Temos visitas!



* Aquela espécie de gruta, negra, fria, estava ainda mais ameaçadora do que da última vez. Harry via toda a cena de cima e, ao sentir o ar pesado, carregado de ansiedade, ganância e, sobretudo, crueldade, pode adivinhar más notícias para os ali presentes. Conseguia ver Snape junto a uma poltrona real e majestosa na sua negrura onde ele estava sentado. Ele que não tardou em se fazer ouvir:
- Ora, ora Snape, com que então nada de novo. - a voz fria, arrastada encheu o local.
- É verdade Senhor, infelizmente.
- E você diz isso assim? Não lhe disse que era imperativo fazer as coisas rapidamente?
- Sim, Senhor, mas há-de convir que não é tarefa fácil encontrar quem procuramos, afinal, tenho de começar do zero. - desculpou-se o homem com voz empastada afastando o cabelo seboso da cara.
- Ora Snape, por ser difícil é que lha confiei…e não queira me iludir! Ou você já esqueceu a profecia que a doida da tal Trelawney pronunciou num de seus transes? - perguntou Voldemort com voz mais forte, fazendo com que uma onda de ar frio percorresse o local.
- Claro que não. - respondeu tentando não se mostrar intimidado - Aliás, se me permitisse, gostaria que me concedesse a sua análise dessa profecia. - começou Snape, mas foi interrompido por Narcissa que adentrava no local.
- Posso Senhor?
- Já interrompeu... - respondeu com seus olhos vermelhos semicerrados, mas logo mudou sua expressão - Entre Narcissa, seja bem-vinda ao nosso refúgio. - continuou ironicamente - Então, suponho que já tenha se visto livre daquele fedelho indesejado, não é?
Narcissa se sentiu estranha ao ouvir aquelas palavras, ainda não tinha se familiarizado com a ideia de não ter mais Draco como seu filho.
- Sim Senhor, e na escola tudo está a postos para o ter sempre debaixo de olho. - respondeu sem qualquer emoção.
- Óptimo! Por fim conseguiu fazer algo direito minha cara. Pois bem, já tenho outra tarefa para você. Irá procurar e trazer até mim o verdadeiro prodígio que precisamos.
- Mas, Senhor eu… - interrompeu Snape intrigado.
- Calma Severus, não vou lhe tirar o posto. Pelo contrário, vocês se unirão nessa busca e, claro, se necessitarem de Bellatrix ou qualquer outro eles estarão esperando ordens.
- Senhor, eu poderia fazer tudo sozinho. - argumentou Snape com o desejo de ficar com os louros da operação só para si.
- Vamos Snape, não seja possessivo, duas cabeças pensam melhor que uma. Agora deixemo-nos disso: relate-nos a profecia para que Narcissa esteja a par de tudo. - um brilho vermelho passou por seus olhos - Espero que se lembre dela ao pormenor, não tolero mais erros. - murmurou entre-dentes numa voz cavernosa e ameaçadora.
- Sim, Senhor. - assentiram os dois em conjunto.
E Snape começou a citar a profecia:
- "Naquele descendente de sangue outrora majestoso, renascerá o desejo esquecido pelo anterior. Desta vez, não serão demovidos pelo amor a força e…*


Harry tinha o rosto e o corpo cobertos de suor e era abanado fortemente nos braços de alguém. Agarrado à sua cicatriz, não conseguia abrir os olhos. Ouviu chamarem por ele e sentiu um pano frio passando em seu rosto. Foi a melhor sensação que poderia ter, começava a sentir-se aliviado e, a pouco e pouco, a dor foi diminuindo e finalmente pode ver o que acontecia em seu redor. A primeira coisa que viu foi a expressão de Ron, extremamente preocupado, de testa franzida e os olhos escuros à luz ténue dos candeeiros. Pode sentir que era ele quem ainda o segurava firmemente.

