Suspeitas e Provocações



Quando as coisas finalmente voltaram aos eixos, o tempo parecia ter decidido passar voando, antes que notassem estavam começando mais um dia. Dia, que Harry sabia, seria especial, era 19 de setembro, a data do aniversário de Hermione.

Ele, Gina, Rony, Luna e Alyne haviam planejado uma grande festa surpresa para a garota, com a autorização de Dumbledore. Ela, como sempre, ocupava-se estudando, pesquisando e terminando as lições, tanto que não notou que os amigos tinham adiantado todas as tarefas e volta e meia, desapareciam de vista, todos de uma vez só.

Harry, Gina e Rony justificavam isso com os treinos de quadribol, assim como Alyne, que conseguira a vaga de artilheira no time da corvinal (a garota era realmente muito boa), dizendo ser a chance perfeita para se vingar de Cho, caso ela a irritasse, já que a oriental era a capitã. Luna, por sua vez, não dava desculpas boas, mas a morena não chegou nem a desconfiar dela, já que a amiga nunca disse coisas muito normais .

Por outro lado, nem todas as vezes isso era mentira. Harry, como capitão, já havia feito os testes para novos jogadores, o time tinha, além de Rony como goleiro, Harry como apanhador e Gina como artilheira, as gêmeas Hardwick, do quarto ano (Kelly e Julie), como batedoras, Lauden Bovien, do sétimo ano, como artilheiro e Ryan Colás do terceiro ano, também como artilheiro.

Muitas da vezes os três faltavam à essas “reuniões”, ficando somente Luna e Alyne para organizar as coisas, outras vezes, Alyne não aparecia, também por causa dos treinos do time da Corvinal.

O sol já se punha, dando fim à tarde daquele dia, eles estavam na sala precisa, terminando de planejar tudo e recebendo os convidados, exceto Harry, que ficara com a missão de distraí-la na sala comunal até a hora da festa.

– Harry, você esta me atrapalhando! – protestou a garota, sentada no sofá do salão comunal, com um livro aberto nas mãos – Assim eu não consigo ler.

– Você já leu bastante – disse com pouco caso, dando mais alguns beijinhos no pescoço da namorada, enquanto a abraçava por trás.

– Sabe – disse irritada, fechando o livro e deixando-o em cima da mesa, antes de se virar para o garoto – Eu estava tentando pesquisar sobre essa marca, coisa que o senhor sugeriu Sr. Potter.

– Acha que vai achar isso em um livro de Runas Antigas? – debochou.

– Já achei muitos outros parecidos – ele lhe lançou um olhar descrente – Sério, já achei a circunferência de cima, mas sem a debaixo, e também a debaixo, com o risco igualzinho, mas sem a de cima.

– Ta, mas depois você continua isso – disse abraçando-a novamente e roubando um beijo, antes que ela justificasse.

A garota cedeu no primeiro momento, mas logo o empurrou.

– Me dê um bom motivo para ficar aos amassos com você, lembrando que sou monitora chefe e tenho que dar exemplo, ao invés de pesquisar e tirar logo essa dúvida.

– Primeiro, porque já esta nisso a dias e não achou nada – ela apenas levantou as sobrancelhas – Segundo, porque hoje é dia do seu aniversário, não devia desperdiçá-lo estudando.

Ela ficou encarando-o surpresa, como se tivesse visto um fantasma. Harry sabia que ela não lembrara do próprio aniversário e não estranhou, dedicada àquela pesquisa como ela estava, dificilmente teria se lembrado.

– 17 anos – comentou sorrindo – Você é a primeira a atingir a maioridade.

Ela apenas murmurou alguma coisa, consentindo.

– Parabéns! – disse, antes de beijá-la demoradamente.

Ao terminar o beijo, Harry se levantou e foi em direção ao dormitório masculino. Hermione o viu desaparecer no topo da escada, ainda atônita, mas logo o moreno estava de volta, agora com uma pequena caixinha vermelha de veludo.

Ele parou logo a frente da namorada e, depois de observá-la por algum tempo, sentou-se ao seu lado, abrindo suas mãos e depositando a pequena caixinha entre elas.

– O que é? – a morena perguntou.

– Abra – disse sorrindo.

Lentamente, a garota abriu a caixinha, revelando duas correntinha douradas no seu interior, cada uma com um pequeno pingente de cristal, que reluzia forte à luz do sol.

Ela retirou, com muito cuidado, as duas correntinhas.

– O que é? – perguntou, maravilhada.

