Capítulo III



Harry Potter © J.K. Rowling




Capítulo III




Let's go to the park,
Vamos ao parque,
I wanna kiss u underneath the stars.
Eu quero te beijar debaixo das estrelas.




Lílian sempre tivera um carinho enorme pelas duas amigas, e sempre tivera uma ânsia de proteção para com Jane. Sendo assim, enquanto subia os degraus das escadas, era com uma expressão da mais pura preocupação. Entrou no dormitório que ela e as garotas dividiam com Alice e Molly, duas garotas encantadoras.

Correu os olhos pelo aposento, demorando-se na cama da direita. A cama de Jane. As cortinas pesadas e vermelhas estavam puxadas, escondendo sua ocupante. A ruiva caminhou-se até ela e levemente, tocou o tecido.

-- Jane? – sussurrou, cautelosa.

-- Oh, Lílian! Vá embora, me deixe aqui.

A garota percebeu o tom choroso na voz da amiga, e sem pensar duas vezes, escancarou as cortinas.

-- O que aconteceu, Jane?

Os olhos azuis da garota estavam injetados, pintados de vermelho, e inchados. Ela estava debaixo do edredom, parecendo arrasada.

-- Ora, vocês não desistem. Primeiro Lena, agora você. – comentou, desgostosa.

-- Ou seja, você vai acabar falando, e vai ser pra mim, e agora.

Ela revirou os olhos.

-- Se lembra quando estávamos na sua casa, no segundo ano? Nas férias de verão?

Lílian sorriu, lembrava-se perfeitamente.

-- Lembro.

-- Eu falei para vocês, e jurei pra mim mesma que eu nunca iria me apaixonar.

Lílian suspirou, deixando-se relaxar agora que via que não era nada muito sério. A ruiva jogou os cabelos para trás e sentou-se na beirada da cama, passando a mão pela cabeça da amiga, como uma mãe faria com uma filha.

-- Certo, Jane. E você está apaixonada, pelo Remo.

A loira enxugou uma lagrima teimosa e assentiu, lentamente.

-- Não enxergo o problema disso, Jan. – a ruiva franziu as sobrancelhas.

-- Ora, Lílian! Você sabe que eu não posso me apaixonar! Nunca! Poxa, isso seria injusto com o cara, eu estaria colocando a vida dele em risco!

-- JANE! Nem mais uma palavra sobre isso, mocinha! – exclamou Lílian. – Nós e Lena já conversamos sobre isso, e você sabe que não tem nada demais!

-- Lílian! – os olhos da loura brilharam -- Eu posso matá-lo! Por que isso aconteceu logo comigo?

-- Ora, Jan... Eu tenho certeza absoluta que o Remo nunca se importaria com uma coisa dessas.

Lílian suspirou quando viu a amiga rolar para debaixo do edredom novamente. Há quatorze anos, Greyback havia feito uma visitinha para a família de Jane, pois seu pai estava devendo dinheiro a ele. O lobisomem mordeu Jane, quando ela tinha apenas três anos.

-- Jane, não seja estúpida. E daí que você é uma lobisomem?

-- Lílian, você não entende. Ninguém entende. Ninguém sabe como aquelas transformações são horríveis.

-- Vamos descer lá e falar com Remo agora mesmo.

-- Não, Lily. Eu vou dormir um pouco, volte você. Preciso mesmo de algum tempo sozinha.

Lílian encarou o monte coberto que no momento era sua amiga e suspirou, em duvida. Decidiu por fim ceder aquele tempo a ela, Lily e Lena teriam mesmo, muito tempo para convencê-la mais tarde.

A ruiva desceu as escadas e para sua surpresa encontrou Tiago e Remo sussurrando ali num canto. Ela não queria ser mal educada a ponto de ouvir a conversa escondida, mas a curiosidade falou mais alto. A garota então se enfiou atrás das cortinas e tentou ouvir o maximo possível entre os sussurros dos dois.

-- Tiago! Eu não posso amar ela! Ela merece algo melhor, você sabe dis...

