As Asas de um Anjo



N/A: É com um enorme prazer que posto este capítulo. Creio que todos irão gostar, o escrevi com muito carinho e atenção, por isso peço que comentem e digam o que acharam!
Recomendo a todos que puderem para que ouçam a música SAVIN' ME do Nickelback enquanto lêm a este cap. pois eu me inspirei nela para escrevê-lo e é uma grande peça chave nesta parte da fic.
O meu muito obrigada aos que lêm e comentam aqui.

***************************************************

No momento que Harry estava pronto para tentar atravessar a tal parede mágica, ouviu algo desabar as suas costas. Virou-se apavorado, diante da quebra de tenebroso silêncio. Gina encontrava-se jogada no chão terroso, a mão apertando firmemente o tornozelo, a fim de estancar o sangue que teimava em jorrar vermelho vivo, formando uma poça de sangue aos pés da garota.

-Gina! –adiantou-se ele, ignorando a parede. Sua posição foi tomada por Dumbledore, que pôs-se a observar atento a imagem cintilante a sua frente. –O que aconteceu?

-Acho que uma cobra me picou... –respondeu ela, gemendo agoniada. –Acho que esta se espalhando... –completou, quando fechou os olhos, demonstrando dilacerante dor.

-Calma Gina, vamos fazer algo... –falou Harry, desesperando-se. O veneno daquelas cobras certamente era muito pior do que as que não pertencem a Voldemort. –Hermione, você conhece algo?

-É difícil de dizer, geralmente cuidamos disso com poções... –falou ela, gesticulando nervosamente. Apertou o lábio inferior com os dentes. –Não consigo lembrar-me de nada no momento.

-Ora, com certeza você conhece algo, não é mesmo, Alvo? –perguntou Mc. Gonagall.

-Sinto em ter de dizer isso... –respondeu Dumbledore, ajoelhando-se ao lado de Harry. –Não há nada que possamos fazer sem uma poção. Podemos considerar também que a cobra que a tenha mordido seja Nagigi, então teremos de nos preocupar ainda mais...

Os ossos de Harry congelaram, tal como a parede a sua frente. A cobra. Ainda tinham a cobra pela frente, antes de enfrentar Voldemort.

-Posso aliviar sua dor, mas somente algo temporário. –falou Dumbledore, observando Gina por de cima de seus óculos de meia-lua. –Sei que é mais forte do que parece, Gina.

Gina concordou com a cabeça, com terrível dificuldade, no mesmo momento em que o choro de uma criança pode ser ouvido do outro lado da parede.

-Lílian! –falou Gina. E pela primeira vez em tempos, Harry viu que os olhos castanhos da garota inundaram-se de lágrimas, e ela tornou-se tão desolada como alguém poderia ficar. –Harry, vá! Vou ficar boa e irei atrás, você precisa salvar Lilian!

-Não posso deixa-la aqui, sabe disso! –respondeu Harry agonizado.

Sentiu sua carne arder em fúria, seu sangue ebulir entre suas veias, o suor escorrer frio em sua testa.

-Harry, você precisa ir! Eu quero que vá! –repetiu Gina, agora controlando as lágrimas. –Salve Lily, a gente se encontra mais em frente, eu prometo.

-Não, não vou abandona-la agora! –respondeu Harry, as mãos começando a tremer inconscientemente. Então sentiu uma mão apertar seu ombro encorajando-o.

-Harry? –chamou Rony. Harry se virou e enxergou o amigo. –Precisamos ir. É o que Gina quer, ela vai ficar bem.

-ESTÁ MALUCO? Pretende deixar sua irmã aqui indefesa? –esbravejou Harry.

-Talvez o Sr. Weasley tenha razão, Harry, devemos seguir em frente. Pense em sua filha. –murmurou Dumbledore sabiamente. –Creio que a senhorita Granger e Minerva possam ajuda-la.

Hermione e a professora Minerva deram um passo a frente, ajudando Gina se levantar.

-Tem certeza disso? –perguntou Harry, os olhos encarando seriamente os de Gina. –Pode ser que nós nunca mais nos veremos, Gina.

-Não fale besteiras Harry. –repreendeu ela, a coragem estampando-se novamente em seu rosto manchado pelas lágrimas. –Nos veremos logo, agora vá!

Harry virou-se, e caminhou guiado por Dumbledore, até a parede de gelo. Mas antes de atravessa-la, saiu correndo novamente ao encontro de Gina, sentindo os olhos marejarem momentaneamente.

Abraçou-a com toda força que podia.

-Cuide-se! –sussurrou ele no seu ouvido. –Eu te amo Gina...

-Eu também te amo Harry! –respondeu ela com a voz embargada. –Salve nossa filha!

-Me deseje sorte...

-Para que? –perguntou ela num meio sorriso. –Você é Harry Potter, o garoto que me salvou das mãos de Voldemort quando tinha apenas doze anos.

