Um outro lado



– Bom, é claro que eu precisei insistir muito para que o Gringotes me cedesse tal informação, mas creio que depois de mostrar o documento que me torna seu tutor temporário no mundo mágico, após a fatalidade envolvendo seus pais, eles cederam - explicou, num tom calmo e despreocupado.

– Como assim “tutor temporário”? – perguntou Harry confuso.

– Depois da morte dos Granger, a tutela de Hermione, no mundo bruxo, ficou comigo, mas agora que tem seus 17 anos completos, poderá ser independente.

– Fico realmente muito grata por tudo professor, mas confesso que gostaria logo de esclarecer toda essa confusão.

– Terei prazer em clarear suas idéias – confirmou sorrindo.

– Pois então, o senhor sabe quem me deixou aquele cofre?

– Sim, a pessoa que deixou tudo aquilo para você chamava-se Gisele Dagwood Granger.

– Granger? – perguntou quase em um grito.

– Exatamente, inclusive creio eu que seja o mesmo Granger que a senhorita tem como sobrenome – esclareceu.

– Não pode, não tem como, eu conheço a minha árvore genealógica até mais ou menos meus tataravós e não tem ninguém com esse nome!– ela exclamou energética.

Harry podia ver claramente o quão desesperada a namorada parecia, ela simplesmente dava a impressão que não querer acreditar nas palavras de Dumbledore, e embora Harry estivesse quieto, estava intrigado.

O garoto, que até então apenas assistia, resolveu opinar, na tentativa de tranqüilizar a namorada o máximo possível.

- Talvez seja alguma prima distante ou coisa assim.

– Isso também é impossível – disse com a mesma expressão assustada – O meu avô que trouxe o sobrenome Granger era filho único e o meu pai também era, não tenho nenhum primo com esse sobrenome – ela não conseguiu evitar os olhos de marejarem, o que para Harry, indicava que ela estava novamente pensando nos pais – Aliás, que eu saiba, depois da morte dos meus pais, eu sou tudo o que restou da minha família.

Harry trocou um olhar discreto com Dumbledore, enquanto Hermione tentava não chorar, mas mesmo assim deixava algumas lágrimas rolarem pela face. O professor pareceu entender o olhar do moreno, tanto que se calou, enquanto via Harry abraçar a namorada e esperava a mesma acalmar-se, agora com a cabeça deitada no ombro do rapaz.

Mesmo depois de mais calma, Hermione preferiu não se separar de Harry e diante disso, Dumbledore retomou o assunto.

– Bem, é evidente que, prevendo essa reação às novidades, não trouxe apenas novas dúvidas para te confundir – disse o professor, calmo, no intuito de manter a tranqüilidade da garota.

Harry agradeceu mentalmente a Dumbledore por mantê-la calma, embora ao ouvir o que o professor dissera, a garota voltara a inquietar-se, deixando os olhos transparecerem sua expectativa de esclarecer tudo aquilo.

– O que o senhor quer dizer com isso? – perguntou confusa.

– Quero dizer que fui atrás do portador desse nome, bem como o achei e esclareci a questão do seu sobrenome – agora Hermione tinha mais uma de suas mudanças de humor repentinas, ficando novamente ansiosa.

Harry conseguia prever perfeitamente a angustia da namorada, sabia que ela era curiosa e que devia estar amaldiçoando Dumbledore por tal suspense, mas sabia também que isso era apenas mais uma das várias características intrigantes do diretor.

– E o que o senhor descobriu? – perguntou Harry, sentindo uma pontada de raiva no peito por toda aquela calma excessiva.

– Para o mundo bruxo, Gisele Dagwood Granger foi uma grande mestra de poções há cerca de 500 anos atrás... – explicou calmamente.

Hermione ouvia tudo muito calma ou talvez estivesse chocada demais para dizer alguma coisa e aquilo já estava deixando Harry frustrado, tanto que o garoto decidiu tentar dizer alguma coisa para talvez apressar Dumbledore.

