A visita inesperada



-- capítulo dois --

A visita inesperada

Os dias foram se passando mais rápido do que de costume. Os Dursley não o chateavam fazia tempo, e um pouco depois (talvez um tanto tarde), Harry descobriu o motivo. Alastor Moody, integrante da Ordem da Fênix, tinha alertado seu tio Válter a não pertubá-lo. Isso não foi um pedido, e sim uma ameaça. Pela reação de seu tio, Harry concluiu que ele tinha intendido, e muito bem. Edwiges, sua coruja, estava muito intediada. Como era de costume, ela ficava piando e bicando a sua gaiola, atordoada. Harry, não aguentando mais a impaciência de sua coruja, a deixou sair um pouco (o estranho foi o seu tio não ter reclamado).
- Vá, antes que você me deixe mais maluco do que já estou. - Disse ele a Edwiges, que saiu voando desesperada em direção ao horizonte, agradecida.
Harry passou a entender Edwiges, pois começou a ficar intediado também. Não tinha nada pra fazer, e, sem ninguém pra conversar, Harry ficava ainda mais triste.
Porém, isso não durou por muito tempo. Um dia, quando Harry lia um dos livros que Hermione lhe dera em seu aniversário ( Como se livrar de demônios), ele ouviu um grito que não ouvia a tempos:
- HARRY! HARRY, DESÇA JÁ AQUI! - Gritou tio Válter.
Quando Harry se recuperou do susto, ele desceu quase que correndo as escadas, pois seu tio continuava berrando seu nome:
- HARRY, VOCÊ NÃO ESCUTOU O QUE EU DISSE ? VENHA AQUI AGO...ah, até que enfim, onde você se meteu? - Disse tio Válter, quando o menino apareceu ofegante em sua frente.
- Lá em cima, oras. O que houve? - Disse Harry, com uma expressão curiosa.
- Tem visita pra você. - Disse tio Válter, com uma expressão de indiferença em seu rosto.
- O quê? Quem? - Perguntou Harry, incrédulo.
- Visita, Harry, visita! E você acha que eu lá sei quem é? Na verdade, eu me lembro vagamente de um deles...é aquele ruivo que veio aqui em casa pela...- tio Váter demorou a terminar a frase.- pela lareira ano retrasado. A outra eu não sei quem é! Vá recebe-los, antes que eu mude de idéia e mande eles embora! Eles estão na sala de estar... - disse tio Váter zangado, que resmungando baixo, se dirigiu para a cozinha.
Depois que Harry se certificou que seu tio tinha entrado na cozinha, ele se dirigiu a sala de estar, imaginando quem poderia ser. Um, seu tio disse que era ruivo, o outro, pelo que parecia era uma mulher. Harry pensou, "mas é impossível!", disse ele, os únicos que poderiam ser eram...
- Harry! É você mesmo? Que bom ver você! - Disse Rony, seus olhos brilhando.
- Ah, Harry! - Disse Hermione, cujos olhos lacrimejavam.- Sentimos tanto sua falta! Estávamos morrendo de saudades! - Continuou, e logo depois, já estava o abraçando, as lágrimas correndo em seu rosto.
Harry sentiu uma felicidade tremenda invadindo seu corpo, uma que ele não sentia fazia tempo, e de tão feliz que ele estava, retribuiu o abraço de Hermione.
- Mione...eu...eu também senti muitas saudades de vocês - Disse Harry, continuando abraçado com Hermione, e, por cima de seu ombro, sorrindo para Rony.
Depois que Hermione largou Harry, eles finalmente puderam conversar.
- Harry, como tem passado?- Começou Rony, e Harry percebeu que o amigo já sabia a resposta.
- Bem, acho que não... e vocês sabem o porquê...- Respondeu Harry, mas logo fugindo do assunto.- mas como que vocês vieram parar aqui? Como conseguiram chegar aqui? Estão sozinhos? Ah, eu estou tão feliz que vocês vieram me visitar...eu não aguentava mais ficar sem fazer nada, sem ninguém pra conversar!- Continuou Harry, com uma expressão de profunda satisfação no rosto.
- Ah, Harry, você nem imagina como fizemos para chegar aqui!- Disse Hermione, com ar de grande arrependimento.-
- É, eu até achei muito estranho a Mione ter concordado comigo... - Disse Rony, sarcásticamente, e logo depois, Hermione o olhou com uma expressão de culpa.
- Eu concordei só porque era uma causa nobre! Ver você, Harry. - Disse Hermione, Dando um sorriso para o garoto, que a encarou com espanto.
- Nossa, isso tudo por causa de mim? - Perguntou Harry, que ainda não acreditava no que via. - Mas o que vocês fizeram, então?
- Ah, é uma longa história...- Disse Hermione - eh...podemos nos sentar?
- Claro, mione, sentem logo! Vamos, contem, quero saber de tudo.- Respondeu Harry, que estava excitadíssimo. Logo depois, todos estavam sentados.
- Bem, foi assim... - começou Hermione- Rony, e eu estávamos nos comunicando por cartas já a algum tempo.
- Isso mesmo, pois eu não sei usar aquele tal de feletone. - disse Rony, fazendo uma cara feia.
- É Telefone, RONY! - Gritou Hermione - Quantas vezes vou ter que falar isso? - Disse ela com raiva.
- Ah, é! Desculpe Mione, eu esqueço...- respondeu Rony, que tinha levado um susto com o grito de Hermione.
- Então não se esqueça mais! - Ralhou Hermione com Rony, que a olhou, se sentindo profundamente ofendido.
- Tá, eu não esqueço mais! Pode confiar!
- Sei...- disse Hermione, que pela expressão em seu rosto, nao acreditava em nenhuma palavra que Rony dizia.
