Grindewald e a Horcrux



Tom Riddle saiu do cemitério somente após a tarde. Mas não voltou imediatamente ao Orfanato; ficou vagando pela Londres escura e barulhenta.
Fazia muito tempo que não andava por aquelas ruas, mas ainda assim reconheceu os caminhos por onde seus pés o levavam. Perambulou por becos escuros e ruelas até chegar num pub onde ia as vezes durante suas férias tediosas para passar o tempo e pensar na vida.
Era um lugar muito mal-encarado: escuro, fedia a urina. De fato, o dono do bar não estava acostumado a servir muitos garotos de dezesseis anos, mas aquele rapaz era diferente. Ele não parecia se sentir minimamente intimidado pelo que quer que fosse. De qualquer maneira, ele nunca pedia nada além de chá ou água, o que não lhe causaria problema algum se as blitz do governo resolvessem bater à porta do seu bar.
Tom sentou-se no banquinho sujo de madeira em frente ao balcão e ordenou:
“Vodka”.
O dono do bar ergueu uma sobrancelha, surpreso.
“Não posso servir você, é menor de idade”.
Então o rapaz virou-se e o encarou. O dono do bar assustou-se. Uma expressão enlouquecida de ódio perpassava por suas bonitas faces e um fulgor vermelho dominava seu olhar. Ele não ousou discutir; apenas serviu uma generosa dose de bebida no copo e serviu.
Tom bebeu metade do copo num gole só. As lágrimas haviam parado de cair, mas a um intenso custo. Sua expressão era de raiva e medo, ao mesmo tempo. Terminou seu copo e ordenou que o enchessem novamente. Quando levava o segundo copo à boca, um estranho homem entrou no lugar.
O homem vestia uma comprida capa cor de ameixa. Era mais alto que o normal e possuía um porte altivo e majestoso na forma como caminhava ereto. Seu rosto era coberto pelo capuz, deixando a mostra apenas a ponta de uma densa barba grisalha.
Os homens do bar se calaram ao ver o homem entrar. Mas ele não pareceu se importar e sentou displicentemente no banquinho vizinho ao de Tom. O rapaz voltou a atenção ao seu copo. Não estava acostumado a beber, por isso sua cabeça rodava. Mas tudo o que precisava no momento era esquecer tudo o que tinha vivido... Quando fez menção de encher o terceiro copo, o estranho barbudo barrou sua mão.
“Acho melhor parar por aí. Como pretende conversar comigo se estiver caindo de bêbado?”
O homem tinha uma voz grave e profunda, gutural, que impunha respeito. Seus olhos amarelados fitaram os castanhos de Tom, que estreitou-os e disse:
“Que tem a ver com a minha vida?”
“Não use esse tom de voz insolente comigo, garoto.”
O homem falou baixo, mas Tom calou-se imediatamente. Ele sabia o que era ter moral.
O estranho de capa levantou-se e saiu pela porta, fazendo um gesto para que Riddle o acompanhasse. Tom não ousou desobedecer o homem, mas manteve a mão fixa na varinha por debaixo da jaqueta.
Era noite alta lá fora. O homem caminhou silenciosamente pelas ruas como se as conhecesse muito bem e Voldemort o acompanhou, nervoso. Em um beco escuro sem saída, o homem finalmente parou e com um movimento súbito e agressivo, o agarrou pelo pescoço, como se fosse enforca-lo. O rapaz debateu-se e soltou um jorro de palavrões, mas quando finalmente puxou sua varinha, eles já haviam aparatado de lá.

