Quando o Amor Fala Mais Alto

Quando o Amor Fala Mais Alto



Draco não parava de pensar em Hermione e acabava sendo obrigado toda noite a ir à masmorra com esperança de encontrá-la. Dessa vez seu desejo foi atendido.

Ao adentrar a masmorra ouviu um choro abafado. Ele andou cautelosamente, enquanto visualizava uma figura humana encostada na parede grossa à sua direita. Ao ficar de frente para Hermione ele se abaixou e ficou com os joelhos dobrados para ficar à altura dela. Ele não sabia direito o que fazer e aparentemente ela ainda não o tinha visto. Pensou em passar a mão sobre os cabelos dela, mas subitamente ela levantou a cabeça e se assustou ao vê-lo.

- De-desculpe se assustei... – foi tudo o que ele conseguiu dizer.

Hermione passou as mãos freneticamente pelo rosto numa tentativa de enxugar todas as lágrimas o mais rápido possível. Toda aquela situação era constrangedora demais e ela não havia previsto que Draco fosse aparecer ali.

Draco continuava sem muita ação, mas resolveu passar a mão sobre os fios castanhos de Hermione. Ela simplesmente fechou os olhos com o toque e ele sentiu uma vontade inexplicável de abraçá-la e dizer que estava ali para protegê-la do que quer que fosse que estaria lhe atormentando. E, sem hesitar, ele a abraçou. A garota parecia ansiar por isso, pois voltou a chorar compulsivamente.

- Alguém te machucou? – Draco ouviu sua voz perguntar quase que involuntariamente.

Hermione demorou um pouco para responder, mas logo em seguida disse:

- Não... Não literalmente – sua voz estava embargada.

- Como assim? – o loiro não entendeu o sentido da resposta.

- Eu só queria ficar um pouco em silêncio... – disse Hermione.

Draco a apertou mais forte e continuou fazendo carinho nas madeixas castanho-acobreadas.

Alguns minutos depois, Hermione conseguiu controlar o choro e, enxugando mais uma vez o rosto, afastou-se do abraço de Draco e tentou não olhá-lo. Ela se sentia muito envergonhada.

- Por favor, Granger... Se alguém tiver te machucado, eu quero saber!

Hermione percebeu a preocupação sincera no tom de Draco e se sentiu reconfortada, mas não sabia se a coisa certa era lhe contar a verdade.

- Por que você veio aqui? – ela perguntou com curiosidade.

Draco sentiu-se enrubescer e acabou por contar a verdade.

- Estava te procurando... Ontem também vim aqui.

Hermione se surpreendeu e sentiu vontade de beijá-lo como fizera poucos dias atrás. Mas não podia. Eles não podiam continuar com o que estavam fazendo antes, tinham que se decidir. E aquele, infelizmente, não era o momento para esse tipo de conversa.

- Mas eu insisto, Granger... Se alguém lhe machucou, eu preciso saber quem foi!

Ela respirou fundo e decidiu falar a verdade. Falou de sua conversa com Rony, do que ele lhe dissera e do quanto sua amizade era importante para ela.

- Mas que idiota! Quem ele pensa que é? – bufou Draco. – Aquele...

- Não, Draco! Ele é meu amigo... Apesar de tudo.

- Mas... Isso não pode ficar assim! Alguém tem que dar uma lição nele! Ou você acha certo ele te magoar assim, te insultar desse jeito?

- Por favor, Draco! Não faça nada! Eu só te contei porque precisava desabafar... Isso tudo estava me sufocando.

- Tudo bem.

Mas não era bem assim que ele pensava. A fúria do sonserino mandava-lhe fazer alguma coisa e depois ele pensaria melhor no que deveria ser feito.




- Como assim ele te deu esse bilhete? – perguntou uma Luna surpresa a Gina.

As duas tinham combinado durante o dia que se encontrariam à noite para conversar. Nunca mais tinham feito isso e Gina tinha ficado de entregar o bilhete de Ernesto à amiga e queria muito perguntá-la sobre o que estava acontecendo entre eles dois.

- Exatamente, Luna. Ele foi atrás de mim ontem só para entregar esse bilhete. E ele parecia bastante ansioso para que você o lesse.

- Mas é claro que eu não vou ler! Nem sequer vou abri-lo – e tendo dito isso, Luna rasgou o pergaminho em pedaços.

- Mas Luna!! Nossa, você é feliz com todo esse orgulho?

- Ai, Gina! Você não sabe o que aconteceu entre a gente. Ele me usou, me iludiu...

- Então me conta o que aconteceu que eu quero saber.

Gina ouviu tudo abismada. Será possível que nenhum garoto presta? Todos têm o hobby de iludir as garotas que gostam deles? Eram essas as perguntas que não saíam de sua cabeça.

