O Escolhido Sonserino



Draco estava sentado em um cantinho escondido do jardim, um livro sobre suas pernas, pergaminhos a sua volta e uma pena e tinteiro ao alcance de suas mãos. Seu semblante estava fechado e seus olhos atentos mostrando que estava extremamente concentrado no que lia.

Gina resolveu aproveitar a compenetração do sonserino pra observar o que ele estava fazendo, então se afastou alguns metros lateralmente e deu a volta, ficando por trás dele. Como o sol estava a sua frente, sua sombra não pôde ser notada e seus passos leves lhe deixaram ficar um metro atrás dele.

Os olhos da ruiva percorreram primeiramente as páginas do livro, o que a deixou intrigada, o cenho franzido expressava a dúvida, pois não entendera praticamente nada do que lera exceto que era uma poção. Ao desviar os olhos pros pergaminhos, viu que Draco fazia paralelos entre uns ingredientes e outros, talvez procurando substituir os mais difíceis por alguns mais fáceis de obter, em outros casos apenas havia anotações que explicavam o que era e onde poderia conseguir o ingrediente, sendo os locais desconhecidos e na maior parte com nomes nem um pouco agradáveis e que lembravam lojas especializadas em artigos ilegais e/ou de artes das trevas.

-Acha que Você-sabe-quem morreria envenenado? Porque se for assim bastaria ele morder a língua, não? –Gina pergunta se sentando de frente a ele, que se segura pra não rir do comentário.

-O que está fazendo aqui, Weasley? –pergunta de modo sério e não a encarando, ultimamente não conseguia pensar direito olhando a ruiva.

-Te procurando, aliás arranjou confusão com alguém pra estar se escondendo ou esse livro é daqueles que dão passagem de ida pra Azkaban? –pergunta curiosa, afinal havia precisado do Mapa do Maroto pra achá-lo.

-Isso não te interessa! E eu já não te disse que eu não estou interessado numa garotinha sem graça como você? –Draco fala com ar desdenhoso, fazendo uma anotação em um pergaminho.

-Garotinha? –repetiu como um eco, aquela frase lhe ferindo o orgulho como uma punhalada. –Sabe Malfoy, qualquer um com dois olhos e um pouco de sangue correndo nas veias perceberia que eu... cresci. –Gina fala se aproximando perigosamente, pronunciando a última frase em um sussurro a milímetros da boca do loiro, que há essa hora, não tirava os olhos dos lábios vermelhos e altamente convidativos da ruiva. –Mas é claro que você também pode apenas estar fugindo do que sente, afinal eu tenho 6 irmão maiores e mais fortes que você! –fala em tom zombeteiro, se afastando rapidamente e levantando, por precaução caso ele resolvesse “revidar”.

-Como se Draco Malfoy fosse ter medo de um bando de postes ruivos! –fala ofendido, mas mantendo o tom superior. Gina não gostou do comentário e por isso não recuou quando ele se aproximou. –E saiba que dentro das minhas veias corre um sangue muito mais quente do que você possa imaginar. –a última frase sai num sussurro ao mesmo tempo sedutor e ameaçador.

Gina engoliu em seco e iria responder, mas Draco a empurrou contra a parede e logo depois usou o peso do seu corpo para pressionar o dela, enquanto uma de suas mãos segurava seu rosto e a outra explorava a cintura e parte do tronco dela. Suas bocas se buscavam ávidas, os dentes dele mordiscavam levemente os lábios dela, a instigando e provocando, até que cansada de lutar contra ele e ao mesmo tempo tentar beija-lo, Gina leva uma das mãos a nuca dele e a outra segura fortemente a camisa, conseguindo assim puxa-lo pra si, beijando-o com urgência.
Draco apenas sorriu ao senti-la se render, passando então a unir ainda mais seus corpos e explorar a boca de Gina com sua língua, que habilmente buscava e se afastava da dela. Suas mãos percorrendo livremente o corpo da ruiva, enquanto a sentia bagunçar seus cabelos e arranhar suas costas por cima da fina camisa.

