Diante das Acusações



- Vai Mi, não custa nada!

- Alyne, tenha santa paciência, você sabe que eu não posso me arriscar!

- Mas não precisa ser aqui... Podemos ir à sala precisa... Me deixa ver, eu adoro gr...

Hermione virou-se bruscamente e tampou a boca de Alyne com as mãos.

- Promete não tocar mais no assunto?

- Pela minha vó Julie morta e dura atrás da porta!

A morena bufou irritada e puxou Alyne para um canto escuro dos corredores que levavam ao salão principal.

Ela sacou a varinha e apontou para o próprio corpo, murmurando “ revelis ”.

A luz que a varinha projetou não demorou a envolver o tronco da garota e depois se dissipar, mostrando o ventre de Hermione, agora perceptivelmente maior.

Ali a criança a qual Alyne denominava de “heroizinho”, já mostrava os quatro meses de gestação da mãe.

- Wooon, que fofa! – exclamou Alyne, alisando o ventre da amiga como se pudesse conversar com a criança que estava ali. – Seu heroizinho ta lindo!

- É... – Hermione concordou feliz e ao mesmo tempo, preocupada, enquanto abaixava as vestes e fazia a barriga encolher novamente. – Isso me lembra o prazo de 6 meses de Dumbledore!

- Ainda pensando nisso? Fala sério, ainda faltam três meses e meio! – Alyne disse displicente.

- Isso depende... Dumbledore começou a contar daquela noite, mas já fazia um mês e meio que eu estava grávida, contando corretamente falta dois meses apenas.

- Hum... É quase a mesma coisa. Alias, se você for ver bem, isso não vai fazer diferença, afinal, quando chegar a hora os desastres que andam acontecendo piorarão consideravelmente, não?

- É, mas o que me confunde não é isso!

- Então?

- A questão é, se Dumbledore sabia o significado real daquela frase, porque começou a contagem daquela noite? Ele não poderia achar que nós... Bem, que eu engravidasse aquela noite porque eu e Harry estávamos brigados.

Alyne assumiu uma expressão séria, voltando com Hermione a fazer o trajeto até o salão principal.

- Talvez ele tenha algo em mente... – cogitou.

- Bom, estamos falando de Alvo Dumbledore, então isso é quase obvio. – brincou Hermione.

- Que bom que sabe... Relaxada agora?

- Na verdade, não. Eu ainda penso em como desmascarar a pessoa que armou tudo aquilo para mim.

- Porque não pede simplesmente para Parvati confirmar que você estava no seu quarto na hora do ataque?

- Ela perguntou se eu queria, mas eu disse para ela esperar. A hora da ajuda da Parvati ainda esta para chegar... – disse enigmática.

- Então você já tem um plano?

- Não exatamente, eu apenas descobri que na noite do primeiro ataque Cho Chang estava perambulando pelo castelo.

Alyne virou-se para Hermione, parando de andar, e a fitou com raiva.

- Eu sabia! Aquela pirataria “made in china”, eu sabia que ela estava por detrás disso!

- Calma, por enquanto ela apenas foi vista pelo Nick-quase-sem-cabeça na noite do crime, mas isso apenas a torna uma grande suspeita e não a culpada.

Alyne suspirou, dando-se por vencida.

- Ok. Ok, mas você tem algo em mente?

- Tenho, pra falar a verdade é algo que me incomoda desde quando fui ao beco diagonal com o Harry.

- O que é?

- Acredite amiga, você vai saber... Quando chegar a hora certa, eu garanto que você vai saber. – Hermione sorriu travessa, adentrando o salão principal ao lado da amiga.



I tried to be perfect

Eu tentei ser perfeita

but nothing was worth it.

Mas nada valeu a pena

I don't believe it makes me real.

Eu não acredito que isso me torna real;

I thought it'd be easy

Eu pensei que seria fácil.

but no one believes me.

Mas ninguém acredita em mim.

I meant all the things I said.