– Então essa tal de Gisele Granger não tem nenhum tipo de parentesco com a Hermione, até porque, toda a família dela é trou... Digo, são todos não-bruxos – concluiu Harry.

O moreno realmente acreditava ter acertado, porém a feição do diretor não expressava exatamente isso.

– Antes de morrer Gisele deu a luz a uma criança, a qual se acreditava que ela mesma teria assassinado – contou Dumbledore, como se não tivesse ouvido a pergunta de Harry – Segunda os boatos, ela teria assassinado o próprio filho pelo fato da criança não ter herdado sua mágica. Na época, ela realmente mostrou um comportamento estranho diante da sociedade bruxa, fazendo assim todos a rotularem de louca.

Talvez Dumbledore fosse continuar, talvez quisesse novamente deixar ele e Hermione curiosos, mas não pôde saber exatamente, já que uma pausa em sua fala ocasionou a interrupção de Hermione.

– Mas, professor, onde é que eu e toda essa herança entramos nessa história maluca? – perguntou confusa.

– No dia em que o filho de Gisele foi encontrado vivendo entre as pessoas não-mágicas, trabalhando e já com mulher e filhos. Ele, segundo sua arvore genealógica completa, é o primogênito da família Granger no mundo não-mágico e o fim dela no mundo da magia.

– Então ela é algum tipo de parente super distante? – perguntou a garota, ansiosa, mas claramente mais feliz por estar começando a entender toda aquela confusa situação.

Harry, por sua vez, sabia que ainda assim, ela não podia deixar de estar atônita com todo aquele excesso de novas informações e que ainda relutava para aceitar a verdade de Dumbledore.

– Exato, por isso nunca constou nenhum vestígio de magia na sua família, mas parece que a Srta. conseguiu herdar, depois de muitos anos, a magia de Gisele.

– Mas professor, como ela sabia que só 500 anos depois dela, iria nascer alguém com magia na família? Como ela conseguiu até mesmo prever que eu seria essa pessoa e meu nome?

– Isso eu receio que seja uma pergunta ainda não respondida, mas saiba que apesar de difícil e misteriosa, a maneira como ela descobriu isso, não é impossível – disse com um tom misterioso na voz.

– Eu só me pergunto porque meus pais nunca me contaram essa história maluca – comentou tristemente.

– Pois não sabiam, já que nem mesmo o filho de Gisele sabia quem era a mãe ou sequer tinha conhecimento da existência da magia.

Para Hermione, isso soou meio estranho, o professor parecia ter sussurrado com a voz rouca, no entanto, sua boca não se moveu, o que a levou a sentir um desespero invadi-la novamente, ainda não havia se acostumado com aquela idéia. Uma onda de horror penetrou seu corpo, fazendo seu coração bater mais rápido e sua respiração ofegar.

– Professor, eu... Eu... – ela balbuciava desesperada.

– Você me legimentou – afirmou o velho – Eu, inclusive, gostaria de saber como fez isso.

Harry e Hermione trocaram um olhar, decidindo contar tudo a Dumbledore. A garota respirou fundo, preocupada, mas logo sentiu a mão do namorado pegar a sua, em um gesto carinhoso e encorajador.

– Eu também não sei professor – declarou num suspiro – Isso vem acontecendo desde ontem.

– Aconteceu na aula de Transfiguração e também na de Runas antigas – revelou Harry.

– Você não anda treinando legilimencia – concluiu Dumbledore.

– Não, professor, eu nem sei como aconteceu – disse Hermione, veemente.

– Srta. Granger, a senhorita sabe que a legilimencia é uma arte das trevas, não sabe? – perguntou Dumbledore, mantendo o tom calmo de costume, mas com severidade.

– Eu sei professor, mas sinceramente não sei como estou fazendo isso, aconteceu de uma maneira tão inusitada.

– Acredito na senhorita, mas saberia me dizer se tem alguma idéia de como isso vem acontecendo?

– Não... Bem, eu, o Harry e o Rony descobrimos algumas coisas ontem, mas não sei se elas são importantes.

– O que vocês descobriram? – perguntou ajeitando-se na cadeira para ouvir melhor.

