Desespero



Harry saiu do dormitório feminino directamente para o masculino. Arrancou todas as mantas e lençóis da cama com quanta força tinha e jogou tudo no chão num gesto de pura fúria. Se deitou sobre o colchão e aí ficou tentando endireitar seu coração que estava todo amachucado, mas até ele já tinha percebido que havia apenas uma pessoa capaz desse feito.
Quando Ron e os restantes rapazes subiram, Harry pode ouvi-los comentar sobre a bagunça que havia ao redor da sua cama, mas se limitou a fingir que estava dormindo quando Ron se quis certificar disso, pois não queria dar explicações de nada. Fingir apenas, porque não conseguiu dormir nem um minuto, tudo por causa daquela maldita discussão. Quem nesse mundo vai falar com uma pessoa para resolver um problema e acaba arranjando um ainda pior?! Só ele mesmo! Como era possível ser-se tão estúpido?! Porquê ele não tinha falado logo o que queria? Com certeza nem Ron teria estragado as coisas a esse ponto. E agora ela não ia mais lhe dirigir a palavra, agora sim qualquer hipótese que pudesse ter existido tinha sido completamente dizimada. O pior é que não conseguia esquecer as palavras da menina e a discussão estava recomeçando a passar, como um filme, em sua mente.

"Só por você ser o feiticeiro mais conhecido do mundo, isso não lhe dá o direito de tratar e pensar nas pessoas desse jeito." - para ela ter dito uma frase dessas, a coisa estava feia mesmo. Ginny sabia muito bem que Harry era um menino humilde, não estava nem aí para ser famoso ou não. Mas, droga! Que desculpa mais absurda ele fora arranjar para não confessar o que seu coração gritava há já algum tempo. O pior mesmo é que ele tinha esperança de que o dela fizesse o mesmo. A essa altura Hermione já deveria saber da história, amanhã pedir-lhe-ia conselhos. Tentou, então, dormir. Mas não havia maneira de fazer descansar o coração. Então desceu e foi jogar um pouco de xadrez ao pé da lareira, já mais calmo com o pensamento do apoio de Hermione.

* * *

Na casa-de-banho dos prefeitos, Hermione já tremia de medo e nervosismo, sentindo a força do braço daquele rapaz, imprimida no seu. Aos poucos a força foi diminuindo e ela quis tentar fugir, mas ele a puxou para si fazendo com que olhasse para aquele nevoeiro frio e fundo que habitava os olhos dele, arrepiando-se.
- Já me fugiu uma vez, Granger, não vou te deixar fugir de novo sem saber o que quero. Está com frio? - perguntou sentindo-a tremer.
- O que isso te importa?! - retrucou rudemente - e eu não sei do que você está falando, não posso te ajudar.
- Olha aqui garota, não me enerve, eu bem sei que você está me escondendo algo, e vai me dizer o que é!
Hermione olhou-o assustada. Porque ela tinha que ter escolhido logo aquela noite para ter uma insónia e decidir relaxar com um bom banho? Que desculpa ela daria para o que lhe havia dito anteriormente?
- Tudo bem Draco, podemos conversar, mas me solta.
Ele obedeceu enquanto ela tinha o cérebro trabalhando a mil em busca de uma desculpa mirabolante para lhe dar.
- Pode começar…- o garoto interrompeu seus pensamentos.
- Ah…pois bem: me pergunte o que deseja saber.
- Ora Granger não se faça de sonsa!
- Só respondo a perguntas concretas. - disse decidida, como último recurso.
Draco a olhou friamente e ela se sentiu gelar por completo, mas não quebrou a pose.
- Tinha que se armar em sabichona e tomar o comando da conversa não é, Hermione?
- Não lhe dei essa confiança, me chamando pelo primeiro nome? Nossa, uma filha de muggles como eu sendo tratada com tanta intimidade por um Malfoy de sangue-puro? - Hermione provocou, saboreando cada palavra daquela ironia.
- Não me provoque! Eu não lhe dei o direito de me falar assim.
- Ah é?! E quem te deu o direito de me tratar de forma DESUMANA ao longo de todos esses anos? A mim e a tantos outros que você considera abaixo do seu nível. E agora Malfoy…você sabe em que nível está? - ela despejou tudo o que lhe veio à cabeça sem ao menos pensar nas consequências.
- Parece então que você sabe muito bem do que estamos falando aqui. - respondeu ele tentando manter a calma - Pode começar explicando como soube de tudo.
Hermione voltou a si, não havia escapatória. Por mais que pensasse, não havia forma de o enrolar: ele queria a verdade e era isso que ela teria que lhe dar.
- Eu não vou te falar como soube, apenas o que sei.
- Não brinque comigo Granger, você vai me dizer TUDO!
- NÃO! - Hermione tentou gritar mais alto que ele - Você não tem o domínio da situação , Draco, lamento. Mas se alguém tem que correr risco, que seja apenas eu, e não a minha fonte de informação. - concluiu a medo, pensando em maneiras horríveis que ele poderia usar para obrigá-la a falar.
- Risco? Que risco? Você não acha que eu tenho mais com o que me preocupar do que fazer mal a você?
Hermione não conseguiu evitar a cara de espanto, estava à espera de tudo excepto aquilo. É certo que ele devia estar nervosíssimo e obcecado com toda aquela situação mas, sendo o Draco que ela conhecia…e, por outro lado, será que o conhecia? Ele poderia mudar tanto agora…mas pessoas más como ele, são más sempre.