Eu pretendia dizer tudo que eu disse



Já não escutava mais o que o amigo dizia, agora sua atenção se voltara completamente a uma linda morena que entrava no salão desfilando de cabeça erguida e de maneira sensual, mantendo a dignidade sobre as dezenas de olhares repressores que atraia.

Ela andou e passou a sua frente, sem sequer encara-lo. Sua face carregava um sorriso brilhante, o qual nem o mais saboroso dos méis conseguiria seu tão doce.

Que bobagem, pensou consigo mesmo, porque pensar nela de tal maneira? Ela não merecia tantos elogios... Ou merecia?

Talvez essa pergunta não pudesse ser respondida, ou talvez, por saber a resposta, ele mesmo não quisesse respondê-la. A questão era que, ultimamente, seus dias eram dedicados a observá-la, como Dumbledore sugerira, mas ainda assim com rancor.

- HARRY! – gritou o ruivo ao seu lado, tirando-o daquele devaneio.

- Hum... Que? Que foi Rony?

- Eu estava falando com você! – Rony olhou para onde o olhar de Harry estivera a alguns segundos. – Estava secando a Hermione de novo? Pensei que não quisesse mais olhar na cara dela.

- Não quero! – retrucou, como se sentisse ofendido. – Mas Dumbledore disse que deveria ficar de olho nela.

- Para vigiá-la?

- Acho que não, mas em todo caso, eu estou fazendo o que ele sugeriu.

Harry deu uma ultima olhada em Hermione e depois voltou a comer. Já fazia algum tempo que as palavras de Dumbledore começaram a fazer sentido. Era como o dito popular, mantenha seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda.

Considerando Hermione como inimiga, julgava ter que mantê-la mais próxima, ainda que sem falar com ela.

- Harry – chamou Rony – Você realmente acha que Hermione esta mancomunada com você sabe quem? Digo, é obvio que ela foi quem atacou os alunos, mas não acha que ela pode ter ficado louca ou coisa do tipo? Acreditar que ela esta aliada a Você-Sabe-Quem é meio difícil.

- Eu não sei mais o que esperar dela. Eu nunca teria acreditado se alguém me contasse, mas eu vi ela atacando os alunos... Eu vi!

- Hum... Concordo, mas é que estava pensando sobre os últimos meses... Digo, depois do flagra que demos nela não houve mais ataques.

- Acho que ela não iria querer se arriscar tanto!

Rony pareceu refletir sobre aquilo por algum tempo, mas acabou por dar os ombros, concordando.

Os dois logo terminaram o almoço, mas acabaram por esperar Hermione e Alyne irem para aula, podendo assim ir a aula de poções sem cruzar com a morena, mesmo sabendo que ela também estaria lá.

A aula foi tranqüila comparada ao comum de uma aula de poções. Snape parecia ter adquirido certa admiração por Hermione depois da noite fatídica.

Deixou-a fazer as atividades do dia, sozinha, enquanto separou o resto da turma em duplas que os alunos julgariam “lamentáveis”.

Aquela aula passou rápido aos olhos de Harry.

- Ei, Granger – Harry ouviu Malfoy dizer. – Eu posso falar com você um minuto?

- Não! – disse saindo da sala de poções.

- Larga de ser fresca, é sério!

Hermione, irritada, exclamou ao loiro algo que, para Harry, foi inaudível.

A morena fez menção de se retirar, mas Malfoy segurou-a pelo braço.

Harry se aproximou do corredor, onde os dois se encaravam com raiva, para ouvir o que ali se passava.

- Malfoy, pela ultima vez, não há nada que eu queira com você.

- Ah é? E porque me abordou tantas vezes? Primeiro em Hogsmead e depois na noite do primeiro ataque.

Harry voltou para detrás da parede onde virava o corredor, ansioso pela resposta de Hermione.

- Olha, eu não estou, e nem estava, interessada em você. E se não quer que a sua visitinha aos corredores do castelo no dia do ataque se torne pública, aconselho a me deixar em paz.

- Isso foi uma ameaça?

