Voltando.. ao presente.



Não era sonho! Apesar de profundamente e desesperadamente desejar que fosse, mas não era. Aquilo nunca havia chegado naquele ponto, não até hoje. Não era possível que seu irmão e Harry que sempre foram tão amigos estivessem a ponto de se matar em plena torre da grifinória. Aquilo era irreal aos olhos de qualquer um, mas Gina sabia exatamente o motivo da cena Ter se tornado real: Hermione.
Quando finalmente os professores chegaram a torre, a calma restaurou-se e foram todos a sua cama, dormir. Gina não conseguia durmir. Não hoje. Não com tantos acontecimentos emocionais. Trechos de seu diário vagavam em seus pensamentos sem parar .
"21:00 Falta 1 mês e uma semana para o natal. Contagem regressiva . Tou louca para ver a mamãe e os gêmeos. È ano de NOM's . Esta todo mundo estudando muitoooo e eu só penso em HOMEM. Um homem especifico, um que me fez delirar hoje só de olhá-lo cara a cara, mas é um homem desprezível e grosso. Como ele teve coragem de pegar esse diário? "
"Estou me sentindo como uma garotinha de 8 anos quando ganha um bocado de doces de Dedosmel ou um sundae bem grande e com espumas crocantes, resumindo, estou boba e babando"
"Ele é tão idiota! Tão frio! Tão intrometido! Eu o odeio!"
"Eu o amo! Droga, eu o amo! E nem o conheço!"
Gina foi mergulhando nas frases soltas, até adormecer. Dessa vez sem sonhos, sem Draco e sem Tom.
A metros dali, nas masmorras, Draco pragueja alto e lançava feitiços em quem encontrava pela frente!
"Aquela maldita...aquela maldita". A cena era hilária, Draco estava histérico, sua voz havia afinado estupidamente, parecia um menininha chorosa. Estava furioso e apesar de todos ao redor sentirem uma vontade insaciável de rir, todos estavam calados e sérios, tinha medo de serem enfeitiçados por Malfoy.
Trinta minutos depois... cinco quadros quebrados, tintas espalhadas pelo chão e dois garotos estuporados; Draco se acalmou. Sua voz voltara ao normal, mas sua ira ainda estava imensa. Desejava esquartejar a pele branca e com sardas de Gina e lançar-lhe um feitiço pra nunca mais ela abrir a boca para azarar ninguém, especificamente ele.
Já deitado em sua cama, quase a pegar no sono, Draco murmurou duas palavras inconscientemente antes de perder a consciência e entrar em sono profundo: "Virginia Weasley"
Draco estava a porta de um imenso corredor, olhou a sua volta, tudo era vermelho. Sentia o chão soltar dos seus pés, era como se tivesse levitando, mas na verdade os seus pés continuavam presos ao chão vermelho, era apenas um tola sensação. Olhando mais uma vez para o borrão vermelho e logo após para a porta, optou pela porta, parecia-lhe mais segura. Abriu a maçaneta e entrou, era um grande corredor com um teto altíssimo e a sua frente havia mais duas portas, uma o faria voltar ao ar livre a outra o faria prosseguir, Draco parou no meio delas...
Draco deu um pulo da cama e passou a mão pelo corpo para ter certeza de que era sonho. Não se lembrava do que havia sonhado, mas tinha algo haver com escolhas. Parou de se preocupar com banalidades e se vestiu o mais rápido que pode, estava atrasado para as aulas. Gastou tanto tempo a se arrumar que terminou não dando tempo para tomar café.
O dia foi longo e cansativo, as aulas sufocaram qualquer possibilidade de Gina ver Draco pela manha e a tarde enquanto Draco treinava para o jogo de quadribol, Gina consolava alternadamente Hermione e Harry. Seu irmão era orgulhoso demais pra desabafar com a irmã mais nova.
A noite Gina procurou seu diário e não o achou em lugar algum, nervosa ela tomou a única iniciativa que poderia tomar, ir ao encontro de Minerva.
