Os Escolhidos



Harry acordou se sentindo zonzo, demorou alguns segundos pra se situar e lembrar do que havia acontecido, então começou a procurar por Hermione, vendo que ela ainda estava inconsciente cerca de dois metros a direita dele. Engatinhou apressado e preocupado até lá, mal conseguia respirar imaginando todas as piores hipóteses sobre o estado dela, mas ficando mais aliviado ao notar que ela respirava como se estivesse dormindo.

-Hermione! Hermione! –chama preocupado, mas em tom baixo, dando leves tapinhas nela que acorda.

-Harry? –balbucia sem conseguir saber onde estava.

-Sou eu, mas me diga como você está? –pergunta pondo-a sentada, mas ainda sob a proteção de seus braços.

-Bem, só um pouco atordoada como se eu tivesse ido a nocaute. –fala bem humorada e já se sentando ereta, ficando de frente pra Harry.

-Tem algo doendo? –ele pergunta com uma sobrancelha erguida.

-Não... o que é isso? –ela interrompe o que falava ao ver um brilho dourado sob a camisa de Harry.

-Não sei, eu ... uau! –Harry fala ao ver uma corrente dourada e puxa-la, encontrando um medalhão razoavelmente grande e pesado, feito de ouro puro.

-Eu também tenho um, mas é diferente. –Hermione fala olhando o medalhão preso a uma corrente igualmente dourada, que tinha em volta do pescoço.

-Ei, me deixa ver uma coisa. –Harry fala se aproximando e pegando o medalhão dela, pondo perto do dele. –Parecem se encaixar. –fala indo pro lado dela e encaixando a parte superior do medalhão, na inferior do medalhão dele.

-Você viu o brilho avermelhado que surgiu? –Hermione pergunta e Harry assente, deixando os medalhões se separarem e voltando a se sentar de frente pra ela. –Será que se juntarmos as outras partes vai formar um outro mapa indicando um outro “tesouro”? –Hermione pergunta um pouco confusa.

- Talvez, mas para isso vamos ter que achar as outras duas partes que devem ter ido parar no pescoço de duas outras pessoas, ou seja, estão muito mais inacessíveis e difíceis de descobrir! –Harry fala desanimado, se deixando cair de costas na grama, como se nas estrelas pudesse encontrar um caminho.

-Vai ser difícil, mas não impossível! Aliás, o otimista aqui não é você? –Hermione fala otimista e depois em tom divertido, se deitando sobre o peito dele e lhe dando um selinho.

-Tem razão, mas vamos pensar nisso amanhã? –pede manhosamente a envolvendo com os braços e beijando.

-Não podemos ser vistos rolando na grama! Além do que está tarde e eu ainda tenho lições a fazer. –Hermione fala se levantando e recobrando sua postura habitual.

-Você ainda me mata sabia! –Harry fala um pouco emburrado, seguindo-a para o castelo.

Durante a noite Harry se vê novamente no mesmo pesadelo que tivera nas férias. Olhava para o céu e via uma enorme bola de fogo que fazia o sentir queimar, tentou buscar um refúgio, mas só via um infinito mar de areia, até que uma enorme construção negra se ergueu na frente dele e então uma sucessão de imagens desconexas lhe saltaram a mente até terminarem em um livro de capa negra com as letras HG gravadas.

Pela manhã, Harry contou a Rony e Hermione sobre o sonho que teve, tentando não esquecer nenhum detalhe. O relato os deixou um pouco apreensivos, afinal esses sonhos geralmente não significavam coisas boas.

-Esperem um minuto, eu já volto. –Hermione falou de repente, se levantando e depois seguindo na direção dos dormitórios femininos.

-O que você acha que esse sonho pode significar? –Rony pergunta preocupado.

-Eu não sei, mas o cenário que eu vi só pode ter ligação com o Egito, aliás você que já foi lá, não tem idéia do que a pirâmide negra possa significar? –Harry pergunta ficando esperançoso com a chance de o amigo poder lançar pelo menos um pouco de luz, pra saber por onde começar.

