien,e o grifinório começar a beijar cada parte de seu corpo...levou a mão até o rosto dele e o trouxe para mais perto,beijando-o com todo o amor que havia prendido dentro dela,deslizou as mãos para o cós da calça dele ...-Gi... –ele murmurou ao sentir o que ela fazia. -Eu quero você. –ela sussurrou no ouvido ele."


Quem vai ouvir a minha voz?


Quem vai enxugar as minhas lágrimas?(as minhas lágrimas)


Quem?


Precisava de seus amigos,mas muito mais do que deles,ela precisava esquecer o nunca a amaria,deixou os soluços escaparem,precisava achar um modo de esquece-lo o quanto antes,caso contrário não sabia o que aconteceria quando a anulação saísse.


Tantas coisas pra vencer


Tantas coisas pra esquecer


Não há força pra lutar


Falta coragem pra encarar


Ergueu a cabeça e sentiu as lágrimas rolarem por seu rosto como se elas fossem feitas de ácido e algumas morrerem em seus lábios tão amargas quanto o mais puro se acalmar,ao mesmo tempo em que sentiu uma pontada fina no baixo ventre,fazendo-a soltar uma exclamação de dor e mais algumas lágrimas.


Quem vai ouvir a minha voz?


Quem vai enxugar as minhas lágrimas?(as minhas lágrimas)


Quem?


Levantou-se e andou até a enorme porta de vidro que dava acesso ao jardim,e observou o belo mar do mediterrâneo enquanto se acalmava aos por que ela tinha que amar alguém que não a via como mulher e sim como uma irmã mais nova?


QUEM?


Quem vai ouvir a minha voz?


Quem vai enxugar as minhas lágrimas?(as minhas lágrimas)


Quem?


'-Ingrainy... –o loiro começou. –Nunca pensei que um dia diria isso...mas...eu invejo o Potter... –ele disse deixando-a surpresa. -Ele vai te ter...vai te beijar... –Alec passou a ponta do polegar delicadamente pela boca da amiga. -Te tocar...pela primeira vez na minha vida,eu invejo o Potter. –terminou acariciando o rosto alvo da ruiva,que aos pouco era banhado com algumas lágrimas.' Ela queria tanto se apaixonar pelo sonserino,ele a amava realmente,tanto que se tornara o que se tornou apenas por causa dela.


Ainda podia sentir o gosto do beijo que ele lhe dera naquela noite na cabana,a orquídea estava guardada sob um feitiço de conservação,olhou para a mão esquerda e viu a aliança de ouro,ela não tinha motivos para se manter fiel ao moreno se ele não o era...não ela tinha sim...ela o amava.


QUEM?


Quem vai ouvir a minha voz?


Quem vai enxugar as minhas lágrimas?(as minhas lágrimas)


Quem?Quem?Quem?Quem?


Enxugou o rosto e abriu a porta,retirou a capa e caminhou lentamente para o jardim,precisava de ar,se sentia sufocada com todas aquelas roupas de inverno em pelo mediterrâneo,abriu a camisa totalmente e seguiu até uma cerejeira,enquanto soltava os cabelos do coque que costumava usar,encostou-se no tronco, escorregou até o chão e fechou os olhos,não soube dizer quanto tempo passou daquela forma,só da surpresa que teve ao abrir os olhos.


Aquele era o lugar perfeito,além de tirar Hermione do frio de Londres,a tirava dos olhares desaprovadores dos demais a garota se desfazer rapidamente das pesadas roupas de inverno e ficar apenas com a camisa e as peças intimas,sorriu quando ela virou-se pra ele e sorriu abertamente.


-Aqui é maravilhoso Harry! -ela disse. –Mas...e se a Gina chegar?Harry,ela sabe e aceita o que acontece entre a gente,até porque foi idéia dela,mas uma coisa é saber e outra é ver!


-Não se preocupe...-ele respondeu aproximando-se da garota e a deitando na cama,ficando sobre ela. –Hoje ela tem aula até pouco antes do jantar. –completou e a beijou antes que a grifinória começasse com o seu discurso de que aquilo não era certo.