-Já fiz minha boa ação do mês, então agora some da minha frente, Weasley. –Draco fala friamente após se afastar de modo repentino, deixando-a confusa.

-Pode parar por aí, ou você acha que me engana com esse ar de... –Gina fala mostrando não ter acreditado em uma só palavra dita pelo sonserino, quando sentiu a mão que segurava a camisa dele encontrar uma corrente, a qual puxou rapidamente, mostrando assim um medalhão dourado.

-Provavelmente está pensando que poderia comprar três casas da sua com ele, não é? –fala com seu velho tom arrogante, mas Gina não estava exatamente se importando com aquilo naquele momento.

-Malfoy, a única coisa que eu quero é que você esteja na aula especial de sábado, senão eu vou ser obrigada a fazer algumas reclamações pra profª McGonagall. –Gina fala antes de sair rapidamente dali, precisava achar Harry e Hermione e lhes contar a novidade.

Gina entrou exultante na torre da Grifinória, correu por entre os alunos, atropelando alguns do primeiro ano e subindo as escadas até o quarto de Hermione onde entrou intempestivamente, fazendo Harry e Hermione, que se beijavam deitados na cama, saltarem sobressaltados já prontos pra uma expulsão.

-Quer nos matar de susto? –Harry fala se recuperando do susto, enquanto Hermione se sentava ainda em choque.

-Desculpa, não sabia que vocês estavam... –Gina segura o riso e responde em tom malicioso até ser cortada por Hermione.

-Não estávamos fazendo nada! Agora porque entrou desse jeito no meu quarto? –pergunta com um olhar nada, nada amigável, fazendo Gina perceber que a varinha da morena estava na cômoda bem ao lado dela.

-Descobri com quem está o medalhão de Salazar! –Gina fala mal contendo a ansiedade e se aproximando. Harry e Hermione passaram a olhar para ela em expectativa. -Bom, eu fui procurar o Malfoy pra falar sobre as aulas de sábado e então vi o medalhão com ele! Tenho certeza que é a parte que falta. –Gina fala resumindo os acontecimentos por precaução.

-Isso não é bom, afinal seria quase impossível fazer o Malfoy colaborar conosco. –Hermione fala desanimada, olhando para seu próprio medalhão com um pouco de tristeza.

-O antigo Malfoy sim, mas este tão sério e sedento por vingança, não. –Harry fala com uma expressão enigmática que sugeria que tinha um plano em mente.

-Como assim, no que está pensando Harry? –Gina pergunta curiosa.

-Semana que vem haverá um passeio em Hogsmeade e lá poderemos encurralar o Malfoy, não estou pensando em nada muito complexo, apenas um breve duelo entre eu e ele, para que ele veja o quanto é fraco e o quanto precisa de nós para tentar chegar perto de Voldemort. –Harry fala de modo simples e direto, deixando Gina pensativa e Hermione com uma expressão de desagrado.

-Dois monitores chefes atacando um aluno em Hogsmeade não causaria apenas nosso afastamento do cargo, mas poderia implicar até em expulsão, portanto eu não sei se é uma boa idéia, até porque não é garantido que ele vá cooperar. –Hermione fala de modo sensato.

-Ninguém vai saber, vamos fazer tudo na Casa dos Gritos, podemos atraí-lo pra lá com alguma desculpa. –Harry fala dando de ombros.

-Eu ainda não sei, acho melhor nos reunirmos com o Rony e a Luna e discutir com mais calma. –Hermione se manifesta ainda não gostando da idéia.

-Eu concordo com Hermione, acho melhor irmos com calma pra não arranjarmos problemas. –Gina fala em apoio à amiga, mas no fundo preocupando-se com Draco.

-Ok, vocês são maioria. Então eu vou procurar os pombinhos e depois aviso vocês da reunião, provavelmente no quarto de Rowena. –Harry fala se levantando e pegando sua varinha que estava ao lado da de Hermione.

-Certo, vamos esperar por aqui. –Gina fala e Hermione apenas acena sorrindo discretamente pra ele, que retribui.