- Será que vocês podem parar de discutir, e continuar a história, por favor? - disse Harry, olhando para os amigos com apreensão.
- Claro Harry, desculpe - disse Hermione, envergonhada. Logo depois ela continuou - como eu ia dizendo, estávamos nos falando a algum tempo. E queríamos ve-lo, por isso, pedimos aos nossos pais para nos trazer aqui. Mas eles não concordaram, disseram que seria perigoso, e nao daria certo.
- Principalmente minha mãe - disse rony, com uma cara feia.- ela ficou horrorizada quando lhe contamos essa idéia. "o que? Ir até surrey e visitar harry, numa situaçao dessas? Nem pensar!" - Disse Rony, imitando a voz apavorada de sua mãe, com uma cara de deboche.
- Mas queríamos correr o risco, sabe - continuou Hermione, dando risadas da imitação de Rony- E decidimos vir aqui escondidos. Então Rony bolou um plano para conseguirmos isso.
Hermione parecia estar lutando contra si mesma para não dizer aquilo. Rony olhou para os dois com um ar de orgulho. Era difícil, na verdade impossível, Hermione ter dado ouvidos a uma idéia de Rony. Harry também parecia estar bem impressionado com a atitude de sua amiga.
- Eu disse pra Mione que devíamos nos encontrar em algum lugar. Lembrei da casa dela. O certo era eu ir pra casa dela, e de lá, virmos pra cá. Só que não foi tão fácil assim chegar escondido na cada dela. - Disse Rony, com uma cara de "sempre tem alguma coisa para atrapalhar".
- Meus pais era um dos problemas. Rony tinha que ir pra lá de manha cedo, pois meus pais ainda estariam dormindo. O outro era que Rony não se lembrava de como ir pra minha casa!- disse Hermione olhando pra Rony com desaprovação
- Poxa, eu também não sou perfeito, sou? - Disse Rony, com uma voz triste.
- Tudo bem Rony...- Disse Hermione- Então o único jeito foi eu ter que ir pra a Toca. Eu já tinha ido lá várias vezes, sabia ir sozinha. Mas isso demorou...tive que pegar uns três metrôs, e uns dois ônibus. Quando...
- É por isso que vocês chegaram aqui agora? A essa hora? - perguntou Harry, interrompendo Hermione.
- Mais ou menos - respondeu Rony- Não foi só por isso que demoramos...
- Eu sai de casa 6 horas da manhã - Disse Hermione, fazendo as contas muito rápido, como sempre fazia.
- O QUÊ? - Berrou Harry, espantado - Mas são duas da tarde!
- Pois é, Harry - Disse Hermione, que não se impressionou com o que Harry disse.- Mas não pudemos fazer nada. Quando eu cheguei lá, tive que esperar Rony se livrar da casa. É Harry, da casa.
Hermione logo repitiu o que tinha dito, pois Harry fazia cara de quem não tinha ouvido direito.
- Como assim casa? - Perguntou ele.
- A minha casa tem alguns feitiços que impedem você de fugir sem ninguém te ver- Disse Rony - Minha mãe que pôs eles lá. Mas depois de muito trabalho, eu consegui sair.
- Só quando Rony saiu, pudemos vir pra cá - Disse Hermione - Deixamos um bilhete em ambas as casas, para eles não ficarem tão preocupados.
- É, mas mesmo com bilhetes, eles estão quase se matando. - Disse Rony, apavorado
- Só Rony sabia como vir pra cá, pois eu nunca tinha vindo aqui. - Disse Hermione- Pegamos vários outros ônibus e metrôs. Em um dos ônibus, Rony discutiu com o motorista, dizendo que ele tinha nos roubado no pagamento da passagem. Mas Rony tinha se esquecido que estava no mundo dos trouxas, ele não tinha idéia de como se mexia com o dinheiro deles. Tivemos que descer desse, pois o motorista ficou ofendido. Quando pegamos outro, eu paguei a passagem de nós dois. Mas Rony passou a reclamar em voz alta que o ônibus andava muito devagar, e que dava voltas enormes.
- Claro, ele dava curvas e mais curvas, e ainda era muito lerdo! - Disse Rony, bastante zangado
- Rony, eu já lhe disse, aqui no mundo dos trouxas os ônibus não podem voar! E nem podem fazer com que os obstáculos saiam da frente! - Gritou Hermione, impaciente com a burrice de Rony.
- Mas eu não estou acostumado com isso. - disse Rony
- É, mas devia estar. Aqui o mundo não é magico, não se esqueça disso. - Disse Hermione, olhando para o teto.
- Vou tentar.
- Acho bom.- disse Hermione, olhando mais uma vez para Harry. - Bem, depois de Rony fugir de um cortador de gramas pensando que ele queria devorá-lo, conseguimos chegar aqui.
- Er...mas ele parecia muito assustador mesmo. - Disse Rony, corando.
- Nossa, que aventura! - Disse Harry, rindo de seu amigo.- Sua mãe a essa hora deve estar tendo um troço!
- É, se ela já não estiver vindo pra cá- disse Hermione.
- Gente, enquanto ela não chega, vamos pro meu quarto! - Perguntou Harry, empolgado
- Claro ! - respondeu Rony
- E seu tio, Harry ?- Perguntou hermione, com uma voz cautelosa.
- Ah, esquece eles! Eles não ligam mais pro que eu faço...o Moody teve uma conversinha com eles - Disse Harry, com um sorriso maldoso no rosto.
- Então vamos!- Disse Hermione a todos, que se levantaram, e subiram as escadas para o quarto de Harry, que nem sequer olhou na direção da cozinha.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.