Dois Anos Depois



Música: Because You Loved Me, Celine Dion.



O sol despontava lentamente no horizonte.


O negro da noite dava lugar, lentamente, ao azul da manhã de verão, onde prometia ser a mais quente da semana. Os pássaros começavam a se levantar de seus ninhos, para caçar.


Senhores e senhoras saiam de suas casas para fazerem suas caminhadas matinais, enquanto os outros adultos que saiam, iam abrir suas lojas no pacato povoado de Hogsmeade, enquanto outros iam para o ministério.


Mas parecia que essa movimentação passava despercebida pelo casal, que dormia profundamente em uma das modestas casas do povoado.
O barulho estridente do despertador não pareceu ser o suficiente para acordá-los, onde fez uma menininha de dois anos, ruiva e de olhos castanhos, entrar sorrateiramente no quarto deles e subir no baú – que ficava ao pé da cama do casal – e equilibrar-se ali, cruzando os pequenos braços em frente ao peito.


Sorriu travessa e colocou uma mexa dos cabelos ruivos atrás da orelha.


-Depois eu que sou preguiçosa. – murmurou com a voz infantil, onde fez o pai remexer-se incomodado, mas não acordar, fazendo o sorriso travesso da garotinha aumentar. Pôde ver sua mãe aconchegar-se ao peito do seu pai. Estralou os dedos das mãos; mais fácil do que pensara.
Puxou o ar com força e, pegando impulso com as pernas, pulou para frente, aonde fez com que ela caísse sobre os dois, que acordaram sobressaltados.


-Merlin... – Rony murmurou, coçando o olho, enquanto olhava ao arredor com o outro. – Mais um susto desse e adeus Ronald Weasley. – a pequena riu com gosto.


-Senhor... – Hermione balbuciou, massageando o peito. – MICHELLE CRISTINNE WEASLEY! – berrou ao ver a filha, que sorriu para ela, antes de levantar e sair correndo do quarto.
A mulher mais velha bufou, enquanto Rony riu, antes de se levantar.


-Qual a graça, Ronald? – Hermione perguntou mal humorada. O ruivo balançou a cabeça de um lado para o outro, caminhando até o armário e começando a escolher uma roupa para o dia.


-Só que é incrível como você briga com a Mich por ela nos acordar, sendo que você a manda fazer isso. – ele respondeu, tirando uma calça jeans azul escura e uma camiseta vinho do armário e fechando a porta deste.


-Eu podia jurar que você era jogador de Quadribol e não advogado de crianças. – ela resmungou, enquanto jogava as pernas para fora da cama e se levantava. Rony riu do comentário da esposa.


-Ninguém manda você ficar trabalhando até tarde. – ele murmurou, jogando a roupa em cima da cama e caminhando até a esposa, a enlaçando pela cintura; de modo que ficassem frente a frente.


-Ninguém manda você ter tirado férias num momento tão critico, Rony. – ela murmurou, colando sua testa na dele, que bufou.


-Eu não tirei férias, Mi... – resmungou mal humorado. – Eu simplesmente fui afastado por causa da droga do balaço que me acertou no joelho. – ele voltou a resmungar.


Hermione se soltou do marido, indo se sentar na ponta do colchão fofo e enterrar o rosto nas mãos.


-Só espero não ter que pedir ajuda pro Harry e pra Raquel outra vez. – murmurou, balançando a cabeça de um lado para o outro. Rony se sentou ao lado da mulher e passou um braço sobre os ombros dela, a trazendo para mais perto de si.


-Não teremos. – beijou a testa dela. – Você vai para aquele tribunal e vai ganhar aquela causa, meu amor. – ele murmurou.



For all those times you stood by me
For all the truth that you made me see
For all the joy you brought to my life



Após se formarem, Hermione bem que tentou virar uma diplomata bruxa, mas descobriu que para isso teria que viajar muito durante o ano, de modo que sua agenda não batesse com a do marido, onde a fez desistir dessa profissão e virar uma promotora.


-Que Merlin te ouça. – ela murmurou, antes de dar um selinho nos lábios do marido e se levantar, indo pegar uma muda de roupa e entrar no banheiro, fechando a porta atrás de si.


Rony suspirou mal humorado e jogou-se na cama, de modo que ficasse deitado, encarando o teto branco.


Não sabia como, mas teria que dar um jeito de fazer alguns bicos, enquanto a Confederação Internacional dos Esportes o mantivessem afastado.


Sabia que somente o salário de Hermione não poderia sustentar a casa toda e sabia, melhor ainda, que o que restara do seu último salário seria suficiente para só mais aquela semana.


Passou as mãos pelo rosto abatido.


Senhor, como odiava a vida de adulto. Só Merlin sabia o quanto sentia falta da sua vida de estudante, onde não tinha que se preocupar em pagar contas e sustentar uma esposa e uma filha, além de si próprio.


Sentou-se na cama e olhou ao arredor. O que ele sabia fazer bem, além de jogar Quadribol? Cuida de criança? Não... De dor de cabeça já bastava a que ele arranjara com Hermione na noite após o baile de formatura.


Passou a mão pelo cabelo, num gesto nervoso.


Bancar o cozinheiro para velhinhas debilitadas? Fez uma careta diante a idéia; não sabia cozinhar nem para si, quanto mais para pobres senhoras.
Puxou o ar com força e se levantou, começando a andar de um lado para o outro.
Pedir um trabalho temporário aos gêmeos na loja de logros era a última coisa que queria fazer naquele momento, mas parecia que a única coisa que sabia fazer com perfeição, além do Quadribol, era bancar o vendedor.
Parou na frente da janela e observou, desanimado, o movimento das ruas do povoado. Suspirou, girou as íris azuladas, indo pousá-las sobre o castelo de Hogwarts.


Uma luz se acendeu em sua mente, enquanto um sorriso de orelha a orelha escapava para seus lábios.
Por que nunca pensara nisso antes? Dumbledore deixara claro para si que, sempre que precisasse, poderia contar com a vaga de professor substituto de vôo.


E, pelo que ficara sabendo, Madame Hooch andava querendo prolongar as férias por mais algumas semanas.
Seu sorriso aumentou. Sabia que o salário não seria um dos melhores, mas pelo menos iria diminuir a responsabilidade que Hermione colocava sobre os próprios ombros quando o ruivo ficava afastado.


Começou a se trocar, apressado.


Não iria perder mais tempo; iria imediatamente á Hogwarts e falaria com Dumbledore.
Só esperava que o velho diretor entendesse sua situação e concordasse em prolongar as férias da velha professora de vôo.



~*~*~*~



Virou-se na cama e estendeu o braço, onde pôde perceber que o outro lado do colchão estava vazio. Abriu os olhos e olhou ao arredor, enquanto se sentava.


-Odeio quando esse infeliz faz isso. – murmurou, jogando as cobertas para o lado e se levantando. Começou a caminhar até o banheiro lentamente, quando o barulho da lareira da sala sendo acessa chamou sua atenção. – Um louco acendendo o fogo em pleno verão ou Michelle que veio se refugiar por aqui. – Raquel completou, lembrando-se que a afilhada puxara a esperteza da mãe e que sabia usar perfeitamente bem o pó de flu.
Penteando os cabelos com os dedos, Raquel caminhou até a sala de estar, onde pôde ver a cabeça de seu chefe flutuando no meio das chamas verdes.


-Cleyton. – murmurou em forma de cumprimento. – A que devo a visita tão cedo? – perguntou, se sentando na poltrona que ficava em frente à lareira. Cleyton franziu o cenho e olhou para um ponto atrás dela, onde sabia que o chefe olhava para o relógio.


-Por que não estou surpreso com essa pergunta? – ele resmungou, enquanto o semblante fechava.


-Talvez seja por que você chegou logo que eu acordei e me encontrou de blusinha e calcinha. – a morena respondeu, revirando os olhos e cruzando os braços em frente ao peito. O moreno sorriu maroto.


