Pelo menos ela...



Hermione acabou dormindo mais um pouco depois que o médico saíra da sala, mas tivera sonhos conturbados e chegou a acordar quatro vezes suando e chorando. Na quinta vez que ela acordou, não queria abrir os olhos, não queria nada nem ninguém. Só precisava ver o marido e a filha que sobrevivera... Ela abriu os olhos lentamente e viu que Rony estava sentado ao lado dela, apreensivo. Quando ele viu que a esposa tinha acordado, chegou mais perto dela e deu-lhe um beijo na testa e um pequeno sorriso.

- Oi amor... – a voz dele soava fraca – Você tem dormido já faz três dias, sabia? – Hermione não falou nada, apenas olhava para o marido, ela agora estava sentada – Os médicos dizem que nossa filha já está bem, vão traze-la daqui a pouco... Ela precisa da mãe – ele riu levemente. Rony visivelmente não queria falar sobre o que aconteceu – Ah... O doutor disse que quer falar conosco...

Hermione apenas assentiu com a cabeça e desviou do olhar do marido para ficar vendo o movimento das arvores para fora da janela. Rony levantou e chegou perto dela, sentou-se na maca e virou a cabeça da esposa para ele e beijou-lhe o lábio, enxugando uma lágrima que escorria pelos olhos da mulher. Ela deu um pequeno sorriso para ele e correspondeu o beijo levemente. Minutos depois o médico entrou na sala deles.

- Bom dia Hermione, Rony. – ele falou sentando-se na cadeira que Rony abandonara – Eu vim aqui para conversar com vocês, o que é minha obrigação depois do que aconteceu... – ele fez uma pausa, olhando de um para o outro. Então deu um longo suspiro e continuou – Eu sei dessa situação. De perder um filho, já vi muitos casos desses, mas não só vi, como já passei por isso... Há dois anos minha mulher perdeu o bebê, na hora do parto. O cordão umbilical o sufocou... – ele fez outra pausa olhando para fora da janela. Hermione e Rony se entreolharam nervosos.

- Sinto muito... – murmurou Hermione.

- Não – ele disse olhando-os agora – Não há o que sentir... Esse ano ela deu a luz à outra criança que nasceu saudável e cheio de vida! Mas o que eu estou tentando dizer é que vocês esqueçam dessa criança que morreu. Já vi casos iguais ao seu Hermione, de um gêmeo sobreviver e o outro morrer. Mas a mãe, quando soube que um morreu, entrou em depressão. Só dormia, mal comia, não fazia nada, nem dava de mamar a filha. Resultado: a garotinha que tinha sobrevivido acabou morrendo porque a mãe não alimentava e nem dava carinho. A criança precisa do carinho dos pais. Minhas enfermeiras amamentaram aquela garota, mas não era só de comida que precisava, ela precisava da mãe, do pai... Então não fiquem presos ao que aconteceu com a outra criança, vivam o agora, com essa menina linda que vocês tem! Eu sei que é difícil, mas esqueçam dela, esqueçam essa tristeza e sejam felizes com essa menina. Confiem em mim. Ficar assim não leva a nada. Certo?

Hermione estava olhando para fora da janela e Rony agora olhava para a esposa. Ela começou a falar, ainda olhando para fora.

- Sabe... Quando eu tinha uns cinco anos, a amiga da minha mãe perdeu um bebê. Caiu de uma escada e perdeu a criança. Eu fiquei sabendo disso porque escutei. A mulher estava estranha. Não falava quase nada, tinha a voz fraca, estava pálida, como alguém que tinha sofrido muito, mas não chorou uma vez sequer. Quem mais falava era o esposo dela. Mas daí eu pensava: “Ela só perdeu um bebê. Pode ter outro. Pra que todo esse desespero?”. De noite, eu disse a minha mãe que tinha escutado aquilo e disse o meu ponto de vista. Então minha mãe me disse que com a queda e tudo mais, a mulher tinha ficado estéril. Então ela não poderia ter outro filho legítimo. Eu senti muita pena da mulher... Mas no mesmo ano fiquei sabendo que eles tinham adotado um garotinho de um ano – ela fez uma pausa e riu, agora olhando para os dois – e mais tarde ainda, quando estávamos no quinto ano, minha mãe me mando uma carta dizendo que aquele garotinho, que estava com onze anos, tinha entrado em Hogwarts! Ele era um bruxo Então doutor, não foi uma simples coincidência ter acontecido aquilo. Algumas coisas acontecem e não dá para impedir, mas nós tivemos sorte já que temos essa menina ainda. E vamos dar todo o amor e carinho que ela merece não é amor? – ela disse pegando na mão de Rony.