- Se a carapuça lhe serviu...

Parecia ter certa ansiedade da parte de Draco em ter aquela conversa com Hermione, mas a garota não queria conversar e provavelmente não conversaria.

Harry sentiu raiva do loiro. Ciúmes? Muito provavelmente, embora seu orgulho não o deixasse admitir.

De uma forma ou de outra, decidiu que estava na hora de intervir.

- Deixe ela em paz, Malfoy! – disse se aproximando.

Os dois se viraram para encará-lo.

- Pensei que estivesse com medo da sangue-ruim. – Draco debochou, mas já soltando o braço de Hermione.

Harry não respondeu a provocação. Apenas estendeu a mão à Hermione, tentando passar por cima do próprio orgulho.

Não seria preciso palavras para descrever a tensão que havia ali. Era como se três grandes inimigos se encontrassem, todos se aliando e ao mesmo traindo uns aos outros.

Hermione apenas sorriu friamente e passou reto ao lado de Harry.

- Vá procurar alguém menos perigoso, que não seja comensal! – disse sarcástica, antes de virar o corredor.

Harry ficou impressionado com a atitude da garota, embora soubesse que deveria ter previsto tal reação.

- Bem Potter, acho que você levou a pior!

- Cala a boca!

- Ok, eu não pretendo mais falar com você mesmo...

- O que afinal você quer com Hermione?

O loiro ajeitou a mochila nas costas.

- Nada que seja do seu interesse.

- Você... Você acha que ela pode ser inocente? – perguntou hesitante.

Malfoy, que antes já caminhava na direção oposta, estancou o passo e respondeu se virar para trás:

- Não acho nada em relação a ela, estou apenas observando tudo isso de maneira cuidadosa antes de julgá-la!

Na opinião de Harry, estava provavelmente sonhando.

Aquela não era um tipo de defesa explícita na qual Malfoy defendia Hermione, mas era, de fato, uma atitude daquelas que não se espera da parte de alguém como Malfoy.

Antes de seguir, ele ainda disse:

- Sabe Potter, eu acho que, às vezes, as coisas não são o que parecem ser.


If you'd believe it's in my soul,

Se você acreditasse que esta em minha alma

I'd say all the words that I know

Eu diria todas as palavras que eu sei.

just to see if it would show

Apenas para ver se isso mostraria

that I'm trying to let you know

Que eu estou tentando te deixar saber

that I'm better off on my own.

Que eu estou muito melhor sozinha.


Hermione sentou-se confortavelmente no sofá bordô que acabara de se materializar na sala que Harry havia lhe mostrado há meses ou, como ela havia apelidado, a sala imprecisa, terminando o relato de sua tarde a Alyne.

- Que estranho da parte do Malfoy... Ele certamente iria torrar sua paciência até ficar só cinzas!

- Não sei... Ele estava... Sei lá, estava sério.

- Mas ele não chegou ao ponto que queria, ou chegou? O Harry interrompeu a conversa, não foi?

- Não sei se podemos dizer que ele interrompeu a conversa, até porque não foi bem uma conversa.

- Mas seria se o Harry não tivesse chegado, né?

Hermione suspirou profundamente, tentando encaixar aquela série de fato em uma única razão. “ Pura perda de neurônios ”, pensou. Aquelas “ coisas ” pareciam não ter nenhum ligação umas com as outras.

- Não, eu não cederia a uma proposta indecente como a dele.

- Nunca passou pela sua cabeça que, talvez, Malfoy tenha alguma informação preciosa para lhe fornecer? – questionou Alyne.

- Hum... Não, não creio que Malfoy tenha informações úteis, embora não possa negar que me senti tentada em ouvir o que ele tinha a dizer.

- Nunca se sabe Mi, ele estava na noite do primeiro atentado, talvez tenha visto alguma coisa. E outra, o Malfoy é como... Como se diz mesmo? Rato de esgoto, eu acho... Enfim, ele é daqueles tipos de pessoas que sabem estar na hora certa no lugar certo, ou talvez errado, dependendo da situação.