-Não cara, desculpa, mas nunca ouvir falar em pirâmide negra. –Rony fala entendendo a desconfiança do amigo. O cenário lhe lembrava o Egito, mas a pirâmide negra também não tinha nenhum significado para ele.

-Então não temos por onde começar! –Harry fala já ficando impaciente com aquela situação.

-Você devia contar a McGonagall, vai que ela ou o quadro de Dumbledore te ajudam em algo! –Rony fala dando de ombros, não via outra saída possível.

-Você tem razão, só vou esperar a Mione voltar. –Harry fala e logo depois Rony aponta pras escadas, onde Hermione caminhava até eles com um livro nas mãos.

-Harry, o livro que você viu era igual a esse? –ela fala dando o livro pra Harry, que o pegou e examinou por todos os ângulos, parando para reparar atentamente as letras gravadas nele.

-Não é igual, mas é muito parecido. –fala ainda observando o livro.

-Que livro é esse Mione? –Rony pergunta curioso e indo olhar o livro mais de perto, mas Hermione o afasta bruscamente.

-Nenhum livro que te importe. –fala duramente e depois se volta para Harry. –O que há de diferente entre os livros? –pergunta gentilmente.

-Visualmente nada, mas algo me diz que a textura, a “energia” e até o cheiro é diferente. –ele fala concentrado no livro, mais precisamente nas letras douradas.

-Bom, se é só isso podemos usar este livro como uma referência quando formos falar com Minerva. –Hermione fala se levantando e fazendo sinal pra eles também o fazerem.

-Tudo bem, mas porque eu não posso saber que livro é esse? –Rony fala emburrado.

-É melhor você não insistir. –Harry o aconselha baixo para que só o amigo ouvisse, enquanto Hermione seguia a frente sem dar atenção para a pergunta de Rony, carregando o livro cuidadosamente.

Caminharam em silêncio o caminho todo, chegando até às gárgulas, onde Hermione disse a senha para que pudessem entrar. Chegando lá, viram McGonagall entretida com algumas cartas, mas parando imediatamente ao vê-los.

-Aconteceu algo, Hermione? –pergunta a menina, mas olhando os três, enquanto conjurava mais uma cadeira para que os três se acomodassem.

-Eu tive um sonho estranho e minha cicatriz doeu. –Harry responde fazendo McGonagall ganhar um ar preocupado.

-Ele viu um livro parecido com esse. –Hermione fala entregando o livro.

-Eu estava num deserto e havia uma pirâmide negra também. –Harry acrescenta ao ver a diretora olhar estranhamente o livro, antes de abri-lo.

-Não tem nada aí dentro. –Hermione se apressa em fechar o livro, deixando a professora surpresa e intrigada. –É só parecido o conteúdo não tem ligação com Voldemort. –a garota fala corando rapidamente.

-Ei, é claro, como não pensei nisso antes! –Rony fala vitorioso - HG de Hermione Granger! É seu diário! –Rony fala como se houvesse descoberto a resposta de uma charada de esfinge.

-Ok, Ronald, mas isso não é da sua conta! –Hermione fala entre dentes, lançando um olhar para ele que dizia “Fique longe dele se quiser continuar vivo”.

-Bom, com certeza não foi com este diário que Harry sonhou, então nos conte com detalhes o sonho, Harry. –Dumbledore, no quadro, fala para Harry.

Harry narra tudo com detalhes tentando falar até sobre as imagens desconexas, depois Dumbledore instruiu McGonagall a pegar um livro, com o qual ela voltou alguns minutos depois.

-Abra o livro na página 236, se não me falha a memória é lá que aparece a pirâmide. –Dumbledore a instruiu, ao que ela abre o livro, chegando a página rapidamente.