-As coisas entre vocês estão indo bem pelo visto! –Gina fala de modo malicioso, deitando-se na cama de frente pra Hermione que se senta recostada a cabeceira da cama.

-Nem comece com as provocações. Eu e Harry estamos nos dando muito bem, mas ele é muito respeitador, portanto não estávamos fazendo nada demais, pode acreditar. –fala com tranqüilidade, deixando Gina frustrada.

-Não é possível, quer dizer, com tantos lugares para ficarem a sós, além de todas as oportunidades que ele teve, vai dizer que nunca tentou avançar...

-Não! Agora pára de tentar disfarçar e me diz como conseguiu ver o medalhão de Draco, e sem desculpas esfarrapadas! –Hermione fala de modo perspicaz, fazendo Gina pensar na hipótese da amiga estar lendo seus pensamentos.

-Tudo bem, eu acho que preciso mesmo conversar com alguém. –Gina fala resignada, sabia que a morena não se convenceria facilmente de que não havia acontecido nada e também não podia negar que precisava desabafar e ouvir uns conselhos.

Depois de ouvir calmamente tudo que havia acontecido e com detalhes, Hermione passou de preocupada ao ouvir sobre a poção, para uma crise de risos ao escutar sobre a troca de provocações e o beijo. Gina olhava a amiga se contorcer de tanto rir com uma cara nada amigável e se olhar pudesse matar, com certeza Harry estaria livre e desimpedido.

-Será que você já poderia parar? Acho que o assunto é sério! Aliás, você deveria dar uma bela detenção ao Malfoy por me agarrar daquela forma! –Gina fala com os braços cruzados, olhando seriamente o teto do quarto.

-Detenção? Para fazer algo assim eu precisaria de uma declaração formal sua e você não gostaria, além do que, eu duvido que você consiga olhar pra mim e dizer que não estava realmente esperando que ele fizesse isso depois de provocá-lo! –Hermione fala observando atentamente a reação da amiga, que bufou irritada consigo mesma.

-Mas também porque ele tinha que me chamar de garotinha sem graça? Porque eu só o provoquei para provar que eu sou muito mais interessante do que ele possa imaginar! –fala tentando convencer a si mesma daquilo e por conseqüência não convencendo em nada Hermione.

-Seja sincera comigo e com você e me responda uma pergunta muito simples, ok? –Hermione fala fazendo Gina olhar para ela, a ruiva apenas acena com a cabeça confirmando. –Você gostou do beijo? Sabe esquecendo quem ele é e tudo o mais, levando só o momento em consideração.

-Aquele desgraçado realmente beija bem. –fala depois de um suspiro. –Mas isso não significa nada, quer dizer, por mais que ele seja uma tentação, ainda é um Malfoy.

-Sim, eu sei. Só espero que você não esqueça disto, pois se conseguirmos trazê-lo pro nosso lado, com certeza se verão ainda mais que agora e talvez...

-Talvez nada, eu sei muito bem quem ele é e não deixarei que me toque novamente! –fala determinada apesar de não estar tão confiante assim.

-Se você diz, tudo bem, agora só temos que pensar em um modo de por algum freio no Draco. –Hermione fala pensativa, a poção descrita por Gina a incomodava.

-Freio? Do que está falando? –pergunta confusa com a mudança da amiga.

-Se Draco realmente está preparando alguma poção para matar Voldemort, significa que está pensando em fazer alguma besteira, ou você acha que Voldemort comeria bombons que chegassem via coruja como presente? –Hermione fala fazendo uma leve referência aos bombons ingeridos por Rony no ano anterior.

-Acha então que ele poderia se unir a você-sabe-quem só pra ganhar a confiança dele? –Gina pergunta também ficando preocupada.

-Voldemort jamais confiaria em Draco, principalmente depois do que ele não fez. Provavelmente o único modo seria ir até o esconderijo de Voldemort, entrar sem ser visto e desafia-lo para um duelo. Então durante o duelo, Draco fugiria até chegar perto o suficiente para jogar o veneno na boca de Voldemort, claro que ele morreria na tentativa e as chances de Voldemort engolir o veneno seriam poucas, mas é o único jeito que vejo. –Hermione fala observando a reação de Gina, que parecia em choque ao imaginar tal cena.