Era uma grande e luxuosa mansão. Uma horda de elfos domésticos os recepcionaram e Grindewald os chutou para fora do caminho. As paredes de pedra eram todas cobertas com quadros e tapeçarias representando brasões de famílias ou cenas de mortes sangrentas. Eles finalmente chegaram num salão de chá atulhado de livros, onde um elfo doméstico serviu-lhes duas xícaras de chá fumegante. Grindewald tirou um frasquinho de poção transparente das vestes e derramou o conteúdo na xícara de Riddle, e tornou a oferece-la.
“O que é isso?” – Perguntou Voldemort
“Veritasserum.” – respondeu o bruxo com simplicidade – “Você é competente demais em Oclumência para o meu gosto, rapaz.”
Riddle hesitou, mas apanhou a xícara e deu um pequeno gole.
“Como você me achou?” – Perguntou Tom.
“Seu amigo Avery falou-me de você. Ele disse que você é a pessoa mais sedenta de saber e poder que ele já conheceu e que gostaria muito de ter uma conversa comigo a respeito do que eu sou capaz. Diga-me, rapaz, depois do ataque a Gringotes, por que você duvida tanto de meus poderes?” – Disse o velho bruxo. Grindewald analisou a expressão do jovem à sua frente. A veritasserum não estava fazendo efeito. Aquela conversa seria muito interessante...
“Eu não duvido. Só não vejo razão para que Avery, como tantos outros, prostem-se aos seus pés como elfos domésticos e recebam sua marca como gado”. – Tom estava sendo desrespeitoso. E sabia disso. Porém o velho mago apenas lhe dirigiu um sorriso mordaz e respondeu:
“Diga-me, Tom Riddle, você é puro-sangue?”
O sonserino pesou sua resposta por um momento e então pousou a xícara vazia na mesinha.
“Não. Sou mestiço.”
Grindewald soltou um “ah!” de entendimento, mas continuou fitando o jovem com a mesma expressão de interesse.
“Mas estou de total acordo com as suas idéias. Gostaria que a escória fosse eliminada da face do planeta, também”.
Grindewald deu um risinho irônico que de algum modo combinou perfeitamente com a sua figura.
“Orgulho. Audácia. Ambição e sede de poder. Sonserino, não?”
Riddle também sorriu e confirmou com a cabeça, acrescentando:
“Não poderia ser de outra maneira, já que em minhas veias corre o puro sangue de Slytherin por parte de mãe”.
Grindewald pareceu levemente impressionado.
“Vejo muito poder e glória em seu futuro, rapaz. Eu posso ajudar você a alcançar isso se quiser, Riddle”.
Voldemort empertigou-se na cadeira e disse, orgulhoso:
“Não quero fazer parte de seu rebanho particular. Não sou servo de ninguém.”
“Não, Riddle. Você é um caso especial à parte. Você será, por falta de termo mais apropriado, meu pupilo.”
Grindewald o encarou por uns instantes, tentando captar qualquer sentimento que pudesse identificar. Mas a mente do garoto parecia hermeticamente fechada. Riddle permaneceu impassível. Então disse, com um ar sério e pomposo:
“Conte-me o que você sabe sobre a morte”.

[...]

A Sra.Cole o esperava cochilando na poltrona da entrada. Ela o havia esperado preocupadamente desde as oito, mas só às duas da manhã o rapaz reapareceu. Tom Riddle entrou silenciosamente pela porta da frente com um semblante cansado e misterioso. Subiu as escadas sem dizer nenhuma palavra e trancou-se no quarto.
A conversa com Grindewald tinha sido bastante esclarecedora. O bruxo contou-lhe coisas inimagináveis a respeito das Artes das Trevas mais obscuras. Tais coisas eram guardadas e analisadas por bruxos especializados do ministério, os inomináveis. No Departamento dos Mistérios havia inclusive um portal para o mundo dos mortos oculto por um véu, de onde bruxo algum conseguira escapar. Explicou-lhe também que um morto jamais poderia ser ressuscitado, mas era possível criar Inferi com e aparência de uma pessoa viva. E por último, abordaram um tópico que ele achou particularmente interessante: Horcruxes. Grindewald falou-lhe por cima, mas não quis aprofundar-se no assunto. Quando Voldemort lhe perguntou como se fazia um, o bruxo se recusara a responder e mudara rapidamente de assunto.
O bruxo mais velho contou-lhe também que Hogwarts havia não muito tempo, ensinava a seus alunos mais avançados também Artes das Trevas.
Nas semanas que se seguiram Voldemort passou a encontrar-se regularmente com Grindewald na mansão do bruxo. O respeito entre ambos parecia crescer, embora ainda não se pudesse chamar aquela relação de amizade. Porém, na última semana do verão, Grindewald teve de resolver alguns assuntos na Islândia e seus encontros tiveram de ser adiados para as próximas férias.