– Bom, o senhor sabe que a Mione teve um sonho onde uma pessoa conjurava um feitiço estranho, não sabe? – indagou Harry.

O professor não disse nada, apenas assentiu lembrando-se de quando Hermione lhe contara aquela historia, a qual tinha lhe atribuído muita preocupação.

– Ontem nós achamos o significado das palavras Avernus Resurgo em um dicionário latino – explicou Harry.

– E o que exatamente significava? – perguntou interessado.

– É uma expressão que significa “ Ressurgir do Inferno “ – esclareceu Hermione.

– Entendo, vocês sabem de mais alguma coisa sobre o assunto? – perguntou Dumbledore.

– Não professor, mas pretendemos pesquisar – disse Harry.

– Ótimo, mas não o farão.
Tanto Harry quanto Hermione se impressionaram com o tom severo e mandão, particularmente raro em Dumbledore.

– Mas professor...

– Srta. Granger, por favor, peço que não se preocupe com isso, apenas aproveite os estudos e o namoro – disse assumindo novamente o tom calmo, porem carinhoso.

Nem Harry nem Hermione conseguiram evitar corar diante do comentário do diretor, mas mantiveram a expressão confusa em relação ao seu comentário.

– Por que não quer que nós procuremos saber mais sobre isso? – perguntou Harry.

– Pois eu pretendo fazê-lo, logo, digo a vocês para aproveitarem o tempo juntos e se preocuparem com outros problemas – disse calmo.

– Ok – assentiu Harry, Hermione ainda mantinha o olhar confuso sobre o professor, que agora encarava seriamente os pergaminhos em cima da sua escrivaninha.

– Podemos ir então? – perguntou Harry, segurando a mão de Hermione.

– Podem – permitiu, sem olhá-los – E lembrem-se de se divertirem, esse tipo de coisa é algo que preferimos evitar aqui em Hogwarts, mas levando-se em consideração os seus cinco últimos anos aqui, merecem um desconto.

Os dois jovens novamente coraram, dessa vez já saindo da sala do diretor.




– Isso é bizarro – exclamavam Rony e Gina impressionados.

Ainda naquela noite, Harry e Hermione haviam encontrado Rony e Gina na sala comunal e Hermione, sem fazer questão de contar a historia, repetiu a biografia quase completa de Gisele Dagwood Granger aos dois irmãos, que ficaram pasmos com tal revelação.

– É realmente uma historia muito estranha, mas eu não acredito que Dumbledore estivesse mentindo, até porque, isso explicaria a minha magia, ainda que seja estranho ninguém ter herdado essa mágica durante 500 anos – dizia Hermione com dificuldade em tirar alguma conclusão sensata sobre tudo aquilo.

– Isso faz de você uma mestiça ao invés de uma nascida trouxa, não é? – perguntou Rony ainda parecendo atordoado com toda aquela historia.

– Esta certo Rony, mas isso não faz diferença a essa altura do campeonato – disse Harry após um longo suspiro, sentando-se ao lado de Hermione.

– Mas é claro que faz! O Malfoy não pode mais chamá-la de “sangue ruim”

– Como o Harry disse, isso não fará nenhuma diferença proeminente, até porque, o que o Malfoy fala ou deixa de falar de mim pouco me importa – retrucou Hermione, claramente irritada e confusa – Inclusive não quero que nem ele, nem ninguém saiba dessa historia, prefiro manter tudo como está.

– Sabe, acho que vocês têm razão, por mais que seja uma grande descoberta sobre suas origens, não muda nada – comentou Gina pensativa.

– Pois é, isso tudo é relevante agora e se vocês querem saber, eu estou cansada de discutir esse assunto, acho que vou subir e clarear as idéias – disse a morena recolhendo seus livros com dificuldade.

– Eu te ajudo – prontificou-se Harry, ajudando Hermione com os livros.

– Obrigado – agradeceu antes de se despedir de Rony e Gina com um aceno e depois subir com Harry até o quarto.


