O balaço cai do céu



- Davis passa para Trevor! E vai...e vai!!! E ele foi! Marcou 10 pontos para o Puddlemore!!

O locutor gritava como se sua vida dependesse disso. E a torcida azul e amarela foi à loucura.

Estava 60 a 10 para o Puddlemore, mas nem por isso Rony se desanimava. Os Canhões ainda tinham chances! Eles sempre tinham!

Era a final da Copa da Inglaterra. Graças a um milagre (e a um amigo do pai no ministério), Rony tinha conseguido uma entrada e agora estava vestido todo de laranja e tinha um chapéu em forma de canhão (Cortesia de Luna Lovegood).

Ele era o único torcedor dos canhões em um mar de azul. Pelo menos o único que tinha coragem de gritar “Puddlemore cheira a bosta de dragão” a cada gol e vestir laranja berrante. Coisas da vida.

- Trevor passa para Roger, que passa para Davis! Agora ele está só alguns metros do goleiro do Canhões!

Os dentes de Rony batiam de ansiedade! Cadê os batedores dos Canhões quando se precisavam deles? E o apanhador?! Não ia fazer nada?!

- Mas espera! Malcom roubou a goles e está voando na sua Firebolt que nem doido em direção ao gol! E desvia de um! E de outro! Será essa a chance dos Canhões?!

Rony não podia conter a emoção estava de pé na cadeira, balançando seu chapéu que nem louco gritando:

- Vai Canhões! Vai Canhões!

Quando de repente, uma voz feminina ao seu lado lhe disse:

- Rony...vamos ir embora?

Ele olhou para a garota, completamente indignado pelo pedido:

- Ir embora? Ir...embora? Você tá louca?! Ir embora agora!?

- Isso é muito chato. Vamos embora.

Rony olhou para ela, olhos piscando, completamente estático. Ir embora da final da Copa Inglesa de Quadribol, no jogo mais importante não só da temporada mais o mais importante da vida dele? Ir embora do jogo que poderia dar o campeonato para os Canhões de Chuddley?

O que tinha dado na cabeça dele para sair com aquela garota?!

Ele devia estar bêbado quando convidou Padma Patil para ver a final com ele!

Dois encontros e a mulher achava que era dona dele!

“Ignore...Ignore!” E ele ignorou. Continuou gritando “Vai Canhões” e finalmente Malcom marcou o gol, para a tristeza da torcida azul e amarela.
O jogo continuou e de repente o time laranja e preto estava na frente, por dez pontos!

A disputa estava intensa e o jogo começou a ficar sujo, bem sujo. Faltas, ali...E mais faltas aqui. Balaços voavam para todos os lados e os batedores não podiam estar mais ativos.

Rony subia em sua cadeira, não conseguindo se conter! Seu chapéu de canhão voava pelo ar ao ser jogado a cada lance, a cada falta!
Adrenalina pura, sem dúvida:

- E Malcom passa para Walters! Mas espera! Jobs, o batedor do Puddlemore, está se preparando para lançar um belo de um balaço! E melhor o Walters desviar porque esse vai ser feio!

Um baque surdo e Rony caiu de cara no chão.

Aconteceu tão rápido que é necessário repetir: Jobs bateu com tanta força no balaço que esse voou, quebrou a vassoura de Walters ao meio e seguiu em direção a arquibancada onde um único torcedor de laranja estava. Assim a bola enfurecida acabou batendo em sua cabeça com força. E Bam. Rony tinha caído de cara no chão desacordado e com uma Padma Patil frenética em cima dele, gritando por ajuda.

Horas de sono sem sonhos depois e Rony abria os olhos. E estava no Hospital St.Mungos.

Sua cabeça ainda doía que como se tivesse sido prensada contra uma parede fria por uma pata de Hipogrífo.

Seus pensamentos estavam totalmente desorganizados...Mais que o normal, para falar a verdade.

Fragmentos de pequenos pensamentos, idéias e memórias chacoalhavam como se estivessem rodando em pó de Flú.

Quando abriu os olhos pela primeira vez não conseguiu ver nada.Depois mais uma tentativa: agora via algumas coisas em cinza, sem cor.

Flashes de memória, relâmpagos e lampejos de pensamentos desconectos...Onde ele estava mesmo?

Vozes distantes incomodavam o seu cérebro já incomodado. Malditos, será que podiam ficar em silêncio para ele conseguir se lembrar de alguma coisa?
Um jogo de Quadribol...Certo...Isso tudo bem...

As vozes continuavam.

“Cala a boca aí!”

Agora seus ouvidos estavam mais atentos. Seus olhos mais abertos conseguiam distinguir cores e formas.

Sua cabeça ainda doía. Como se ele tivesse bebido demais...Será que foi isso? Não...Eles não trazem bêbados sem rumo para St.Mungos...Ah sim! St.Mungos, ele estava no hospital.

De repente, as vozes, antes desconhecidas soaram em seus ouvidos claramente e ele entendeu parte do que estava sendo dito.

Olhou a sua volta respirando rápido e forte. Pedaços de memória voltavam e ele se lembrou da partida e do balaço. Olhou para os lados e achou Padma, fumando um cigarro e olhando para o nada. Que mulher mais chata! Fumando em um hospital! Tinha problemas mentais? Que importava agora! Nada! Importava nada! Só uma coisa importava. Rony se levantou rapidamente e pela primeira vez, desde que o balaço tinha batido contra a sua cabeça, falou:

- Preciso ir.

E só foi o que disse. Padma olhou ele como se fosse um bicho doido:

- Quê?

- Padma, tchau. Não sei o que me deu antes e agora estou decidido. Tchau e boa sorte na vida. Ah sim...É melhor parar de fumar, esse vício trouxa vai acabar te matando.

E dito isso, saiu do quarto, passou por dois medi-bruxos confusos e por Harry sem lhe dizer uma única palavra. Passou por seus parentes sem nem notar a presença deles, passou por várias pessoas sem dar atenção a ninguém.

Tinha pressa. Tinha que correr. Tinha que pedir Hermione Granger em casamento antes que fosse tarde demais. E tudo graças ao balaço! Santo balaço! Se tivesse um filho com Mione ele se chamaria Balaço....Ahm...Espera. Melhor não. A vida escolar dele seria um inferno.

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