Naquele dia ensolarado, o penúltimo antes das férias de verão terminarem, os órfãos foram dar um passeio na mesma praia de sempre. Tom estava empolgado com a possibilidade de rever sua cobra Nagini, e dessa vez ele falaria com ela em privacidade, sem dois pirralhos lhe chateando. Mas não pôde evitar rir ante a lembrança daquele dia na praia.
Os órfãos finalmente chegaram na praia e os mais novos puderam tirar suas batas acinzentadas e entrar no mar, aliviando o calor intenso daquele dia. Os mais velhos apenas reuniram-se ao redor das cestas de comida e formaram um círculo onde conversavam alegremente sobre tudo. Tom pôs-se a observar o grupo de longe, sentado numa rocha escura. Amandinha Bishop sentava ao lado de Emily Abercrombie e Billy Stubbs, enquanto remexia na cesta para finalmente alcançar um sanduíche.
Amanda desembrulhou o sanduíche e deu uma mordida lenta. Tom observou seus lábios rosados cercarem a borda do pão, e então sua pequena língua umedece-los, indo buscar os farelos que estavam grudados em seu lábio inferior. Ela completou a mordida e mastigou saboreando o alimento. Depois apanhou na cesta um suculento bombom de chocolate embrulhado em papel alumínio e mordeu-o. O recheio de cereja escorreu de dentro da sua boca pelo queixo, indo finalmente pingar em seu colo. A pequena gota de licor escorreu ousadamente indo perder-se finalmente no vale entre seus seios. A garota não parecia perceber nada disso. Continuava a conversar alegremente com a amiga.
Tom estava completamente aturdido. Como algo simples como morder um sanduíche podia lhe parecer ao mesmo tempo tão ingênuo e tão provocante?
Sacudiu a cabeça com raiva e afastou-se dali antes que sua mente começasse a fantasiar sobre coisas bem mais ousadas do que uma gota de licor de cereja.
Ele andou até o conhecido paredão de rocha escura e parou por um momento antes de ser magicamente levado até o topo do penhasco. O Ministério classificaria aquilo como uma Emissão Mágica Involuntária, uma vez que Riddle era menor de idade e não tinha usado sequer uma varinha, ou pronunciado qualquer tipo de encantamento. Mas ele sabia perfeitamente o que estava fazendo...
Mergulhou de cabeça nas águas geladas e nadou até a fenda que dava acesso à caverna.
Lá estava o nicho escuro na parede, onde Voldemort enfiou o rosto e chamou Nagini em sua língua de cobras.
A Naja prontamente atendeu seu chamado, prostrando-se com o corpo enrolado e apenas a cabeça levantada, em frente ao seu Mestre.
“Bom dia, Nagini, minha velha amiga.” – Cumprimentou, sorrindo.
“Você cresceu muito, Tom.”

Riddle cruzou os braços nas costas e meramente fez um meneio com a cabeça.
“Não falo apenas em altura, meu caro. Seus dons de ofidioglota estão bastante desenvolvidos, devo acrescentar.”
“Tive muitas oportunidades para praticar durante este ano.” – E então contou a Nagini sobre suas desventuras com a Câmara Secreta.
A cobra pareceu exultar ante às informações providas por Riddle. Quando o rapaz finalmente terminou seu monólogo, a cobra desenrolou-se e cercou-o, como se fosse aperta-lo até quebrar seus ossos.
“Parece que você descobriu o que eu venho tentando lhe contar há anos, Tom.”
“Você sabia sobre eu ser o herdeiro de Slytherin?” – Perguntou, pressuroso. Evitou o olhar vermelho de Nagini.
“Durante muito tempo eu fui a moradia de Salazar Slytherin”.
“Como assim?”
Mas a cobra respondeu-lhe apenas com uma palavra sibilada:
“Horcrux”.

A serpente o encarou diretamente com seus olhos vermelhos hipnotizantes, até que Tom entrasse num transe profundo e fosse mais uma vez transportado através dos tortuosos caminhos do tempo.

Estava novamente cercado pelas paredes de pedra da Câmara Secreta. Mas dessa vez haviam duas pessoas no fundo, encostadas na parede úmida. Uma delas estava deitada no chão e a outra ajoelhada ao lado, apontando a varinha. Então uma voz chorosa de mulher ecoou pelo aposento sombrio:
“Você não pode fazer isso, Salazar... Não, por favor, não...”- A mulher clamava em desespero.
“Vai doer mais em mim do que em você, acredite, Rowena, meu amor...” – O homem respondeu num sussurro nervoso.
A mulher de cabelos escuros trançados e vestido antigo de um tecido macio e brilhante azul, encolheu-se contra a aresta das paredes. Grossas lágrimas corriam por seu rosto e ela parecia desesperada. O homem levantou-se e continuou a apontar a varinha para a mulher à sua frente. Hesitou por um momento e então murmurou alto o suficiente para que Tom o ouvisse:
“Imperius”
A luz vermelha do feitiço iluminou por um momento a Câmara. Rowena Ravenclaw levantou-se estática e catatônica e manteve-se assim, apenas observando-o. Uma lágrima escorreu pelo rosto do bruxo, mas ele não desistiu.
Virou-se para a arca de madeira às suas costas e abriu-a. Uma grande cobra naja – Nagini – Desenrolou-se de dentro. Slytherin a estupefez. Então acendeu a lareira que existia no lugar do buraco que o basilisco usaria como quarto mais tarde. Tirou uma garrafinha verde de dentro do casaco e bebeu todo o seu conteúdo. Gotas do líquido prateado caíram no chão e Voldemort reconheceu o sangue de unicórnio. Quando terminou de beber, atirou a garrafa no fogo que explodiu com estrépito lançando cacos de vidro pelo chão. Slytherin despiu-se completamente e fez profundos cortes em quatro pontos de seu corpo – na testa, no peito e nos dois ombros, perfazendo um sinal da cruz. O sangue jorrou e o homem colheu-o numa garrafa, mas ao invés de estancar o sangramento, preferiu ajoelhar-se nos cacos de vidro diante da lareira, apontou a varinha para o meio das sobrancelhas e começou a recitar uma espécie de mantra:
Ante mortem ne laudes hominem quemquam.
Certa quidem finis vitae mortalibus adstat.*
Voldemort pôs-se a observar o ritual, chocado.
Em certo momento, o homem desarrolhou sua garrafa de sangue, sem parar de recitar o mantra e bebeu-o todo.
Atirou a garrafa no fogo novamente, mas dessa vez a garrafa de metal não explodiu. Chamou Rowena e ordenou que ela se despisse. A bruxa obedeceu. Então ele deitou-se sobre ela, movimentando-se rapidamente, deixando claro o que acontecia entre os dois. Mas não parou de recitar o mantra nem por um segundo, ainda com a varinha na testa. Quando terminou o coito, na ponta de sua varinha havia uma pequena esfera verde presa. Ele sorriu e se levantou, trêmulo. Rowena rolou para o lado, morta. Slytherin vestiu-se e então rumou até a cobra que jazia enrolada. Abriu a boca do animal e recitou:
Mors renegare et
Anima dividere *
A bolinha verde brilhante escapou da ponta da varinha e desceu lentamente em movimentos circulares até atingir o final do corpo do animal e ilumina-lo todo. A cobra sibilou assustada e então enrolou-se novamente, entrando no mesmo sono profundo em que Salazar Slytherin havia caído.


