Evidências... E dúvidas...










--- Ora Rony...Snape faz parte da Ordem! Ele não pode querer matar alguém que a Ordem defende!
O ruivo não pareceu se convencer com os argumentos do amigo.
--- Pois eu ainda acho que ele tem alguma coisa haver com tudo isso... Pense bem... Ele sabe onde é o Quartel-general da ODF, poderia ter ido lá naquela noite...
--- Noite? Que noite? – Perguntou Hermione, que ainda não soubera do ocorrido.
--- Depois explico. – Respondeu o ruivo – Deixe me continuar... Pois então... Ele poderia ter ido lá...E a faca? Ele poderia ter enfeitiçado a faca da mesa dos professores para lhe atingir! Depois, quando ficou sozinho com seu material, colocou o pergaminho em seu livro.
--- Mas Rony... A faca veio de outra direção... – Comentou Mione, interrompendo-o novamente. – Lembra? Veio...Ou da mesa da Corvinal...Ou da mesa da... Sonserina...
--- Ah...Mas é claro...Draco Malfoy...
--- Não podemos ter certeza agora...
Toc...Toc...
Olharam para a janela. Uma coruja cinza de grandes olhos amarelados estava querendo entrar. Hermione levantou-se e permitiu sua passagem. O animal voou pelo Salão e pousou enfim, no ombro direito de Harry. Havia uma carta presa em sua pata. Gentilmente, Potter desamarrou-a e começou a lê-la em um tom de voz baixo.
--- “Querido Harry... Quero que me deixe informado dos acontecimentos em Hogwarts. Dumbledore contou-me de uma faca enfeitiçada no Salão Principal. Estamos investigando o caso, mas ainda não podemos lhe confirmar nada. Suspeitamos que há um traidor entre nós ou que alguém está agindo por intermédio de outro próximo a ti... Lembranças... Remo Lupin”.
OBS: Queime esta carta após ler ““.

Assim o fez. Quando ninguém estava olhando, o trio atirou a carta no fogo e esperou-a queimar.
--- Acha que devemos contar a Ordem sobre nossas suspeitas?
--- Melhor não... Vamos investigar melhor...- Respondeu Potter, encostando-se no pé de uma mesa próxima. – Vamos dormir? Amanhã tenho uma bela de uma detenção a cumprir e o dia será longo...
Rony e Hermione levantaram-se. Ronald foi o primeiro a recolher seu material e a subir as pequenas escadas em direção ao Dormitório Masculino. Quando Harry estava prestes a fazer o mesmo, sentiu que Mione o havia segurado pelo pulso.
--- Quer dizer algo? – Perguntou o rapaz.
A garota começou a ficar levemente corada.
--- Ah...É que...Eu...Gostaria de perguntar-lhe uma coisa...
--- Então pergunte Mione.
Ela soltou o pulso do amigo e olhou para o chão.
--- É... O que você acha de mim, Harry?
O garoto piscou duas vezes seguidas. Era uma pergunta um pouco estranha. Mas não passou nada muito absurdo por sua mente, que já estava congestionada por coisas mais estranhas do que a pergunta.
--- Ah Mione... Você é uma garota muito inteligente... Divertida...Porque está me perguntando?
--- Harry, você se interessaria por alguém como eu?
Antes que este raciocinasse a nova pergunta, Mione mudou de assunto.
--- Ah, esqueça Harry...Desculpe-me...Acho que é o sono... Boa...Boa noite!
Ela saiu rapidamente do local com seus livros e subiu as escadas, indo até o Dormitório Feminino. Harry permaneceu no Salão Comunal durante mais alguns minutos, tentando compreender tudo aquilo. Na verdade, sua mente já lhe dera uma resposta há muito tempo, mas este, por sua vez, não queria sequer imaginar que sua melhor amiga poderia estar apaixonada por ele. Com esses pensamentos rodeando loucamente sua cabeça, Potter foi se deitar depois de olhar mais uma vez para a lareira, como uma ultima esperança de ver novamente a face de seu padrinho.

* * * *

--- Bom dia, Harry. Sabe onde está Mione? – Perguntou Rony, quando viu o melhor amigo na mesa da Grifinória.
--- Não. – Respondeu, sentando-se ao lado do ruivo. – A última vez que a vi foi ontem, no Salão Comunal... Rony...Ela estava meio estranha...Fez-me umas perguntas...
--- Perguntas?
--- É...Bom, mas deixe para lá... Depois lhe digo... Olhe ela ali!
Ronald olhou na direção do olhar do amigo e viu Hermione adentrando no Grande Salão. A mesma ficou extremamente vermelha quando olhou na direção dos dois. Para a surpresa de todos, ela sentou-se ao lado de Gina Weasley, que estava a uma distancia considerável de Harry e Rony. Os amigos pensaram em ir falar com ela, mas desistiram. Talvez, ela estivesse fazendo aquilo por estar com algum problema...
Aula de Herbologia com Grifinória e Sonserina. A professora dividiu as duas casas em duplas. Harry fez dupla com Rony e Hermione foi obrigada a fazer dupla com Malfoy. Já devem imaginar como a aula foi...