-- Besteira Remo! – a voz grossa de Tiago fez-se presente e Lílian reparou no gesto másculo que o garoto fez ao passar as mãos pelos cabelos. -- Você não nota que ela também te ama? Eu se fosse você me declarava, só por que você é um...

Remo colocou a mão na boca de Tiago.

-- Quer, por favor, falar baixo? – falou, aborrecido.

Tiago revirou os olhos.

-- Isso é uma besteira, vá lá em cima e se declare, conte tudo.

-- Não posso – o maroto tremeu.

-- Pelo amor de Merlin Remo!Se você não o fizer eu vou fazer!

Remo arregalou os olhos cor de mel para o amigo.

-- Você não faria isso!

Tiago ergueu as sobrancelhas, numa expressão clara de ”Você duvida mesmo?”. Remo tentou se desvencilhar do amigo, mas ele prendeu-o com mais força a parede, as mãos arrogantes no colarinho do amigo.

-- Não só faria como sei que você ainda iria me agradecer, a Jane é a maior gostosona! Pensando bem vou subir lá agora mesmo e...

O maroto silenciou com o olhar cortante de Remo.

-- Uau, Aluado! Não sabia que você era tão bom em olhares diabólicos, aprendeu com Sirius, é? -- Tiago sorriu amarelo, logo depois ficando sério, sério demais – Vá lá... agora.

Empurrou o amigo na direção das escadas do dormitório feminino.

-- Não, Pontas! NÃO!

-- Sim, não adianta de debater, você vai sim!

-- Não! Não é isso! É QUE...

Tiago empurrou Remo para a escada que imediatamente se transformou numa rampa e Remo escorregou para baixo, levando Tiago junto para o chão.

Remo sentou esfregando a nuca e olhando feio para Tiago que segurava as costas, numa expressão de dor.

-- Ah, é mesmo...eu esqueci!

-- Mesmo? – Remo revirou os olhos para o alto, irônico. -- Não notei!

Risadas explodiram do outro lado da sala, viraram para ver Lena, Sirius e até, para a surpresa de Tiago, Lílian – que já saíra de trás da cortina - rindo.

Tiago virou-se para Remo, esfregando a nuca levemente envergonhado e sussurrando:

-- É melhor você ir por...

-- Eu sei!-- Remo fuzilou o amigo com o olhar e Tiago apenas sorriu amarelo novamente.

O garoto deu as costas a Tiago e respirando nervosamente, desapareceu no dormitório masculino e Tiago voltou para juntos aos amigos sentados diante a lareira.

-- O que... foi...aquilo? – Lílian disse entre risadas.

-- Você gostou? Casa comigo e você vai sempre se divertir! –Tiago sorriu enquanto passava as mãos pelos cabelos.

Lílian amarrou a cara para ele, jogando-se numa poltrona. Ela não duvidava daquilo, sabia que a companhia de Tiago deveria ser extremamente agradável e divertida. Decidiu que puxar assunto seria mais interessante do que ficar de cara fechada.

-- Então... ele vai falar com Jan?

Tiago assentiu, encarando os cabelos de Lílian e o fogo que crepitava. A mesma cor.

-- Ele a ama desde o 1º ano.

Lílian sorriu, surpresa. O garoto nunca demonstrara nada, apesar de ser sempre muito bem educado e agradável com Jane, ainda mais do que era com ela e Lena.

Sirius encarava o fogo pensativo, enquanto sentia o cheiro doce de Lena a seu lado, ele bocejou notando pela primeira vez o quanto estava sonolento.

-- Bom, não sei quando a vocês. Mas eu vou me retirar, amanhã cedo Remo vai fazer escândalo para nos acordar de novo. – ele fechou a cara, desgostoso. Boa noite, Lily. – murmurou ele, mas seus olhos estavam em Lena.

-- Boa noite.

Ele inclinou-se para beijar a face de Lena, desejando-lhe uma boa noite. A garota sentiu seu cheiro másculo quando ele beijou sua bochecha e também sentiu a mão forte, possessiva, impiedosa em suas costas, na altura de sua cintura.