-Sim, Alvo, aqui está a foto da pirâmide negra. –a diretora acha a foto e mostra aos jovens.

-É esta mesmo, tenho certeza. –Harry fala sorrindo.

-E onde ela fica? –Rony pergunta tentando ler algo, mas não obtendo resultado já que o livro antigo estava em latim.

-Localização desconhecida. –Hermione fala com um suspiro decepcionado.

-Sabe ler latim, Hermione? –McGonagall pergunta com um discreto sorriso de admiração.

-Sim, um pouco. –Hermione fala sem jeito, vendo o olhar dos quadros e de Rony sobre si.

-Garota, você me assusta! –Rony fala pasmo.

-Como Hermione nos disse, ela não tem localização precisa, pois foi escondida a milhares de anos. Seja lá o que Voldemort procura deve estar nesta pirâmide, a qual ele provavelmente ainda não encontrou. –Dumbledore fala pensativo, seu semblante mostrava certa preocupação.

-Bom, já que não há o que ser feito agora, é melhor vocês irem tomar café da manhã e descansar. Assim que tivermos alguma informação a respeito disto informaremos a vocês. –McGonagall fala sem dar margem a contestações, ao que eles apenas aceitam, se despedindo antes de sair do escritório.

-Duvido que eles nos falarão qualquer coisa. –Rony fala aborrecido.

-Também acho que não, mas também não tem muito o que fazermos a não ser esperar, já que eu duvido que haja outro livro como aquele na biblioteca. –Harry fala com ar frustrado.

-Não custa nada pesquisar, vou tentar achar algo. –Hermione fala, mas sem demonstrar muita confiança.

-Ah, eu não sei o que vocês vão fazer hoje, mas eu combinei de dar uma volta com a Luna... –Rony começa a falar sem jeito.

-Tudo, nós já entendemos. Pode ir se encontrar com sua loirinha! –Harry fala com um sorriso cúmplice, dando um tapinha nas costas do ruivo.

-Certo, então nos vemos mais tarde! –Rony se despede, se dirigindo apressadamente para as escadas, que já iam se mover.

-Não sei porque, mas tenho a ligeira impressão de que você estava cheio de segundas intenções ao incentivar Rony a ir se encontrar com a Luna. –Hermione fala o olhando de modo perspicaz.

-E você por acaso tem algo contra? –pergunta de modo charmoso, abraçando-a pela cintura.

-Não, eu queria mesmo falar com você. –Hermione olha em volta pra se certificar de que estavam sozinhos. –Depois do café da manhã, me encontre no quarto de Rowena. –ela fala baixo, quase num sussurro, para que nem os quadros os ouvissem.

-Ok, como quiser. –Harry sussurra perto dela, aproveitando a privacidade para roubar-lhe um beijo.

Quase duas horas depois Hermione se encaminhou furtivamente para o quarto de Rowena, falando a senha para entrar e trancando a porta depois com um feitiço mais complexo.

-Harry? Está aí? –Hermione chama pelo namorado ao não encontra-lo na “sala”.

-Estou no quarto! –ele responde e ela vai até o local, vendo-o deitado e com uma mão esticada para ela, que ao tocar é puxada e aninhada no colo dele, enquanto Harry distribui diversos beijos pelo rosto dela. –Você demorou! Me deixou preocupado. –fala fazendo uma carinha tristinha.

-Preocupado com o quê? Ou você acha que Voldemort invadiria Hogwarts só para me pegar, ou talvez você estivesse com medo de eu me perder nesses corredores cheios de fantasmas! –fala ironicamente, mas o beijando breve e carinhosamente.

-Engraçadinha! –fala retribuindo o beijinho. –É que você demorou tanto que eu pensei que talvez houvesse encontrado uma companhia mais interessante para passar o domingo. –fala visivelmente enciumado.

-Deixa de ser bobo! Eu só demorei porque tive umas coisas de monitoria para ver. –explica se afastando um pouco, sentando-se de frente para ele.