– Aparentemente um colar comum, mas o cristal muda de cor quanto estamos muito longe um do outro e ainda mostra onde a pessoa amada está – disse sem tirar seus olhos verdes dos castanhos da namorada – Assim eu nunca vou te perder de vista de novo.

Harry pegou uma das correntinhas de sua mão, contornou o sofá e, depois de afastar os cabelos dela, colocou-o no pescoço da morena.

A namorada lhe lançou um olhar marejado, enquanto abria um sorriso e colocava a outra correntinha no pescoço do namorado.

– Obrigada – agradece, depois o beijando intensamente.

Os dois ficaram ali por algum tempo, novamente experimentando aquele misto de sensações maravilhosas que sentiam sempre que estavam juntos.

– Vamos! – disse Harry, enérgico, depois de consultar o relógio varias vezes.

– Aonde? – perguntou, achando graça da euforia do namorado.

– Você vai ver – disse sorrindo, puxando-a para fora da sala comunal.

Sob vários protestos de Hermione, o garoto a puxou pelos corredores do castelo até o sétimo andar.

– Harry, o que você... – a morena não conseguiu terminar o que ia dizer.

Agora, estava paralisada em frente à porta aberta da sala precisa. Ela via uma sala toda enfeitada, cheia de luzes coloridas, visgos, entre várias outras coisas. Uma decoração linda!

Ali havia todos os membros da AD, mais Luna e Alyne, comendo, bebendo e conversando alegremente, mas ao ver Hermione parada à porta, todos pararam o que estavam fazendo e foram dar os parabéns, alguns entregar presentes também, logo, uma fila estava formada e, ainda em choque, a morena cumprimentava as pessoas e recebia os presentes.

Harry apenas sorria diante do espanto da namorada, ele pegava os presente e deixava em uma grande caixa especialmente preparada para esta finalidade, guardá-los.

– Amiga! – gritou Gina, correndo em sua direção – Parabéns.

A morena aceitou o abraço da amiga e jogou o embrulho que a ruiva lhe dera junto com os outros, na caixa.

– O que é isso? – perguntou, sorrindo abertamente.

Ela, no fundo, já sabia para quem era aquela festa, mas ouvir alguém lhe dizer isso seria muito melhor do que deduzir.

– Sua festa de aniversário – disse Rony, vindo de trás da irmã – Parabéns.

– Obrigada – disse feliz, abraçando o amigo.

– A Gina já te deu o presente, né? – a morena confirmou – A mamãe que fez, é um suéter, mas o seu ficou mais bonito que os que ela faz pra mim e pro Harry – disse, trocando um olhar divertido com o amigo.

– Mi – gritou Alyne, de maneira escandalosa, pulando para um abraço – Parabéns!

A menina também lhe entregou um pacote grande, que Hermione logo colocou na caixa.

– Parabéns Hermione – disse Luna, abraçando-a e mostrando um pequeno embrulho, mas ao invéz de entregar á morena, a garota depositou-o direto na caixa de presentes – Lhe desejo muitas felicidades, muitas confusões, mas poucas tragédias.

Os que estavam ao redor estranharam o comentário dela, mas logo voltaram a seus postos, aproveitando a festa.

– Harry, como? Por quê? Quando? – ela tentava perguntar alguma coisa, mas estava rindo de si mesma, não conseguia formular nenhuma frase.

– Como, enquanto você estudava que nem uma louca, por que, porque somos seus amigos e essa data é importante, quando, desde quando nós te achamos – esclareceu.

– Vocês são perfeitos – disse, pulando no pescoço do namorado e dando-lhe um beijo de tirar o fôlego.

O beijo foi bem intenso e chamou a atenção de algumas pessoas que estavam por ali.

Uma música alta e bem dançante começou a tocar, rapidamente a pista de dança se encheu de gente.

– Vamos dançar! – disse enérgica, quando as luzes se apagaram e apenas algumas luzes coloridas começaram a enfeitar o local.

– Isso não foi uma pergunta – observou Harry, não gostando muito da idéia.

– Não – respondeu pegando a mão do namorado e puxando-o para o centro da pista – foi uma afirmação.

Antes que vissem, eles estavam dançando. Hermione dançava num ritmo perfeito, de acordo com a música, já Harry, fazia alguns movimentos desajeitados, tentando acompanhá-la.

A festa correu muito bem, todos pareciam estar se divertindo bastante. A música ainda tocava alta e a pista ainda estava cheia.