Harry sorriu, e viu ao fundo Rony abraçando Hermione, e logo se encaminhando para a parede. Harry o acompanhou e sua última visão foi a de Hermione e Gina abraçadas por Mc. Gonagall, antes de ser empurrado para o outro lado por Moody.

E então Harry virou-se para ver o que o aguardava. E o sombrio mundo de Voldemort se mostrou para ele.

Incrustado no meio de montanhas enevoadas, encontrava-se um imenso castelo de pedra, com apenas duas torres altas e compridas. Cada uma delas possuía uma janela, de onde saiam luzes amarelas e tremeluzentes, dando um ar de que o castelo os enxergava ao longe.

-Ora, nunca imaginei que Riddle o encontraria... –comentou Dumbledore a frente de Harry, a mão apoiada no queixo.

-Isso e o que acho que é? –perguntou Moody, batendo a perna de pau para alcançar Dumbledore.

Dumbledore não respondeu diretamente, primeiro virou-se para Moody e o encarou.

-Sei que ele encontrou a Câmara Secreta, o que já é algo notável, sim, mas isto é... –murmurou ele.

-Professor? –chamou Harry, cautelosamente.

-Hm?

-Que lugar exatamente é esse? –perguntou ele, abrangendo com a mão o local varrido pelas lufadas de veto constantes.

-Esse Harry, é o local para onde Salazar Shyltren após abandonar Hogwarts. Foi para onde trouxe seu herdeiro, bem, com Rowena Rawencllaw. Viveu seus últimos dias aqui... –falou Dumbledore, começando a caminhar em direção a tortuosa construção a sua frente. –Dizem que seu corpo jamais saiu daqui. Bem... Veremos...

-Com Rowena Rawencllaw? –murmurou Rony para Harry, mas no mesmo momento uma espantosa lufada de vento os atingiu e Dumbledore e Moody não foram capazes de ouvi-lo.

Harry e Rony os acompanharam então, por o que pareceu a Harry uma eternidade. Então quando acharam que chegariam em breve ao castelo, encontraram-se no topo de um precipício, tão alto, tão mágico, que não eram capazes de enxergar seu fim.
Harry teve a horrível sensação de que talvez ele não o tivesse.

-Ora, como vamos passar? –perguntou Harry, olhando ao redor e constatando que não havia nenhuma ponte ou tronco que pudessem usar.

-Que tal aparatar? –perguntou Rony, os pés quase fora do precipício, e os olhos fixos no infinito abaixo de si.

-Não seja tolo, garoto... –resmungou Moody. Mas foi tarde demais. Rony já havia o feito. Girara rapidamente e havia ido parar do outro lado, quase invisível pelos flocos de neve que rodopiavam suspensos no ar gelado.

Harry já estava prestes a pular de alegria e a imitar o gesto do amigo, quando algo inesperado aconteceu. Num momento Rony estava lá, ao outro lado, e no outro, estava sendo obrigado por mãos invisíveis a jogar-se no precipício sem fim. Lutava para não cair, no momento que Dumbledore viu o que acontecia.

Antecipou-se a frente, erguendo a varinha imponente.

-Aresto Momentum! –ordenou ele.

Foi como num sonho. Tudo moveu-se então em câmera lenta. Exceto por ele mesmo e Rony, que continuou a ser arrastado a força a margem oposta do precipício. O efeito do feitiço cessou imediatamente.

E Harry viu então seu amigo escorregar no gelo, perder sua varinha no precipício, e por um triz, agarrar uma pedra, com apenas uma mão.

-RONY! –gritou Harry, desesperado, a procura de algo que pudesse içar o amigo de volta. –Agüenta firme ai, cara!

-ME AJUDEM... –gritou ele em resposta, os dedos embranquecidos de tamanha a força que fazia para manter-se pendurado.

Imediatamente Dumbledore conjurou uma corda longa e Moody a segurava na ponta contraria a que descia até Rony. Harry correu para ajuda-los a segura-la. Mas no momento em que Rony ia tentar agarra-la com a mão livre, ela sumiu.

-Gárgulas Galopantes! –blasfemou Moody. –Como vamos tira-lo de lá?

-Riddle pensou em tudo... –respondeu Dumbledore. –O rapaz terá de voltar sozinho...

Harry jogou-se na borda do precipício e estendeu inutilmente sua mão para Rony, já que o garoto estava preso a no mínimo, três metros abaixo deles.

-RONY! –gritou Harry, descendo sua mão quanto mais podia. Sentiu Moody e Dumbledore segurarem seus tornozelos firmemente.

-HARRY! –chamou Dumbledore, fazendo uma força surpreendente. –Vamos desce-lo o máximo que der, de sua mão ao senhor Weasley e vamos puxa-los de volta para cá!