-E que calcinha. – provocou, onde fez Raquel soltar uma gostosa gargalhada.


-Se eu não soubesse que você é gay, eu poderia jurar que você estava me cantando. – ela cutucou marota, ao recuperar o fôlego. – Mas, voltando ao assunto central, o que você quer? – perguntou, sem se importar se estaria sendo ou não grossa.


-O que eu quero? – ele repetiu esganiçado. – Eu quero que você venha trabalhar, pois já são... – olhou mais uma vez no relógio da morena. – onze e meia. – completou, onde a fez dar de ombros, antes de sorrir divertida.


-É por isso que eu te adoro. – sorriu e se ajoelhou na frente da lareira, depositando um beijo no rosto do chefe e amigo. – Eu sou a única que você deixa dormir uma hora e meia a mais que os outros. – completou risonha, onde fora a vez de Cleyton soltar uma gostosa gargalhada.


-Você tem dez minutos pra ficar pronta e dar o ar da sua graça no departamento. – ele avisou, antes de sua cabeça sumir do meio do fogo, que se apagou imediatamente.


Sorriu e, balançando a cabeça de um lado para o outro, num gesto divertido, se levantou e voltou para o quarto que dividia com Harry.



For all the wrong that you made right


For every dream you made come true


For all the love I found in you



Não que ela e o moreno houvessem se casado. Embora se considerassem casados, sabiam que não passava disso; consideração. Ainda faltavam muitos passos para que, legalmente, fossem marido e mulher.
Bom, não somos casados no papel, mas pelo menos temos uma cama que diz o contrario., Pensou maliciosa, quando flash’s da noite anterior voltaram a sua mente, mostrando-lhe até que auge do prazer um homem e uma mulher podem chegar; juntos.
Com um sorriso malicioso nos lábios, pegou uma muda limpa do uniforme que os Aurores tinham que usar e entrou no banheiro para tomar um banho e se arrumar.


Despiu-se e, abrindo o chuveiro na água fria, entrou de cabeça no jato, sentindo a água gelada correr por seu corpo, esfriando-o, de modo que, naquele momento, não sentisse muito a temperatura ambiental.
Enquanto lavava os cabelos, lembrava, divertida, da cara que Harry fizera logo na primeira vez que Cleyton aparecera na sua lareira e a vira do mesmo que vira hoje.


Aquela cena rendera ao moreno semanas de zoação da parte de Raquel, que, às vezes, o cutucava com isso.
Merlin, como adorava aquela vida de “casada”, onde era muito mais intensa e divertida do que noites interessantes passadas na cama.
Desligando o chuveiro, enrolou a toalha em volta do corpo e saiu do boxe, indo até a frente do espelho que ficava em cima da pia, fitando-se; os cabelos castanhos emolduravam o rosto rosado e caiam em cascata até um pouco a baixo dos ombros. Os lábios estavam mais vermelhos. Os olhos brilhavam em pura vivacidade, enquanto em baixo eram moldados por uma generosa camada de olheiras.


Bocejou, antes de pegar sua escova e começar a pentear os cabelos.
Ainda se perguntava por que se arrumava tanto pra ir trabalhar se quando voltava estava mais fedida do que gambá, mais despenteada que Harry e mais cansada do que um corredor de maratona após uma longa corrida.
Assim que terminou de subir o zíper da sua bota negra, onde possuía o cano curto e o salto alto, se ergueu e caminhou até a penteadeira, sentando-se no banco que havia ali na frente.


Passou uma generosa camada de lápis nos olhos; realçando-os. Passou um pouco de brilho sobre os lábios e, por fim, colocou uma gargantilha de couro, que lhe dava um ar selvagem.


Assim que terminou de se arrumar, pegou um saquinho, onde tinha pó de flu, jogou uma pitada do pó no fogo e, dizendo alto e claro o seu destino, sentiu seu mundo começar a rodar e seu pé abandonar o chão, enquanto era envolvida por um calor, onde sabia que poderia viver sem, naquele dia.



~*~*~*~*



Permitiu que uma gargalhada escapasse de sua garganta e jogou a cabeça pra trás, de modo que enquanto ria, as mechas castanhas balançavam em suas costas com graciosidade.
Lílian tinha que admitir que trabalhar com Olívio Wood era algo inconstante, já que em um dia ele poderia estar lhe convidando para um jantar à luz de velas e no outro poderia estaria estar lhe contando sobre o encontro romântico que tivera com uma de suas fãs.


-Você é doido! – exclamou, diante a idéia de que o último encontro do amigo com uma fã acabara em um quarto do Caldeirão Furado. – Aposto que ela vai aparecer grávida do vizinho, falando que o fedelho é seu filho! – completou, enquanto prendia melhor o cabelo no rabo de cavalo alto, antes de tirar as luvas de couro de dragão.


-Nada que aquela técnica trouxa não resolva. – ele deu de ombros e seu semblante se tornou pensativo. – Qual é mesmo o nome? RNH? – perguntou, onde simplesmente arrancou outra risada de Lílian.


-DNA. – ela corrigiu, sorrindo, enquanto colocava parte do seu uniforme de Quadribol dentro da sacola que era fornecida pelo patrocinador.


-Isso. – ele respondeu, fazendo o mesmo que ela. – Mesmo por que, eu tenho certeza de que a proteção que usei foi mais do que forte e eficiente. – ele completou, onde arrancou uma careta da parte de Lílian.


-Poupe-me dos detalhes sórdidos. – murmurou, fingindo nojo, o qual arrancou uma gostosa gargalhada de Olívio.


-O que vai fazer hoje à noite? – ele perguntou depois de um tempo em silêncio, no qual eles ficaram arrumando suas coisa. Lílian ergueu os olhos para encarar o amigo e deu de ombros.


-Nada. – respondeu, enquanto fechava o zíper de sua mala. – Só vegetar, ficar entediada e, por fim, dormir. – completou, jogando a mala por cima de um de seus ombros e apertou, novamente, o rabo de cavalo. Olívio sorriu maroto.


-Quer sair pra jantar ou dançar? – ele perguntou, onde fez o semblante dela ficar pensativo.


-Por que não? – perguntou, sorrindo. – Preciso me divertir mesmo. – e riu da cara que o amigo fez do seu último comentário. – É brincadeira, meu lindo. – desculpou-se, o enlaçando pelo pescoço. – Te espero ás oito. – e, depositando um beijo na bochecha do goleiro, saiu do vestiário, somente para aparatar para o seu apartamento, que ficava em um luxuoso bairro bruxo, no centro de Londres.


Jogou sua mala no sofá, enquanto soltava os cabelos, que caíram em cascata até sua cintura.
Sentando-se na ponta do sofá, tirou as botas e as jogou em um canto qualquer. Levantou-se e caminhou até a cozinha, somente para beber um copo de água, antes de ver que, em duas horas, Olívio estaria ali para que pudessem sair.


Caminhou até seu quarto e, entrando no banheiro, se despiu e abriu o chuveiro no jato de água quente, entrando de cabeça na água, sentindo esta passar por seus músculos, relaxando-os.



I'll be forever thankful baby


You're the one who held me up


Never let me fall



Sabia que o que sentia por Olívio, ultrapassava as barreiras da amizade, mas não sabia, ao certo, o que era esse sentimento que muitas vezes, a fazia passar a noite em claro chorando, por saber que o moreno saíra com alguma outra mulher.


Entendia que era algo intenso e protetor, onde ela não conseguia dominar; onde a fazia sentir um ciúme doentio de cada garota que tinha a sorte de ter a companhia do garanhão que Olívio era.


Mas por que, diabos, se importava tanto com a vida amorosa do seu amigo? Por que o fato de não ser ela a mulher que ele amava, a incomodava e chateava tanto?


Senhor, como odiava ficar confusa!