- Com certeza minha linda! – disse Rony rindo agora. O doutor deu uma risada e saiu da sala, voltando logo em seguida com um montinho de cobertas no colo. Foi até os dois e entregou para Hermione.

A garotinha era muito pequena, devido ao fato de ser prematura, era bem branquinha e tinha a boca igual a de Hermione, mas já era possível ver uns fios ruivos no alto da cabeça, mas eram ruivos meio loiros. No instante que foi no colo de Hermione e Rony, a garotinha ficou quieta. Bem quietinha. Parecia feliz e calma. Hermione olhou para Rony e este ria abobado para a menina.

- Já sabem o nome? – perguntou o médico.

- Bom... Desde o nosso tempo em Hogwarts nós imaginávamos um nome para menina, lembra Hermione?

- Então, qual é?

- Emily – disseram Rony e Hermione ao mesmo tempo.

Naquele mesmo dia Hermione e Rony mandaram uma carta para Gina e Harry, pedindo para que viessem ao St. Mungus. Não falaram nada a respeito do incidente na carta. Hermione dava de mamar a Emily e Rony brincava com a filha quando Gina entrou parecendo um furacão no quarto deles, arrastando um nervoso Harry junto com ela.

- Então?! – ela perguntou animada.

- Ah, oi Gina! – disse Hermione levantando a cabeça.

- Ah, que coisa mais fofa! – disse Gina andando até Hermione e o irmão, que não se afastava de Emily. Harry andou até lá também e riu quando viu a pequena. Mas depois olhou em volta e perguntou a eles:

- Onde está o outro?

- É mesmo... Não eram gêmeos? – perguntou Gina olhando para os lado igual o marido fizera.

- Eram... – respondeu Hermione.

- Mas?

- Mas o outro não sobreviveu – disse Rony por fim.

Um silencio muito constrangedor pairou por uns minutos, o único barulho era o de Emily brincando com um chocalhinho. Harry olhou para Gina, que estava vermelha, igual ao irmão.

- Não se preocupem – falou Hermione.

- Desculpem ter perguntado assim... – desculpou-se uma Gina que estava rubro – Mas por que não nos chamaram?

- Não havia necessidade... Queríamos que viessem agora, que está tudo bem – disse Hermione sorrindo levemente.

- Se a gente soubesse... – começou Harry, mas Rony levantou a mão para que parasse.

- Não se preocupem – ele disse – Nós estamos bem. Temos a Emily.

- Emily? Que lindo! É o que vocês queriam desde a escola... Eu lembro... – falou Harry animado, olhando para a bebezinha.

- Bom... Hei... Onde está Sara? – perguntou Rony

- Ficou com a mamãe – disse Gina – Ela implorou para ficar com a Sarinha. Sabe como é a mamãe, né Rony... Hei... Emily nasceu ontem né, 29 de Novembro?

- Sim.

- Hei!! – disse Harry agora – Exatos sete meses depois da Sara! Legal!

Eles ficaram um tempo ali e depois foram embora, já que ainda tinham que pegar a Sara com a Sra. Weasley. Rony ficou ali com a esposa e a filha, não quis ir embora. Eles estavam felizes novamente, mesmo com o que aconteceu... Se aconteceu, era para acontecer, mas ela estava muito feliz com Emily.




Bomm!!
Vendo que estão gostando e vendo que o numeero de leitores está aumentando...
Minha cabeça está a mil para continuar esta fic!!!!!!!!!
Me aguardem...
(E comentem) XXP

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