Ele se sentou em frente a ela e lhe fez sinal para que ela fizesse o mesmo. A garota não falou, mas vendo o olhar cinzento pousado nela, expectante, começou a relatar o que sabia. Podia jurar ter visto uma onda de inocência, de fragilidade inundar aquele ser que sempre havia sido tão desprezível para com ela.
- Pois bem, eu espero não estar lhe dando nenhuma novidade, pois para você me ter prendido aqui, alguma coisa já descobriu. - ele assentiu com a cabeça - Aquilo que eu sei é que você não é filho dos Malfoy's.
Ao ouvir esta frase Draco baixou o olhar e, quando se dirigiu novamente à garota, a raiva e a revolta estavam bem vivas em seu rosto. A medo, Hermione decidiu continuar:
- Sei que você foi adoptado por eles porque o Lord das Trevas…
- Quem? Como? Você sabe a razão de tudo isso?
- Eu? Ah…não, quer dizer, não mesmo… - respondeu atrapalhado, se tocando de que já estava falando demais.
- Hermione você ia falar, por favor, continua. - pediu o loiro agarrando o braço dela, e acrescentou num murmúrio - Ainda mais se tem a ver com o Lord das Trevas…eu sei que estou em perigo…me conta, Hermione me…me…me ajuda.
A garota ficou estupefacta. Draco, a pessoa que mais a tinha feito sofrer em toda a sua vida implorando a ajuda dela. E, mesmo com esse pensamento, não conseguiu sentir raiva, pois à sua frente estava aquele olhar desesperado de um garoto que não tinha mais identidade, fazendo-a conseguir sentir apenas compaixão.
- Ahhh…eu não sei como te falar Draco, é uma história muito longa.
Hermione contou o que sabia sobre o plano de Voldemort e como Draco fazia parte dele. À medida que ia falando, o menino ia ficando com uma expressão cada vez mais assustada, ela já mal conseguia continuar. Nesses momentos, ela se esforçava por relembrar todo e cada momento em que havia sido humilhada e insultada por aquele garoto que agora parecia tão mísero, tão só. Tudo isso lhe transparecer frieza e indiferença, para que não pensasse que estava se preocupando com qualquer coisa que fosse relativa a ele.
De repente, Draco se levantou, com as mãos tapando o rosto dava voltas e voltas em perfeito símbolo de desespero. Hermione foi fechar as torneiras para lhe mostrar que não precisava se preocupar com a presença dela para reagir de que forma fosse. Ele pareceu entender e explodiu, derrubando toda aquela pose de menino rico, impassível e impossível de rebaixar. Então mostrou, talvez pela primeira vez em sua vida, tudo o que realmente sentia:
- Como é possível? Quem pode fazer uma crueldade dessas?! Porquê eu? Porque eles tinham que errar? Porquê justo comigo?...E quem sou eu afinal? Como vou encarar as pessoas agora? - gritou andando de um lado para o outro.
- Ora Draco isso é o menos importante. Talvez agora você sinta o que é estar sujeito à apreciação constante e ser alvo de sacanagens por aqueles que se julgam mais que você.
- Não! Eu continuarei a ser Draco Malfoy! Eu não me conheço de outra forma, é isso o que eu sou!
- Não Draco! Você nem sangue-puro é mais! - Hermione não pode deixar de notar um gosto de vingança ao pronunciar essa frase.