-Posso saber o porque disso? –pergunta não gostando da atitude dela.

-É que eu quero conversar e do jeito que estávamos você não prestaria atenção no que eu iria te falar. –observa espertamente sob o olhar frustrado dele.

-E sobre o que você quer falar? –pergunta sem querer discutir.

-Sobre os colares, eu andei observando atentamente o meu e acho que sei o porquê deles terem surgido em nós e os outros terem ido para o castelo. –fala com um grande sorriso tirando o medalhão do pescoço e pegando o dele. Depois os unindo como na noite anterior, vendo a mesma “eletricidade” avermelhada passar pelos quartos.

-O que exatamente você descobriu? –pergunta olhando os medalhões, mas não vendo nada que pudesse significar o motivo deles terem surgido em seus pescoços.

-Aqui, no meu medalhão, tem um símbolo que lembra uma esfinge. Está no centro e em alto relevo. –Hermione fala apontando parte da cabeça de uma esfinge.

-Estou vendo, me lembro bem de uma dessas do Torneio Tribruxo. –Harry fala se aproximando para ver a forma incompleta em várias partes que ficavam justamente no encaixe com outros medalhões.

-Se você olhar aqui em cima verá algo que parece com parte do corpo de um leão no seu medalhão, completo pelo meu, que também mostra esse desenho que lembra uma cauda de serpente aqui embaixo e não seu aqui em cima, tem algo que lembra a cabeça dessa serpente, ao estilo egípcio. -Hermione fala observando atentamente os medalhões.

-Isso aqui seria o focinho de um outro animal? –Harry fala apontando um desenho formado na junção de seus medalhões.

-Pode ser. Mas o que importa é que estes animais nos lembram os fundadores, não acha? –Hermione pergunta a Harry, que sorri ao entender onde ela queria chegar.

-Então se o meu medalhão tem um leão é porque devia pertencer a Godric Griffindor e o seu tem uma Esfinge, porque elas são seres sábios e guardadores de grandes segredos, portanto deveria ser de Rowena Ravenclaw. –fala encaixando as peças do quebra cabeça.

-Exato! Se você pensar bem, ninguém em toda Hogwarts tem mais das qualidades prezadas por Griffindor que você, ao passo que eu, modéstia parte sou a aluna mais inteligente e perspicaz da escola, qualidades prezadas por Rowena. Isso me leva a acreditar que o medalhão com a maior parte da serpente, esteja com alguém que tenha as qualidades prezadas por Salazar Slytherin e a última parte com alguém que possua as qualidades prezadas por Helga Hufflepuff.

-Nisso tudo, a única coisa que me preocupa é quem está com o medalhão de Salazar, porque se formos pensar bem, provavelmente está com um sonserino e você sabe que eles nunca iriam colaborar conosco. –Harry fala preocupado, pegando sua parte do medalhão e pondo no pescoço, ao que Hermione fazia o mesmo.

-Calma, primeiro temos que descobrir quem são, depois pensamos em como contornar as coisas. Então, acho que seria bom começarmos a pensar em nomes que se encaixem nos pré-requisitos e observar essas pessoas para descobrir com quem está. –Hermione fala pegando um pergaminho e fazendo surgir tinteiro e pena.

-Isso até que não será tão difícil, porque não sei se você já percebeu, mas não podemos tirar os medalhões e ficar longe deles. Tentei deixá-lo no meu malão ontem à noite, mas quando saí do dormitório ele apareceu magicamente no meu pescoço. –Harry fala e percebe a expressão surpresa de Hermione, que fica em silêncio pensando sobre aquilo.

-Se isso é verdade, esses medalhões são mais importantes do que nós imaginamos. –fala pensativa.

-Então vamos logo fazer essa lista porque quanto mais rápido a gente achar os dois, mais seguro vai ser. –Harry fala se deitando e olhando o pergaminho.