- Ainda assim, eu não acho que mesmo que ele tivesse visto, nem que fosse os três atentados, ele me diria alguma coisa a respeito... O Malfoy é meu inimigo declarado, por assim dizer.

Alyne fechou os olhos, como se forçasse a cabeça a pensar em alguma coisa. Hermione deixou a cabeça cair sobre o encosto do sofá, também pensativa.

Alguns minutos depois, com um suspiro cansado, Alyne acabou chamando a atenção de Hermione.

- É... Acho que você tem razão – disse. – Mas, como diria um...

- Um...?

- Um amigo meu... Como diria ele: “ mantenha seus amigos perto, mas seus inimigos mais perto ainda ”.

- Hum... Eu acho que, de certa forma, você pode estar certa... – Hermione se levantou do sofá. – Acho que vou estudar um pouco...

- Mais um pouco?

- É. Mais do que nunca, estudar é a única coisa que tenho a fazer.

- Ok...

Hermione ia sair, mas parou para analisar uma expressão meio vaga de Alyne.

- O que foi?

- Hum? Ah, nada... Estava apenas pensando, bem que essa sala podia dar uma ajudinha pra gente... Sei lá, esclarecer algumas coisas.

Hermione riu da inocência de Alyne e se virou para sair.

A cena que se seguiu foi, basicamente, rápida.

Um degrau surgir tão de repente no chão, que Hermione não teve tempo de processar tal informação e acabou tropeçando.

Embora esperasse cair de cara no chão, seus braços se deslocaram de maneira que julgava achar impossível, parecia que os ossos tinham mudado de forma.

Sua cabeça também se levantou, fazendo-a achar que quebraria o pescoço, o que também não aconteceu.

O susto foi rápido, e agora sentisse levemente tonta e seu corpo um pouco dormente.

Pode ver o olhar de Alyne arregalar-se e a amiga levantar do sofá de supetão, tomada por susto.

Alyne gritou.

Hermione tentou perguntar o que significava tão susto, mas o som que deixou sua boca também a assustou.

De alguma forma parecia sentir-se de quatro, andando de maneira ágil pelo lugar.

Perguntou-se o que estava acontecendo e, lendo sua mente, a sala imprecisa rapidamente criou em sua frente um espelho.

Por um segundo, seu desespero aumentou, mas logo sentiu que, o fato de seu reflexo no espelho ser a figura de um enorme animal semelhante a um leopardo negro, era apenas mais uma peça do quebra-cabeça.

Hermione concentrou-se o máximo que pode e ao se virar para Alyne, pode notar que a transformação já cessava.

- É... – disse Alyne. – Essa sala é mais útil do que pensei...


*****


- Hum... – fez Dumbledore, olhando uma espécie de leopardo negro super crescido andar desengonçada pelo seu escritório.

Ele levantou a varinha e a sacudiu, ajudando a fera a ficar em pé e voltar a ser Hermione.

- E então? Acha que é a forma animaga de Elizabeth? Aquela que a lenda cita? – indagou Alyne, ansiosa.

- Certamente que sim! Se não me engano, essa forma animaga chama-se Nundu. O que de fato é bom... O Nundu é, sem duvidas, o animal mágico mais perigoso que conhecemos. Ele tem essa forma de leopardo que vocês viram e tem habilidades incríveis. – o diretor se voltou para Hermione, que, ainda tonta, se sentava na cadeira a frente a sua escrivaninha. – Me parece que ainda não controla a transformação muito bem.

- Não controlo nem um pouco... Desde a primeira vez há dois dias eu me transformo de repente, em momentos quase desagradáveis.

- Entendo. – Dumbledore suspirou. – Bem, eu creio que teremos que começar algumas aulas de treinamento... Poderemos assim treinar sua animagia, sua legilimência e até mesmo adiantar treinamentos de aparatação, que certamente você aprenderá sem muita dificuldade por causa da lenda.

- Farei essas aulas com quem?