-Nesse caso precisamos fazer algo pra impedir Draco de fazer essa loucura... –começa falando aflita, mas ao ver o olhar que Hermione lhe dirigia, rapidamente muda o tom pra um mais racional. –afinal se você-sabe-quem mata-lo pegará o medalhão de Salazar. –termina tentando parecer preocupada com o medalhão.

-Ah, claro, o medalhão. –Hermione fala segurando o riso e Gina atira um travesseiro na amiga, que revida, iniciando uma pequena disputa.

Harry já havia procurado Rony pelo castelo, nos lugares onde sabia que ele poderia estar namorando, mas não o encontrara e por isso se dirigia aos jardins, no entanto, parou ao ver Draco entrando e caminhando em direção as masmorras. Resolvendo arriscar, Harry vai atrás dele e o puxa para um corredor paralelo onde não seriam vistos.

-Escute aqui Potter, eu não sei o que a Weasley te disse, mas se veio tomar as dores dela... –Draco começa a falar na defensiva, até que é interrompido por um Harry confuso e desconfiado.

-Como assim? O que você fez com a Gina? –pergunta preocupado e não gostando nada do que o loiro dissera.

-Nada! –responde rapidamente, vendo que ele quase se entregara. –Mas ela poderia ter reclamado por eu não estar indo às aulas de sábado. –mente friamente, se havia aprendido algo com seus pais era a mentir e manter o sangue frio.

-Ela não reclamaria disto pra mim, aliás pouco me importa se você vai ou não a aula. Eu estou aqui porque você disse que queria se vingar de Voldemort, não é? –Harry volta ao assunto principal, olhando discretamente para uma corrente de ouro que aparecia sob a camisa do sonserino.

-Sim, você tem alguma informação útil? –pergunta tão ansioso, que suas mãos estavam tremendo levemente.

-Eu posso te dizer como derrota-lo, além de uma ou outra coisinha, mas não pode ser aqui, as paredes do castelo tem ouvidos. Então o que acha de encontrar comigo e meus amigos na Casa dos Gritos semana que vem no dia do passeio? –pergunta analisando as reações de Draco.

-Porque eu deveria confiar em você? Afinal se você soubesse como derrotar Voldemort já teria feito, pois se tem uma coisa que eu sei, é que você não é covarde. –pergunta desconfiado e sentindo cheiro de armação.

-Eu não sei onde Voldemort está e além do que, é muito mais complexo do que você possa imaginar e por isso eu preciso de toda a ajuda que eu puder arranjar. –Harry fala de modo simples, deixando Draco pensativo.

-Tudo bem, eu vou até lá. Que horas estarão me esperando? –pergunta ainda um pouco desconfiado.

-Meio dia, além de mim, estarão lá Hermione, Gina, Rony e Luna. –fala como forma de demonstrar a Draco que não estava armando para ele.

-Imagino que eu deva ir sozinho, não é? –pergunta não gostando muito da desvantagem.

-Sim, se tiver alguém com você eu saberei e nunca mais vou te procurar pra te dizer nada. –Harry fala enquanto se afastava, deixando um Draco irritado pra trás.

Uma hora depois, Harry estava com os outros no quarto de Rowena, discutindo os planos e contando sobre a conversa que tivera com Draco.

- Eu não gostei do que você fez, me parece muito arriscado. –Hermione fala com os braços cruzados e uma cara de poucos amigos.

-Eu achei que havíamos combinado de decidir juntos o que fazer! –Gina a apóia, também não gostando do rumo que as coisas estavam tomando.

-Porque as mulheres sempre tem que se unir! –Rony fala desaprovando a atitude das duas.

-Pelo mesmo motivo que você sempre fica do lado do Harry! –Gina responde devolvendo a provocação.

-Não vai adiantar brigar! –Luna fala olhando entretida os desenhos que ornavam um vaso de flores na mesinha de centro. –Pretende contar tudo ao Draco? –pergunta voltando o olhar a Harry.