~*~*~*~*



Bufou e, pegando a borracha de forma brusca, apagou o desenho pela quinta vez consecutiva.


Pousou o lápis e a borracha e, apoiando os braços sobre a mesa, torceu os lábios.


Senhor, como odiava ter que fazer hora extra quando estava com sono e tudo o que queria era tomar um bom banho e se esparramar em sua cama.
Mas não! Seu chefe tinha que ser um biba safado que achava que ela não tinha nada melhor para fazer do que ficar sozinha naquele estúdio, desenhando roupas e mais roupas para a próxima estação – que era dali há cinco malditos meses.


Olhou para a folha em branco – que estava em baixo do seu braço -, antes de fechar os olhos e puxar o ar com força, procurando inspiração no santo milagreiro.
Soltou o ar pela boca, antes de pegar, novamente o lápis, e começar a desenhar cuidadosamente, as linhas de um belo vestido de outono.
-Não acha que esta na hora de ir embora? – uma voz meio fina, meio grossa, chegou aos seus ouvidos, onde a fez fechar os olhos com força e apertar a ponta do lápis contra o papel com mais força do que devia, fazendo-a se partir.


Por que aquele infeliz tinha que dar a entender que ela ainda estava ali por vontade própria? Teve vontade de esganar aquele ser que estava parado na sua frente, com o ar superior e com o nariz empinado.


-Oh, claro. – respondeu, começando a guardar suas coisas. – Estou achando isso desde as cinco horas. – olhou para o relógio em seu pulso. – E veja só! Tive que esperar por malditas seis horas até o safado do meu chefe criar vergonha na cara e me liberar! – completou, lançando um olhar mortal ao chefe.


-Não me culpe por você ser esforçada, Biatriz. – ele respondeu, colocando um sorriso prepotente nos lábios. Bia puxou o ar com força, numa tentativa frustrada de se acalmar.


-Eu posso ser esforçada... – começou, dando a volta na mesa, postando-se na frente do seu superior, que recuou alguns passos. – Mas não a ponto de cancelar um encontro em cima da hora! - completou, lembrando-se de que tivera que cancelar o melhor encontro que teria naquele ano por causa da mente problemática do seu chefe.


-Tudo bem! – ele ergueu as mãos na altura do peito, num gesto de quem se rende. – Desculpe-me por querer agilizar o trabalho. – deu de ombros e Biatriz preferiu ficar calada, enquanto terminava de arrumar suas coisas e jogava sua bolsa por cima de seu ombro.


-Não me peça pra trabalhar durante esse fim de semana, que não tem como. – falou a guisa de “tchau”.



You're the one who saw me through through it all


You were my strength when I was weak


You were my voice when I couldn't speak



Caminhou decidida até a parte externa do pequeno prédio, que ficava no subúrbio de Londres, e entrou no primeiro beco escuro e deserto que vira na frente, somente para aparatar para o seu apartamento que ficava no coração de Londres; perto da casa de sua irmã gêmea.


Assim que saiu no interior de seu apartamento, caminhou pelo breu da casa e colocou sua bolsa sobre a mesa que havia perto da porta.
Com um estralar de dedo, as luzes se acenderam, numa forma fraca, onde dava um ar relaxante ao apartamento.


Tirando o agasalho – e o jogando em cima do sofá branco – Biatriz caminhou até a cozinha e, abrindo a geladeira, pegou a primeira coisa comestível que vira na frente; uma torta que sua empregada fizera no almoço e que sobrara.


Enquanto mastigava o doce, a morena caminhou despreocupada até seu quarto que estava tão, ou mais escuro, que o resto do apartamento quando ela chegara.
Assim que acendeu a luz a cena que viu não era, exatamente, o que ela esperava ver.


-BOB! – gritou, onde fez um cachorro são Bernardo erguer a cabeça, revelando que estava deitado em sua cama, e, se levantando, o cachorro saiu correndo do quarto, como que captando, no ar, a fúria da dona.
Biatriz puxou o ar e o soltou pela boca várias vezes seguidas, num jeito de se acalmar.
Não podia acreditar que aquele animal fizera exatamente o que ela estava esperando que não fizesse; destruíra seus travesseiros, babara em seu cobertor, roera a perna da cadeira e, para piorar, mastigara suas correspondência.


-Filho duma mãe. – murmurou, caminhando, por entre a bagunça, até o seu armário e, o abrindo, pegou uma muda limpa de seu pijama e foi tomar banho, para ver se esfriava a cabeça a ponto de conseguir pensar em como se livrar daquele cachorro; sorriu marota, talvez o desse para Raquel.



~*~*~*~*~*



-E é por isso, senhores do júri, que eu acredito que o réu deva ser considerado culpado. – Hermione completou, sorrindo, antes de ir se sentar. As pessoas que compunham o júri murmuravam entre si, após a excelente apresentação das provas e testemunhas da morena.
Hermione puxou o ar com força, sentindo seu coração disparado. Sabia que se não ganhasse aquele caso estaria demitida e a última coisa que ela e Rony precisavam, naquele momento, era aquilo.


A morena olhou para o advogado que estava sentado na mesa ao lado da sua e não gostou nem um pouco do sorriso vitorioso que ele lhe mandou.
Suspirou e voltou sua atenção para o juiz, que observava o júri, atento.


-É melhor começar a rezar, Hermione. – murmurou para si mesma, fechando os olhos. – Ave Maria, cheia de graça... – girou as íris castanhas. – Deixa de ser tonta, Weasley.- murmurou, colocando uma mexa dos cabelos atrás da orelha.


Abriu os olhos a tempo de ver o juiz suspirar e pegar o pequeno martelo e batê-lo contra a mesa, três vezes seguidas.


-O tribunal está em recesso para que o júri possa decidir qual será o veredicto. – ele falou, olhando para todos. – Voltaremos em uma hora. – completou, batendo o martelo uma única vez na mesa, antes de se levantar e se retirar, sendo seguido pelo júri.


Puxou o ar com força e começou a colocar seus papeis dentro de sua maleta, enquanto sentia o olhar amedrontado de seu cliente.


-O que foi, senhor Taylor? – perguntou, fechando sua maleta, antes de encarar o homem loiro.


-Tem certeza de que iremos ganhar? – ele perguntou, temeroso. – Sua apresentação foi ótima, mas eu acho que não convenceu o júri. – ele completou, lançando um olhar de esgoela para a pessoa que estava acusando.


Hermione suspirou e voltou a se sentar.


-Não sei se ganhei. – decidiu ser sincera. – Admito que estou confiante, mas não posso lhe dar certeza. – sorriu de leve. – Vamos torcer para que consigamos tirar mais um assassino das ruas. – se levantou, sendo imitada por Taylor, que lhe sorriu levemente.


-Certo. – começaram a caminhar lado a lado para fora do tribunal.


-Mas não se preocupe. – ela sorriu confiante. – Mesmo que percamos, o senhor não correrá risco de vida, pois o colocarei no programa de defesa. – o homem lhe sorriu grato.


-Que ir almoçar comigo e com minha filha? – ele perguntou, assim que alcançaram a rua. Hermione sorriu agradecida para o homem.


-Hoje não, senhor Taylor. – apertou a mão que o homem lhe estendera. – Fica para a próxima. – e, lançando um último sorriso para o cliente, girou nos calcanhares e começou a caminhar na direção do pequeno restaurante que havia na esquina, onde, pôde ver, Rony estava sentado em uma das mesas ao lado da janela, a esperando, enquanto tomava um café.



You were my eyes when I couldn't see


You saw the best there was in me


Lifted me up when I couldn't reach



Sorriu. Era por isso que amava Rony incondicionalmente; ele podia ser atrapalhado e cabeça dura, mas era exatamente o tipo de homem que toda mulher gostaria de ter para si; era bonito, carinhoso, demonstrava o que sentia com uma intensidade contagiante e, acima de tudo, não ligava para os bens materiais.