Draco, por seu lado, sentiu ter sido apunhalado. Era como se pudesse sentir a aguçada de um punhal penetrando aos poucos o seu corpo. Sem aviso, caiu no chão com um barulho de peso morto. Hermione arregalou os olhos assustada, mas logo depois olhou o corpo ali estendido com desconfiança:
- Draco, como você pode brincar com isso? Eu pensei que você estava mal, 'tá me fazendo de boba? Levanta logo… - mas não obteve resposta - Vai Draco, larga de ser dramático…não é a imagem que os outros têm de si o que mais importa. - ele continuava deitado no chão, sem ao menos abrir os olhos. Nesse momento ela desesperou e correu para o corpo, ajoelhando-se a seu lado:
- Draco? Acorda, me diz que você não 'tá morto! Eu odeio você mas não quero ser culpada disso! Ai meu Deus…Draco? Acorda, vai!
O garoto começou a reagir a todos os abanões que sofria nas mãos da morena e abriu os olhos:
- Que aconteceu? - perguntou baixinho, com a voz embargada.
- Nossa, que susto! Você desmaiou…
- Como se você se importasse…
- Não estou propriamente interessada em ser acusada pelo seu assassinato. - retrucou ela.
- Até que era melhor, não estou fazendo nada mais nesse mundo mesmo….
- Ah deixa de ser dramático, está bem? - disse Hermione friamente.
- Qual é garota?! Se põe no meu lugar e você logo verá.
Ela o ajudou a sentar-se e, olhando-o com desprezo respondeu:
- Você nunca se pôs no meu…
Draco não respondeu, não sabia se seria devido à sua "fragilidade" nesse momento, mas a verdade é que admitia que a garota tinha razão.
- Afinal o que deu em você, sentiu algo?
- Uma tontura.
- Talvez tenha sido uma quebra de tensão, depois dessas descobertas…mas, agora me lembro, você nem desceu para comer não foi?
- É…mas porque você repararia? - perguntou curioso.
- Bom, primeiro foi um dia calmo, sem insultos e, além disso, eu sabia que você perceberia e desconfiaria de algo por aquilo que eu disse, então fiquei de olho. Mas…que irresponsabilidade, você está mesmo querendo morrer, não? Foi por isso que trouxe esse lanche, certo?
- Claro. - respondeu o loiro recebendo a refeição das mãos de Hermione.
- Me fala uma coisa: como você soube de tudo?
- Minha mãe me chamou para ir logo cedo lá na mansão. Me disse que tinha de viajar por tempo indefinido, mas antes disso eu ouvi uma conversa entre ela e Bellatrix. Mas é preciso ser mesmo muito cruel para aprontar uma dessas… - repetiu ele, remoendo no assunto.
- Ora Draco, e você não conhece o ninho de cobras de onde veio? E do qual faria parte se nada disso tivesse acontecido, que pena! Você não fará mais parte dessa fabulosa família do Lord das Trevas não é? Pior é que ele virá atrás de você.
- Obrigado por lembrar… - respondeu enquanto comia com vontade - Mas talvez seja até melhor assim…
- Desculpa? Acho que não entendi… - disse Hermione perplexa.
- Ah esquece! Não era para entender mesmo…Olha aqui - começou Draco pousando o seu lanche e apontando o dedo à cara da garota - você não vai comentar nada disso com ninguém, ouviu bem?
- Sabe que para algumas pessoas isso até poderia melhorar a sua imagem? - observou tirando o dedo da sua frente.
- E eu com isso?! Não posso sair falando que não sou um Malfoy e que nem sei quem sou.
- Ah, tudo bem Draco, eu não ia falar nada mesmo. Aliás, grosso como você é ninguém iria acreditar em mim! - resmungou Hermione - Agora olhe você: nem tente saber como eu descobri tudo isso. Eu te fiz um favor quando você nem que eu olhasse na sua cara merecia. Portanto não me provoque… - murmurou ameaçadoramente.
- Uhhh Granger brava, era tudo o que eu precisava agora. Não enche! Já falei que tenho mais coisas onde me concentrar.
- Muito bem - e olhando o relógio exclamou - Nossa! Já está quase amanhecendo! Já que você irá ocupar a banheira, eu vou voltar para a minha sala comunal e ver se descanso um pouco, essa noite foi muito cheia. - comunicou Hermione se dirigindo à porta.
- Ah…Hermione - chamou Draco, pelo que ela se virou - Ehh…obrigado. - disse num murmúrio quase imperceptível, mas que chegou aos ouvidos da garota.
- Vê se pensa nas oportunidades que essa nova vida te pode dar Draco. Vê se dá uma nova chance a você mesmo. - disse ela antes de fechar a porta.