– Eu não me lembro de seu quarto ser tão grande na última vez que estive aqui – comentou Harry espantado, observando o lugar que parecia consideravelmente maior e mais mobiliado.

– Da última vez que você esteve aqui estava muito distraído com outras coisas – disse divertida, colocando os livros em cima de uma pequena escrivaninha.

– Bem... Fazer o que se eu prefiro ficar aos amassos com a monitora-chefe a ficar reparando no seu quarto? – indagou no mesmo tom da namorada – Mas eu acho que realmente está diferente.

– É, eu fiz algumas mudanças, sabe, alguns feitiços decorativos, outros de proteção e por aí vai – confessou, enquanto Harry se aproximava e a abraçava pela cintura, depositando beijinhos calorosos com carinho em seus lábios.

– Você é genial – disse entre beijos, sentindo as mãos de Hermione afagarem seus cabelos.

– É isso que o senhor Potter realmente queria com aquela cena de “ bom moço ” lá embaixo?

– Bem... Sabe, agora que você tem um quarto só pra você precisamos usar e abusar dessa privacidade – disse maroto.

Ela riu sem reservas diante daquele comentário.

– Sabia que só você consegue me fazer rir depois de uma notícia dessa? – perguntou, enquanto Harry beijava seu pescoço.

– Não, assim como até agora eu me pergunto como você conseguiu me deixar louco por você e me fazer dependente da sua presença – respondeu galante.

– Se você é tão dependente, porque não fica quieto e me beija?

Harry sorriu sentindo-se capaz de explodir em felicidade, isso era algo que não sentia desde o retorno de Voldemort, mas que Hermione conseguia trazer a tona de uma maneira incrivelmente rápida.

Sem mais pestanejos, o garoto a beijou com fervor, colocando naquele gesto o infinito sentimento que nutria por ela.


– Está pronto Rony? – perguntou Harry sentado em sua cama a espera do amigo.

– Calma, foi você quem acordou cedo, não eu.

– Não sei o porquê dessa frescura, você não foi dormir tarde ontem – dizia o moreno, irritado.

– E eu não sei como você pode afirmar isso, já que eu nem te vi chegar ontem à noite, o que você ficou fazendo até tarde? – perguntou tentando, com dificuldade, calçar o tênis já pequeno para seu pé.

– Estava com a Hermione.

– Você passou a noite com ela?

Rony, que agora finalmente conseguira colocar o tênis, encarava Harry com um olhar curioso.

– A noite inteira não, parte dela, até que... Rony, porque você está me olhando com essa cara – indagou ainda mais irritado.

– Você e ela, bem... Ah! Você sabe...

– Não, não sei, não sou bom em Adivinhação.

– Vocês já... Er, “ chegaram às vias de fato ”?

– Mas é claro que não, bem... Ainda não – ponderou.

– Como assim “ ainda não ”? – perguntou desconfiado, recolhendo o material e seguindo o moreno para fora o dormitório masculino.

– Bem, é que... Você sabe...

– Não, não sei, também não sou bom em adivinhação.

– Dá pra me deixar terminar?

– Ta, ta, fala logo.

– Sabe, eu ainda pretendo chegar lá, mas só quando ela também se sentir pronta pra isso – explicou.

– Ótimo para você, só que é melhor nós corrermos para não ter que passar o primeiro tempo de DCAT ouvindo sermão da sua namorada – disse antes de iniciar uma corrida contra Harry até a aula da Profª. Sulliver.

– Sr. Potter, Sr. Weasley, os senhores estão cinco minutos atrasados – disse a Profª Sulliver, ao ver os dois garotos adentrarem a sala, apressados.

– Desculpe professora – disseram os dois entrando e sentando-se ao lado de Hermione.

– Bom, continuando... – ela pegou um extenso pergaminho e voltou a lê-lo - ... O evento acontecerá no salão principal, no final de abril, os alunos deverão estar formalmente trajados e a participação não será obrigatória, mas permitida somente para alunos do terceiro ano em diante.

– Do que ela esta falando? – perguntou Harry, em um murmúrio, a Hermione.

