Encontro Às Escuras

Encontro Às Escuras



Gina sabia que por mais óbvia que fosse aquela decisão, acabar um namoro que tinha lhe feito tão bem não seria nada fácil. No dia em que decidira por isso, parecia tudo tão mais fácil e tão mais lógico. Agora, no entanto, que ela já tinha agido, uma angústia parecia não querer mais ir embora. O medo de ter decidido pelo caminho errado lhe atormentava mais do que o nervosismo pelo que estava por vir dentro de seus objetivos.

E a hora chegara. Já era noite e Gina estava sentada na sala comunal terminando de estudar para uma prova de DCAT que teria no dia seguinte, juntamente a muitos outros quintanistas que pareciam dispostos a passar aquela noite estudando.

Foi quando ele passou pelo buraco da Mulher-Gorda. Já havia horas que Gina tentava se concentrar em seus estudos, o que na verdade era apenas um pretexto para esperar que Harry voltasse, de onde ela não sabia, embora não fosse difícil de se imaginar com quem ele estava.

Então ela fechou seu livro imediatamente e se levantou para ir de encontro com o garoto.

- Harry! – ela sorriu.

Harry parecia distraído e quando percebeu quem o chamava, abriu um sorriso.

- Oi, Gina! Tudo bom?

- Tudo, sim... Er, eu gostaria de conversar com você, Harry... Pode ser?

- É lógico! Pode dizer – respondeu Harry, simpático.

- Bem... Na verdade, eu preferia que fosse em um lugar mais reservado... – disse Gina, olhando ao redor.

- Ah, ta... – disse Harry entendendo a necessidade de um lugar onde não houvesse ninguém. – Tudo bem, então! Eu sei de um lugar ótimo!

Estava tudo decidido. Aquela seria a noite em que Gina iria lançar sua sorte, iria finalmente dizer a Harry tudo o que já sentira e ainda sentia por ele. Seu coração estava acelerado e ela sentia seu rosto esquentar como há muito não o fazia. Ela estava, sim, apaixonada por Harry novamente. Talvez aquela paixão esteve apenas abafada durante seu namoro com Dino, mas no fundo ela sabia que sempre tivera esperança de que um dia aquele momento iria chegar. E Harry estava maravilhosamente lindo. Seus cabelos negros desalinhados, aqueles olhos verdes que a encantavam e um sorriso que era capaz de fazê-la esquecer qualquer coisa. Não importava se ele tinha saído com alguém aquela noite, tudo o que ela queria era expor para fora o que vinha sendo guardado e escondido por tanto tempo.

Após cinco minutos de caminhada pelo castelo, Harry tinha levado Gina para o mesmo jardim interno onde tinha conversado com Iara alguns dias antes. Talvez para se lembrar que tinha decidido por esquecer Gina e tentar gostar de Iara, ou simplesmente porque gostara do lugar.

- Bom, Harry... O que eu tenho para te falar não é nada fácil... – disse Gina, sentindo suas mãos suarem. – E eu espero realmente que isso não vá lhe chocar ou qualquer coisa do tipo.

Harry engoliu em seco. Ele imaginava, pela seriedade da ruivinha, que ela estava ali para desabafar, dizer o quanto tinha se magoado com o beijo que ele havia lhe dado. Ele ainda não sabia que o namoro de Gina com Dino havia acabado e, portanto, antes que a coisa ficasse mais séria – e Dino decidisse vir tirar satisfações – ele tinha que fazer alguma coisa. Talvez se ele pedisse desculpas antes que ela continuasse, sua imagem ficaria amenizada para a garota.

- Gina – disse rapidamente, para impedir que a garota continuasse. – Antes que você continue, tem algo muito importante que eu quero falar também – e, vendo que ela se manteve calada, ele prosseguiu: - Eu queria te pedir desculpas... E-eu nunca deveria ter feito aquilo que eu fiz com você.

- Como assim? - ela não entendia.

- Bem, você sabe... Aquele beijo que eu quis te dar... Todas aquelas palavras que eu te falei.

- O que você quer falar com isso, Harry? - agora o coração de Gina batia em disparada, parecia que ia pular pela sua boca. Ele não podia dizer o que ela mais temia...