Percorreu os corredores até à sala comunal pensando na incoerência do que havia acontecido. Ela e Draco numa sala sozinhos, sem se agredirem, quer dizer, tirando algumas provocações mas, seria pedir demais que isso não ocorresse! Ela ajudando-o. O que diriam Harry e Ron se soubessem? Mas afinal nem aquela situação toda em que Draco estava metido era lógica, portanto, não valia a pena procurar uma justificação para aquela noite. Seus voos psicológicos foram interrompidos pela visão que teve quando passou pela mulher-gorda do retrato - Harry estava sentado numa poltrona junto da lareira.
- Hermione? O que estava fazendo fora daqui a essa hora? - perguntou o garoto com seus olhos verdes intrigados postos nela.
- Eu…eh…estava sem sono algum, aí fui tomar um banho no banheiro dos prefeitos p'ra ver se relaxava um pouco, é…foi isso. - justificou-se, tentando convencer-se a si mesma.
-Uhm…e não tem o cabelo molhado porquê?
- Bem…ah Harry fiz um pequeno feitiço para secá-lo logo, não quero ficar doente. - Hermione estava ficando nervosa.
- Estranho…você não costuma sofrer de insónias.
Ela apenas deu um meio sorriso e tentou mudar de assunto:
- E você? Não vai me dizer que teve outro pesadelo? - perguntou ansiosa já pensando em Draco.
Mas Harry, lembrando-se de uma certa ruivinha, nem reparou na reacção da amiga.
- Ah nem me fala Hermione, antes fosse…a Ginny discutiu comigo.
- Ela discutiu não, para discutir tem que haver dois. Mas Harry, de novo? Você ao menos fez o que eu falei? - perguntou a morena pondo Draco de lado e ficando totalmente absorvida pelo problema dos amigos, muito mais importantes que qualquer imbecil sem identidade.
- Não está com sono Hermione? Eu posso te contar tudo mais tarde. - observou Harry cabisbaixo.
- Pode contar Harry, se eu for dormir agora só um pouquinho fico pior. Além disso, depois tomamos um bom café para despertar.

Assim, Harry relatou toda a discussão à amiga até ao mínimo pormenor, começando a diminuir o tom de voz no momento em que a discussão ficava feia. A expressão de Hermione ia ficando cada vez mais e mais incrédula.
- Txii! Você pegou pesado Harry! Nossa…foi muito mau mesmo.
- Poxa obrigado Hermione, você sabe animar uma pessoa desesperada.
- Ah Harry desculpe! - ela o abraçou - Mas eu realmente não esperava que as coisas chegassem a esse ponto.
- Nem eu! Eu sou muito otário mesmo, pode falar! - exclamou irritado, dando tapinhas em sua própria testa.
Hermione segurou-lhe a mão e com a outra, delicadamente, lhe pegou no queixo e o fez olhar para si:
- Você não é otário, Harry, simplesmente não sabe lidar com essas situações. Até que isso é um pouco desesperante - murmurou mas para si do que para ele, mas ao ver a expressão dele concluiu carinhosamente - mas o que conta é que você no fundo sabe que errou.
- De novo! Errei de novo! Ah, mas dessa vez a Ginny não vai me perdoar, ela falou, ela falou… - começou ele visivelmente desesperado, enterrando a cara no meio dos joelhos.
- Bom Harry, você errou feio mesmo, se me permite ser sincera. Mas a Ginny adora você e vai-te perdoar… só que você vai ter que se esforçar mais que nunca e… pode demorar um bom tempo. - comunicou Hermione, com medo de deitar a baixo todas as esperanças do amigo.
Porém, ele se levantou, se colocou de joelhos aos pés dela e lhe segurou as mãos:
- Hermione: eu pela Ginny espero o tempo que for necessário. Mas…você vai me ajudar não é?
Ela se levantou de um salto e o abraçou bem forte e, passando-lhe as mãos pelo cabelo bagunçado respondeu:
- Eu sabia que você diria isso! Claro que vou te ajudar, um sentimento desses não pode ser deitado fora por essas bobagens!

* * *

Harry e Hermione não tiveram tempo de descansar: mudaram de roupa e desceram logo para o Salão Principal.
Agora Harry estava tendo especialização de Poções junto com Ron, Draco e alguns mais. Não estava propriamente "junto" deles, pois seu pensamento estava bem longe, num mundo perfeito em que só existiam ele e a ruiva mais linda que ele já tinha conhecido. No entanto, foi trazido de volta à terra pelas reclamações do Prof. Snape quanto à sua poção. Mas, dessa vez, o professor tinha razão, ele não estava nada concentrado, além de a poção ser, por si só, dificílima.