-Sim, tanto sobre os medalhões quanto sobre os horcruxes. –Harry fala se sentando ao lado de Hermione, que continua o olhando irritada.

-E o que você acha que ele fará com as informações? Não acha que é confiar demais numa pessoa sedenta por vingança e que não tem nada a perder? –Hermione fala tentando mostrar a Harry que Draco não era de confiança.

-Eu não confio nele, mas justamente por ele querer tanto quanto eu ver Voldemort morto, que sei que ele se juntará a nós, pelo simples fato de que eu sou mais forte que ele e de que sozinho ele não conseguirá nada.

-Draco nunca admitiria que você é mais forte que ele. –Gina fala como se fosse óbvio.

-Gina tem razão, ele continua sendo o mesmo metido e arrogante de sempre. –Rony concorda com a irmã e Hermione e Luna os apóiam.

-Eu sei e por isso decidi que a primeira coisa que farei quando ele nos encontrar, será demonstrar minha força. –Harry fala com um sorriso maroto, que mostrava que ele não estava com boas intenções.

-O que você pretende fazer? –Hermione pergunta não gostando daquele sorriso.

Os dias se passaram rapidamente até o dia do passeio a Hogsmeade. As coisas não haviam mudado muito nesse tempo, no entanto, a fim de não arranjar mais nenhum problema, Gina passou a evitar Draco, com exceção de quando fez par com ele durante a aula de sábado, na qual como antes não havia progredido em nada. Já Rony e Luna faziam um leve progresso, apesar de ainda estarem longe de conseguir fazer o feitiço, até então só executado com perfeição por Harry e Hermione.

Assim que Harry, Hermione, Luna, Gina e Rony chegaram a Hogsmeade, foram fazer algumas compras e depois seguiram para a Casa dos Gritos com comida e bebida, afinal tudo indicava que seria uma longa reunião. Ao chegarem à casa, logo Harry, Rony e Hermione arrumaram com magia o local, o deixando confortável e limpo, enquanto Gina e Luna arrumavam a comida e bebida que trouxeram.

Draco havia passado a semana inteira pensando sobre o encontro com “Potter e seus soldadinhos”, como ele mesmo se referia ao grupo. Não sabia o porquê de Harry estar disposto a contar a ele qualquer coisa que o ajudasse e não sabia o quanto deveria confiar nas informações que receberia, mas de toda forma qualquer pista já era melhor do que o estado em que estava.

Ao chegar a Casa dos Gritos olhou em volta para se certificar de que não fora seguido e entrou tentando afastar todas as dúvidas. Ao chegar à sala, viu todos o esperando e conversando sobre amenidades.

-Vejo que providenciaram o almoço. –fala tentando parecer tranqüilo.

-Mas ele é só pra quando conversarmos, porque antes eu e você iremos travar um pequeno duelo. –Harry fala com um sorrisinho confiante, tirando a jaqueta jeans e pegando a varinha.

-Eu sabia que não podia confiar em vocês, são todos uns...

-Calma Malfoy! –Harry o interrompe querendo poupar a todos de uma discussão sem sentido. –Eu só quero ver o seu nível, saber se você realmente tem chances contra Voldemort, inclusive eu garanto que será um duelo justo, apenas eu e você. –Harry garante estendendo a mão para Draco que depois de olhar o semblante de todos, aceita o cumprimento e pega sua varinha.

“Essa será minha chance de dar uma lição no Potter e mostrar que comigo não se brinca.” -Draco pensa se sentindo satisfeito com a chance que teria.

Ambos se cumprimentam formalmente, mas logo depois Draco já lança um feitiço na direção de Harry que bloqueia com aparente facilidade. Sem desistir Draco lança mais quatro feitiços um atrás do outro, aos quais Harry ou desvia com agilidade ou bloqueia com algum feitiço escudo.

“Esse idiota pensa que pode brincar comigo, mas está muito enganado!” -Draco pensa irado com a expressão tranqüila que Harry mantinha em seu rosto.