- Harry? Você está bem?
- Sim…só um pesadelo… - respondeu vagamente com a voz embargada.
- Que susto você nos pregou! - Harry conseguiu ver Neville que, juntamente com Dean e Seamus, o olhava intrigado.
- Desculpem, não queria acordá-los.
- Ah Harry pára com isso. Está se sentindo melhor? Quer descer um pouco?
- Tudo bem, não vou conseguir dormir mais mesmo. Vou só passar o rosto por água.


* * *


Ao pequeno-almoço, no Salão Principal, Harry começava a ficar realmente irritado com as investidas de Ron para tentar fazê-lo falar sobre o pesadelo daquela noite.
- Já falei que não Ron! - exclamava o menino pela vigésima vez.
- Ah Harry mas você está me deixando intrigado! De madrugada não falei nada porque vi que você estava incomodado, mas agora…- defendeu-se o ruivo, emburrado, servindo-se de torradas.
- Eu conto logo que Hermione chegue, também não me sinto bem guardando e pensando nisso sozinho.
- Nisso o quê? - perguntou a morena acabada de chegar.
- Bom-dia! Senta aí amor, Harry tem uma coisa para contar. - cumprimentou Ron alegre, como se finalmente o sol tivesse nascido para ele.
- Ron…já falei para não me chamar assim. - pediu ela baixando o olhar. - Mas conte Harry, o que aconteceu?
- Tive outro pesadelo ontem, com Voldemort. Ele estava com Snape e pedia satisfações das buscas para encontrar o tal feiticeiro que eles procuram. Então a Narcissa apareceu e ele mandou que trabalhassem em equipa nisso, já que Snape não tinha descoberto nada ainda. - Harry fez uma pausa pois estava falando muito rápido e Hermione aproveitou para intervir.
- Mas, eles não falaram nada sobre como estavam procurando essa pessoa? Afinal, devem ter alguma informação. De contrário, é uma missão impossível.
- Eu já ia falar, sabichona. - respondeu Harry com um olhar falsamente reprovador, na verdade cheio de carinho. - Ele citou uma profecia que, pelo que entendi, ouviu da Trelawney. Mas…eu não sei, vocês acham que ainda dá para confiar nesses sonhos? - indagou duvidoso.
- Sempre deu Harry, porque mudaria agora? Mas me diga, você se recorda como era a tal profecia? - perguntou ansiosa pegando de imediato um pedaço de pergaminho e uma pena para começar a registá-la.
- Claro, era o seguinte: "Naquele descendente de sangue outrora majestoso, renascerá o desejo esquecido pelo anterior. Desta vez, não serão demovidos pelo amor a força e…"
- E…? - perguntaram os outros dois em uníssono.
- E…foi nessa altura que você me acordou Ron!
- Ah não! - exclamou Hermione desapontada.
Entendendo o que significava essa falta de informação e depois da atitude exasperada da namorada, o ruivo se desculpou:
- Desculpa cara! Eu sou mesmo idiota! - murmurou para si.
- Nada disso Ron, você não poderia adivinhar.
Hermione não tinha dito nada e olhava concentrada o pergaminho parecendo tentar absorver as palavras para chegar em alguma conclusão.
- Hermione?....Allôoo?
- Oi? Ah, o que foi Ron?
- Não ficou chateada comigo por isso, não é? - perguntou pegando-lhe carinhosamente na mão.
- Não Ron estava só pensando. - respondeu sem prestar atenção, estava realmente empenhada em tentar captar algo por detrás daquele excerto, ou não fosse ela Hermione Granger.