– Do Baile de Outono – respondeu desinteressada – teremos um outro baile em abril.

– Pra que outro baile? – perguntou Rony, enquanto abria seu livro na mesma página onde o de Hermione estava aberto – Eu acho que o último já foi ruim o bastante.

– Mas dessa vez é diferente – respondeu a morena em um cochicho – Eles devem estar fazendo isso para desviar a atenção dos alunos e dos pais de Voldemort.

– E porque Dumbledore faria isso? – indagou Harry, descrente.

– Talvez o problema não esteja em Dumbledore, veja bem, fiquei sabendo que daqui a algumas semanas irão apresentar um novo ministro da magia, eu acho que se levássemos em consideração a influência que o ministério tem sobre Hogwarts, ainda que seja sobre chantagens, talvez eles queiram evitar que os pais tirem seus filhos da escola, onde acreditam ser mais seguro, e nada melhor que um grande baile para fazer isso!

– Você não acha que Hogwarts seja segura o suficiente para proteger todos os alunos? – perguntou Harry, espantado.

– Sinceramente não sei, depois do que vi lá no esconderijo de Voldemort acredito que Hogwarts possa não ser capaz de agüentar um ataque em massa - declarou chateada – os comensais estão incrivelmente fortes, assim como o próprio Voldemort!

– A coisa está desse...

– Sr. Potter, por favor, preste atenção na aula! – chamou Profª. Sulliver.

Harry voltou à atenção ao assunto que a professora ensinava, mas quase não conseguia ouvir o que a mesma dizia, já que as palavras da namorada ainda pulsavam em sua cabeça, ecoando altas pela sua mente.

A aula se passou relativamente rápida, o estudo de feitiços e encantamentos não-verbais foi encerrado com exímio desempenho de todos os alunos, que na mesma aula passaram a ver a abrangência das maneiras de se usar Magia Antiga, feitiços antigos, os quais, segundo a professora, eram mais difíceis e poderosos, e que os bruxos perderam a capacidade de conjurar com o tempo.

O assunto porém, por ser totalmente teórico, acabou desviando a atenção dos alunos, inclusive Hermione, que dava sempre as respostas corretas, mas parecia desinteressada, como se já soubesse de tudo aquilo. A matéria por sua vez mostrou-se incrivelmente difícil, de maneira que, interessados ou não, todos acabaram por prestar atenção na aula e tomar nota do que era dito.

Ao fim da aula os três se dirigiam ao salão principal, quando foram abordados por uma Cho completamente fora de si. Logo atrás dela vinham uma multidão de alunos assustados, entre eles Luna, que correu mais rápido até Hermione.

– Saiam os três daqui, ela ta pirada e não vai fazer coisa boa – disse Luna veemente, enquanto ofegava cansada da corrida.

– Até parece – disse Hermione nervosa – Desde quando nós temos que andar só onde a dondoca não esta, ela que vá despejar essa TPM dela nas amiginhas.

– Acredite, vocês não vão querer ver ela estressa, a Alyne foi tentar acabar com essa graça dela e acabou estuporada na enfermaria.

– E a Cho não...

– Granger – gritou a chinesa – Afaste-se do Harry agora.

– Estressada ou não a Cho não deveria brincar com a Mione – comentou Rony, prevendo confusão – Pessoa mais estressada que ela ainda está para nascer!

– Escuta aqui Cho, eu não quero olhar pra sua cara no momento, então me faça o favor de cair fora – disse Hermione, num tom frio e irritado.

– Você não tem que querer! – a chinesa pegou a varinha rapidamente a apontou para a morena.

Todos que observavam a confusão de trás de Hermione recuaram, mas ela mesma não se moveu, apenas ficou olhando para Cho com desprezo.

– O que vai fazer? Me estuporar? – disse em tom de deboche.

– Hermione, eu... – Harry tentava apaziguar a situação.

– Harry, se ela tem a cabeça no lugar ela não vai tentar isso – disse com um tom sinistro na voz.

– Estupefaça – gritou Cho.

