O sonho



Já era muito tarde e Harry dormia em seu quarto na torre da Grifinória.

Ele, Rony e Hermione tinham acabado de voltar da festa de Dia das Bruxas de Hogwarts.

Estava muito cheio e dormia tranquilamente.

Até que começou a se remexer na cama, sonhando.

No sonho só via escuridão, de repente, uma luz fraca invadiu o lugar o lugar e Harry pode ver que estava em uma espécie de calabouço com uma cela imunda e escura.

- Venha pegar seu jantar. – disse uma voz conhecida, esganiçada e temerosa.

Um homem baixinho e gorducho apareceu na grade da cela.

Ele carregava uma vela e Harry pode ver o rosto de Pedro Petigrew, o Rabicho.

- Me obrigue. – retrucou uma voz feminina, também conhecida, mas esta, por mais mal - educada que era, conseguia ser doce.

Harry olhou para o lugar de onde a voz vinha, mas devido à tamanha escuridão, não viu quem era a mulher.

- Você é quem sabe, mas se eu fosse você, procurava não irritar o Lorde. Você sabe das suas prioridades. - disse Rabicho deixando um prato no chão.

-Minhas prioridades? – repetiu a mulher com a voz rouca – VOCÊ MATOU MINHA FAMÍLIA!- urrou a mulher - ACHA QUE EU AINDA TENHO PRIORIDADES?

- Você sabe muito bem que seu filho está vivo! – disse Rabicho com uma coragem que Harry nunca tinha visto nele. – Agora coma.

- Porque ainda se preocupa em me alimentar? – perguntou – Porque não me mata de uma vez?

Rabicho se aproximou mais da grade.

- Por que você vale muito. – E, com um aceno de varinha empurrou o prato pra dentro da cela.

- Meu marido te ensinou isso não foi? – disse a mulher, baixinho.

- O que disse? – perguntou Rabicho.

- Meu marido. Foi ele quem te ensinou isso, não foi? – repetiu a mulher com amargura. – Tudo o que você sabe sobre magia deve a ele. E AINDA TEVE CORAGEM DE NOS TRAIR!

Enraivecida, ela atirou o prato contra a grade, tentando acertar Rabicho.

- VAOMOS, MATE-ME! MATE-ME! VAMOS VER SE VOCÊ VAI TER A MESMA CORAGEM QUE TEVE HÁ QUINZE ANOS ATRÁS! – gritou a mulher, se levantando.

- CALE - SE! – gritou Rabicho, assustando-se.

-VAMOS! O QUE CUSTA PRA VOCÊ MATAR UMA MULHER INDEFESA E SEM VARINHA...

- CRUCIO! – gritou Rabicho com a varinha apontada para a mulher.

Esta gritava e se contorcia no chão imundo da cela.

Seus gritos foram interrompidos abruptamente, pois Rabicho se virara olhando para cima, para a porta que acabara de se abrir.

Na porta havia um homem alto e corpulento, um Comensal da Morte.

- Venha logo Petigrew, você não quer que o Lorde das Trevas pense que você quer algo com a sangue – ruim, não é? – disse o homem apontando com desprezo para a mulher encolhida no canto da parede.

- Claro... claro q...que não. – gaguejou Rabicho, subindo aos tropeços os degraus da escada que levava a porta que ficava no alto.

Passou pela porta, deu uma ultima olhada na mulher, e fechou – a com força.

No corredor, fora do calabouço, um segundo Comensal da Morte apareceu e disse á Rabicho.

- O mestre te espera. – e voltou para o quarto de onde saiu.

Rabicho estremeceu, mas seguiu em frente. Atravessou o longo corredor que estava e abriu a porta que ficava no fim dele.

Entrou em um quarto luxuoso com uma bela lareira, archotes pendurados por todo lado, e uma bela poltrona de veludo preto, em que estava sentado uma criatura metade homem metade cobra.

- Estava te esperando, Rabicho. – disse Voldemort, com a típica voz fria e sinistra.

- O...o que deseja me...mestre? – gaguejou Rabicho ajoelhando – se em frente à Voldemort.

- Fez o que te pedi?

- Eu tentei, mas ela não quer comer.

- Como não quer? – disse Voldemort aumentando a voz. – Ela não tem que querer nada! Devia tê-la obrigado!

- M...mas – gaguejou Rabicho, remexendo as mãos.

- Mas nada! – gritou Voldemort levantando – se – VOCÊ SABE QUE MANTÊ-LA VIVA É O MAIS IMPORTANTE!

E foi se aproximando de Rabicho lentamente e sussurrou:

- Não podemos perdê-la! Agora, ela é a única maneira de chegar até o Potter!

Voldemort apontou a varinha para Rabicho, mas Harry não viu o que aconteceu em seguida, pois Rony chamava:

- Harry! Harry acorde! Já estamos atrasados para a aula de Feitiços!

Harry tateou a mesa-de-cabeceira a procura dos óculos e os colocou no nariz. Sua cicatriz ardia.

- O que foi? – perguntou Rony ao ver a expressão assustada de Harry.

- Preciso falar com a Hermione. – respondeu Harry em voz baixa.

Vestiu-se rapidamente e saiu correndo para a sala de Feitiços com Rony em seus calcanhares.

Harry bateu três vezes na porta e a voz esganiçada do Professor Flitwick disse:

- Entre! Ah, são vocês. – disse ao vê-los. – Cinco pontos a menos para a Grifinória devido ao atraso.

Sem muito esforço, encontraram Hermione sentada no fundo da sala, sozinha.

Sentaram – se um de cada lado da garota.

- O que aconteceu? – sibilou Hermione.

- Tive outro daqueles sonhos. – respondeu Harry.

- Com Você-Sabe-Quem? – perguntou Rony assustado.

Harry balançou a cabeça afirmativamente.

- Como foi? – perguntou Hermione aflita.

E Harry narrou o sonho todo, Rony e Hermione ouvindo atentamente.

Quando Harry terminou, Hermione franziu a testa e perguntou, lentamente:

- Ele chamou a mulher de que?

- De sangue- -ruim. – respondeu Harry.

- Mas que diferença isso faz? – perguntou Rony procurando de alguma forma, defender Hermione.

- Minha mãe era trouxa – respondeu Harry.
- Harry, você não... você não acha que a mulher era sua mãe, acha? – perguntou Hermione.

- Não, claro que não... mas a semelhança é enorme, veja só: ela disse que tudo o que o Rabicho sabia sobre magia, devia ao marido dela, e , pelo o que sei, meu pai e Sirius ajudaram muito ele quando estavam em Hogwarts, e Voldemort disse que ela era a única maneira de chegar até mim, e ela também falou sobre a família dela e traição...

- Harry, isso é loucura! – disse Rony – Você sabe q se ela estivesse viva, você estaria morto.

- Sinceramente, Harry, eu acho que você deveria falar com o Dumbledore. – disse Hermione.

- E é exatamente isso que eu vou fazer. – dizendo isso Harry se levantou – Com licença professor, posso me retirar?

O professor examinou-o com seus olhinhos miúdos, e , balançou a cabeça afirmativamente.

Harry jogou a mochila sobre os ombros e saiu da sala, batendo a porta atrás de si.

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