* * *


Os dias foram passando e, com eles, o frio do Inverno que começava a espreitar os cantos do castelo de Hogwarts. Parecia até que o mundo reflectia o interior de alguns alunos, principalmente, alguns Grifinórios.
Harry, sentado no parapeito da janela ao lado de sua cama, já em pijama, olhava a chuva que caía lá fora e o vento que abanava freneticamente os ramos das árvores daqueles enormes campos. Sentia que estava espreitando o seu interior: seu coração chorava como aquelas nuvens e tremia como aqueles ramos, com a falta do calor, do sorriso, da alegria e (sonhava ele) o amor de Ginny. A sua alma estava triste em resultado de tudo isso e escura, como a noite que avançava lá fora, assombrada pelas descobertas acerca de Voldemort e seus planos misteriosos mas com certeza maquiavélicos.
Como ele queria saber que misterioso feiticeiro era aquele que eles tanto procuravam, assim, talvez podem se antecipar e saber com o que contar do inimigo. Mas, as pistas eram ínfimas, nem a profecia inteira ele tinha conseguido saber! Pobre Ron… tinha apanhado um valente susto vendo o estado dele, o pesadelo aprecia ter sido dos piores, tinha até acordado todo o mundo. Sim, ao pensar em Ron e Hermione parecia que uma luz ténue se acendia dentro de si. Porém, com eles vinha também Ginny, e essa imagem logo a apagava e instalava de novo a melancolia e o desespero. Ah se ao menos Dumbledore estivesse ali para ajudá-los com sua sabedoria…! Pior ainda, se é que era possível, Harry estava agora ainda mais abatido. A ideia de que o feiticeiro que ele mais admirava e respeitava, aquele que o apoiava e protegia não estava mais ali quando ele precisasse o fazia sentir-se esmagado, como se o peso do mundo se abatesse sobre ele.
Foi assim, perdido em pensamentos que viu o sol nascer e seu companheiro Ron despertar. Agora começava a pensar quanto tempo mais iria aguentar com essas insónias. Mais um pouco e todos começariam a notar. Ainda assim, melhor isso que pesadelos!

Harry se trocou e sentiu uma enorme necessidade de pegar em sua vassoura e voar um pouco pelo campo de Quidditch, isso sim lhe purificaria o espírito. Ao chegar perto do campo pode perceber que alguém tinha tido o mesmo intuito que ele. Ao perceber quem era fez de tudo para não ser notado, colocou-se em posição e arrancou a toda a velocidade, apanhando a quaffle antes de esta passar pelos arcos.
- Harry?
- Bom-dia Ginny. - respondeu tentando esboçar um sorriso a fim de esconder seu nervosismo e ansiedade quanto à reacção da garota ao vê-lo.
- Bom, já que, apesar de não perceber para quê, você parece precisar dessa quaffle eu vou descer. - disse friamente sem encará-lo.
Harry ficou atónito, não sabia o que dizer, mas com certeza não queria que ela fosse embora.
- Não Ginny, eu preciso é falar com você. - nem pensou nas palavras, elas apenas saíram de sua boca sem aviso.
A garota estacou ao aterrar e Harry, quando se recompôs, desceu rapidamente para se aproveitar daquela imobilidade momentânea.
- Ginny, por favor, dá para agente conversar?
- Daria se nós ainda tivéssemos algo que dizer um ao outro, como não temos…- respondeu sem ao menos se virar para ele.
- Como não temos? Se você não tem, eu tenho!
- E eu com isso? Não estou interessada em ouvir nada vindo de você, Potter. - a garota começou a andar em paços largos em direcção ao castelo. Harry percebeu, pelo modo como ela lhe chamou de "Potter", que a coisa não iria ser fácil mesmo. Seu estômago até mesmo se revirou ao perceber a maneira ríspida como ela se dirigiu a ele. No entanto, o garoto foi no seu encalço e a puxou para si pelo braço.
- Você vai me ouvir Ginny Weasley, depois pode fazer o que quiser, mas primeiro terá que me ouvir. - comunicou ele olhando profundamente nos olhos da ruiva que estremeceu com aquele verde intenso atento nela. - É melhor se sentar, vai demorar.
Ela obedeceu sem uma palavra e desviou o olhar para o lago que se estendia a alguns metros deles.