Imediatamente, de sua varinha, faíscas vermelhas saíram e atingiram Hermione em cheio e arremessando-a metros atrás.

Todos olhavam a cena em choque.

Harry já ia correr em direção à namorada, quando esta começou a se levantar, com um aspecto diferente.

Os olhos da garota, agora, estavam dotados de um misterioso brilho vermelho, um vermelho cintilante e vivo, no rosto Hermione carregava um sorriso cheio de maldade e malícia, enquanto se levantava calmamente sem deslocar o olhar de Cho.

– Muito bom, mas agora é a minha vez – disse a morena.

Em um movimento incrivelmente veloz, Hermione pegou a própria varinha e lançou um feitiço estuporante contra Cho, que desviou.

– O que acha de um duelo? – Hermione sugeriu.

– Perfeito – Cho consentiu.

As duas começaram um duelo, com rápidas trocas de feitiços, esbanjando luzes cintilantes pelo largo corredor. Um dos feitiços de Hermione finalmente acertara Cho, causando-lhe um corte na perna.

– Esta se achando a poderosa, né? – perguntou a chinesa.

– Não estou me achando nada, estou sendo! – Hermione replicou, com firmeza e determinação na voz.

– Estão vamos ver se você consegue ser com isso... Expelliarmus.

Todos fecharam os olhos, prevendo que o ataque terminaria com perfeição, mas em uma manobra precisa, Hermione curvou o corpo, jogando a cabeça para trás, dobrando-se de maneira que ninguém ali considerava possível.

O feitiço passou logo acima da barriga da garota, que rapidamente voltou à posição normal e correu em direção a Cho.

A oriental tentou mais uma serie de feitiços, mas Hermione conseguir desviar de todos e chegar perto o suficiente para saltar alto e mergulhar ao chão, apoiando o corpo de ponta cabeça com as mãos e em seguida impulsionando-as para que girasse em uma estrelinha e ficasse frente a frente com Cho.

Por uma pequena fração de segundos as duas se encararam. De perto, Cho tinha os olhos arregalados e uma expressão atormentada, como se não estivesse em sã consciência, mas Hermione tinha um aspecto tranqüilo e um olhar aéreo, parecendo longe dali, apesar de lutar com apuro e esforço.

– Expelliarmus – gritaram as duas.

Seus gritos de dor explodiram de suas gargantas enquanto seus corpos e varinhas eram arremessados para diferentes direções.

Cho caiu não muito distante da própria varinha e desprezando o cansaço, rastejou-se até a mesma e a pegou.

Hermione se levantou e tentou fazer o mesmo, mas sua varinha encontrava-se na mão da oriental. Como aquilo aconteceu ninguém sabia dizer. Cho duelava com esforço, mas não conseguia chegar ao nível de Hermione, que fazia movimentos tão rápidos e precisos que os alunos ao redor não conseguiam acompanhar o duelo.

– Agora prometa que não chegara mais perto do Harry – Cho pediu, quase que numa súplica.

– Entenda uma coisa, você o jogou fora quando ele te queria, agora que eu o conquistei ele é meu e meu! – disse friamente.

– SUA VAGABUNDA – gritou Cho, as lágrimas.

A chinesa estava, sem dúvidas, fora de si. Ela que sempre tinha uma imagem inocente agora estava com um ar de desespero, parecendo da loucura, estar às margens.

– CALA BOCA, CALA A SUA MALDITA BOCA – retrucou Hermione, apontando o dedo em sinal de aviso.

Um vento revoltoso entrou por todos os cantos, espalhando pergaminhos e bagunçando os cabelos das duas.

A rajada de vento voltou-se contra Cho e como se uma onda de energia invisível explodisse no corpo de Hermione, direto em direção à chinesa, algo ricocheteou contra a mesma e a arremessou longe.

– Mas o que está acontecendo aqui? – interrompeu McGonagall, abrindo passagem entre os alunos, acompanhada da Profª. Sulliver.

– A Cho Chang veio arranjar briga com a Hermione Granger e conseguiu – declarou uma menina da lufa-lufa.