Nesse momento Tom Riddle foi trazido de volta à sua realidade, despertando de seu transe. Levantou-se num salto e ofegou, assustado, olhando alucinadamente para os lados, até encontrar os olhos de Nagini o observando, divertida. De certa forma isso o acalmou.
“Então você é a Horcrux de Salazar Slytherin?”
“Eu costumava ser”.
“E o que aconteceu?” – Perguntou, ainda tremendo, passando a mão nos cabelos molhados.
“Godric Gryffindor. Ele me achou e então destruiu o pedaço da alma de Slytherin que eu abrigava”
“Escute... Nagini... Eu preciso falar com alguém... Sobre isso... Você se importa?”
“Absolutamente”. – Disse a cobra, meneando a cabeça.
E então Voldemort correu de volta para a praia onde os órfãos faziam seu piquenique. Levou uma enorme bronca da Sra.Cole pelo seu atraso e então voltou correndo para o trem onde lhe esperavam.
De volta ao orfanato, a primeira coisa que fez foi mandar uma carta a Grindewald. Recebeu uma resposta imediata. O bruxo estava de volta.

[...]

Tom caminhava novamente pela mansão de Grindewald, desta vez sozinho. Eles haviam cortado os encontros no pub trouxa por questões de segurança. Aparentemente as forças de Dumbledore estavam conseguindo fazer estragos nos exércitos de Darknights. Mas Grindewald recusava-se a tocar nesse assunto e, francamente, Voldemort estava pouco se lixando para o futuro de Grindewald contanto que este continuasse a lhe ensinar tudo que sabia.
Prostrou-se diante da porta de mogno e bateu. A conhecida voz profunda e grossa mandou que ele entrasse.
“Mas que surpresa agradável!” – Exclamou. Aparentemente acabara de chegar de viagem – “A que se deve essa inesperada visita?”
Puxou a varinha e convocou uma garrafa de absinto verde no armário. Serviu-se de um gole e então pousou a garrafa na mesinha. Quando Tom estendeu a mão para servir-se também, Grindewald puxou a garrafa e desapareceu com ela ao aceno de sua varinha. Depois justificou:
“Você tem um lamentável fraco para bebidas, Tom. Mas ande, conte-me logo, o que aconteceu?”
Voldemort deixou-se cair na cadeira e então contou tudo para o bruxo mais velho. O que não pareceu agrada-lo. Ao final do relato, Grindewald estava com uma expressão de temor no rosto.
“O que você viu, Riddle, foi uma forma primitiva do ritual usado para criar uma Horcrux. Na verdade, sinto informa-lo, mas boa parte daquilo foi apenas encenação e não era realmente necessário... O ritual é bem mais simples, na verdade... Os cortes e o mantra não são precisos. O sexo foi a maneira encontrada pelo bruxo para canalizar a energia necessária para o rompimento da alma, mas bruxos realmente poderosos podem apenas apontar a varinha e...” – Mas ele interrompeu sua fala, fazendo Riddle pousar suas costas eretas de ansiedade de volta no encosto da cadeira. – “Acho melhor mudarmos de assunto”.
E no resto da noite ele tentou, sem sucesso, retornar ao tema das Horcruxes. Saiu da casa furioso e decidido a nunca mais retornar para ouvir as besteiras daquele velho prepotente idiota.
Mas no dia seguinte retornaria a Hogwarts.

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