Já passara da hora permitida para alunas estarem fora de suas casas, mas Gina não parecia se importar com isso, apesar de não ser tão importante na visão da outras pessoas, Gina achava extremamente importante, afinal aquele diário era sua vida.
Para sua sorte McGonall ainda não tinha se trocado para deitar. Ao ver a garota a porta de seu escritório não hesitou em manda-la entrar automaticamente. Gina era da suas alunas mais estudiosas, na verdade o termo exato seria, talentosa.
- Professora, desculpe incomodar a senhora esta hora...
- Tudo bem, Virgínia. - disse sorrindo amigavelmente a professora.
- Bom, vou direto ao assunto. Meu diário sumiu. E bem, eu creio que haja coisas bastante confidencias nele. Eu realmente o procurei em toda parte, senão não viria ate aqui, mas como não encontrei achei melhor informar, caso alguém o ache e lhe entregue.
- Já aconteceu dele sumir antes?
A menina hesitou um pouco e respondeu:
- sim, ontem mesmo eu o recuperei, havia o perdido desde sábado.
- E como encontrou?
- estava na mão de um aluno, professora. - já prevendo que a professora iria perguntar qual aluno, ela começou a falar. - Draco...
Blaft! Draco abriu a porta bruscamente e escorou-se na mesma, ainda cansado.
- Malfoy...
A vice-diretora virou totalmente para o garoto repleta de surpresa.
- Professora! Mandaram lhe chamar imediatamente, parece que aconteceu algo com o professor Snape. Não nos deixaram ver, mas pediram que vá rápido.
Gina olhava-o abismada e ele nem parecia ver a garota na sala. Totalmente indiferente a ela, começou a se ajeitar, alisar as vestes, o cabelo e verificar cada milímetro do corpo. Gina não conseguiu não rir com a cena, mas parou quando ele o olhou diretamente nos olhos.
- Só granindo como um cão pra eu notar sua presença insignificante.- ele pensou em jogar um feitiço nela ali mesmo por vingança a azaração do dia anterior, mas preferiu vingar-se com palavras, não se rebaixaria ao ponto de usar varinhas em mulheres e ainda mais nova que ele, usaria de outros artifícios.
Gina não pensou em nada a lhe responder, apenas olhava pro chão com tristeza no olhar. Como poderia ela ama-lo. Decidiu então se retirar da sala. Draco que ainda encontrava-se apoiado na porta, vendo o movimento de retirada da garota se pós no meio da porta, não deixando assim espaço pra Gina passar.
- Está com medo Virgínia? Não quer ficar e contemplar mais um pouco minha beleza, como fazia ontem mesmo. Não é todo dia que uma Weasley tem esse prazer.
- Como você sabe meu nome? - Gina simplesmente ignorou o resto da frase que o garoto disse.
- Ora supus, em seu diário tinha as inicias V.W. e como já ouvir o nojento do seu irmão lhe chamar de Gina (disse essas palavras com desprezo), logo associe a Virgínia. Não sou burro como você.
Gina calou-se. Realmente era burra. O que ainda estaria fazendo ali se fosse um pouco mais inteligente? Abaixou a cabeça e declarou.
- Saia da frente Malfoy, preciso sair.
O garoto não moveu o pé um milímetro se quer, continuou parado com um sorriso único no rosto.
Gina imaginava o que faria ela agora. Não poderia simplesmente empurra-lo, morreria de vergonha ou de pudor se seu corpo encostasse ao dele. Da distância em que estavam ela já sentia intensos calafrios que só eram interrompidos pelas grosas palavras dele. Desde de que ele começara a falar com ela que ela não o olhava nos olhos, com medo de não se segurar.
Surpreendentemente Draco fez sinal pra que ela passasse. Ela caminhou ate ele e parou a milímetros de se tocarem.