- Er... Eu não sei onde é que eu estava com a cabeça quando agi dessa forma, Gina... – Harry media as palavras cuidadosamente. Ele sempre evitava mentir, mas aquela era uma ocasião em que a verdade deveria ser ainda mais evitada. Depois de sua conversa com Hermione, ficara claro que trazer novamente os sentimentos de Gina por ele à tona poderiam ser prejudiciais a ela. – Na verdade, eu ainda não gostei de ninguém... Nem mesmo de você. Infelizmente, eu agi por impulso, sabe. Agora eu estou saindo com uma pessoa... E está sendo bem legal! Acho que eu consigo me tornar um garoto mais sério, sabe. E... Não pensei nas conseqüências dos meus atos aquele dia e eu queria muito te pedir desculpas, Gina!

Aquelas palavras ditas tiveram o mesmo efeito de um tapa na cara bem forte. A vontade que Gina tinha era de sair correndo dali e chorar bem muito sozinha. Por que ela fora tão burra de acreditar que Harry poderia ter mudado? Por quê?

Mas agora ela tinha que ser forte.

Vendo que a ruivinha se mantinha calada e pensativa após terminado o seu pedido de desculpas, Harry resolveu perguntar:

- Mas... o que era mesmo que você queria falar comigo?

- Ã? Ah, não era nada... Até já esqueci! – respondeu ela, tentando abrir um sorriso amarelo e segurar aquele choro.

- Então está tudo bem entre nós? - perguntou Harry, chateado por não poder ter Gina para si.

- Ah, claro que sim!

Harry a abraçou forte, segurando a vontade que tinha de desmentir tudo e dizer o que sentia por Gina. Mas assim seria melhor. Ela parecia feliz ao lado de Dino e ele não tinha o direito de querer mudar isso.




Quinze minutos antes da hora combinada para o encontro com Hermione, Draco tinha acabado de sair do banho e retornava para o quarto dos sextanistas sonserinos. Sua roupa escolhida já estava disposta em cima da cama em que dormia e aparentemente parecia que todos os colegas haviam saído para terminar o exercício de Poções ou para se encontrar com alguma garota. Isso era bom, porque assim não teria que dar satisfações a ninguém para onde iria tão arrumado. Todos sabiam que sua dupla para o trabalho era Hermione Granger, uma grifinória sangue-ruim e, que portanto, não havia a necessidade de tanto empenho em estar bem-vestido e perfumado para um encontro com ela.

Nem ele mesmo entendia aquele desejo insano em estar por perto de Hermione. Sempre que a via sentia uma vontade imensa de possuí-la em seus braços e beijá-la sem parar. Mas o que ele sabia era que aquela vontade de conseguir persuadí-la estava muito ligada à sua disputa eterna com Harry Potter. Só de imaginar Harry e Rony descobrindo que Hermione estava com ele, já era possível sentir uma satisfação enorme.

Às 19 horas em ponto, Draco chegou à masmorra que escolhera para o encontro. Não tinha certeza de que Hermione iria aparecer, mas tinha muita esperança de que isso acontecesse.

Depois de quinze minutos – que mais pareceram 30 minutos – de muito esperar, Draco ouviu passos de alguém que se aproximava. A masmorra estava fria e escura, mas as tochas iluminavam o suficientemente bem para que ele visualizasse a figura que encontrava desconfiada.

- Ta vendo que você também queria? - disse Draco ao fundo, assustando Hermione.

- Que eu queria o quê? - perguntou ela, enquanto chegava mais perto de Draco, seu coração acelerado.

- Você quer que eu te mostre? - perguntou o loiro, andando para frente de modo que pudesse adiantar seu encontro com Hermione.

A garota, no entanto, hesitou e deu um passo para trás. Olhou para os lados e mordeu o lábio inferior, tentando arrumar coragem.

Ela estava linda, o que deixava Draco ainda mais louco de vontade de lhe dar um beijo. A capa preta aberta que ela vestia deixava Draco observar uma saia não muito curta, na altura das coxas, mas diferente das que ela costumava vestir usualmente; uma blusa branca de botões, que estava aberta na altura dos bustos, deixando aparecer sutilmente o decote; e os cabelos soltos daquela forma rebelde que o conquistaram.