- Queria te pedir desculpas por tudo o que disse, não queria dizer tudo aquilo…
- Você já reparou que a sua desculpa é sempre a mesma? 'Tá ficando um pouco limitado não? "Não queria ter dito tudo aquilo" - imitou a garota com uma vozinha de falsete.
- Mas é verdade!
- Que verdade Harry? Como pode ser verdade? As pessoas falam o que sentem! Ou então não falam…mas falar o contrário do que está escrito aqui? - disse colocando a mão no lugar do coração - Faça-me o favor!
Harry nada disse, sua cabeça andava a mil para encontrar uma maneira de esclarecer as coisas, não queria errar de novo.
- E ser for uma pessoa…fraca? - Ginny olhou-o intrigada - Ginny acho que chegou a hora de ser sincero com você, merece isso.
A garota ficou confusa: ele tinha sido o quê até ali? Mais sincero do que aquilo que já doía tanto?
Ele respirou fundo e pegou na mão da ruiva, mas ela se soltou:
- Eu fui fraco, não fui capaz de te falar o que realmente sinto. Eu tinha passado dias imaginando como me abrir com você, Hermione me ajudou, me apoiou e, naquela noite, eu tinha uma certa ideia do que ia dizer, de como ia dizer, tinha até criado toda a cena na minha mente mas…sabe como é, quando o discurso é todo treinado sai tudo ao contrário. Chegada a hora falhei, não fui capaz e me refugiei em todas aquelas coisas horríveis que te disse… – concluiu olhando o gramado, envergonhado.
Ginny parecia estar digerindo toda aquela confissão. Depois de alguns instantes que pareceram ao garoto a seu lado uma eternidade:
- Harry, isso não faz sentido algum - começou desconfiada - Aliás, faz muito mais sentido a história que você me contou, por muito que tenha me magoado. Você sabe que eu gostei de você e só agora eu pensei que você me via como rapariga que sou, quase mulher, só agora e não há dois anos atrás. Agora esperava que eu ainda gostasse de você mas se viu, novamente, ameaçado por Dean. Como toda a gente gosta de você e está do seu lado, você viu isso como uma afronta, uma traição, como você mesmo falou.
Todo aquele discurso fez Harry se sentir sem chão. Parecia que tudo o que deveria existir dentro dele era agora vácuo.
- Ginny você sabe tão bem como eu que isso é mentira. Nós namorámos há dois anos atrás…você não gostava de mim?
A ruiva se levantou, a recordação dos tempos felizes em que namorara Harry a emocionavam. Tinha sido o sonho da menina tornado realidade, mas isso arrastava também a dúvida que ela agora tinha de se realmente aquele amor tinha sido correspondido e a memória da forma horrível como tudo tinha terminado, Harry havia sido tão arrogante. Ás portas de uma pré-anunciada Guerra que não havia resultado em nada senão na morte de milhares de muggles e centenas de feiticeiros, Harry tinha se mostrado completamente indiferente a ela e acabado o namoro como se não tivesse significado nada. E, agora, mais uma vez, ela quase tinha lhe dado mais uma oportunidade de fazê-la sofrer de novo. Como ela tinha chorado naquela altura, como preocupou todos em seu redor, quantas vezes pensou que seria melhor morrer. Quanto ódio os Weasley, principalmente Ron tinham começado a nutrir por ele. Mas, sem ela perceber como, isso passou da parte da família, eles pareciam entender algo que ela não conseguia. Só Ron continuava a partilhar com ela aquela dor, que importância ele tinha adquirido desde então! Se essa situação tinha servido para algo, era para estreitar a relação entre os irmãos mais novos dos Weasley, fazendo Ginny descobrir um Ron que ele desconfiava existir mas que nunca se mostrava. Mas, agora que ela quase tinha dado uma nova oportunidade para Harry, ele parecia não estar satisfeito e querer fazê-la sofrer uma vez mais.