-- Boa noite para você também Siriuszinho! -- exclamou Tiago, parecendo aborrecido com a falta de tato do amigo para com ele. – Vê se me aguarda acordado!

-- Sinto muito, Pontas. – murmurou Sirius, rindo e subindo as escadas. – Você não faz meu tipo. Prefiro os homens mais inteligentes. – ele piscou um olho e entrou no dormitório, ao som dos risos dos amigos.



Jane rolava na cama, pensativa. Já não chorava, não poderia chorar pra sempre. Teria que superar isso, se não toda vez que se apaixonasse, iria chorar. Decidiu retirar Remo Lupin da cabeça, por Deus, por que aquilo foi acontecer? Sentou-se na cama, passando os dedos pelos cabelos e sobressaltou-se quando suas cortinas foram abertas violentamente.

O vazio deu lugar a um garoto alto, com cabelos levemente louros e olhos cansados e cor de mel. Remo. Jane sentiu seu coração pular loucamente em seu peito, tão alto que ela surpreendeu-se de que ele não pudesse ouvir.

-- Oi... - ele sussurrou, sorrindo de leve.

-- Olá...

-- Hora errada, não é?—seu sorriso se abriu mais ainda.

-- Talvez – ela respondeu sorrindo.

Remo observou enquanto a garota levantava-se. Seus cabelos dourados escorreram para seu rosto, ela retirou-os com um gesto displicente e Remo sentiu que poderia explodir de amor.

-- Jane, eu preciso lhe contar uma coisa.

-- Estou ouvindo – respondeu a loira, os olhos brilhando.

-- Eu infelizmente não sei como dizer isso. – ele desviou os olhos. – Mas eu realmente sinto que se não dizer rapidamente, nunca conseguirei.

Jane assentiu, esperando.

-- O problema é que eu não sei lidar com isso, loirinha. – ele riu – E sabe, eu estou enlouquecendo! E hoje é apenas o primeiro dia de aula! Ta certo. Esse ano tem sido ainda mais difícil não... – ele revirou os olhos ao ver a cara de confusão da garota, e riu. – Você não está compreendendo nada, não é?

-- Bem, não. – ela riu junto com ele.

-- Certo, é melhor eu falar logo. – suspirou profundamente e aproximou-se dela, segurando suas mãos. -- Eu amo você, Jane, e acho que a amo desde o momento que te vi pela primeira vez!

Os olhos de Jane se encheram de lagrimas. Ela era correspondida, e ela não podia ser. Aquilo arruinaria tudo, seria muito mais difícil ignorá-lo sabendo que ele também a amava.

-- Ah, Remo. – ela entreabriu os lábios, surpresa. – Eu, eu também te amo. – a garota fechou os olhos, como se algo doesse. -- Mas...

-- Espere! Não diga nada. – ele mergulhou as mãos nos cabelos dela -- Tenho mais uma coisa a dizer e é importante que eu diga logo, antes que eu te beije, e as coisas se compliquem ainda mais...

-- Eu também tenho, Remo. E é importante que você me escute.

-- Eu sou um Lobisomem. -- eles disseram aquilo rapidamente, como se fosse doer menos, falaram em uníssono.

Encararam-se, confusos.

-- O que? – Remo perguntou, chocado.

-- Você também? – perguntou Jane, confusa.

-- Eu não compreendo, como...? A Casa dos Gritos não...

-- Eu não vou pra lá. – a garota sorriu, radiante. Quase não acreditava naquilo. – Vou para minha casa, é lá onde fico em épocas de lua cheia.

-- Certo, então... isso significa que... – ele franziu as sobrancelhas, ainda com dificuldades de acreditar.

-- Nós somos feitos um para o outro? Creio que sim.

Os dois sorriram, e Remo inclinou-se, encostando seus lábios nos dela. Quando ele aprofundou o beijo, Jane sentiu como se fogos de artifício explodissem. Beijaram-se pelo que pareceram vários sábados ensolarados.