Mas então ele se deu conta que para conseguir conquistá-la era preciso muito mais do que beijos roubados. E, por mais estranho que isso fosse, ele começou a sentir o coração acelerar graças ao nervosismo.

- O que exatamente você quer de mim, Malfoy? - perguntou Hermione, tentando parecer o mais calma possível.

Draco não sabia direito como responder essa pergunta e foi com muita cautela que disse:

- Eu sei que você percebeu, Granger, que existe entre nós uma química muito forte – e ele foi se aproximando vagarosamente, vendo que ela não mais recuava. – Eu sei que nós já enfrentamos alguns desentendimentos, mas eu queria que você deixasse tudo isso de lado... – agora ele segurava uma mecha do cabelo de Hermione e a colocava atrás da orelha, o que a fazia se arrepiar e fechar os olhos. – Vamos tentar esquecer tudo e viver o agora... O que passou já passou...

Draco entendeu os olhos fechados de Hermione como a deixa perfeita para um beijo. Calou a boca e foi lentamente encostando seus lábios nos dela. O perfume que exalava de Hermione era inebriante e o deixava ainda mais louco.

Ela estava assustada e decidida ao mesmo tempo. Aquela seria uma noite de entrega, de fazer o que desejava e deixar o moralismo de lado. Mas não seria tão fácil assim. Draco lhe atraía muito, mas ela não conseguia deixar de pensar no que seus amigos seriam capazes de fazer se descobrissem.

E quando ela sentiu novamente aqueles lábios e aquela respiração pesada, todos os pensamentos se evaporaram de sua cabeça. Logo em seguida, Draco passou um braço pela sua cintura como que para se certificar que a garota não sairia dali tão cedo e o outro continuou segurando seu rosto.

O beijo se intensificou à medida que a respiração dos dois também acelerava. Hermione então relaxou e passou uma das mãos sobre os cabelos loiros de Draco, fazendo-o se arrepiar todinho. A outra mão apertava-lhe as costas deixando o beijo ainda mais completo.

Até que ela resolveu parar e olhá-lo nos olhos, algo que não era comum.

- Viu que não tem nada demais nisso? - disse Draco ainda envolvendo Hermione pela cintura.

Ela só foi capaz de soltar um risinho nervoso e olhar para o lado.

- Mas escuta aqui, Malfoy – disse Hermione, mudando sua expressão no rosto. – Ninguém, absolutamente ninguém, pode saber do que está se passando entre a gente, ok?

Draco a achava muito bonita toda vez que ela tomava aquele ar mandão e controlador, então ele simplesmente balançou a cabeça positivamente e foi vagarosamente dar-lhe um outro beijo.

Menos de uma hora depois, os dois não paravam de se beijar e Hermione resolveu parar com tudo aquilo.

- Tenho que ir – disse tentando se convencer a parar o beijo.

Draco parecia enfeitiçado e falou quase que em sussurro, sem parar de olhar para seus lábios:

- Tem certeza, Granger?

Tentando ser o mais delicada possível, ela tirou os braços dele de sua cintura e, ficando séria ela respondeu:

- Tenho muita coisa para estudar e... Ainda vou fazer aquele trabalho de Poções que nós dois deveríamos fazer...

- Que você só está fazendo só porque quer... Agora não vejo razão para que a gente se encontre novamente...

- Ah, er... – ela ficou nervosa. – Acho que é melhor eu fazer só, mesmo. Vai ser mais rápido assim.

E após dizer isso já estava chegando perto da saída da masmorra.

- Granger! – gritou Draco, fazendo-a parar. – A gente se encontra aqui de novo então?

- E-eu... eu ainda não sei se ta certo! – respondeu Hermione, séria.

- Mas não há nada demais! Não tem como ninguém descobrir a menos que a gente queira... – e, vendo que ela não respondia, prosseguiu: - Daqui a dois dias aqui no mesmo horário, então?

Depois de morder o lábio e se lembrar da decepção que sofrera com seus amigos ultimamente ela resolveu responder um sim.




N/a: Bom, gente... adoro receber comentários!! Podem mandar mais! ;)
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