O som agitado que contagiava o local agora era substituído por uma música lenta.

A morena pousou as mãos no ombro do namorado, enquanto o mesmo a abraçava pela cintura. Eles começaram a dançar no ritmo da música e dessa vez Harry não deu vexame, eles dançavam calmamente, com movimentos exatos e brilhantes. Todos que antes dançavam, agora observavam os dois dançando, e cedia-lhes espaço na pista.

Harry e Hermione não desperdiçaram um momento sequer, dançaram todas as músicas lentas, até que as agitadas mostraram agradar mais e voltaram a ecoar pela sala.

– Vamos pegar uma bebida – a morena gritou para o namorado, tentando competir com o som alto.

O garoto apenas consentiu, saindo, com dificuldade, da pista de dança, que voltara a lotar.

Eles foram até a mesa e pegaram alguma coisa para comer e uma cerveja amanteigada. De repente, a garota começou a rir abertamente.

– O que foi? – perguntou Harry, surpreso.

– Aquele não é o Rony? – perguntou, apontando para um ruivo que se encontrava aos amassos com alguma menina debaixo de um dos vários visgos que tinham na sala. Ela e Harry já haviam entrado pelo menos umas cinco vezes debaixo dos visgos, mas apenas aproveitavam.

– Sim, e daí? – perguntou confuso. Harry já se sentia meio zonzo, tinha bebido bastante, aproveitando que Hermione não estava o controlando.

– Aquela é a Luna – disse rindo mais ainda, Harry, no entanto, nem havia ligado, queria mais era voltar com a namorada para a pista.

– Deixa ele, vamos dançar – disse com pouco caso.

– Nós pegamos comida Harry, vamos sentar em alguma mesa pra comer, depois voltamos a dançar – sugeriu Hermione, que ainda não tinha perdido a razão pela bebida.

O moreno concordou e saiu com namorada em busca de uma mesa, o que não demorou muito, logo acharam uma vazia, em um canto bem escondido.

Eles sentaram e começaram a jantar. Aquela parada parecia ter trago um pouco da razão de Harry de volta, ele já não se sentia mais zonzo, mas ainda queria muito dançar, coisa que só faria sob efeito de muita cerveja amanteigada.

– Harry, aquela é a Alyne? – perguntou apontando para uma garota, sentada na mesa ao lado, com um rapaz loiro e alto.

– É... E aquele com ela é o Lauden – disse, olhando o casal quase se engolir em mais um beijo.

– Eles estão namorando?

– Sei lá – disse o garoto, voltando a comer.

A morena vez o mesmo. Durante muito tempo eles ficaram ali, comendo, bebendo e namorando, enquanto a festa corria. Estava tudo muito animado, várias pessoas já estavam bêbadas, algumas delas já indo embora por isso, outras sendo levadas.

Harry e Hermione não demoraram a voltar à pista, agora dançavam colados um no outro, de maneira provocante, sob uma música bem agitada. Ambos atraiam olhares das pessoas ao redor, o moreno, em um gesto possessivo, já enlaçara a namorada pela cintura ao ver os olhares que a ala masculina da festa dirigia a ela.

Hermione sabia que ele também estava sendo observado pelas garotas da festa, mas a morena apenas lançava olhares fuzilantes e logo, todas desviavam o olhar do rapaz.

Eles eram o destaque da pista de dança, a garota parecia ter soltado um lado dela desconhecido, um lado mais descontraído e sensual. Esse lado atraiu os olhares famintos de todos os garotos da festa, todos a observavam dançar aquela música de maneira provocante com Harry, que ainda se mantinha colado na namorada, corroendo-se de ciúmes.

Os dois ainda dançavam quando o ultimo convidado foi embora. A sala antes toda arrumada, agora estava toda bagunçada, aprecia ter sido vitima de um furacão.

– Harry, acho melhor a gente ir – sugeriu a morena, sentando-se cansada.

– Bem, vamos, não tem mais ninguém aqui mesmo – disse olhando ao redor – apesar de que, a gente podia aproveitar isso.

– Não senhor – disse vendo o sorriso maroto no rosto do rapaz – Você esta bêbado, vai direto pra cama.

– Você não tira uma folga nem no dia do seu aniversário?

– Eu deixei você beber a festa inteira e não controlei nem você nem o Rony, que inclusive sumiu assim como a Luna, só que agora a festa já acabou, eu to me sentindo dopada e quero cair na cama – justificou, puxando-o para fora do lugar – Até porque, já passa da meia noite, então não é mais o meu aniversário.