- Claro que gostava, e do que adiantou? Você me desprezou, me tratou que nem lixo, lembra?! - perguntou já visivelmente nervosa.
- Ginny por favor! - Harry se levantou e foi até ela que lhe virou as costas. - Você ainda não percebeu que eu fiz tudo isso pensando que Voldemort iria te magoar? Eu tive que fazer isso, como eu iria viver sabendo que ele tinha te…te assassinado por minha culpa?
Ginny se virou de olhos marejados e com uma fúria que poderia ser traduzida pelo vermelho flamejante de seus cabelos.
- QUE LINDO NÃO É? O PIEDOSO HARRY POTTER SACRIFICANDO TUDO PARA SALVAR SUA AMADA! OLHEM SÓ COMO ELE SOFRE! … Você não me engana mais, foi bem claro quando terminou. Foi frio, arrogante, cruel, nem aprecia o Harry que eu amava! - Ginny chorava inconsolavelmente mas a raiva a fazia ultrapassar tudo para extravasar o que tinha sufocado dentro de si há muito tempo.
- E não era! Ginny…isso…quer dizer que…você já não me ama, apagou tudo? - perguntou o garoto desesperado, sentindo que da resposta àquela pergunta dependia a sua própria sobrevivência.
Ginny limpava as lágrimas que teimavam em cair e, agora já sem forças para gritar, respondeu:
- Vale a pena? Vale a pena para você me fazer sofrer mais uma vez? Tem noção daquilo por que já me fez passar? Eu bem tentei, voltei a ser sua amiga, tentei esquecer tudo e, pelo menos, manter nossa amizade e, até isso você estragou como… - não aguentou mais e o choro e os soluços se apoderaram dela.
Harry pegou a ruiva pelos ombros e a penetrou com aqueles olhos verdes que agora pareciam cristal por estarem também marejados:
- Ginny eu amo você. Mais do que tudo, mais do que a minha própria vida: EU AMO VOCÊ. Tudo o que fiz até agora que te provocou sofrimento foi por essa razão. Pensa que eu não sofri também quando terminei tudo? Como sofri…eu queria estar com você, beijar você e tinha de fazer o papel de Durão e indiferente. Como eu quis subir à montanha mais alta e gritar aos quatros ventos que espalhassem pelo mundo que te amei, amo, e amarei.
- Muito bom actor você… - comentou Ginny com a voz embargada e o olhar desviados do de Harry.
- Ginny você tem que acreditar em mim, porquê eu viria atrás de você desta forma? Porque PRECISO de você!
Ginny não respondeu. Harry levantou seu rosto lentamente e se aproximou dela. Aos poucos seus rostos foram se juntando e seus lábios roçaram nos dela. Ginny baixou de novo o rosto tentando acalmar a chama que crescia dentro de si, tentava acalmar seu coração que batia agora que o momento que ela tinha tentado se esquecer mas sua alma ansiava que acontecesse se realizava. Harry lhe roubou o beijo, passando a mão pelo seu rosto carinhosamente. De repente ambos sentiram uma lágrima tocar o ponto de união de suas almas, de suas bocas. Uma lágrima que escorria pelo rosto da ruiva e que selava aquele momento que traduzia o verdadeiro sentimento partilhado pelos dois.
Ginny se soltou lentamente e, ao abrir os olhos se perdeu de imediato na imensidão de verde que se estendia à frente deles, nos olhos do seu amor e, de repente, sentiu seu coração se encher de um sentimento maior que tudo, sentiu-se viva.