-- Remo – ela riu quando o garoto continuava com os lábios grudados nos dela, não querendo largá-la, como se tivesse medo de perdê-la. – Você deve voltar, antes que as garotas subam.

Ele soltou um resmungo, e beijando-a de leve, pulou a janela a fim de voltar para o dormitório masculino.



-- Ora, sinto muito, vou embora!-- exclamou Lena, levemente irritada –- Eles estão lá em cima há uma hora, faça-me o favor. Boa noite pra vocês.

Ela rumou decidida para o dormitório antes que qualquer um dos dois pudesse impedir.

Sozinha na sala com Tiago, Lílian sentiu um certo desespero e ao mesmo tempo, um estranho conforto.

-- Vai voltar para casa no Natal então?- Tiago perguntou com a voz rouca.

-- É... – comentou pensativa enquanto lutava contra a vontade de encostar a cabeça em seu ombro largo e aconchegante -- Não tenho escolha, afinal.

Tiago segurou levemente o queixo na ruiva, fazendo-a o encarar.

-- Ora, Evans. Não seja boba, nós sempre temos escolhas, entendeu? Sempre.

Lílian sorriu ao perceber o leve tom de irritação na voz do moreno, combinando com a leve raiva que transpassou rapidamente seu rosto. Tiago retirou a mão do rosto da ruiva e enterrou a cabeça nas mãos, encarando o chão.

-- Passe o Natal comigo.

-- O que? – Lílian, para a surpresa de Tiago, pareceu surpresa, não zangada.

-- É... – ele ergueu a cabeça, mais confiante. Encarou aqueles olhos verdes. -- Sirius, Remo e Lena vão, convide Jan, se é que Remo não vá fazer isso antes, e vá também.

-- Vou considerar – os dois sorriram e ficaram algum tempo em silencio.

Aquele não era um silencio incomodo, para a surpresa da ruiva, ficar em silencio com Potter era tão bom quanto conversar com ele. Por Deus, que loucura. Ela não poderia começar a simpatizar com ele. Ela iria ficar de coração partido em menos de um mês.

-- Sabe, Tiago eu... eu não implico com você de propósito. Eu só acho que meio que aprendi, me acostumei a não gostar de você.

Tiago sorriu carinhosamente e balançou a cabeça, tocando levemente as pontas dos cabelos da garota.

-- O mundo é injusto, não? Você aprende a me odiar e eu aprendo a te amar. – o maroto suspirou. – Evans, vou me deitar.

A garota assentiu com a cabeça, fazendo com que Tiago sentisse seu maravilhoso cheiro de jasmim. Ele levantou-se e beijou sua face. Lílian repreendeu-se ao ver-se de olhos fechados enquanto o garoto encostava os lábios em sua bochecha. Que loucura.

Ele endireitou-se e em silencio, caminhou até a escada, mas parou ouvindo o chamado da ruiva.

-- Tiago...-- chamou Lílian.

Ele virou-se, sorrindo levemente.

-- Sim?

-- Me chame de Lílian. Boa Noite.

Ele sorriu abertamente, assentindo.

-- Boa Noite, Lílian.



Era incrível como o tempo estava passando rápido. Apesar dos jornais anunciarem cada vez mais mortes, prisões e desaparecimentos, já se passara uma semana cansativa e cheia de deveres. Para a felicidade de Tiago, depois da conversa na sala comunal, ele e Lílian começaram a se dar bem. Estar com ela era a melhor coisa do mundo, acalmava-o e dava forças. Agora, eles enfrentavam uma cansativa aula de Herbologia.

Sirius enfiou a mão na terra e retirou a pequena larva.

-- Mas para que diabos servem esses bichinhos asquerosos?

-- Sr. Black aposto que se o senhor prestasse atenção às aulas o senhor saberia. – comentou Sprout, parecendo severa.

-- Ah, certo. – o maroto sorriu, encantador. -- Mas como eu não presto a senhora vai me dizer?