Sob os protestos de Harry, os dois rumaram à sala comunal.

– Não deviam estar andando por aqui, há essa hora – abordou-os uma voz, vinda do corredor escuro à frente.

Hermione estendeu a varinha, apontando-a para o lugar de onde vinha a voz.

– Lumus! – sussurrou, vendo o semblante de quem falara ser iluminado pela luz de sua varinha – Malfoy? O que faz aqui?

– A questão é o que vocês fazem aqui – disse malicioso.

– Nada do que esta pensando – disse Harry, furioso.

– Sei... E ai Potter? Dando uns pegas na Granger? Olha, se eu fosse você, procurava coisa melhor – disso rindo – Uma sangue-ruim? Que má escolha!

Harry desvencilhou-se dos braços de Hermione e partiu para cima de Malfoy, mas devido a embriagues, Malfoy facilmente esquivou-se e devolveu um soco na cara do moreno, derrubando-o.

– Harry – disse a morena, ela fez menção de correr até o namorado, mas o loiro á sua frente pegou seu braço com força.

– Já vai? Ainda é tão cedo, poderíamos nos divertir um pouco – disse com ironia e malícia na voz.

– Escuta aqui... – Hermione disse, soltando-se e pegando o braço do garoto, que soltou uma exclamação – O que tem no braço?

– Nada, dá pra me soltar? – pediu seco, com uma expressão de dor no rosto.

Ela apenas soltou e voltou-se para Harry, que ainda estava no chão, com a boca cortada. Ela o ajudou a se levantar e quando deu por si, Malfoy havia sumido.

– Vamos Harry – disse passando o braço do namorado pelos seus ombros.

Os dois chegaram à sala comunal e, rapidamente, Hermione tratou do corte que o soco de Malfoy provocara na boca de Harry.

– Ta melhor? – perguntou, molhando mais uma vez o algodão em um líquido laranja-avermelhado e passando sobre o machucado.

– Isso arde – comentou, segurando a cabeça latejante com as mãos – Mas ainda não dói mais que a cabeça.

– Sabia que não devia ter deixado você beber tanto – lamentou-se a garota, terminando o curativo na boca inchada do garoto.

Ele apenas sorriu, sabia como ela se preocupava com ele e adorava isso, sentia-se orgulhoso por saber que era tão importante pra ela.

Ele se inclinou e a beijou. Um beijo simples, calmo, mas com carinho, demonstrando o que sentia por ela.

– Sabe – disse depois de e afastar dela – Quando eu te beijo não dói.

Ela olhou o machucado na boca dele, ainda estava feio, muito inchado e vermelho, mas aquela poção iria curá-lo rapidamente.

– Que bom – respondeu sorrindo e dando um beijinho carinhoso nele – Mas agora temos que dormir.

Harry suspirou cansado e levantou-se.

– Boa noite – disse antes de beijá-la e sair cambaleando em direção ao dormitório masculino.

– Ai – suspirou ao vê-lo sumir no topo da escada – Garotos!

Ela também subiu ao novo quarto e logo que se deitou, não demorou a pegar no sono e adormecer cansada, pensando sobre o encontro que tivera a pouco com Malfoy.




No domingo Hogwarts amanheceu tranqüila. Os que haviam ido à festa de Hermione encontravam-se em seus devidos dormitório, dormindo acabados, enquanto o resto do castelo havia decidido aproveitar o dia nos campos do lugar.

Harry acordara quase à uma hora da tarde, sentindo a cabeça latejar forte. “Uma ressaca” , concluiu o garoto, sentado diante da janela da sala comunal, observando todos lá fora se divertirem. O moreno tinha fortes memórias sobre a noite anterior, sentiu o sangue ferver só de pensar na maneira que havia dançado com a namorada.

Ele esperava que Hermione fosse descer, mas esperou cerca de meia hora e, considerando a possibilidade dela ter acordado antes, desceu ao salão principal na esperança de encontrá-la.

Não se enganou, a namorada estava sentada na mesa da Grifinória, aparentemente compenetrada no que lia.

– O que esta lendo de tão interessante? – perguntou sentando-se ao lado dela.

– Mais ataques – disse desanimada, deixando a mais recente edição do profeta diário de lado.

– O que foi dessa vez?

– Ah – suspirou, desanimada – Nada de muito diferente dos últimos acontecimentos desde a luta no ministério. Dois seqüestros e um assassinato suspeito.