--- Estão dispensados alunos. – Anunciou a Professora, que para Mione declarara a Abolição da Escravatura.
--- Até outra aula Granger... – Sussurrou Malfoy com ironia.
Ela pegou seus livros e saiu correndo da estufa.
--- Mione! – Gritou Harry, correndo atrás dela. – Quero falar contigo!
--- Outro dia. - Falou, virando a curva do corredor oposto.

A temida hora da detenção chegou. Harry despediu-se de Weasley e, após seu jantar, andou até a masmorra para encontrar-se com Snape e saber o que teria de fazer. Assim que entrou, não avistou o homem. Caminhando, o herdeiro de Lílian e Tiago Potter observou o local onde se encontrava naquele momento. Quando fitou um canto escondido no final da masmorra, viu uma espécie de bacia. Logo reconheceu o objeto: uma penseira parecia com a que o diretor Dumbledore possuía em sua sala. Uma lembrança jazia em seu interior... Harry tomou-se pela curiosidade.
Após olhar para os lados e certificar-se de que ninguém estava por perto, o rapaz de 16 anos de idade aproximou-se do objeto e foi “mergulhando” até poder ter uma boa visão do que ocorria ali.

Uma sala vazia. Provavelmente em Hogwarts. Um rapaz de cabelos negros e oleosos aparentava esperar alguém com ansiedade. Harry vê que a porta se abre e se sente muito surpreso ao reconhecê-la: sua mãe. A, naquela época, adolescente, aproximou-se de Snape, que ficara levemente escarlate com a presença dela.
--- Me disseram que você queria falar comigo Severo... Aconteceu alguma coisa? Aquele idiota do Tiago fez alguma coisa com você de novo?
--- Não preciso contar o que aquele maldito faz comigo... – O tom de voz de Snape era depressivo – A escola inteira fica sabendo, já que ele gosta de se mostrar...
--- Severo...- Era encantador como ela era a única da escola que havia parado de chamá-lo de “Seboso”. – Sabe que eu não gosto desse jeito dele...E já se cansou de ver que tento te ajudar...
--- Ele gosta de você Lílian... Mas não só ele...
O coração de Harry disparou. Será que Snape era apaixonado por Lílian, pela sua mãe? O rapaz ficou ainda mais horrorizado quando viu que o seu Professor de Poções se aproximava de Lílian aos poucos...
--- Não só...Não só ele? – Perguntou a garota, recuando lentamente com a aproximação de Severo.
Exatamente no momento em que Harry poderia jurar vomitar, já que Snape havia segurado Lílian pela cintura e aproximava seus lábios nos dos dela, a porta da masmorra se abre, fazendo Potter se jogar para trás e cair sentado no chão frio. Snape, agora crescido, estava com a expressão furiosa, como estivera no 5oano...
--- Parece que não aprende não é Potter? Deve se divertir muito rindo de mim, assim com o seu pai fazia!!!
--- Eu...Eu...Não imaginava...Eu...
Antes de conseguir terminar alguma frase que fizesse sentido, o Professor segurou Harry pelo braço e empurrou-o violentamente contra a parede mais próxima.
--- Poderia te matar agora... – Rosnou. – Mas seria muita tolice lhe executar aqui... Já devia ter feito isso há muito tempo!!!! Saia daqui!! Anda, saia daqui!! E não ouse contar nada!! Diga que a detenção já foi aplicada! Anda! Sai!!!
Harry não conseguiu pensar em alguma frase, somente saiu às pressas da masmorra enxotado pelo professor e voltou para o Salão comunal da Grifinória pensando em alguma desculpa muito convincente a inventar para os amigos não desconfiarem de sua detenção tão “rápida”.
“Snape... Apaixonado pela minha mãe... Mas isso é um absurdo!” – Era a única frase que passava pela mente do adolescente. Ele subiu as escadas de mármore e falou a senha do semestre ao quadro da Mulher Gorda ainda absorto em seus pensamentos. Quando entrou, Rony e Mione pareceram surpresos.
--- Já? – Rony estava levemente triste – Pensamos que iria demorar mais...
--- Hum... Snape me deu uma detenção leve...- Mentiu o rapaz, ignorando o tom estranho do amigo – Só que me pediu para deixar oculta dos outros alunos...
Ronald deu de ombros e sorriu para Mione. Esta retribuiu logo após.
--- É impressão minha ou eu atrapalhei alguma coisa?
--- Não... – Respondeu timidamente a garota. – Não atrapalhou nada.
Algo desconhecido naquela resposta fez Potter sentir-se feliz. Ele despediu-se dos amigos e foi descansar.

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