A professora não pôde deixar de dar um risinho enquanto revirava os olhos.

-- Elas fortalecem as plantas carnívoras.

-- A senhora quer dizer que elas são comida das plantas?

-- Sim.

-- Uau! – exclamou o garoto, irônico. -- Que vida boa que tem uma planta! Come vermes e fica a vida inteira sem aproveitar o melhor da vida...mulheres. -- acrescentou baixinho para Tiago, que riu.

-- Falando nelas, como vai com a Evans?

-- Bem, muito bem. – ele sorriu, sonhador. – Ela é fantástica, Sirius. Simplesmente fantástica.

-- Merlin, vê se não deixa a garota começar a mandar em você.

-- Belo conselho, Sirius. – resmungou Tiago, enquanto jogava as larvas para as plantas que tentavam devorar sua mão.

-- Obrigado. O que seria de você sem mim, não é mesmo?

-- Hmm. Não diga, deixe-me pensar. Um Tiago bem melhor?

Após a aula de Herbologia, foram caminhando lentamente ao castelo. Jane estava abraçada a Remo, e naquela semana os dois pareciam mais felizes do que jamais foram. Sirius admirava a maneira com que Lena mexia em sua corrente, como se aquele fosse o dia mais belo da sua vida. Aquela era Lena, doce. Simples. E aquilo mexia com Sirius de maneira absurda. Após viver tantos anos com suas primas, ele achava absurdo que Lena pudesse ver alegria e maravilha em tudo.

Quando os garotos entraram ao Salão Principal, encontraram um burburinho. Centenas de alunos corriam de um lado para o outro, parecendo apreensivos. Sirius chegou mais perto para poder enxergar melhor, em cada mesa tinha sido colado um papel com o nome do que pareciam ser vitimas de assassinato. O maroto voltou para perto dos amigos, branco como papel.

-- Lena... – exclamou sem ar.

Ela suspirou profundamente, aguardando.

-- Sinto muito, sua mãe...

-- Tudo bem, Sirius. Eu já esperava isso, ela não é bruxa, não sabe se defender e mora sozinha. Que chance ela tem contra os comensais? – ela encolheu os ombros.

Nesse momento, tudo o que os garotos puderam ver foi uma cascata de fios cor de cobre voando. Lílian jogara-se sobre a amiga, num abraço apertado.

-- Lena! Eu sinto tanto...

Lena assentiu, tristemente e passou os braços em volta da melhor amiga, retribuindo o abraço com mesma intensidade.

-- Bem Tiago, eu vou passar o Natal em sua casa com certeza agora.

-- Eu também vou -- Sirius garantiu.

-- Nós também – disseram Remo e Jane, sorrindo para Lena.

Lílian ficou em silêncio, as férias de Natal começavam em Dezembro e eles encontravam-se em pleno inicio de Outubro. Além de que não via como poderia avisar os pais, já que a correspondência fora proibida. Decidiu que ainda teria tempo para resolver isso.

-- Eu amo vocês, garotos – exclamou Lena, abraçando a todos.

-- Nós também te amamos -- assentiu Tiago.

-- É, pode até ser, mas eu amo mais! – disse Sirius, brincando levemente.

Lena jogou-se nos braços de Sirius, sem pensar. Abraçou apertado o maroto e para sua surpresa, ele inclinou-se e beijou sua testa.

-- Lena, você vai sair dessa. Eu sei que vai porque você é forte!

Lena sorriu, algo que parecia ser impossível aquele dia. Lílian abriu a boca para falar mais alguma coisa, mas foi interrompida por um grito agudo vindo da mesa da Sonserina. Os garotos encararam a mesa e Sirius viu-se encarando sua prima Narcisa.

Narcisa parecia desesperada, mordia o lábio inferior e as lagrimas desciam de seu rosto copiosamente. Com os cabelos cor de creme esvoaçando, jogou-se nos braços de Lucio Malfoy, que pareceu desconfortável.