– Olha, eu não lembro de tudo que aconteceu ontem, então... Como eu ganhei esse corte na boca? – perguntou apontando para o machucado, já cicatrizado.

– Brigando com o Malfoy – disse lembrando da noite anterior.

– Nós o encontramos? – perguntou surpreso, lembrava muito bem de ter dançado com a namorada e dos olhares que ela atraira, mas por mais que fizesse força, não conseguia se lembrar de ter encontrado Malfoy.

Ela apenas murmurou alguma coisa confirmando, parecia muito distante dali.

– O... O que aconteceu? – perguntou rapidamente, ao ver a expressão misteriosa da namorada.

– Nada – ela viu o olhar desconfiado que ele lhe lançou – Quero dizer, ele pegou no meu braço e...

– Se aquele cretino te machucou eu acabo com ele – disse nervoso.

– Calma Harry, ontem você ia acabar com ele e acabou com esse corte – comentou divertida – Mas voltando, bem... Eu me soltei dele e dei um apertão no braço dele – ela agora diminuía o tom de voz – Foi exatamente onde você e o Rony disseram que viram ele com dor e se você me perguntasse eu diria que eu apertei a marca negra, pelo menos pela cara que ele fez, bom... Parecia que ele sentiu muita dor na hora que eu apertei.

– Me deixa adivinhar, você não vai desistir até provar pro Rony e pra Gina que ele é um comensal? – perguntou, já sabendo a resposta.

– Mas você não acha que é possível?

– Pode ser, mas... Veja bem, porque Voldemort mandaria um comensal para debaixo dos olhos de Dumbledore? Porque, olha, mesmo que fosse pra espiar o Dumbledore e os aurores que estão aqui, teria que ser um comensal experiente, não o Malfoy.

– Ele não tem muita escolha – comentou contrariada.

Harry achou melhor encerrar o assunto por ali, ele realmente achava as suposições de Hermione lógicas, mas não achava que Voldemort aceitaria alguém tão inexperiente como Malfoy.

– Vamos visitar o Hagrid? – sugeriu, querendo mudar de assunto.

– Vamos – disse sorrindo.

Os dois não acharam Rony, Gina ou Luna, mas acharam Alyne no jardim e a convidaram para acompanhá-los.

– Sabe, o grandalhão é muito legal, mas acho que preciso de um bom decorador, fala sério, aquela casa dele é lindinha por fora, mas por dentro – comentou horrorizada.

– Só procure não falar isso pra ele – comentou Harry, mal humorado. Ele pretendia ficar um pouco com Hagrid e depois passar o resto do dia só com Hermione, mas já podia ver Alyne grudada nela o dia inteiro.

O garoto bateu na porta e logo, ela se abriu revelando Hagrid, com uma expressão satisfeitíssima.

– O que é toda essa felicidade? – perguntou Alyne, antes que Harry ou Hermione dissessem ao menos um “oi”.

– Um hipogrifo! – disse animado, saindo da cabana fazendo sinal para que o seguissem.

Eles seguiram por uma trilha adentro da floresta proibida e logo chegaram um uma clareira.

– O... Onde você achou e... Esse hipogrifo? – perguntou Hermione, encarando o animal com os olhos arregalados.

– Bem, ele que me achou, o danado estava tentando entrar no castelo essa noite e... – só então o gigante percebeu a surpresa de Harry e Hermione – Por quê?

– Porque esse hipogrifo estava no campo atrás das montanhas, no dia que fomos atrás da Hermione – disse Harry, olhando o bicho pular e pegar algumas maças de uma árvore ali perto.

– Ele gosta de maçãs – disse a morena, sorrindo.

Os outros não conseguiram deixar de encará-la, assustados. Ela deu um rápido resumo sobre a participação do hipogrifo em sua fuga da floresta.

– É – disse Hagrid, empolgado com a história – Eu notei mesmo que ela era mais inteligente que hipogrifos normais!

– Ela? – perguntou Hermione.

– Sim, ela. Sabe... Hipogrifos verdes são muito raros, mas só as fêmeas têm manchas – comentou brandamente.

– Manchas? Aquilo não é sangue? – perguntou, lembrando-se da mancha vermelha na pata do hipogrifo.

– De jeito nenhum! Você confundiu com sangue? – perguntou espantado.

Harry pode ver que Hagrid ficara indignado com o que a namorada tinha dito, o tom de voz do gigante sugeria muito que ela fosse algum tipo de ignorante.