- Realmente, Luna, você tem razão. Ele te iludiu, sim. Mas você poderia ter lido o bilhete. Ao menos, ele tem algo a lhe dizer! – Gina disse isso mais para si do que para a amiga. Harry não lhe dissera nada que pudesse superar sua dor.

Luna ficou calada. Talvez o que Gina dissera fizesse sentido, mas ainda assim ela tinha orgulho do seu amor-próprio. Ela sempre fora uma garota insegura com relação aos sentimentos, com relação ao que os outros pensavam sobre ela e agora estava satisfeita com sua reação ao que Ernesto tinha lhe feito. Se ele estava realmente arrependido, se ele realmente gostasse dela, ele iria atrás e não haveria nada que os impedisse de ficar juntos. E ela torcia muito por isso. Porque apesar da infantilidade como ele lhe tratou dias após terem ficado juntos, o tempo em que estiveram juntos tinha sido maravilhoso.

- Tenho que ir, amiga – disse Gina.

E Luna não pôde deixar de notar o quanto sua amiga estava abatida.

- Aconteceu alguma coisa, Gi? – perguntou, preocupada.

- Eu não queria falar sobre isso agora, Luna. Outra dia te conto tudo, certo?

Luna voltou para a Corvinal pensativa. Lembrava-se de cada momento que estivera com Ernesto. De seus beijos, suas brincadeiras. Tinham sido quatro dias maravilhosos e eles não saíam de sua cabeça. A sintonia em que eles estiveram tinha sido perfeita, parecia que já estavam juntos há meses, mas de repente... Ele simplesmente sumiu. Tornou-se outra pessoa e era isso que mais lhe magoava. Tinha medo que mesmo que ele tivesse se arrependido, pudesse voltar a mudar outra vez. E aí se lembrou mais uma vez daquele abraço apertado, aquele perfume maravilhoso...

Então levantou a cabeça para prestar mais atenção por onde estava andando. Ela estava agora em um corredor largo, emoldurado por compridas janelas ao seu lado esquerdo e a Lufa-lufa estava por perto. Ela sentiu seu coração bater mais rápido.

Foi quando aconteceu o que ela mais temia. Ernesto e dois garotos vinham andando em sua direção, rindo bastante alto. Ela apressou o passo e ainda pensou em dar meia-volta e se esconder. Quando eles já estavam mais próximos, ela pôde ver a expressão no rosto de Ernesto mudar completamente. Ela abaixou a cabeça e andou ainda mais rápido.

- Luna!! – Ernesto gritou, mas ela continuou a passos largos, se segurando para não olhar para trás.




Mais um dia de arrependimento e pensamentos que iam além de sua rotina. Rony estava se sufocando a cada dia que passava com um nó na garganta indescritível. Era decepção misturada com arrependimento. Um amor reprimido que não via a hora de extravasar.

Nos últimos dias ele vinha percebendo a manobra que Harry tinha que fazer para ficar um pouco com ele e um pouco com Hermione. E toda vez que ele tentava olhar para a amiga, recebia um olhar de desprezo que o consumia. E além de tudo isso, ele ainda tinha que estudar. Agora não havia Hermione, nem Lilá para lhe ensinar Transfiguração e ele tinha que engolir os livros se quisesse se dar bem. Ele tinha planejado ir estudar na biblioteca, mas quando se lembrou que lá perto poderiam estar Hermione e Draco, ele teve que desistir. Acabou preferindo estudar na sala comunal, mas não teve muito êxito. Rony realmente estava com problemas em Transfiguração e nem Harry seria capaz de lhe ajudar, pois deveria estar namorando. Então ele desistiu. Fechou os livros e foi para o quarto ficar deitado.

Estirou-se na cama e ficou deitado de costas, com a barriga para cima. Ele olhava fixamente para um ponto qualquer no teto. Fechou os olhos e se lembrou de Hermione. De seu sorriso, seu jeito mandão de ser. E, de repente, ele se viu rindo sozinho. Ele a amava muito. Desejava de todas as formas poder voltar no tempo e ser outra pessoa. Se soubesse o que aconteceria, tudo teria sido diferente. Ele nunca teria deixado Hermione chegar perto de Draco, porque já teria se declarado. Já teria acabado o namoro com Lilá para ficar com sua amada. Mas e se ela não o amasse? Não haveria nada que ele pudesse fazer para resolver esse problema.

E assim, pensando no quanto tinha sido estúpido, no quanto desejava Hermione, Rony adormeceu.




Harry quase esquecera que tinha marcado de encontrar a namorada aquela noite e percebeu o desapontamento no rosto de Iara ao chegar mais de meia hora atrasado ao encontro no pátio em que sempre se encontravam.

- Desculpe, Iara.

- Já estava decidindo ir dormir. Nossa, que demora, Harry! O que você estava fazendo?