Assim que entrou no restaurante, caminhou lentamente até a mesa onde o marido estava e, sorrindo pra ele, sentou-se de frente para o ruivo, enquanto colocava sua pasta ao lado de sua cadeira.


-Como foi no tribunal? – ele perguntou, depois de se inclinar sobre a mesa e depositar um rápido beijo sobre seus lábios. Hermione puxou o ar com força, antes de sorrir de fraco.


-Ainda não sei se ganhei. – ajeitou-se sobre a cadeira. – Mas estou otimista. – sorriu doce. – Espero ganhar esse caso; não posso me dar ao luxo de ser demitida justo hoje. – completou, exasperada, enquanto Rony lhe lançava um sorriso compreensivo. – Mas, o que fez de bom hoje? – perguntou, mudando de assunto.


-Deixei a Mich na casa da minha mãe e fui falar com Dumbledore. – ele respondeu, enquanto a garçonete depositava dois cardápios na mesa, um na frente de cada um. Hermione franziu o cenho.


-Por que foi falar com Dumbledore? – perguntou, abrindo o cardápio e passando os olhos por ele.


-Fui ver se ele me liberava a vaga de professor de vôo substituto; ouvi dizer que Madame Hooch queria prolongar suas férias. – ele respondeu, enquanto imitava o gesto da esposa.


-E no que deu? – ela perguntou, fechando o cardápio, após escolher o que iria comer.


-Eu consegui o emprego! – ele exclamou animado, onde fez Hermione soltar um gritinho de felicidade.



~*~*~*~*



Encostou-se a parede e cruzou os braços em frente ao peito, enquanto permitia que um sorriso divertido escapasse para os lábios firmes; não que gostasse de ver a namorada fora de si, mas a achava incrivelmente mais bonita com o rosto contorcido em fúria e adquirir uma forte tonalidade de vermelho. Os olhos castanhos brilhavam mais que o normal, e os sussurros perigosos que ela dava, faziam um arrepio de excitação correr por sua espinha e o desejo correr por suas veias.


Passou uma mão nos cabelos, antes de colocar as duas nos bolsos.
Não sabia, ainda, por que ele e Raquel continuavam a namorar, sendo que faziam coisas mais... Calientes do que simples namorados faziam.
Sorriu malicioso e caminhou de volta até a mesa, se sentando na cadeira ao lado da que a morena estava sentada, gesticulando e falando avidamente, na tentativa de convencer Cleyton que ela e Harry eram mais do que suficientes para prender a pequena organização de bruxos das trevas, onde tinha grandes chances de chegar ao mesmo nível em que Voldemort chegara.
Molhou os lábios com a pontinha da língua e, apoiando o cotovelo na mesa, apoiou o queixo na mão e continuou a fazer o que fizera desde que entrara naquela sala de reuniões; observar.


-O que você acha, Harry? – Cleyton perguntou, num espasmo de fúria, fazendo Raquel virar a cabeça abruptamente para encará-lo, como que dizendo que o mataria se ele ousasse a não apoiá-la.


-Eu não acho nada. – ele murmurou, antes de bocejar e coçar os olhos. – Vocês que tão vendo problema onde não tem. – sorriu maroto. – Por mim, eu ia sozinho e ponto final.


-Mas nem que a vaca tussa! – Raquel exclamou, levantando-se e batendo as mãos contra a mesa, fazendo os tinteiros que estavam sobre esta, chocarem-se. – Um único auror ir sozinho - sou obrigada a concordar com o Cleyton – é suicida! – completou, lançando um olhar mortal ao moreno, que se encolheu levemente sobre a cadeira.


-Não ta mais aqui quem falou! – ele exclamou, erguendo as mãos na altura do peito, como quem se rende, fazendo a namorada suspirar aliviada e voltar a se sentar.


-Eu e o Harry vamos, sozinhos, acabar com a festa desses otários. – sorriu venenosa. – E depois, você nos dará longas férias. – completou.


-Ele dará? – Harry perguntou, olhando confuso para Raquel.


-Eu vou? – foi a vez de Cleyton perguntar, enquanto coçava a nuca, num gesto sem jeito.


-Vai! – Raquel exclamou, se levantando e, pegando Harry pelo pulso, o arrastou para fora da sala de reuniões e começou a caminhar na direção da saída do departamento.


-Ele vai mesmo? – Harry perguntou, maroto, enquanto a seguia até o elevador e apertava o botão, observando-a parar na frente da porta fechada de alumínio e cruzar os braços em frente ao peito, enquanto o semblante ficava sereno e ao mesmo tempo sério.


Harry não podia negar que ela ficara incrivelmente sexy naquele jeito; os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo alto, enquanto ela usava uma blusinha colocada ao corpo, que moldava com perfeição o tronco bem torneado. A calça jeans negra era colada nas pernas, como se fosse uma segunda pele, enquanto havia várias correntinhas penduradas ao longo das pernas das calças.
Sorriu e, lentamente, se aproximou dela, que virou a cabeça para olhá-lo, antes de sorrir.


-Quem sabe. – respondeu, enquanto ele a abraçava.



You gave me faith 'coz you believed


I'm everything I am


Because you loved me



Harry sorriu para ela, antes de deslizar suas mãos pela coluna da morena e pousá-las sobre a cintura, puxando-a de encontro ao seu corpo, num gesto gentil.


-Você é demais. – ele murmurou, aproximando seu rosto do dela, que lhe sorriu traquinas.


-Amor... – seu sorriso aumentou. – SOU EU! – piscou um olho pra ele. – É claro que eu sou demais. – Harry riu, antes de capturar os lábios dela em um beijo apaixonado, que fizera com que as mulheres que observavam Harry, suspirassem derrotadas.


Deslizou as mãos pela coluna dela, fazendo-a se arrepiar sob o seu toque. Quando as línguas se encontraram, iniciaram uma dança sensual e apaixonada, onde mostrava, para quem os observasse, que, o que era mais importante em suas vidas, era a presença um do outro.


Enterrou os dedos nos cabelos negros e rebeldes de Harry, fazendo-o sentir como se uma onda violenta se chocasse contra si, o levando para o recanto mais obscuro do mar de sensações, onde as conhecera com Raquel.
O apito do elevador os fez se separar e, sorrindo um para o outro, entram no elevador, que começou a levá-los para o Hall de Entrada.



~*~*~*~*



Olhou-se mais uma vez no longo espelho que havia do lado da porta e sorriu satisfeita.
Os cabelos castanhos estavam soltos e caiam até um pouco a baixo de seus seios, formando cachos definidos. Usava um vestido preto que lhe ia até um palmo acima do joelho; possuía manga cumprida e o decote era um U, onde deixava a mostra uma parte da curva do seio farto.


Nos lábios, um batom vermelho, onde completava o ar convidativo que estes possuíam. Os olhos eram realçados por uma generosa camada de lápis preto e uma sombra da mesma cor. No pescoço uma gargantilha, também preta, que dava três voltas, dando-lhe um ar selvagem, enquanto usava um brinco discreto, onde tinha o formato de uma estrela negra, manchada de vermelho.


Nos pés, uma sandália, onde tiras subiam-lhe pelas pernas, parando um pouco abaixo do joelho, cujo salto era altíssimo e finíssimo.


Sorrindo satisfeita, foi até o seu armário e, o abrindo, pegou uma capa, onde, de certa forma, fazia uma combinação perfeita com o vestido. Colocou-a e, correndo da maneira que conseguiu, foi até o interfone, que tocava insistentemente.


-Alô. – falou, assim que colocou o aparelho na altura da orelha.


-Olívio Wood a espera aqui em baixo. – o porteiro que, embora seu amigo, falava pomposo, somente para fazer sala para as visitas dos moradores do prédio. Sorriu.