Depois de algumas horas, Harry e Hermione chegam ao salão principal bastante atrasados para o almoço, mas ainda encontrando Rony e Luna na mesa da Grifinória, a qual estava quase vazia, assim como as demais.

-Oi, vocês quase perderam o almoço! –Luna fala ao vê-los se aproximando e se juntando a eles.

-É, estávamos fazendo umas pesquisas. –Harry fala apressado, se servindo da comida que ainda estava sobre a mesa.

-Cara, você devia andar menos com a Hermione! Mal começaram as aulas e você passa o domingo preso na biblioteca! –Rony fala balançando a cabeça negativamente.

-Rony, se eu realmente não estivesse com fome e cansada, juro que te daria uma bela resposta. –Hermione fala tentando ignorar o comentário, enquanto fazia um feitiço para esquentar a comida.

-Com fome e cansados... vocês estavam mesmo na biblioteca? –Luna pergunta em tom malicioso, pela primeira fez perdendo o ar lunático dela.

-Luna... que cordão é esse? –Hermione pergunta ao ver o cordão com o qual a garota brincava.

-Eu não sei, acho que encontrei ontem em algum lugar, não me lembro... é bonito não é? –pergunta olhando quase hipnotizada para o medalhão dourado.

-Você tem muita sorte, quem dera eu encontrar um medalhão de ouro desses por aí! –Rony fala sem dar muita atenção à movimentação de Harry e Hermione que se aproximavam de Luna.

-Deixa a gente ver uma coisa. –Harry fala pegando o medalhão dela e encaixando no dele e de Hermione, o que fez novamente o brilho avermelhado aparecer, percorrendo as três partes.

-O medalhão de Helga! –Hermione fala se contendo para não pular de alegria.

-Parece uma raposa, mas tem duas caudas e... esse medalhão pôs asas no meu leão! –Harry fala sem entender o que estava acontecendo.

-Olha as patas da frente, são como de pássaro... pode ser um animal mágico assim como a minha esfinge. –Hermione fala dando de ombros. Luna apenas olhava os medalhões encantada, enquanto Rony olhava de um para outro sem entender nada.

-Será que alguém pode me explicar algo? – o ruivo pergunta cansado daquela “conversa de maluco”.

-Depois que almoçarmos nós contamos tudo, mas só depois que vocês acharem a Gina! –Hermione fala querendo ganhar tempo para falar com Harry.

-Certo, eu sei onde ela deve estar! –Luna fala se levantando e parecendo animada.

-Se é o único jeito, nós vamos busca-la. –Rony fala acompanhando a namorada.

-E então, nós devemos contar tudo a eles? –Hermione pergunta após vê-los sair do salão principal.

-Se Luna é mesmo a escolhida por Helga, não temos outra escolha, sem falar que a ajuda dela, do Rony e da Gina vai facilitar o encontro do escolhido de Salazar.

-Tem razão, nunca fomos de esconder nada do Rony e esse nosso segredo já estava me incomodando. –Hermione concorda sorrindo satisfeita, sentindo-se um pouco mais leve.

-Então se é para contar, melhor começar pelo princípio, concorda? –Harry propõe e ela assente.

Os dois terminam de almoçar tranquilamente, tentando ignorar a insistência dos irmãos Weasley para que contassem logo o que tudo aquilo significava. Depois caminharam lenta e cuidadosamente até o quinto andar, pararam num corredor e olharam para os três amigos um pouco ansiosos.

-Porque paramos? Não me digam que desistiram de nos contar? –Rony pergunta os olhando ameaçadoramente.

-Não é nada disso, apenas queríamos trazer vocês onde tudo começou. –Harry fala indo até a parede e a tocando gentilmente, depois pedindo mentalmente, para que ela aparecesse.

-Uma sala secreta? –Gina pergunta ao ver a porta aparecer.

-É como a sala precisa? –Luna pergunta intrigada.