Ao fim da tarde o trio estava sentado na sala comunal: os meninos acabando um trabalho de Transfiguração específica e Hermione lendo o livro da mesma disciplina mas respectivo ao segundo ano. Ginny entrou pelo buraco do retrato e não disse nada a ninguém, nem ao menos olhou, e subiu rapidamente para o dormitório. Ron ficou intrigado e os olhos verdes de Harry esmoreceram, parecia que não havia mais luz neles. Hermione se levantou e comunicou:
- Eu vou ver o que se passa.


Passados alguns minutos Harry arrumou suas coisas e deitou no sofá enquanto Ron jogava um pouco de xadrez sozinho no chão aos pés da poltrona do amigo, pois Harry não estava com paciência.

Hermione entrou no dormitório feminino e encontrou Ginny deitada em sua cama, chorando. Sentou-se junto a ela e começou a passar a mão por seus cabelos vermelhos carinhosamente.
- Não faz assim Ginny, Harry não fez por mal.
- Ah, então você já sabe!
- Claro, ele me contou, está desesperado…
- É bom que esteja MESMO! Caramba Hermione ele te contou o que me disse?! Que eu tinha "traído o sentimento que dizia ter" por ele?! Quem ele pensa que eu sou? Acha que eu tenho que ficar esperando por ele até ao fim de meus dias?!
- Calma Ginny, ele não quis dizer isso eu te garanto.
- Ah não, ah não?! Ora coitadinho do menino-que-sobreviveu! - Ginny se levantou exaltada - Ele me toma como uma garotinha que sonha com o seu príncipe encantado e que espera pelo seu beijo libertador a cada dia que passa…nossa…ele pensa mesmo que o mundo gira em torno dele!
- Agora você está exagerando! Você sabe muito bem que ele não é assim. O Harry não tem a mania das grandezas, ele não se acha! - Hermione tentava chamar a ruiva à razão.
- Você veio aqui só para defender o pobrezinho, foi?!
A essa altura os gritos já podiam ser ouvidos no andar de baixo, e Ron olhava para Harry como que esperando uma explicação, mas ele apenas o ignorava, tentando perceber o que as garotas diziam.
- Não Ginny! Eu vim para ajudar você a ver as coisas de outra forma.
- Não tem outra forma, as coisas são assim mesmo, ninguém me contou, ELE falou…NA MINHA CARA!...Sabe o que mais? É bem feito para mim mesmo! Quem mandou eu ficar esperando por ele? Quem mandou eu dispensar o Dean por causa dele? Quem mandou eu sequer gostar desse…desse garoto de olhos verdes maravilhosos?! - e dizendo isso se sentou na cama chorando de novo, derrotada.
- Ninguém manda amiga, é o coração que é assim. - disse Hermione do jeito mais maternal possível, puxando a amiga para ficar bem do seu lado.
- Que coração mais otário que eu fui arranjar. - respondeu a ruiva limpando as lágrimas e encostando a cabeça no ombro da amiga.
Hermione riu:
- Qual é a piada? - perguntou a outra ofendida.
- O Harry também disse que era um perfeito otário por ter te dito tudo aquilo.
- Ah é? É mesmo sabe, um otário. Muito cruel o que ele me disse…sinto o meu coração tão apertadinho amiga, está doendo muito! - confessou com um suspiro.
- É normal, mas isso passa e você sabe que sim.
- Sei?
- Ora Ginny, você sabe que o Harry também gosta de você.
A garota se virou para ela com os olhos castanhos brilhantes, um olhar fuzilante:
- Se gostasse não tinha me feito sofrer todo esse tempo. E agora que eu pensava que estava ficando tudo bem…ele fez isso, fui muito boba. Mas eu não perdoo ele, NÃO PERDOO,VIU?!


N/A: cap. 7...tambem está um pouco enrolado, não tem muito perigo e tudo mais , mas eu prometo continuar com a intriga de Voldemort no próximo! espero que, ainda assim, deixem suas opiniões sobre esse cap, eh muito importante pra mim mesmo x)
Queria agradecer muuiiiiitooo à Carol e à Mariana: fiquem muito contente por terem gostado e espero que continuem a seguir! Vao deixando as vossas opinioes, são voces que me estimulam a continuar!Mariana: prometo ir espreitar a sua ;)
Por fim, mas não menos importante, agradecimentos à minha querida Luna , minha portuguesa de batalha que ´vai sempre me incitando a continuar! OBRIGADO! passem tambem na dela "Can't Help falling in love with you", aconselho de novo...eh tudo...de qualquer forma, obrigado a todos os que lêem! ****bjo

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