-Já vou descer. Mande-o esperar. – pediu, antes de colocar o interfone no gancho e ir até seu quarto, para pegar a bolsa e, finalmente, sair do apartamento.


Assim que chegou onde o amigo estava, ofegou; estava simplesmente divino, onde parecia que as roupas haviam sido feitas somente pra ele e que as estrelas e a lua haviam aparecido somente para iluminá-lo.
O terno negro que ele usava deixava claro o corpo bem definido que ele possuía. Os cabelos castanhos estavam domados em um topete elegante; os olhos brilhavam em felicidade e os lábios firmes estavam curvados em um sorriso doce que, ao mesmo tempo, era extremamente sensual.
O efeito que a luz prateada que a lua tinha sobre o corpo daquele homem era algo divino, onde ela não possuía palavras para descrever, somente; perfeito.


Viu o brilho de felicidade nos olhos de Olívio, virarem um de desejo – cobiça – ao olhá-la de cima a baixo, como que a avaliando.


-Você... Ta... Linda. – ele balbuciou, antes de caminhar até ela e lhe oferecer o braço, fazendo-a rir.


-Obrigada. – agradeceu, no mesmo instante em que enlaçava seu braço no dele. – Você também está lindo. – sentiu as bochechas corarem levemente.


Ele lhe sorriu agradecido, enquanto caminhavam até o carro dele, parado do outro lado da rua. Olívio abriu a porta do lado do passageiro, onde Lílian entrou e, enquanto ele dava a volta no automóvel, colocou o cinto de segurança.
Aquela seria uma longa noite, onde ela sentia que muita coisa em sua vida mudaria.



~*~*~*~*



Bocejou e saiu do banheiro, enquanto secava os cabelos com a toalha.
Suspirou ao ver, novamente, o estado deplorável do seu quarto. Gemeu em puro descontentamento. Não iria fazer milhões de vezes o mesmo feitiço pra ver tudo arrumando naquela noite.


Jogando sua toalha em um canto qualquer, caminhou até o armário e, abrindo-o, pegou um cobertor; ia descobrir por que os homens odiavam tanto dormir em um sofá.
Caminhou lentamente até a sala, onde estava escura e, sem se dar ao trabalho de acender a luz, esticou o cobertor e, colocando uma almofada como travesseiro, virou-se para ir beber água, antes de deitar; mas invés de ter seu caminho livre trombou com um peito definido, onde a fez cambalear e cair sentada no sofá.


-Meu São Jorge da Padroeira de São Camilo. – murmurou massageando o peito e levantando os olhos para ver em quem trombara.
Alto, cabelos negros, olhos azuis profundos, corpo atlético; simplesmente o maldito modelo com quem ia sair naquela noite e que tivera que cancelar.
Senhor, como odiava seu chefe.


-Mark? – sussurrou, surpresa, fazendo-o sorrir sensualmente, onde a fez sentir-se tonta.


-Bia. – ele sussurrou, em cumprimento, fazendo um aceno com a cabeça.
-O que te traz a minha humilde casa às... – olhou no relógio no pulso dele. – TRÊS DA MATINA? – gritou ao ver que, mais uma vez, demorara horas no banho. Ele riu, divertido.


-Bom... – era impressão sua ou ele corou? Maldito breu! – É que você cancelou o nosso encontro em cima da hora e sua carta estava meio ilegível. – Okay, amava aquele breu, onde escondera seu rosto incrivelmente corado.


-Ah, bom... – pigarreou. – Eu estava com um pouco de pressa. – sorriu encabulada. – Meu chefe resolver seu malvado e me colocar para trabalhar até tarde. – deu de ombros. – E, sendo aquele homem de bom coração que é, me avisou faltando somente cinco minutos para o meu turno acabar. – completou sarcástica.


-É, sei como é. – ele lhe deu o mais lindo dos sorrisos, que ela já havia visto. – Meu empresário também vive mandando que eu trabalhe mais. – colocou as mãos nos bolsos, enquanto, discretamente, corria os olhos pelo corpo de Bia; onde usava somente um curtíssimo short jeans e uma velha camisa social branca de seu pai, que lhe caia até a metade da coxa bem torneada.


-Não quer se sentar? – ela perguntou depois de um bom tempo, no qual ambos permaneceram em silêncio, somente se analisando. Mark sorriu e se sentou ao lado da amiga, onde a fez sorrir maliciosa.


Aquela seria uma longa e maravilhosa noite, onde ela não permitiria que passasse em branco; como todas as suas noites.


Seu sorriso aumentou. Senhor, como adorava, ainda, ser solteira, onde não precisava ser fiel a ninguém, a não ser ao seu próprio gosto, o qual, tinha certeza, era ótimo.



~*~*~*~*~*



Suspirou cansada e, fechando a porta atrás de si com um estrondo, entrou em casa, a qual estava no mais puro breu.
Massageando um dos ombros, caminhou lentamente até a sala, onde jogou sua pasta em cima do sofá, para logo jogar a si mesma sobre o móvel.
Fechou os olhos e massageou as têmporas.


Céus, como odiava dias cheios e corridos, onde ela não tinha tempo nem para respirar pausada e calmamente.


Sua cabeça latejava e não acreditava que estava jogada no sofá, ao invés de estar em baixo de um jato de água fria; em um banho demorado e relaxante.
Puxou o ar com força e o soltou pela boca, com força. Mas, apesar de tudo o que lhe acontecera naquele dia, estava feliz. Não tinha como negar isso; tinha a mais absoluta certeza de que seus olhos brilhavam em pura alegria, onde contagiaria até o ser mais deprimido da face da Terra.


Mas, se a casa estava em puro breu, onde, raios, estava Rony? Certamente, não estava trabalhando em Hogwarts, já que ele começaria na próxima semana. Na casa dos pais estava fora de cogitação, já que o ruivo não ia visitá-los no meio da semana.


Permitiu um gemido manhoso escapasse de sua garganta, enquanto se levantava e começava a caminhar, lentamente, até a escada que a levaria para o quarto, mas fora obrigada a parar abruptamente ao ver que na escada havia um tapete de rosas vermelhas, onde, nos cantos, haviam pequenas velas que iluminavam seu caminho.


Começou a subir a escada lentamente, enquanto franzia o cenho. O significava aquilo? Rony não fazia nada tão especial assim se não fosse alguma data comemorativa. E, pelo que sabia, aquele não era o dia do seu aniversário de casamento, certo? Ou será que estava tão atrapalhada a ponto de esquecer uma coisa dessas?


Balançando a cabeça de um lado para o outro, num gesto confuso, caminhou um pouco mais rápido, onde lhe permitiu ver que o caminho de rosas ia até a porta do seu quarto, no final do corredor, onde a porta branca, dupla, estava encostada.
Pousou a mão na maçaneta dourada e, puxando o ar com força, empurrou a porta, somente para se deparar com o cenário mais romântico – que sabia – que Rony podia imaginar.


Um pequeno caminho da porta até a cama era livre de pétalas, e era montado por velas, onde davam ao quarto um ar sensual e intimo, enquanto o resto do chão era escondido por uma grossa camada de pétalas, também, vermelhas. Não pôde evitar que um sorriso malicioso escapasse parar seus lábios. Levantou as íris, somente para ver que, a cama, era decorada, também, por pétalas, só que estas eram brancas.


Deu alguns passos, hesitantes, sem saber ao certo o que fazer e, quando estava pronta para chamar pelo marido, o barulho da porta sendo trancada chamou sua atenção, fazendo com que ela se virasse num gesto brusco, somente para ver Rony parado, encostado na porta, os braços cruzados na frente do peito malhado, enquanto um sorriso sedutor brincava nos lábios firmes.


-Sem querer ser quebra momentos, mas já sendo... – Hermione começou, sorrindo para o marido. – Por que tudo isso? – perguntou, fazendo-o rir divertido e, pegando uma rosa de um amarelo quase branco, Rony começou a caminhar até a morena, que, nesse meio tempo, teve a oportunidade de observar melhor a aparência dele.