-Não, mas vocês vão entender quando entrarem. –Hermione fala enquanto lança um feitiço na porta, que faz um clique, indicando que havia sido destrancada.

Harry abre a porta e dá espaço para que todos passassem, sendo Hermione a última a entrar, para depois trancar a porta, enquanto Harry dizia para eles se sentarem.

-Isso é um quarto! –Rony fala pasmo, olhando tudo em volta.

-Sim, mas precisamente o quarto de Rowena Ravenclaw, fundadora da Corvinal. –Hermione fala chamando a atenção dos três para ela.

A seguir, Harry conta como tudo havia acontecido desde a primeira vez que fizeram o transveho até o jeito como os medalhões surgiram e suas opiniões de porque haviam sido escolhidos pelos medalhões, sem é claro mencionar qualquer coisa sobre o romance deles ou de Rowena e Godric.

-Eu não entendo porque não nos contaram isso antes! –Rony fala indignado com a atitude dos amigos.

-Porque vocês não podiam fazer o feitiço como nós, além do que achamos que poderia ser perigoso, então resolvemos guardar segredo. –Harry fala olhando diretamente pra Hermione.

-Bom, isso agora não importa, porque pelo que eu entendi estes medalhões podem ser poderosos e um deles pode estar em mãos muito erradas. –Gina fala depois de lançar um olhar a Hermione e Harry, imaginando que o real motivo para aquele segredo, era que haviam achado ótimos lugares para se encontrar.

-Exato! Precisamos achar um sonserino a quem Salazar poderia considerar um aprendiz em potencial, alguém a quem ele poderia oferecer seu conhecimento. –Hermione fala pensativa e com ar preocupado.

-Eu acho que qualquer sonserino encaixaria muito bem nesses pré-requisitos! –Rony fala fazendo uma careta.

-Vocês estão pensando muito limitadamente. –Luna fala chamando a atenção deles. –Afinal eu não sou da lufa-lufa e Hermione não é da Corvinal. –a proposição de Luna deixa todos quietos por um instante.

-Ok, agora temos que olhar os pescoços de toda a escola! –Harry fala sarcástico e irritado com aquele “pequeno detalhe”.

-Não vai adiantar nada ficarmos aqui pensando sobre isso, temos que sair e procurar. –Gina fala já se levantando e todos a seguem.

-Ok, então nos separamos e comunicamos qualquer pista na hora do jantar. –Hermione propõe e todos concordam.

-Ah, não mencionem os medalhões ou qualquer coisa sobre os fundadores, não sabemos se poderemos confiar em alguém que tenha sido escolhido por Salazar Slytherin. –Harry fala e eles concordam antes de sair do quarto e se separarem.

Gina havia decidido procurar pelo castelo já que Rony e Luna foram para os jardins, Hermione ficara com a biblioteca e salas de estudo e Harry com os andares superiores, restando os andares inferiores pra ela verificar. Foi caminhando perto do banheiro da Murta, que ela teve a idéia de perguntar a fantasma sobre um medalhão de ouro, como se fosse dela e houvesse perdido.
No entanto, ao entrar no banheiro, viu um loiro sentado num canto, lendo algo escondido. Ao se aproximar reconheceu Draco Malfoy, que lia escondido e tinha algo na outra mão, mas que àquela distância não conseguia distinguir.

-Mas alguém no banheiro! O que deu em vocês ultimamente? Acham que isso aqui é sala de leitura? –A Murta aparece resmungando irritada e chamando a atenção de Draco que se levanta imediatamente.

-Eu só vim aqui pra falar com você Murta, mas já que não está de bom humor eu me vou! –Gina fala saindo emburrada, primeiro por não poder falar com a fantasma com Draco ali e segundo por não descobrir o que o sonserino estava fazendo.

-Ei, espera aí Weasley! –Draco fala indo até ela, que aumenta a velocidade dos passos. –Acha que vai fugir de mim? –fala ao alcançá-la, a parando ao segurar seu braço.