- Eu mesmo te darei essas aulas... Dessa maneira poderei te ensinar tudo que precisa saber e ainda manter a lenda em sigilo.

- Hum... Ok, e quando podemos começá-las? – perguntou ansiosa.

- Faremos da seguinte maneira: todas as terças e quintas, depois da sua ultima aula você virá aqui para vermos o lado teórico das habilidades que tem que saber manipular e nas sextas e sábados, descerá aos jardins as 11:00 horas, para fazermos um treinamento físico.

- Treinamento físico? – ela hesitou.

Dumbledore deu uma risadinha discreta, enquanto analisava a garota por cima dos oclinhos de meia lua.

- Não se preocupe – disse encarando com carinho o ventre de garota. – Eu não vou exigir de você o que não puder... Esta bem?

- Esta sim. Começamos quando?

- Na próxima semana podemos começar.

Ela se levantou junto a Alyne e foi embora, agradecendo o professor pela atenção.

- E ai? O que pretende fazer até a semana que vem.

- Bem, agora vou me dedicar a algo que já devia ter começado a fazer a algum tempo.

- E o que seria?

- Bem, eu...



This place is so empty.

Esse lugar esta tão vazio

My thoughts are so tempting.

Meu pensamentos estão tão tentadores

I don't know how it got so bad.

Eu não sei como isso piorou tanto

Sometimes it's so crazy

Às vezes é tão louco

but nothing can save me

Mas nada pode me salvar

but it's the only thing that I have.

Mas é a única coisa que eu tenho



- Granger! – gritou Draco Malfoy, correndo para alcançá-las. – Posso falar com você um minuto?

- Então Mi, como estava dizendo, eu vou fazer meu trabalho de DCAT. – disse Alyne divertida, correndo até virar aquele corredor.

- Podemos conversar como pessoas civilizadas pelo menos uma vez na vida? – o loiro tornou a perguntar.

- Depende de você... Mas afinal, o que você quer conversar?

Malfoy a puxou para uma sala vazia, torcendo para que não os vissem ali.

- Bom, eu acho que tenho algumas informações que podem te ser úteis.

- E porque Draco Malfoy me ajudaria?

- Porque eu preciso da sua ajuda.

- Minha ajuda?

- É... Não sei se você já sabe, mas depois que a Chang contou ter me visto na noite do crime pelos corredores, para a McGonagal, eu fui suspenso temporariamente dos treinos da Sonserina. Daqui a duas semanas temos um jogo contra a Corvinal, se é que me entende.

- Hum... Você quer se vingar da Cho roubando o jogo para a Sonserina. È, me parece bem o seu estilo.

- Pensei que conversaríamos civilizadamente.

- Roubar não é uma prática muito civilizada.

- Ok, mas você vai me ajudar ou não? – pediu irritado.

- Isso vai depender, se as informações que você tem pra mim forem úteis, ajudo sim.

Malfoy sentou-se no chão junto à morena e começou a explicar o que tinha em mente.

Hermione ouvia tudo com interesse, embora ainda estivesse desconfiada do rapaz. “Um motivo... Chocho demais.”, dizia a si mesma. Definitivamente Malfoy não fora convincente, mas ela tinha algo em mente. Uma idéia que poderia dar certo. De fato, usaria Draco sem que ele soubesse, mas o importante era que se tudo desse certo, poderia ficar mais perto da pessoa que armara tudo aquilo para ela, fosse ela quem fosse.

- E então, o que acha? – indagou o loiro.

- É, bem simples na minha opinião... – ele refletiu por um momento. – Eu posso ajudar, mas antes quero saber o que tem para mim.

- Bem, eu vi a Chang no dia em que o primeiro aluno foi atacado. Cho Chang.

- Ora Malfoy, isso eu já sabia, se não tiver algo mais importante, já estou indo.

- Espera! – disse Malfoy. – Olha, tem mais...

- Diga...

- A Chang também andava pela escola no dia do segundo ataque!

- Como?