A professora espantou-se ao ver o estado de Cho, assim como a tranqüilidade de Hermione.

– Srta. Granger, a senhorita por acaso enlouqueceu? – perguntou Minerva – Saiba que isso me força a dar-lhe uma detenção e suspende-la temporariamente do cargo de Monitora-chefe.

– Professora, foi a Cho quem provou a Mione – defendeu Luna.

– As duas serão devidamente castigadas – a diretora grifinória voltou-se para Hermione – Eu nunca esperei este tipo de comportamento da sua parte.

– Foi ela que me provocou, você acha que eu aceitaria desaforo? – Hermione respondeu dando os ombros.

– Minerva, acho que posso me encarregar de dar a devida punição a Srta. Granger, enquanto isso poderia cuidar de Srta. Chang – prontificou-se Alison.

– Ótimo, faça isso.

A mulher sorriu e foi até Hermione, enquanto McGonagall levava Cho para a ala hospitalar e dispersava a multidão de alunos.

– Tenho certeza que ao final do dia terá prazer em passar pela minha sala.

– Prazer eu não terei, mas se quiser eu vou – disse a morena.

A mulher apenas abriu um sorriso indecifrável, talvez de compreensão ou talvez, até mesmo de satisfação.

– Então vá, estou curiosa para ouvir sua explicação.
Com essas últimas palavras, a professora deixou o lugar.

– Eu não sei se te dou os parabéns ou se peço piedade – comentou Rony, já sozinho com Harry e Hermione.

– Porque você fez aquilo? – perguntou Harry indignado.

– Porque ela só falta matar um, no caso eu, por você.

– Sabe Harry, ela tem razão – concordou Rony.

– Er... Está bem, vamos pro salão comunal pra você se trocar, não pode ir para aula com essas roupas rasgadas.

– Não vamos perder o nosso almoço com isso.

A morena pegou a varinha e apontou para o próprio corpo. Com um leve balanço suas roupas transfiguraram-se no próprio corpo.

A saia do que antes fora o uniforme de Hogwarts havia desaparecido, dando lugar a uma calça de couro negra, justa como uma segunda pele, ela refletia a luz lânguida que penetrava pelo extenso corredor, o salto extremamente fino das botas parecia não incomodar enquanto Hermione dava uma pequena volta em torno de si mesma, conferindo a transfiguração, correu os dedos pela blusa reta e sem mangas que usava, o tecido, cor de chumbo era cortado de alto a baixo por um grosso zíper preto, que fechava da gola alta até a base da peça, a jovem sorriu enquanto displicentemente abria o fecho, parando no limite entre a provocação e a vulgaridade, um pedaço da renda negra de sua peça intima ameaçava aparecer, mas em um lapso de lucidez desaparecia comportadamente.

Sobre o braço direito estava uma manga de tecido acetinado negro, que cobria a extensão de pouco a baixo de seu ombro ao pulso, escondendo assim sua recém adquirida tatuagem, no braço esquerdo, porém repousava somente um bracelete, uma peça de Prata trabalhada detalhadamente, no centro uma ônix de tamanho mediano brilhava misteriosamente, o negro da noite misturado com a luz suave e turva.

Hermione sorriu satisfeita, seus lábios brilhavam ligeiramente avermelhados, uma fina linha negra contornava os olhos castanhos, passou a mão nos cabelos jogando a franja comprida de lado, cobrindo ligeiramente um dos olhos, provocativa, cativante, maravilhosa.

Sob os olhares assustados e impressionados de Harry e Rony, a morena foi até o namorado, envolvendo seu pescoço e o beijando maliciosamente.

- Vamos! – disse pegando a mão de Harry.

Junto ao moreno, ela desfilou de maneira sensual e provocante, atraído olhares, até o salão principal.







N/A¹ -> Brigadaum Nay, por betar e pra Sally pelo figurino... Vocês são as melhoreees. ^^


N/A² -> Gente, obrigado a todos que comentaram... ESPERO NOVAMENTE MAIS COMENTÁRIO SEUS AQUI.

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