-O que você quer Malfoy? –pergunta entediada, ainda estava irritada pela discussão no dia anterior.

-O que eu quero? Você desenvolve algum tipo de fixação por mim e depois me pergunta o que eu quero? –fala incrédulo com a reação dela.

-Fixação? Enlouqueceu Malfoy? Eu não quero nada com você. –fala como se estive ouvindo uma grande piada.

-Se não quer nada comigo porque está me seguindo? Olha eu sei que eu tenho esse charme irresistível e ontem eu fiz uma brincadeira que pode ter feito você acreditar que poderia ter uma chance, mas não tem, eu e você nunca vai acontecer. –fala seriamente, fingindo quase estar com pena dela.

-Mas eu posso com isso! Eu fui até lá falar com a Murta , ou seja, o fato de você estar lá só me atrapalhou. Agora se me der licença, eu tenho um encontro com um homem de verdade . –fala puxando o braço e saindo a passos apressados e duros.

“Homem de verdade?” –Malfoy pensa espantado. – “O que essa sujeitinha está pensando?” –pensa esmurrando a parede, o rosto já corado de raiva.

Sem nem pensar sobre o que estava fazendo, Malfoy seguiu pelo mesmo caminho que Gina, dividido entre azará-la ou esmurrá-la. A viu descer as escadas e seguiu apressadamente, entrando no corredor paralelo que a ruiva entrara rapidamente, mas parando ao vê-la “agarrada” com um garoto que reconheceu como um corvinal do sétimo ano.

“Então esse é o tal homem de verdade ?” –pensa irritado e frustrado, dando alguns passos para trás e caminhando na direção das escadas. - “Eu não sei o que esse idiota tem de tão interessante, nunca ouvi nenhuma garota falando nada sobre ele... Ei, mas porque eu estou preocupado com isso? Eu nunca quis nada com aquela pobretona! Se bem que eu tenho uma reputação a zelar, não posso ser trocado por um sujeitinho qualquer, mesmo que não tenha tido nada com ela...” –preso nesses pensamentos confusos, dirigiu-se para as masmorras, trombando em Harry no caminho.

-Não olha por onde anda Malfoy? –Harry esbraveja pensando em seguir o loiro e tacar o livro Objetos Amaldiçoados e de Poder, que Draco carregava, na cabeça dele, mas pára ao se sentir seguro por alguém.

-Esse imbecil não vale seu tempo! –Rony fala soltando o amigo. –Eu e Luna demos uma olhada por lá, perguntamos umas coisas, mas não conseguimos nada, então ela ficou falando com umas garotas para ver se conseguia algo.

-Eu não achei ninguém lá por cima, então pensei em dar uma ajuda a Gina, mas não a achei. –fala mais calmo.

-Bom, eu tive uma idéia. –Rony fala se aproximando mais de Harry e ganhando atenção total dele. –Eu pensei que você poderia falar para a Pavarti e a Lilá que viu alguém usando um cordão de ouro com um medalhão de ouro maciço e estava querendo encontrar a pessoa para perguntar onde comprou e tal, então eu aposto que elas se ofereceriam para te ajudar a descobrir quem é que anda por aí com um colar desses. –Rony fala com um sorriso confiante, que Harry retribui.

-Tem toda razão, isso seria uma ótima missão para dupla de fofoqueiras mais bem informadas de Hogwarts! –Harry fala segurando uma risadinha.

-Então vem comigo, eu as vi lá no jardim quando vinha pra cá. –Rony fala e Harry o acompanha.

Hermione estava em sua sala de monitoria chefe catalogando mais uma detenção, quando Gina entrou furiosa e se atirou sobre o sofá que havia em frente a sua mesa.

-O que houve? Aliás deixa ver se eu acerto, foi o Malfoy, não foi? –fala já acostumada com a expressão de fúria que Gina começara adotar em seus últimos encontros com o sonserino.