O ruivo usava uma camisa social branca, onde lhe caia como uma pluma; os punhos e os primeiros cinco botões estavam abertos. Uma calça negra, larga, mas que valorizava as pernas másculas e, para dar um chame – como Hermione supôs -, estava descalço. Os cabelos estavam bagunçados e úmidos, o que indicava que ele saíra do banho á pouco tempo.
Sorriu docemente quando o ruivo parou a sua frente, de modo que os corpos estavam separados por milímetros. Sentiu o calor daquele corpo másculo que tanto amava tocar, misturar-se com o seu, onde fez com que o ar de sensualidade aumentasse gradativamente.


-Será que sua memória anda tão ruim a ponto de esquecer que dia é hoje, Mi? – ele perguntou rouco, fazendo-a sentir um arrepio de excitação subir por sua espinha.


-Pelo jeito. – sorriu, enquanto pegava a rosa que ele lhe oferecia.


-Isso tudo, meu amor... – ele lhe sorriu, fazendo-a se arrepiar e sorriu ao constatar que não era de frio. – É para comemorar a sua vitória no tribunal… - bem que pudera sentir um par de olhos a observando insistente e apaixonadamente durante todo o final da audiência; devia ter imaginado que ele estaria lá. – E para comemorar nosso aniversário de dois anos de casados.


Suspirou e fechou os olhos, para gravar na memória tudo o que vira até ali, mas não pôde conter o gemido de desapontamento consigo mesma. Abriu os olhos e pôde vê-lo encarando-a preocupado.


-Rony... – murmurou, sem conseguir conter uma lágrima solitária de escorrer por seu rosto. – Eu sinto muito. – suspirou ressentida. – Eu esqueci completamente. – passou uma mão pelos cabelos, num gesto decepcionado.
Rony somente sorriu, antes de levar a mão até o rosto da esposa e acariciá-lo de uma maneira afetuosa e, ao mesmo tempo, compreensiva.


-Não se preocupe. – o sorriso dele aumentou. – Tenho certeza que quem deveria estar pedindo desculpas aqui, sou eu, por permitir que você trabalhe tanto sem mover um único dedo para ajudá-la; por deixá-la cuidar da casa sozinha, quando prometemos que faríamos isso juntos. – seu sorriso tornou-se um carinhoso. – Eu te amo demais para conseguir a proeza da não perdoá-la por esquecer que dia hoje, sendo que o maior culpado disso sou eu, que passei muito tempo em casa, sem sequer pensar em arrumar outro emprego. – Hermione balançou a cabeça de um lado para o outro, num gesto brusco, que o fez se calar.


-Eu não mereço tudo isso. – sorriu de fraco, olhando ao arredor. – Se fosse você que esquecesse, eu ficaria furiosa e não faria absolutamente nada, alem de não perdoá-lo. – ele passou uma mão pelos cabelos, num gesto relaxado.


-E eu te entenderia. – ela o olhou, confusa. – Por que eu me apaixonei pela Hermione brava, mandona, perfeccionista, cabeça dura. – sorriu. – E se você não agisse de outra maneira, que não fosse furiosa, se eu estivesse no seu lugar, eu estranharia e me perguntaria se eu estou casado com a mesma pessoa que eu amo. – sorriu maroto. – Mas, graças ao bom Merlin, você não mudou em nada e espero que nunca mude, apesar de, às vezes, o desejar. – enlaçou-a pela cintura, onde fez os lábios se roçarem. – Eu te amo demais para sequer imaginar te perder; se isso acontecesse, minha vida acabaria, assim com todos os motivos para que isso não acontecesse.


Hermione não soube o que dizer, somente sentiu os olhos se encherem de lágrimas de amor, onde permitiu que elas escorressem livremente por seu rosto. Sentiu os dedos quentes dele acariciarem sua cintura de leve, enquanto roçava os lábios nos seus.


-Pra mim, você é perfeita e é isso que importa. – ele murmurou, antes de capturar os lábios dela em um beijo apaixonado.


Sentiu o mundo ao seu arredor girar, enquanto a língua exigente dele pedia passagem ao seus lábios, a qual ela cedeu sem nenhuma resistência.
Senhor, nunca imaginara que Rony podia ser romântico a aquele ponto.
Suas pernas bambearam e ficou surpresa com as sensações que o marido ainda causava em si.



You gave me wings and made me fly


You touched my hand I could touch the sky


I lost my faith, you gave it back to me



Pôde sentir as mãos quentes dele correrem por suas costas, em uma caricia amorosa, que recebera tantas vezes, mas que a levavam para o recanto mais obscuro daquele mar de sensações, como se fosse a primeira vez que a sentia.
Enterrou seus dedos no meio dos fios ruivos do cabelo do marido, enquanto sua outra mão acariciava a nuca dele, fazendo-o tremer sob o toque dela.
Estava surpreso com o poder que a morena tinha sobre si, como se ele fosse uma marionete nas mãos delicadas delas, onde com um simples beijo o fazia perder qualquer fio de sensatez que possuísse; ela era a única que conseguia fazê-lo se sentir como um adolescente que já fora.


O coração batia rápido contra o seu peito, onde o fez pensar que ele saltaria para fora do seu corpo tamanha a velocidade. As pernas tremiam bruscamente vez ou outra, fazendo-o apertar a esposa contra si com mais força, de modo que os corpos ficassem colados, aonde o fez sentir as curvas dela pressionarem contra o seu corpo, fazendo com que um arrepio de excitação corresse por sua espinha.


Começaram a caminhar na direção da cama, mas nenhum dos dois pareceu notar, somente o fazendo quando caíram deitados sobre o colchão fofo.


-Te amo... – Hermione murmurou, quando os lábios se separaram para que ambos pudessem recuperar o fôlego. Rony sorriu e acariciou o rosto da esposa.


-Você é tudo pra mim. – murmurou, antes de abaixar a cabeça, de modo que pudesse depositar pequenos beijos no lóbulo da orelha dela, indo até a curva alava do pescoço, deixando um rastro de fogo na pele da morena, por onde seus lábios tocavam.


As mãos ágeis do ruivo correram pelo braço dela, até que chegaram na coxa, antes de subirem, indo por de baixo da saia de Hermione, que permitiu que um gemido rouco escapasse de sua garganta.


-Rony... – murmurou, antes de puxá-lo para si, beijando-o com ardor.



~*~*~*~*~*



-Eu, definitivamente, odeio trabalhar. – resmungou, quase num grito, enquanto entrava na casa e se jogava de qualquer jeito sobre o sofá.


-Sua habilidade de se expressar é algo invejável. – Harry respondeu, encostando-se na batente da porta da sala e cruzando os braços em frente ao peito. Raquel bufou e revirou os olhos.


-E sua babaquice é algo que me dá náuseas. – ela resmungou, enquanto fechava os olhos e pousava um braço sobre a testa.


Harry riu de leve, enquanto observava a morena. Seus olhos correram pelo corpo bem torneado dela, fazendo-o suspirar.
Senhor, como amava aquela capetinha, aonde mexia tanto com si a ponto de fazê-lo se sentir como um adolescente bobo em seu primeiro encontro.
Sorriu malicioso e caminhou silencioso até o lado do sofá, antes de sentar-se na ponta deste e inclinar sobre o corpo da namorada, fazendo-a tirar o braço de cima do rosto.


-Já te falaram que você é linda? – ele murmurou, fazendo-a rir, sem jeito.


-Alouu... – ela estralou o dedo na frente dos olhos dele. – Sou eu, meu bem! É claro que eu sou linda. – e mandou um beijo no ar para ele, que sorriu divertido.