Olhando de modo desafiador pra Harry, Draco faz um movimento que Harry já vira uma vez, o mesmo feitiço que atingira Hermione no departamento de mistérios. Não gostando da lembrança, Harry resolve parar de brincar e desaparata ao ver o feixe colorido, aparecendo atrás de Draco e fazendo um feitiço expulsório, que lança o loiro pra frente, fazendo-o bater de cabeça em uma parede.
Draco logo começa a se levantar, um filete de sangue escorria de sua sobrancelha, os punhos estavam cerrados de raiva, a qual aumentou ao ver a expressão superior que Harry ostentava. Ergueu a varinha para lançar um feitiço, no entanto, Harry fora mais rápido e lançou um feitiço, que não só desarmou Draco, como também o jogou sobre uma mesinha de centro, na qual bateu o braço, ferindo-o.

-Desgraçado! –Draco urra furioso, indo até Harry rapidamente com o punho pronto para lhe desferir um direto de esquerda. Todos se levantaram, mas Harry fez um sinal dizendo que não.

Assim que Draco se aproximou, Harry, que guardara a varinha, defendeu o soco desequilibrando Draco, que deu dois passos para trás, o suficiente para que o moreno encaixasse um soco de direita que acertou o nariz do sonserino e o fez cair sentado no chão.

-Já chega Harry! –Gina fala indo até Draco e ajudando-o a se sentar. O loiro estava completamente despenteado, com sangue escorrendo por sua boca e nariz, além de demonstrar estar sentindo dor no braço esquerdo.

-Gina tem razão, acho que Draco já percebeu que não tem a mínima chance contra Voldemort. –Hermione fala sorrindo discretamente pra Harry, logo depois fazendo uma bandeja com doces flutuar até a mesinha que estava a frente deles.

-Agora, Malfoy, eu espero que você passe a nos respeitar bem mais. –Rony fala com um olhar superior que fez Draco ficar ainda mais furioso do que já estava.

-Não é hora pra esse tipo de discussão, estamos aqui para falar sobre coisas realmente sérias! –Gina fala lançando um olhar repreensivo a Rony, que ignora.

-Eu não preciso que saia em minha defesa, Weasley. –Draco fala afastando a mão dela, que tentava limpar o sangue de seu rosto. Depois o loiro se senta em frente de onde Harry se sentara. –Agora que já fez o que queria, me conta logo o que você sabe sobre o Lorde das Trevas. –exige querendo sair dali o mais rápido possível.

-Primeiro acalme-se, coma e beba junto conosco porque as explicações são longas e provavelmente haverá muitas perguntas feitas não só por você. –Hermione fala se referindo a Gina e Luna, que também não sabiam das horcruxes.

Draco então se senta de forma mais confortável na poltrona e aceita uma garrafa de cerveja amanteigada servida por Luna. Vendo que todos já estavam acomodados, Harry começa a falar sobre tudo o que vira na penseira de Dumbledore no ano anterior, a caçada a horcrux no dia da invasão e os planos que tinham sobre as horcruxes, logo depois de tudo explicado e de responder as perguntas, ele dá a palavra a Hermione que então conta sobre os quartos dos fundadores, a “caçada ao tesouro” e os medalhões.

-Então vocês me chamaram aqui porque eu tenho o medalhão de Salazar e precisam da minha parte para descobrirem mais segredos dos fundadores e talvez até algo para usar contra o Lorde das Trevas? –Draco pergunta com um sorriso maroto, como se estivesse gostando de sua posição.

-Pode tirar esse sorrisinho do rosto, porque aqui você não está em vantagem, Malfoy. –Hermione fala percebendo a intenção dele. –Apenas eu e Harry sabemos onde fica o quarto de Salazar, assim como os outros três, e ao contrário do que você pode imaginar, você precisa de nós e não o inverso. –Hermione fala de modo confiante, claramente querendo inverter o jogo.