-Aquele nojento resolveu me irritar de todas as formas! –fala abraçando uma almofada. –Acredita que ele teve a audácia de dizer de insinuar que eu estava seguindo ele? E pior, ele teve coragem de dizer com todas as letras que eu estava o seguindo porque estou apaixonada por ele, mas que eu devia parar porque eu não tinha chances com ele! –fala fazendo gestos exagerados e sentindo-se inquieta demais para ficar parada, iniciando uma caminhada de um lado a outro do escritório.

-E o que te chateou foi ele ter dito que você estava interessada nele, que você estava seguindo ele ou que você não tinha chances com ele? –Hermione pergunta tentando entender o porquê de toda aquela agitação, mas se arrependendo amargamente ao ver o olhar mortal que Gina lhe dirigiu.

-Você acha mesmo que eu me importaria com o fato dele não querer nada comigo? Eu não quero nada com ele! Nunca em toda minha vida iria querer algo com aquele nojentinho que se acha melhor que todo mundo! –esbraveja quase que como um desabafo.

-Aconteceu mais alguma coisa além dessa pequena discussão? –pergunta ainda curiosa.

-Aconteceu! –fala com um sorriso muito semelhante ao que os gêmeos davam quando iam aprontar. -Eu dispensei ele falando que tinha um encontro, então ele me seguiu sei lá porque, mas foi bom, porque eu encontrei um gatinho do sétimo ano da corvinal e beijei para valer na frente dele, consegui ver aquela doninha loira sair bufando de raiva! Deve ter pensado que era só uma desculpa para eu sair e ir chorar por causa dele, aquele pretensioso. –Gina despeja tudo de uma vez, sustentando um sorriso vitorioso, que lembrou Hermione dos jogos de quadribol ganhos pela ruiva.

-Eu não sabia que você estava saindo com alguém. –fala estranhando aquela pequena parte do relato.

-Eu não estou, só agarrei o primeiro gato que vi pela frente. –fala dando de ombros e sentando-se na cadeira a frente de Hermione, que por um instante ficou sem reação.

-Você agarrou um garoto qualquer só para irritar o Malfoy? –pergunta incrédula.

-Eu sei o que você vai dizer... “Você não devia sair agarrando qualquer um por aí... Você não pode agarrar um garoto que nem sabe se tem namorada... Você poderia ter se metido em confusão!”, mas eu não quero e não preciso de sermão! –Gina fala encerrando a questão.

-Eu só ia dizer que se você fez uma loucura dessas é porque, sem a mínima dúvida, se sentiu incomodada por ele ter dito que não queria nada com você e quis provar que se ele não queria, havia outros que adorariam te ter. –Hermione fala a olhando como quem diz “Te peguei!”, enquanto Gina tentava achar uma resposta para tudo o que ouvira.

-Você enlouqueceu! Você definitivamente enlouqueceu! Eu jamais me interessaria por Draco Malfoy, JAMAIS! –Gina fala levantando e saindo da sala, sem esquecer de bater a porta bem forte.

-Isso ainda vai dar confusão! –Hermione fala rindo, já imaginando a reação dos irmãos de Gina quando ela apresentasse Draco Malfoy a sua família, como seu namorado.

N/A: Acho que demorei, não é? Bom, foi culpa da facul que atrasou minhas postagens, mas agora to de férias e fica mais fácil pra escrever.

N/A²: Acho que agora vocês já sabem quem são os 4 escolhidos, mas não pensem que o poer está nos medalhões, pois eles tem menos importancia do que podem imaginar.

N/A³: Voldinho de sinal de novo, alguém tem idéia do que ela está tramando? Quero ver quem descobre o que Voldemort está fazendo! Voces chegaram perto do que eram os medalhões.

Próxima fic a ser atualizada: O Sucessor *eu espero* e Harmonia.

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