- Na manha em que aconteceu o segundo ataque. Ela também se atrasou na aula. Eu a vi tomar um rumo diferente das outras corvinais quando o sinal tocou e depois ouvi Lovegood comentando que ela chegara cerca de cinco, talvez dez minutos atrasada.

- Agora sim você esta me sendo útil! – Hermione exclamou animada.

- O mais importante é uma coisa que Snape me contou. Assim, contou brandamente, por inocência em uma conversa nosso após a aula, mas deixou bem claro, com absoluta certeza, que alguns ingredientes de poção polissuco foram roubados. Já parou para pensar que a garota que Harry viu poderia ter sido ela?

Hermione se levantou e foi até a janela do local, fazendo um raciocínio rápido e entusiasmado.

- ...é, só pode ser isso! – disse se abraçando ao próprio corpo.

- Esta com frio? – indagou Malfoy.

- Sim, já anoiteceu, esta ficando frio.

O loiro tirou o casaco e colocou sobre os ombros de Hermione, gentilmente.

- Ora essa, Draco Malfoy sendo gentil e amável, que coisa inédita! – Hermione comentou divertida.

- Estamos combinados? – perguntou, estendendo a mão.
Hermione hesitou, mas por fim tocou a mão do rapaz.

- Bom nesse caso eu já vou! – ele disse.

- Seu casaco!

- Depois você me devolve.

- Ah, esta bem...

Ela o observou sair e foi logo depois.

Ao colocar a mão no bolso do casaco, sentiu o pano umedecido, mas não deu nenhuma atenção a isso, apenas o jogou dentro de seu malão, rezando para que ninguém visse a veste sonserina, e se deitou, mergulhando em um sono profundo e confortável.



If you'd believe it's in my soul,

Se você acreditasse que esta em minha alma

I'd say all the words that I know

Eu diria todas as palavras que eu sei.

just to see if it would show

Apenas para ver se isso mostraria

that I'm trying to let you know

Que eu estou tentando te deixar saber

that I'm better off on my own.

Que eu estou muito melhor sozinha.


- Ai, ai. Estou exausta! – exclamou Alyne, jogando-se no sofá da sala imprecisa, que agora mudava de cor para um verde-limão.

- Hum... Eu ainda não consegui voltar ao meu ritmo de estudo normal – Hermione reclamou. – Sinto como se tivesse energia demais para gastar.

- Você tem parecido preocupada nessa ultima semana... São os treinos? Eles começaram semana passada, não?

Hermione suspirou, balançando a cabeça negativamente.

- Não, não. Não tem a ver com os treinos, Dumbledore não esta exigindo muito na parte física. Às vezes me pergunto se ele sabe da minha condição, sabe, ele me trata com tanto cuidado...

Alyne se mexeu incomodada no sofá.

- Mas, sabe – Hermione continuou. – O que realmente me preocupa é um pensamento que tem surgido involuntariamente na minha cabeça ultimamente.

- E o que é?

- Bem... Lembra o que dizia a lenda? Que o herdeiro de Slitherin seria meu inimigo? Então, mas o herdeiro vivo de Slitherin é Voldemort.

Alyne tremeu ao ouvir o nome do bruxo.

- Bem, é uma verdade difícil de aceitar, mas talvez seja ele mesmo que você tenha que matar. – ela cogitou.

Hermione calou-se.

Sabia que aquilo era impossível. Ou pelo menos parecia.

Alyne não sabia da profecia de Harry e como Hermione não se sentia no direito de contar, preferiu discutir o assunto consigo mesma.

- Ly, eu vou dar uma volta pra esfriar a cabeça, ok? Espero amanha poder estudar mais. – mentiu.

A amiga lhe lançou um sorriso e assentiu, fechando os olhos enquanto se deitava no sofá.



I tried to be perfect,

Eu tentei ser perfeita

it just wasn't worth it.

Isso simplesmente não valeu a pena.

Nothing could ever be so wrong.

Nada poderia ser tão errado

It's hard to believe me.

è difícil acreditar em mim

It never gets easy.