Ele gostava de ter Hermione ao seu lado na cama,mas havia algo diferente,ele sentia algo diferente do que sentia quando Virginia estava,mesmo que não acontece nada entre eles,e ultimamente a maioria do tempo passavam brigando sobre coisas banais,notou que a sensação que sentia com Hermione era a mesma de quando ele brigava com a ruiva.


-No que você está pensando? -a garota perguntou,enquanto ele a olhava .


-Em nada de especial. –respondeu dando de ombros e abaixando a cabeça para beija-la.


O gosto dos lábios dela era tão diferente dos lábios da ruiva,aprofundou o beijou,o som oco de algo se chocando contra o chão,interrompeu o beijo e o fez olhar para a porta,prendeu a respiração a ver a garota na soleira,o colete aberto,a gravata frouxa,os lábios entreabertos e o rosto surpreso.


-Gina! -a voz dele finalmente saiu em um tom bastante surpreso,era para ela estar na aula de feitiços...ou seria transfiguração?Ele não se lembrava,sentou-se na cama,juntamente com Hermione,que se cobriu com o lençol.


-Desculpe...eu...não sabia... –ela balbuciou e em seguida saiu do quarto,deixando a porta entreaberta, sentiu um enorme sentimento de culpa,olhou para o lado e viu Hermione se levantando.


-Você disse que ela iria chegar só depois do jantar! -a garota ralhou com ele.


-E era pra ela chegar só mais tarde! -ele exclamou. –Não sei o que aconteceu pra ela chegar mais cedo,a não ser...


-A não ser o que? -a grifinória o encorajou.


-Ontem ela passou mal...ela pode ter sido dispensada. –ele explicou.


-Como assim passou mal? -Hermione perguntou preocupada,enquanto vestia todo o uniforme novamente.


-Ontem quando eu cheguei, ela tava pálida,pouco depois ela correu para o banheiro vomitou. –ele explicou superficialmente.


-Vai ver ela foi dispensada... –ela comentou terminando de se vestir. –Harry,abre a porta para Hogwarts por favor? -ela pediu.


-Mione...


-Por favor,Harry! -ela pediu novamente.


-Está bem. –o moreno concordou começando a se vestir.


Pouco tempo depois eles estavam na sala da casa assim que a garota foi embora Harry foi procurar pela ruiva,sentia um peso enorme sobre o coração,como se algo ruim fosse acontecer,foi diretamente pro jardim e não a encontrou,deu a volta na casa e nada,entrou novamente e foi para a cozinha,nada,passou a mão pelo cabelo estava começando a se preocupar,olhou para o lado e viu o corredor que dava acesso a biblioteca,andou a passos rápidos até o local e abriu a porta.


-Virginia! -ele a chamou hesitante,entrou no cômodo e notou que algo muito pequeno brilhava no chão, bem próximo a porta de vidro no lado oposto ao que estava,andou até ela e abaixou-se. –Sangue? -ele seguiu um fino rastro de sangue que havia e viu uma poça de tamanho considerável próximo a porta de madeira,olhou para o jardim e viu mais alguns 'pingos' de sangue, ao lado da capa da ruiva,ergueu-se e seguiu o rastro. –Não. –murmurou ao ver a ruiva caída próxima à cerejeira que havia no jardim.


Abriu os olhos e quase gritou,os olhos brancos que ela tanto admirava e tanto temia,a pele pálida e a veste tão negra quanto os longos cabelos,lisos e na altura dos -se o mais rápido que pode e sentiu uma outra pontada no baixo-ventre,só que dessa vez mais fina e forte do que a que sentira na biblioteca, tentou gritar mas sua voz não saia,a mulher aproximou-se e ajoelhou-se à frente dela,enquanto colocava ambas as mãos dentro do ventre da ruiva,a dor aumentou imensamente,pouco depois ela viu uma bolinha de luz nas mãos da mulher,em questão de segundos a bolinha pouco menor que um pomo de ouro se tornou um bebê.


-Esse é o nosso pagamento pelo que você fez,sem nos consultar. –a mulher disse mostrando para a garota um bebê,Virginia deixou mais lágrimas rolarem.


-Um filho...eu esperava um filho... –ela balbuciou,sentindo as pernas ficarem fracas.


-Não chore...você ainda precisará dessas lágrimas. –a mulher disse,enquanto a ruiva caía de joelhos e tudo ficava escuro.

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