- Eu? Er... Eu estava estudando, e... Na verdade, eu esqueci, Iara. Mil desculpas, por favor! Eu não queria te magoar – disse Harry, envolvendo a garota em um abraço.

Sua cabeça não parava de processar as palavras ditas por Gina na noite anterior. Ele queria ter certeza do que dizer para a ruivinha, mas ainda não sabia o que deveria ser feito. Só sabia que estar com Iara agora não fazia sentido. Todo esse tempo juntos e ele ainda não sentia nada que o prendesse a ela.

- Iara, tem algo que eu preciso lhe contar.

A garota o olhou, apreensiva.

- Você não merece isso. Você não me merece...

- Como assim, Harry? O que é que você está dizendo?

- Eu... Eu não estou te fazendo feliz, Iara.

Harry tinha parado de abraçá-la e estava agora ao seu lado, olhando para frente. Não conseguia olhá-la nos olhos.

- Mas é lógico que está Harry! Que conversa é essa? Isso que aconteceu hoje é normal... Eu entendo! Você deve está preocupado com os assuntos para estudar. Eu também estou!

- Não é isso, Iara – e agora ele a encarou. – É melhor eu dizer isso agora, antes que as coisas se compliquem ainda mais.

- Isso o quê? – a garota estava assustada.

- Eu não... Meus sentimentos por você nunca se intensificaram... Eu não... Eu não sei se gosto mesmo de você. Pelo menos não como você gosta de mim! Sabe, eu te admiro muito, tenho um carinho enorme por você. Mas... amor... Eu não sinto.

Harry nunca sentira tanta vergonha de si mesmo como agora. Sentia-se o pior covarde por ter levado adiante esse relacionamento e feito uma pessoa tão boa sofrer. Mais uma pessoa que ele fazia sofrer. Isso não estava correto.

Iara simplesmente respirou fundo e saiu sem nada dizer. Mas Harry sabia que o namoro tinha acabado e por mais que ele quisesse abraçá-la, pedir desculpas por ter-lhe feito sofrer, ele sabia que ela necessitaria de um tempo sozinha.

Agora ele podia pensar em Gina sem se sentir culpado. Agora ele poderia lutar pelo seu amor sem se preocupar com o que os outros fossem pensar. Não havia mais porque evitar. O sofrimento que causara à ruivinha lhe faziam sofrer também. Ele não agüentava mais ver a garota mais linda de Hogwarts séria. Ele tinha que fazê-la sorrir, tinha que fazê-la feliz. O resto do mundo não importava mais.




N/a: Pessoas queridas que acompanham minha fic: MUUUITO OBRIGADA! Ultimamente tenho andado mais ocupada do que o normal e infelizmente os capítulos demorarão um pouco mais para serem postados =/
Respostinhas aos comentários:
Mione Malfoy: Nossa! Tenho que me proteger! hehehe... A pessoas estão ficando agressivas! Vamos ver o que o destino nos prega, né? Quem sabe a Mione não fica mesmo com o Draco? Só por favor, não cometa esse assassinato! hehehehe
Mila Weasley: Como sempre, comentários maravilhosos os seus! ^^ Ainda bem que vc gostou da conversa do Harry e da Gina, foi bem dramática, né? Ele ainda vai agir... Espero que vc tenha gostado desse capítulo tb! ;)
Carla Ligia Ferreira: Nossa, entendi tudo errado do seu antigo comentário, hem? Mas agora entendi direitinho! E espero que a fic continue lhe agradando! hehehe
Natinha: Os capítulos são um pouco pequenos mesmo, né? O próximo provavelmente vai ser maior! Esse só não poderia ser maior, senão estragaria a surpresa! =x Ah, não entendi direito esse seu comentário: "e deixar a mione falando sozinha foi sensível? se agarrar com outra na frente da mione é sensível? acho que não neh Lina?!!" Explica melhor, certo? ;)
Melissa: Pois é, esses homens, hem? Só fazem coisa errada e deixam a Mione e a Gina sofrer... Mas a fic tem muita surpresa pela frente! x)
Teresa: Adorei seu comentário! Super cheio de dicas! Pode deixar que a trama já tá meio que resolvida, mas é sempre bom saber o que vcs acham q é mais certo acontecer! Às vezes eu até mudo de idéia! =x
Georgia: Fiquei tão feliz de te ver aqui no FeB pra ler minhas fics, sabia? Isso é muito importante para mim!
Anna Fletcher: Que sorte a minha de vc ter me reencontrado aqui no FeB! E olha só! Mais uma para o grupo das que detonam o tadinho do Ron! hehehe... Continua deixando comentários, certo?
E é isso, queridas... ADORO de paixão todo esse carinho! Espero retribuir com uma fic que lhes agrade! ;)
Bjão a todos e aguardo mais comentários!!
Lina.

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