-Se isso é verdade, porque vocês me chamaram aqui? Qual o interesse que vocês têm em mim? –Draco pergunta desconfiado, mas reconhecendo que pelo menos Harry e Hermione não precisavam de chave ou qualquer coisa do tipo para entrarem onde quer que fosse.

-Queremos um aliado contra Voldemort, alguém que lute conosco e saiba guardar segredo. Não se iluda achando que confiamos em você, até porque confiança se adquire aos poucos e com demonstrações claras, só contamos tudo isso porque sabemos que seu interesse em derrotar Voldemort é o mesmo que o nosso. –Harry fala de modo direto e olhando firmemente para Draco, passando realmente o espírito de liderança e de grupo que ele tinha junto aos amigos.

-Tudo bem, Potter, o que vocês têm em mente? –Draco fala cedendo às intenções do grupo, vendo que apesar de tudo, sozinho não conseguiria nada.

-Nada demais, apenas juntar os medalhões e ver o que acontece. –Luna fala empolgada e já com seu medalhão em mãos.

Draco, Hermione e Harry se levantam e a morena troca de posição com o loiro para que ficassem na ordem certa. Rony e Gina se afastaram um pouco, mas ficaram onde pudessem ver tudo perfeitamente. Os quatro se entreolharam apreensivos e, com um gesto sutil, começaram a se aproximar até unir as quatro partes.

As partes unidas brilharam intensamente, a luz vermelha selou-as em um único medalhão e então envolveu os quatro que entraram em transe. Em suas mentes apareceram “seus quartos” e depois uma série de imagens dos corredores de Hogwarts, como se os guiassem a um lugar. Então houve uma parada brusca em uma sala escura, archotes se acenderam e iluminaram o lugar fracamente, cada um dos quatro vislumbrou uma pequena parte e então uma grande porta dupla se fechou e em sua fechadura ao invés de uma chave, havia um local pro encaixe para as quatro partes do medalhão.
Os quatros cambalearam e caíram sem forças nos sofás próximos, suas cabeças doíam como se perfuradas por algo fino, como se uma agulha lhes houvesse penetrado no cérebro por diversas vezes seguidas.

-Vocês estão bem? –Rony pergunta preocupado, indo diretamente até Luna.

-Sim, está tudo bem. –Harry fala tentando se sentar direito, os olhos ainda pareciam fora de foco.

-O que houve, vocês ganharam algum tipo de poder especial? –Gina pergunta ansiosa, levando as duas últimas garrafas de cerveja amanteigada para que os quatro dividissem.

-Não, os medalhões são apenas parte de uma chave para alguma espécie de sala secreta. –Hermione fala e depois toma um longo gole de cerveja amanteigada, logo depois a entregando a Draco.

-Havia quadros dos fundadores e o ar era bem sombrio. –Luna fala se esforçando para lembrar de mais alguma coisa.

-Me pareceu uma sala para rituais e coisas do tipo, um lugar onde realmente poderíamos encontrar algo para usar em Voldemort. –Draco fala sentindo-se mais confiante.

-Então quando iremos a esse lugar? –Rony pergunta olhando para Harry, que parecia pensativo.

-Hoje a noite depois que voltarmos a Hogwarts, talvez durante o jantar. Nós não temos tempo a perder, não é? –fala olhando para todos e vendo apoio.

-Então eu já vou, tenho coisas a fazer. –Draco fala se levantando, parecendo recuperado.

-Rony, você e Luna podem ir também, eu ficarei com Gina e Hermione para dar um jeito no lugar. –Harry fala pro ruivo que nem contesta, pega Luna e sussurra antes de sair que irá ficar de olho em Draco, ao que Harry apenas sorri em aprovação.

-Ok, eu arrumo tudo enquanto vocês vão se agarrar em algum quarto? –Gina pergunta com um sorriso malicioso, que faz ambos corarem.

-É claro que não! Eu não costumo ficar me agarrando por aí com ninguém. –Hermione fala friamente, já começando a recolher o lixo.

-Não me diga que ainda está chateada comigo? –Harry fala não acreditando na postura de Hermione. –Deu tudo certo como eu disse que daria, não é? –pergunta tentando se aproximar, mas a morena se esquivou.