-Desde quando você é tão convencida? – ele perguntou, em fingido mal humor, fazendo-a sorrir docemente, enquanto o enlaçava pelo pescoço, fazendo-o deitar-se sobre si, onde fez com que os corpos ficassem tão colados a ponto de nem uma brisa passar entre os dois.


-Eu posso ficar um pouco mais modesta pra você. – ela respondeu, erguendo uma sobrancelha em um gesto insinuante, onde o fez rir divertido.


-Só seja você mesma que para mim está de bom tamanho. – ele sussurrou rouco, onde fez um arrepio subir pela espinha dela.


-Então, Potter, eu sugiro que você não reclame da minha falta de modéstia, pois é assim que eu sou. – sorriu divertida. – Conforme-se.
Ele deu de ombros, antes de fechar a distancia entre os rostos, colando os lábios nos dela.


Ficaram um tempo, somente se provocando, onde arrancava risada dos dois às vezes.


-Eu te amo. – Raquel murmurou, puxando o moreno pela gola da camisa, de encontro ao seu corpo fazendo com que os lábios se tocassem e, com a pontinha da língua, Harry pediu passagem, onde a mulher cedeu, sem oferecer nenhuma resistência, entre abrindo os lábios.


As línguas se procuraram com ansiedade e, quando se encontraram, iniciaram uma dança sensual e apaixonada.


As mãos percorriam os corpos, em caricias ousadas, onde somente faziam arrepios de prazer percorrer as espinhas e o desejo começar a correr pelas veias.


Não pôde conter o gemido rouco de sair de sua garganta quando Harry deixou seus lábios e começou a depositar pequenos beijos na curva alva de seu pescoço.


As mãos ágeis percorreram a lateral do corpo dela, enquanto os lábios firmes faziam uma trilha de fogo que ligava a curva alva aos lábios e estes ao lóbulo da orelha da morena, que permita que gemidos roucos e manhosos escapassem de seus lábios.


As mãos pequenas e delicadas correram pelas costas másculas do moreno, que sentiu o desejo ocupar totalmente o lugar do sangue que corria veloz por suas veias e um arrepio de excitação correr sua espinha.
Raquel não pôde conter um arrepio de percorrer seu corpo quando sentiu a mão quente do namorado roçar na curva de seu seio e, quando os lábios se separaram, para que pudessem recuperar o ar, sorriu para ele, que lhe retribuiu, antes de acariciar o seu rosto.


-Você é linda, sabia? – ele perguntou com a voz mais rouca que o normal, onde a fez sorrir docemente.


-Você que me faz ser assim. – murmurou em resposta, enquanto uma mão corria pelo braço dele, que sorriu ao ouvir a resposta dela. – Por você, Harry, eu seria tudo; desde uma menininha de colegial até a mulher mais sensual, o que quer que seja, do mundo. – sorriu, antes de abraçá-lo com força.


-O mais incrível... – ele murmurou ao pé de seu ouvido. – É que você consegue misturar a mulher sensual com a menininha de colegial... – mordeu-lhe levemente o lóbulo da orelha. – Que esse seu ar inocente nos faz ver. – ergueu a cabeça, somente para encará-la nos olhos. – E é por isso que eu te amo. Você parece ser uma coisa, mas é outra totalmente diferente, criando ao seu arredor um ar misterioso e ingênuo, que chega a ser desejável. – ela lhe sorriu, antes de depositar uma beijo rápido nos lábios firmes.


-Você é perfeito demais... – acariciou o rosto dele. – Se eu não te conhecesse, diria que é gay. – completou com um quê brincalhão na voz, fazendo-o rir. – Mas eu te conheço melhor do que você imagina e sei muito bem que você somente é perfeito aos meus olhos, onde não me mostraram seus defeitos com clareza, mas eu sei que eles estão aí. – ergueu uma sobrancelha em sarcasmo. – O mais visível, diga-se de passagem, é a sua incrível teimosia. – completou, arrancando mais uma risada dele, que se levantou e a puxou de encontrou ao seu corpo, em um abraço carinhoso.


-Eu te invejo, sabia? – ele murmurou, sem sair do abraço. – Eu sempre quis ver meus problemas e passar por eles de cabeça erguida, mas nunca consegui; em algum momento eu sempre tinha que abaixar a cabeça e pensar que tudo estava acabado...


-A Mione sempre te fez abrir os olhos. – sorriu, onde o fez concordar com um aceno de cabeça.


-É... E aí apareceu você, que apesar de estourada, sempre via os problemas por seu lado positivo, quase nunca permitia que eles passassem por cima de si. – encarou os olhos castanhos dela. – Mas quando isso acontecia, você mostrava seu lado sensível, vulnerável.


-Eu mostrava, sim... – respondeu, enquanto admirava aqueles olhos verdes feiticeiros, onde adorava se perder. – E sempre tinha alguém que me ajudava. E eu agradecia a todos os Santos quando essa pessoa era você. – sorriu. – Principalmente nos últimos dois anos, onde você não permitiu que lágrima nenhuma escorresse por sua causa e por causa de qualquer outra pessoa.


Harry sorriu, onde Raquel retribuiu e se perderam em um beijo apaixonado, onde as línguas se enroscavam com sofreguidão.
Quando os lábios se separaram, um sorriu para o outro.


-Isso aqui ta muito silencioso, não acha? – Raquel perguntou, enquanto se soltava do namorado e ia até o som que havia perto da escada que levava até ao andar superior.



You said no star was out of reach


You stood by me and I stood tall


I had your love I had it all


I'm grateful for each day you gave me


Maybe I don't know that much


But I know this much is true



Batidas lentas e rítmicas começaram a soar pela casa. Quando a cantora começou a cantar as batidas continuaram lentas, porem dessa vez possuíam um ar de sensualidade, onde não passou despercebido por Harry, que se aproximou da morena e a abraçou por trás e começou a mexer o corpo de acordo com as batidas da música, fazendo com que Raquel o acompanhasse na dança.


Virando-se dentro do abraço, Raquel enlaçou-o pelo pescoço, onde fez com que os lábios ficassem separados por milímetros. Continuaram a dançar como se nada mais importasse; como se só existissem eles no mundo.


-Eu queria te perguntar uma coisa... – ele murmurou, parando de dançar, mas continuando abraçado com a morena, que ergueu os olhos para encará-lo e sorriu, dizendo que era pra ele continuar. Harry puxou o ar com força e o soltou, antes de procurar alguma coisa nos bolsos de sua calça.
Tirando uma pequena caixinha quadrada de veludo do bolso direito, o moreno se ajoelhou na frente de Raquel, que franziu o cenho, num gesto confuso.


-O que você está fazendo? – ela perguntou, onde fez Harry rir de leve; a risada foi substituída por um sorriso nervoso.


-Eu só queria saber se... – pigarreou. – Se você... – puxou o ar com força e o soltou pela boca. – Você aceita se casar comigo? – ele completou, abrindo a caixinha, enquanto sentia o coração bater descontrolado, onde o fez se perguntar se logo o órgão não sairia de seu peito, tamanha a velocidade em que ele pulsava.


Raquel sentiu os olhos arderem, enquanto girava as íris na direção da aliança; prata, onde era formada por três anéis, que eram presos um ao outro por uma delicada pedra de brilhante.
Seu coração batia descompassado e o ar faltava a seus pulmões, enquanto uma das mãos ia até a boca dela, que se abrira em surpresa.
Senhor, nunca imaginara que Harry a pediria em casamento sem que ela, de certa forma, o pressionasse.


Olhou para aquelas íris verdes feiticeiras, onde pôde ver que apesar da incerteza, a felicidade por aquele momento era algo incrivelmente grande, onde era o principal sentimento que emanava dele.
Puxou o ar com força e, abaixando a mão, sorriu, enquanto lágrimas de felicidade rolavam por seu rosto.


-Aceito. – murmurou, enquanto se ajoelhava na frente dele e se pendurava no pescoço do moreno, que riu ao sentir que ela molhava o ombro de sua blusa com as lágrimas.