Sirius e Tiago franziram as sobrancelhas e encaminharam-se novamente para a lista. Sirius apenas passara os olhos procurando algum nome importante, deveria ter deixado passar algum Black.

-- Espero que tenha sido Walburga. – comentou Sirius. – Ou Bellatrix, se bem que é impossível. Aquela é queridinha de Voldemort, pelo que fiquei sabendo.

Tiago sorriu, enquanto empurrava levemente alguns alunos do quarto ano, para inclinar-se para a lista. Era incrível como seu amigo odiava sua mãe e sua prima.

O maroto franziu os olhos para a lista. Merlin, como era extensa. Procurava algum Black. Achou.

-- Ei, Sirius. Black, Régulos . – comentou, lendo. -- Régulos não era aquele seu irmão, cara?

-- Ah, o fedelho. Morreu?

-- Sim.

Sirius revirou os olhos e ergueu as mãos para o céu, quase como se em agradecimento.

-- Era um completo imbecil, não me admira nada. Narcisa gostava dele, bom... entre eu e ele, todos gostavam dele.

Tiago encarou a bela loura, parecia realmente sofrer. Ele suspirou, pensando aonde iriam parar daquele jeito, Voldemort começara a matar até mesmo quem concordava com ele.


No intervalo das aulas daquele dia, os amigos encontraram-se na sala comunal da Grifinória, encontraram dois avisos pregados no mural. O primeiro dizia a respeito do primeiro passeio a Hogsmeade.

-- Merlin, pensei que fossem cancelar o passeio. Do jeito que as coisas estão, não é perigoso? – comentou Lílian.

-- Ora, dane-se. Eu rio na cara do perigo! – exclamou Sirius, rindo malignamente. Ele comentou alegre que precisava mesmo de mais um estoque de fogos e bombas de bosta, ignorando os olhares feios que os amigos monitores lhe lançavam.

O outro aviso era sobre o primeiro jogo de quadribol que seria realizado ainda no fim daquele mês. Após Lílian ler em voz alta, ela sorriu para Tiago.

-- Tinha certeza que você iria ganhar isso de novo, alias. – comentou, apontando para o peito de Tiago, onde brilhava a insígnia de Capitão de Quadribol.

-- Olhem aqui! – exclamou Lena surpresa. -- Diz que o ultimo jogo esse ano vai ser à noite.

-- A NOITE? – Tiago berrou – Como esperam que eu enxergue o pomo de noite?

-- Tem razão, é uma coisa a se pensar. Do jeito que é míope! Acho incrível enxergar de dia imagine á noite! – exclamou Sirius sorrindo marotamente, parou de rir quando levou um soco no ombro, de Tiago.

-- Mas é o que diz aqui. -- Lena insistiu.

-- Isso é estranho não é? De noite não é ainda mais perigo para os alunos ficarem fora do castelo? – interviu Jane.

-- Não, não é. Pensa bem, se alguém quiser atacar os alunos enquanto jogamos, não desconfiará que o jogo seja á noite, é completamente lógico. – explicou Lílian.

-- Concordo, e o campo vai ser iluminado, Tiago. -- disse Remo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

O moreno sorriu amarelo.

-- Eu já sabia! Só tava vendo se vocês estavam prestando atenção!

Lílian riu levemente quando o garoto colocou a mão em suas costas, num meio abraço.

-- Lena, venha comigo a Hogsmeade -- Sirius pediu já esperando uma negação.

-- Tudo bem.

-- O que? – ele exclamou boquiaberto.

-- Você não quer que eu vá? – ela pareceu confusa.

-- Claro que quero! Mas pensei que você não quisesse ir.

-- Ora, Sirius! Por que eu não iria querer?

O maroto sorriu sonhador, sempre se esquecia de como Lena era maravilhosamente simples e ao mesmo tempo complexa. Ele fez uma cara alegre, de quem acabara de descobrir que hipogrifos voavam, aproximou-se e plantou um beijo na bochecha da garota.

N/A- Demorou (e muito!) mas chegou! espero que tenham gostado (:

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