Quando voltou à realidade murmurou, antes de sair correndo para o castelo:
- Não sei Harry…


* * *


O dia passou vagarosamente, Harry tinha gasto toda a restante manhã e tarde no dormitório, nem desceu para almoçar. Ron já tinha tentado chamá-lo à Terra mas este mal lhe respondeu. À hora de jantar, Hermione conseguiu finalmente arrancá-lo de lá e levá-lo para o Salão Principal. Mas, pelo visto, não tinha servido de muito, pois Harry se limitava a brincar com a comida.
- Harry, tem que se alimentar. O que houve afinal para você estar assim?
- Não quero falar sobre isso… - respondeu com cara de enterro.
- Tem algo que ver com…uhm… - e olhando para Ron - …fogo?
O ruivo lhes lançou um olhar de quem não estava entendendo nada e começava a pensar que seus amigos talvez precisassem fazer uma visita a St. Mungus. Harry suspirou e enterrou o rosto entre as mãos:
-É…fui ter com o…"fogo". - respondeu entendendo a tentativa da amiga de não deixar o namorado perceber o assunto da conversa - E pelo visto me queimei.
A garota olhou para ele carinhosamente:
- De novo? Mas não levou "água" para amansá-lo?
- Claro que levei! Levei toda a que tinha, aliás, pode dizer-se que eu fui claro como água. Mas isso parece só ter atiçado ainda mais aquele fogo… - respondeu Harry quase num murmúrio lembrando-se dos lindos cabelos vermelhos da garota. - Ah Hermione ela não acredita em mim!
- Do que é que…você…está falando?! - indagou Ron com a boca cheia, abismado com a estupidez daquela conversa. Hermine se virou para ele com um olhar fuzilante, bufando, fazendo-o calar-se imediatamente.
- Harry é normal, depois de tudo o que ela passou…ela sofreu demais! Eu sei que você também, mas tente entender: ela achou mesmo que você tinha deixado de gostar dela, você foi tão…credível.
- 'Tá, 'tá Hermione, chega por hoje…já foi demais!
A amiga apenas lhe lançou um olhar tentando se redimir, ao que ele assentiu com a cabeça.
- Vocês estão falando da minha irmã não é? - concluiu Ron.
Hermione se virou para ele novamente furiosa e deu um murro em seu ombro. Ia repreende-lo mas foi interrompida pelo tilintar do copo de McGonagall que estava agora de pé e ameaçava começar a discursar.
- Não me faltava mais nada… - comentou Harry.

-Já todos devem ter-se perguntado o porquê de, faltando apenas uma semana para o Halloween, ainda não lhes tenha sido dada qualquer informação sobre a tradicional festa. - começou a directora.
O Salão logo se encheu de cochichos e burburinhos. Hagrid pigarreou bem alto com sua voz grossa, fazendo todos se calarem de imediato.
- Pois bem, a razão para isso é que os directores das escolas de Durmstrang e Beauxbatons terão que se retirar de seus postos no princípio do mês de Novembro. Assim, e como esse ano farão 750 anos desde o início da relação de amizade entre essas três escolas de magia e feitiçaria, os alunos desses estabelecimentos passarão algum tempo connosco.

A essa altura já todos os alunos comentavam entre si aquela notícia, bastante entusiasmados. McGonagall quase teve que gritar para fazer parar a confusão.
- Silencio! Bom, como devem ter já pensado, teremos que aumentar o espaço do castelo, magicamente é claro, para receber todos esses alunos. Apesar de serem menos que nós, terão de ser distribuídos pelas diferentes casas. Os alunos de Durmstrang serão distribuídos pela Sonserina e a Corvinal, enquanto que os de Madame Maxime irão para a Grifinória e a Lufa-Lufa. Acho que não será necessário pedir-lhes que sejam hospitaleiros e prestáveis com nossos visitantes. - baixando o tom de voz, mas ainda de forma decidida concluiu - Ainda vivemos tempos negros e perigosos, quantos mais amigos tivermos melhor. Ah! Como poderia me esquecer? Vamos então, de certo modo, adiar a festa de Halloween para a segunda semana de Novembro, para festejarmos com nossas visitas. Mas tarde ser-lhes-á dada mais informação, por agora estão dispensados.
Os alunos recomeçaram imediatamente a conversar, era visível na expressão de cada um a expectativa pela vinda dos alunos das outras escolas. Todos estavam animadíssimos, todos, excepto Harry.
- É…ainda bem que o Krum já não está estudando, não é? - comentou Ron.
- Que engraçadinho…bom é a Fleur já ter se acertado com seu irmão! - retrucou a morena - Mas é bom receber gente nova.
- Ah é?! Tenta só arranja um novo búlgarozinho p'ra você ver…não vai me trocar não é, Hermione? - indagou o ruivo com olhar de cachorrinho pidão.
-Uhm…ora Ron por favor! Achei que já tínhamos resolvido isso.
A discussão não pode prosseguir pois Harry chamou a atenção apra si, levantando-se:
- Bom eu vou subir, estou cansado, boa noite p'ra vocês...- partiu sem dar tempo de resposta aos amigos.