-Que bom... – ele começou com a voz mais rouca que o normal. – Por que o casamento é mês que vem. – ele completou, onde a fez afastar-se dele num gesto incrivelmente rápido.


-O QUÊ?



~*~*~*~*



-Onde você está me levando? – Lílian perguntou, sorrindo, enquanto sentia as mãos quentes dele lhe taparem a visão.


-Você já vai ver. – ele respondeu, enquanto a guiava com cuidado. Lílian bufou e teve que admitir que andar sobre aquele chão cheio de buracos não era algo que ela podia classificar como; divertido, quando se esta sobre saltos.


-Olívio, meu amor... – murmurou, sentindo-o parar de andar. – Eu sei que sou irresistível, mas já está amanhecendo e eu estou morrendo de sono.


-Não reclama. – ele murmurou ao pé de seu ouvido, fazendo-a sentir um arrepio subir por sua espinha. Ouviu quando ele puxou o ar com força e o soltou pela boca, antes de continuar. – Pode olhar. – murmurou, tirando as mãos da frente de seus olhos.


Ergueu as pálpebras, somente para se deparar com a mais bela visão que já tivera em toda a sua curta existência.


Olívio a levara para o alto de uma rocha, de onde era possível ver o mar. Ao arredor havia um pequeno bosque, onde os pássaros começavam a despertar.


No horizonte era possível o sol nascer lentamente, enquanto fazia com que a água do mar adquirisse uma tonalidade alaranjada.


A brisa da manhã tocou sua pele tão levemente quanto uma caricia.
Suspirou profundamente, antes de permitir que seus lábios ficassem entre abertos.


-Nossa... – murmurou, por fim. – É lindo.


-Não tanto quanto você. – Olívio murmurou em resposta, enlaçando-a pela cintura. Lílian riu de leve.


-Tudo bem que você queria me cantar... – enlaçou-o pelo pescoço e encolheu os ombros, como uma gata manhosa. – Mas, pelo amor de Merlin, use algo que não seja manjado. – completou, onde o fez sorrir sem jeito.


-Eu gosto muito de você. – ele revelou, fazendo-a corar levemente, sem perder a pose.


-Quem não gosta? – perguntou, jogando os cabelos pra trás, com um movimento de cabeça, num gesto convencido. Olívio riu.



I was blessed because I was loved by you



You were my strength when I was weak


You were my voice when I couldn't speak


You were my eyes when I couldn't see


You saw the best there was in me


Lifted me up when I couldn't reach



-É sério, Lily. – murmurou, aproximando seus lábios do dela. – Se você quer que eu traduza, eu traduzo; eu te amo. – completou, antes de capturar os lábios dela em um beijo apaixonado.


As línguas se enroscavam com sofreguidão.


Sentiu um arrepio de excitação subir por sua espinha, enquanto enterrava as mãos nos cabelos dele.


As mãos dele correram por sua coluna, fazendo-a tremer de leve, onde não passou despercebido por ele, que sorriu no meio do beijo e, antes de continuá-lo, puxou o ar com força.
Sentiu suas pernas tremerem e, temendo cair, segurou-se em Olívio com mais força, onde fez com que os corpos ficassem colados, de modo que nem uma brisa pudesse passar entre eles.


Estava se perguntando como o seu coração não saltara para fora de seu peito, tamanha a velocidade em que ele batia.
Naquele momento, finalmente entendeu o que sentia pelo amigo; amor.
O amava incondicionalmente, onde sempre sofrera por saber que ele estava se divertindo com outras.


Teve vontade de rir; não podia acreditar que era tão ingênua a ponto de demorar tanto tempo para perceber o que sentia.
Mudaram o sentindo do beijo.


E, agora, não acreditava que Olívio, aquele cara irresponsável e relaxado que conhecia, podia ser tão carinhoso a ponto de levá-la a um local onde a vista era exatamente a que ela adorava; o nascer do sol no horizonte do mar.
Era perfeito demais para ser real, mas para sua felicidade era tudo tão real quanto aquele amor que tinha dentro de seu coração.



~*~*~*~*



Se não se conhecesse, diria que aquela imensa felicidade era uma daquelas “divisões de sensações” que gêmeos tinham.
Sabia que Lílian estava muito feliz, mas sabia que a felicidade que acabara de lhe abater não tinha nada a ver com a irmã; o fato era que Mark, o cara mais perfeito que conhecera até então, se declara para si e, agora, eles estavam ali, sentados no parapeito da varanda de seu apartamento, vendo o sol nascer.


Perfeito demais, mas real.


Bocejou, antes de olhar ao arredor e coça um dos olhos.


-Você não tem sono não? – perguntou, em meio a outro bocejo. Mark a olhou, antes de rir divertido.


-Tenho. – encolheu os ombros. – Mas a presença de um certo alguém me mantém acordado. – completou, fazendo-a sorrir.


-Pessoa cruel. – murmurou, encostando-se a parede, e girando as íris para que pudesse continuar a observar o espetáculo de luzes que o sol estava fazendo.


-Demais. – ele respondeu, antes de se levantar e ir até onde ela estava, parando ao seu lado. Bia girou a cabeça, de modo que pudesse encará-lo e sorriu. – Você ta morta, né? – ele perguntou, onde a fez concordar com um aceno de cabeça.


Mark sorriu, antes de pegá-la no colo, como se a morena fosse uma noiva, e levá-la até o sofá. – Não sei porque você pretendia dormir aqui, mas deve ser confortável. – ele comentou, enquanto a depositava no móvel e a cobria.


-Tente ter um cachorro destruidor em casa e você entenderá. – ela murmurou, com a voz embargada, fazendo Mark rir, antes de depositar um beijo na testa dela.


-Durma bem. – murmurou, vendo-a se acomodar melhor sob as cobertas, antes de cair em sono profundo.



You gave me faith 'coz you believed


I'm everything I am


Because you loved me


You were always there for me


The tender wind that carried me


A light in the dark shining your love into my life


You've been my inspiration


Through the lies you were the truth


My world is a better place because of you


You were my strength when I was weak


You were my voice when I couldn't speak


You were my eyes when I couldn't see


You saw the best there was in me


Lifted me up when I couldn't reach


You gave me faith 'coz you believed


I'm everything I am


Because you loved me



N/A: (Serena se esconde atrás da geladeira) Não me matem!!! Eu sei que demorei um pouquinho para colocar esse capítulo no ar! Foi um mês só! Nada de muito demorado! (cof cof).


Espero que não me matem... Mesmo porque, vocês ficariam sem o próximo capítulo! =P


Okay... Agora vamos falar sério aqui!


Bom... Como puderam ver, entre o capítulo 27 e o capítulo 28 há um pulo de dois anos... Por que eu fiz isso? Pelo simples motivo de que eu sabia que não iria ter a mínima paciência para fazer o casamento do Rony e da Mione, assim como o nascimento e batizado da Michelle Weasley. Então, eu optei por essa saída.


Outra coisa; esse é o penúltimo capitulo da Grande Batalha; então eu só irei publicar o capítulo 29 quando o epílogo estiver pronto!


Quanto tempo isso vai demorar? Não sei! Pode ser mais um mês, como pode ser dois!


O fato é que minhas aulas já começaram, as coisas não estão fáceis e eu, sinceramente, não estou a fim de dançar na batatinha esse ano.
Welll... Voltando ao capítulo... Me digam o que acharam! Ficou bom? Ótimo? Perfeito? Legal? Podia ser melhor? Ruim? Péssimo? Horrível? Podre?
Espero, sinceramente, que tenha valido a pena!


Bom... Mais uma vez; passem na minha outra fic; Vinganças da Mente, Traições do Coração! =]


Bom... É isso!^^


Bjks pra tds; até a próxima e COMENTEM! =]]


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