Nunca se torna fácil

I guess I knew that all along.

Eu acho que sempre soube disso



Hermione se levantou e saiu da sala para os jardins de Hogwarts. Era realmente uma facilidade andar pelo castelo assim. A sala imprecisa já havia se tornado uma espécie de atalho nos momentos em que ela se via atrasada.

Voldemort. Será que o bruxo teria que ser assassinado por ela? Isso não fazia o menor sentido, nesse ponto a lenda entrava em contradição a profecia de Harry.

Afinal, quem deveria matá-lo? Ela ou Harry?

Eram pensamentos que não havia como se solucionar, embora de certa forma, já estivessem solucionados.

Era fato que a profecia de Harry não poderia ser ignorada, mas certamente a lenda também não.

Hermione e Alyne haviam lido nos últimos dias relatos jornalísticos de três furacões no norte da Alemanha, fenômenos completamente sem explicações lógicas. Alem disso, o profeta diário anunciara também a formação de um enorme redemoinho no Mar Vermelho e um terremoto em uma região não muito longe de Hogwarts. Eram, segundo a opinião já formada de Hermione, conseqüências da lenda.

Na escola, por sorte talvez, as únicas mudanças haviam sido a chegada de dias extremamente chuvosos, mas coisas como raios e trovões ainda não haviam chegado.

De uma maneira ou de outra, tais fenômenos comprovavam que a lenda tinha igual importância a profecia. “Talvez”, pensou Hermione, “eu e Harry tenhamos que mata-lo juntos”.

Hermione, por sua vez, tinha tantas coisas na cabeça, que não conseguiu dar continuidade a esse pensamento.

Precisava, em primeiro lugar, achar a pessoa que havia armado aquela armadilha para ela, a pessoa que a havia feito ser acusada de compactuar com Voldemort.

Depois, ainda teria que pensar em como fazer a sonserina ganhar o jogo que seria no dia seguinte, logo pela manha.

E alem disso, tinha que ver se Malfoy tinha mais alguma informação útil a ela. As que o loiro dera há duas semanas apontavam diretamente para Cho Chang, mas Hermione não queria considerar a mesma culpada antes de ter certeza.

A morena disse ao retrato da mulher gorda a senha da grifinória e entrou na sala comunal.

Distraída, ele só foi sair daqueles pensamentos quando uma voz que não ouvia a tempos ecoou pelo lugar.

- O que isso fazia no seu malão?

Ela se virou e deu de cara com Harry. O moreno a olhava com ódio e tinha nas mãos um casaco branco e verde, o mesmo casado sonserino que Malfoy havia lhe emprestado.


If you'd believe it's in my soul,

Se você acreditasse que esta em minha alma

I'd say all the words that I know

Eu diria todas as palavras que eu sei.

just to see if it would show

Apenas para ver se isso mostraria

that I'm trying to let you know

Que eu estou tentando te deixar saber

that I'm better off on my own.

Que eu estou muito melhor sozinha.





N/A -> gente, o primeiro “song-cap” da fic, espero que tenham gostado ^^ e, se tudo sair nos conformes, viram outros...


N/A¹ -> já ta virando rotina pedir desculpas por atrasos de caps, mas eu andei escrevendo mais uma song fic de H² que pretendo postar em breve... Uma one-shot. E alem disso, estou começando mais uma fic de banda (se alguém gostar de Simple Plan e quiser ler minha fic já completa, PERDIDOS NA AUSTRÁLIA, me da um toque), então preciso dividir o tempo entre as duas.


N/A² -> Queria agradecer a todos pelos comentários e votos, e pedir, obviamente, que continuem comentando bastante e VOTANDO bastante tb, afinal, isso sempre dá bastante inspiração e vontade pra escrever o prox. Cap., entããão...


N/A³ -> Como sempre, obrigado a mais perfeita beta, nay, e tb devo agradecer ao SUM 41 , por essa musica COMPLETAMENTE PERFEITA , qm quiser ouvir, chamasse PIECES !

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