- Olhe pra mim! O que há Weasley? Sei que sua família é inferior a minha, mas não precisa se rebaixar ao ponto de não me olhar nos olhos, medo que eu te azare também? - Draco riu cruelmente.
Gina levantou os olhos e eles cravejaram nos olhos cinzas de Draco, ele satisfeito abriu caminho.
- Eu te odeio Malfoy!
Draco não respondeu, apenas olho-a ir embora e logo depois foi também.



Draco acordou mais uma vez assustado, mas dessas vez a sensação de ter que fazer uma escolha não estava ali. E o motivo de ela não estar, era que ele havia feito a escolha. Em sonho ele escolheu a porta da direita. A porta que levava para dentro.
Por mais que Draco tentasse se lembrar o que havia após a porta ele não lembrava. Só sabia que se tratava de um labirinto.
Malfoy tinha a primeira aula livre, o professor Snape havia tido problemas de saúde no dia anterior e não poderia dar aula de porções. Resolveu então dar uma volta no campo de quadribol para ver se afastava os pensamentos sobre seu sonho.
Lá fora o tempo estava calmo, era começo de outono, estação predileta de Virginia.
Draco sobrevoava os aros do campo de quadribol rapidamente. Abaixo dele havia um pontinho vermelho: Weasley.
Não era mera coincidência os dois estarem no mesmo local naquele momento. Da janela do dormitório feminino da grifinória, Gina avistou Draco sobrevoando. E antes de se dar conta do que exatamente tava fazendo ,ela colocava os pés no jardim de Hogwarts. Estava dividida entre dois sentimentos, vontade de tê-lo perto de si novamente e a vontade de recuperar seu diário, que ela jurava que estava novamente na mão de Draco.
Mas parecia que perto dele toda a sua vontade de falar desaparecia. Então ela ficou ali a observar seus lindos cabelos loiros bagunçados ao vento.
Gina já estava se virando para ir embora quando sentiu a sensação de algo posando ao seu lado. Era Draco. Gina olhou surpresa.
- Que bom que desceu Malfoy. Devolve meu diário!
Ate a própria Gina não soube como falou aquilo de supetão.
- Não estou com seu diário. - ele respondeu seco e saiu em direção ao vestiário.
A garota correu em sua direção e segurou em seu ombro.
- Me devolva Malfoy! Isso não tem graça!
- Realmente não há graça já que não estou com ele. Se o possuísse com certeza estaria rindo.
- Não há nada de engraçado ali! - Gina continuava a segurar o ombro do garoto. Ele retirou sua mão como se limpasse uma sujeira do ombro e respondeu:
- Eu particularmente comecei a ler algo realmente engraçado, algo sobre uma briga minha com Potter, mas você me interrompeu na hora.
Gina congelou, sabia exatamente que dia ele estava lendo, sabia exatamente o que tinha a seguir, sabia exatamente que iria começar a ficar vermelha e então saiu correndo e já longe ouviu Draco gritar:
- Espera Weasley! Tenho uma proposta a lhe fazer!
Draco viu que ela o ignorou e saiu retado para o vestiário. O resto do dia correu normal, menos pra Crabbe e Goyle que agüentaram um mau humor acima do normal de Draco.


Draco berrava. Metade dos alunos da Sonserina estavam amontoados ao redor da cama dele. Ninguém sabia como proceder, tinham duvidas se era realmente seguro acorda-lo, mas não precisou que ninguém o acordasse, ele acordou sozinho. Abriu os olhos e alheio aos olhares em sua volta começou a enxugar a testa. Todos estavam no mais profundo silencio e quando Draco finalmente se deu conta de todas aquelas pessoas ali, começou a expulsa-las aos berros. Crabbe e Goyle ainda tentaram explicar que estavam ali porque Draco tava berrando a 10 minutos a mesma frase "eu quero sair daqui!" mas Draco ignorou e também os expulsou.
Mais uma vez ele tentou se lembrar do sonho, mas não conseguiu, aquilo já estava chatiando-o e cansando sua beleza.

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