Harry concordou com a cabeça, e então, preso pelos tornozelos, jogou-se no precipício. Não adiantou muito. Sua mão fica a um metro de Rony, por mais que a esticasse, e sabia que Moody e Dumbledore não agüentariam muito tempo seu peso. Esticou-se um pouco mais, com toda força que pode.

Pensou vislumbrar um brilho avermelhado vindo de seu pescoço, mas não tornou a olhar para verificar se não estava delirando. Rony iria cair, em pouco tempo. Não tinha outra pedra onde pudesse prender a outra mão. Contou um, dois e no três, Rony não agüentou o próprio peso e soltou-se no grande infinito a seus pés.

-NÃO, RONY NÃO! –berrou Harry desesperado, cada músculo seu contorcendo-se para livrar-se das mãos de Moody e Dumbledore que o prendiam pelos tornozelos. Precisava segurar Rony.

Enxergou Rony tornar-se um pontinho no infinito, e num ato desesperado e de força, soltou-se das amarras dos dois homens acima e sentiu seu corpo cair rapidamente pelo espaço.

Não gritou. Não possuía forças para aquilo. Havia falhado com todos. Afinal não morreria nas mãos de Voldemort, e sim em um precipício que não parecia ter fim. Sentiu o vento cortante adentrar-lhe as vestes negras que usava, e fechou os olhos.

O fim estava muito próximo agora. Parecia já ouvir Rony gritando no momento de sua morte.

-HARRY...

Gritando?

Harry abriu os olhos e enxergou o amigo ainda caindo, o cabelo ruivo esvoaçando no rosto que Harry sabia ser sardento.

-HARRY,OLHE! –gritou ele novamente, apontando para algo as costas de Harry.

Harry tentou virar o rosto para ver o que o amigo tentava lhe mostrar, mas tamanha era à força do vento que não conseguiu manter os olhos abertos. A queda parecia interminável.

-HARRY, BATA SUAS ASAS! –gritou Rony novamente.

Pronto. Rony estava delirando. Seria mais um feitiço cortesia de Voldemort? Deixar as pessoas loucas breves segundos antes de morrerem esmagadas por seu precipício mágico?

-HARRY, VOCÊ TEM ASAS! OLHE! –gritou Rony desesperado, ainda apontando para as costas de Harry.

Num grande esforço, Harry virou o rosto.

E então ele viu.

Com prateadas penas, havia um par de asas crescido em suas costas. Imensas asas iguais as de um anjo. Harry só não sabia como nem porque.

-BATA SUAS ASAS! –ouviu Rony gritar mais uma vez.

E então, num impulso inconsciente, Harry ordenou a seu cérebro que batesse suas asas. E incrivelmente, elas o fizeram, e Harry sentiu-se içado para o alto novamente. Gritou com toda força que seus pulmões cansados lhe permitiam.

E então se jogou no precipício, batendo as novas gigantescas asas, a caçada de Rony. E lá estava ele, caindo, e surpreendentemente, risonho.

Harry o segurou, e bateu suas asas mais algumas vezes, ganhando altura, o vento no rosto fazendo-o respirar aliviado. Aproveitou e sobrevoou a área. Abaixo, Dumbledore e Moody, batiam palmas, assoviavam e davam vivas, sem ligar se o inimigo pudesse perceber sua presença.

-UHUUUUL! –gritou Rony, o pulso no ar em comemoração, no momento em que Harry planou o local onde Dumbledore e Moody o aguardavam.

Passou os três para o outro lado do precipício, Dumbledore risonho, a comprida barba prateada a esvoaçar no vento gélido. Quando soltou Moody, o último atravessar o precipício, este gritou alto.

-Sabia que o menino era capaz de grandes coisas, mas Dumbledore, você nunca me disse que ele sabia VOAR! –falou bagunçando mais ainda o cabelo negro de Harry que pousara ao seu lado.

Então suas asas tornaram-se negras, diminuíram, e por fim, sumiram de suas costas, nem deixando sinal de que um dia estiveram lá.

-Como eu consegui isso? –perguntou a Dumbledore, a adrenalina ainda correndo a mil em suas veias.

-Olhe para seu pescoço... –falou Dumbledore sorrindo. –Parece que Lilian lhe deu a vida novamente, meu caro rapaz!

E de fato, lá em seu pescoço, estava o colar de sua mãe, vermelho-sangue, brilhando tão intensamente como jamais brilhara.

-Mas isso estava com a bebe! –falou Rony. –Lembro-me muito bem...

-Parece que o colar protege qualquer geração... –respondeu Harry risonho, enquanto voltavam a caminhar em direção ao castelo gelado de Voldemort.

Agora não seria mais tão difícil ir lá e encarar a morte, quando pela sexta vez ela o havia enfrentado, e Harry novamente, havia saído ileso, graças aos desconhecidos poderes a Voldemort do amor.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.