-Eu vou levar o lixo pra fora, até mais! –Gina fala pegando os lixos que Hermione separara e saindo rapidamente.

-Você não entende, não é? –Hermione pergunta se recostando num sofá e olhando para ele.

-Não entendo o que? O que te incomoda tanto? –pergunta a olhando como se buscasse uma resposta.

-Sua imprudência, sua impulsividade! –fala com os olhos marejados. –Você não vê que eu tenho medo? –sua voz já começava a ficar embargada.

-Medo... medo de que? –pergunta angustiado, se adiantando devagar para que ela não fugisse.

-De te perder... medo de que você faça algo impensado e acabe pondo sua vida em risco desnecessariamente, que morra por uma estupidez... eu não quero ter que visitar ano após ano um tumulo, onde vou chorar e me lamentar por todos os sonhos que eu não pude e não poderei realizar, onde vou me lembrar do tempo que eu ainda estava viva, porque sem você eu...eu... –ela fala deixando as lágrimas rolarem livremente por sua face e abraçando a si mesma, os olhos baixos se vendo, sozinha em cima de um tumulo. Harry então se aproxima e a faz olhar para ele, que com o indicador a impede de continuar a falar.

-Eu prometo que não a deixarei, prometo que vou tentar ser mais racional e ponderar antes de agir. Agora por favor, não chore, porque te ver assim dói muito. Eu gosto da minha morena mandona, que não abaixa a cabeça pra nada e ninguém. –ele fala primeiro preocupado e sincero, depois brincando, a fazendo sorrir.

-Eu vou lembrar disso, viu? –ela responde ainda sorrindo, parecendo mais aliviada.

-Me desculpa? –ele pergunta num sussurro, claramente morrendo de vontade de abraçá-la e beijá-la.

-Como se eu conseguisse ficar brava com você por muito tempo. –responde com seu sorriso mais doce, antes de beijá-lo calmamente.

Gina, que assistia a tudo escondida, limpa uma lágrima que teimava em querer sair e depois se deixa escorregar pela parede sentando-se apoiada contra esta e abraçando os joelhos.

“Ele nunca me olhou daquele jeito, como se eu fosse à coisa mais preciosa que ele tinha.” -Gina pensa relembrando do pequeno romance que ela e Harry tiveram no ano anterior. - “Será que um dia alguém irá me olhar assim?” -após se fazer aquela pergunta, a imagem de Draco logo após os dois se beijarem lhe vem a mente. - “Não! Essa serpente loira não!” -a primeira reação dela a imagem é de repudio, mas depois de um suspiro é obrigada a reconsiderar. - “A quem eu quero enganar? Eu já tive meu príncipe encantado e foi incrível como depois de consegui-lo, tudo ficou tão sem graça... talvez seja por isso que os contos acabam quando a princesa consegue ficar com o príncipe.” -após essa constatação Gina se lembra de momentos que passara com Harry e dos que, recentemente, passara com Draco. - “Talvez o que eu realmente queira seja um anti-príncipe encantado... duvido que um dia na companhia da doninha loira pudesse ser chato. -Gina pensa com um sorriso tímido, mas divertido. Talvez percebendo que aquela idéia apesar de ser louca, não era tão sem sentido assim.

N/A: Olá, eu voltei depois de um tempinho, mas como já expliquei em outra fic, ando sem tempo no pc, já que no momento tenho que dividi-lo com mais quatro pessoas, enquanto o pc do meu irmão não volta do upgrade.

N/A²: Bom, agora as coisas começam a esquentar, no próximo cap não só terá a revelação da "arma" contra Voldemort, mas também da arma que Voldemort usará contra Harry, aliás alguém tem alguma pista do que seja?

N/A³: Gente, eu sei que a fic não tem tantos leitores, mas para aqueles que lêem não custa nada comentar, eu já disse que vocês podem falar mal, dizer que não gostaram de algo, dar sugestões ou fazer pedidos, então simplesmente comentem, não vai doer nada!

Próxima Atualização: Harmonia

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