Chegado ao Salão Comunal da Grifinória constatou que este estava vazio. Melhor assim, já estava farto mesmo de ver pessoas, apesar de ter passado a tarde trancado, e era exactamente isso que tencionava fazer até ao dia seguinte. No entanto, ao chegar ao patamar das escadas que levavam aos dormitórios não poderia ter-se deparado com pior cena. Em frente à porta do dormitório feminino estavam Dean e Ginny. Imediatamente o olhar de Harry foi atraído para a mão do garoto que a passava suavemente pelo rosto da ruivinha. Teve vontade de saltar para cima dele e quebrar a cara do garoto, mas não o fez. Reparou que ainda não tinham dado pela sua presença, portanto, ocultou-se nas sombras e tentou ouvir a conversa:
- Ginny eu vejo que você está abatida, e sei porquê, mesmo que não queira me dizer. A culpa desse seu rosto lindo estar tão escurecido é daquele…
- Pára Dean, pára por aí. - pediu ela como se não aguentasse mais aquele assunto.
- Mas Ginny, é verdade, você sabe tão bem como eu que…
-Tudo bem, mas eu tenho o direito de não querer tocar nesse assunto não é?
- Certo…melhor esquecer tudo isso mesmo. É isso que eu quero ruivinha, fazer você esquecer. Você sabe que eu te adoro, me deixa tentar…
Ela desviou o olhar para o chão. Meio escondido, Harry sentiu seu coração disparar, sabia e não queria ouvir o que o colega iria dizer a seguir. Colega? Que colega? Um traidor isso sim! Sempre se aproveitando dos erros com Ginny para entrar em cena.
Tudo aconteceu muito rapidamente. Dean beijou a mão da garota, chegou mais parte e finalmente perguntou:
- Ginny, quer namorar comigo?




N/A: aí está...sinceramente estou bastante desiludida comigo mesma...acho que estou me deixando levar pelo romance e esquecendo o resto!o que acham? prometo tentar inverter isso...já no próximo cap vou pegar mais em D/Hr , so nao pus nesse porque achei que ficaria ainda mais enfadonho...=/
me desculpem a ignorância mas eu não sei como voces dizem o nome das outras escolas...por isso pus o original que é como se diz aqui em portugal tambem...=)
Quero agradecer muitoooo às almas bondosas que atendem a meus pedidos de comentários...vcs é que me fazem escrever, serio!
Anne Malfoy: espero que tenha realmente lido a fic e tenha gostado...vou passar na sua claro ;)
Carol Lopes: mto mto obrigado pela compreensão!realmente os primeiros cap's foram meio chatos, espero que esteja gostando mais agora, não quero desiludir, por favor seja sincera...obrigada pelo comentário e espero que continue a seguir*
Mariana Lopes: poxa muito obrigada! vc em poucas palavras me faz logo ficar cheia de vontade de continuar...é seriu! gostou desse cap? me fale tudo! ah! infelizmente não consigo encontrar sua fic! n sei se é de mim mas já tentei tudo e não encontro...pode deixar o endereço por favor? bjo***
e eh claro...marisa!mtu obrigada por tudo...já sabes que a tua leitura eh vital para mim =) ainda bem que vais actualizar este fds! bjo bem grande pra ti artista!*
de qualquer maneira...obrigada a todos os leitoresss***

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