– Bem, tava escuro e... Bom, sim, eu confundi – disse vagamente, voltando-se para o animal e indo em direção a ela.

– Está louca? – disse Hagrid, impedindo Hermione de se aproximar mais – É um hipogrifo verde, uma raça extremamente forte e rara, mais acima de tudo chata. Se chegar muito perto ele no mínimo te arranca um braço!

– Larga de ser bobo Hagrid – disse voltando a ir em direção ao hipogrifo.

– Mizinha, querida, acho que não é uma boa idéia – disse Alyne temerosa, enquanto Hermione, sem dar ouvidos, se aproximava do animal.

Ao ver a garota, o hipogrifo ficou agitado e correu em direção a ela, mas parou diante dela e deitou a cabeça no ombro da garota, amigavelmente.

– Como você fez isso? – perguntou Hagrid, muito assustado.

– Ela gosta de mim – disse piscando para o gigante.

Hagrid ficou calado. Harry teve a nítida visão de descontentamento no rosto amigo, ele, provavelmente, não estava gostando de saber que o hipogrifo gostava mais de Hermione.

– Vou chamá-la de Sophia – determinou.

– Ok, ok... Mas agora vocês devem voltar pro castelo – disse Hagrid.

– Espera um pouco! – a morena protestou – Você não está sugerindo que eu não posso ver ela, está? Olha Hagrid, ela salvou a minha vida naquela floresta, se não fosse...

– Pode ver ela quando quiser, mas agora é melhor voltarem para o castelo – disse ainda emburrado, sem encarar a menina.

– Ah! Vamos Mi, você volta pra ver a tal da manchinha outro dia – disse Alyne, pegando a mão da garota e puxando-a pelo caminho de volta.

Harry bufou irritado, antes de se despedir do gigante e segui-las de volta ao castelo.

Os três já haviam deixado a floresta proibida e agora rumavam em direção ao castelo, onde, há essa hora, já deveriam achar Rony e Gina acordados, junto com o resto das pessoas que haviam sido convidadas para a festa da noite anterior.

– Harry! – chamou alguém, atrás deles.

Eles se viraram para ver quem era o dono da voz. Cho Chang corria ao encontro deles, com um sorriso estampado no rosto.

Essa garota é louca “ – concluiu o moreno, vendo a cara de poucos amigos de Alyne e Hermione. Diante dos olhares fuzilantes que as duas morenas lhe lançavam, seria mais sensato imaginar se ela era algum tipo de garota sem amor a vida, vida que as outras duas pareciam querer sugar como um bando de dementadores famintos.

– Queria te perguntar uma coisa – disse a garota, antes que Harry sequer se pronunciasse.

– Fala – disse desejando sair dali o mais rápido possível.

– Bem, eu não queria exatamente perguntar, sabe, você e... Ela foram muito convincentes lá no trem, mas é obvio que vocês não estão namorando, você nunca namoraria ela – disse usando os dois “ela” com um toque nada sutil de desdém na voz.

Harry podia jurar ter visto Hermione avançando para cima de Cho e aplicando-lhe vários tapas na cara, sem nenhum tipo de piedade, mas depois de raciocinar e piscar os olhos várias vezes, notou que sua imaginação deveria estar estranhamente aguçada. Antes, no entanto, que Hermione pudesse bater em Cho, ou Harry responder, Alyne abriu um largo sorriso e deu um passo à frente, parecendo muito animada.

– Sim, sim... Estão juntos sim, eles ficam lindos juntos, não ficam? – perguntou, empurrando a amiga contra o namorado, fazendo-os se abraçarem sem entender nada – Aliás, o Harry foi feito pra Mi e pra mais ninguém , o único problema é que não se pode deixá-los sozinhos um minuto... Sabe como é, o Harry ama tanto ela que se deixar já me dá afilhados, claro, porque não sei se você sabe, mas a Mi disse que vou poder ser madrinha do filho deles, mas olha Cho... Se eu não fico de olho nesses dois, meu afilhado sai antes da hora! – disse fazendo gestos rápidos com a mão, como se contasse a maior fofoca do ano.

Cho olhava de Harry e Hermione para Alyne com uma expressão de horror, os dois namorados olhavam a amiga como se fosse louca, mas ela sorria vitoriosa, diante dos olhos de Cho, que ao invés de estreitos, estavam praticamente saltando-lhe da face, quem a visse, não diria que ela era chinesa.

– Quer ver? – ela se virou, lançou um sorriso discreto a amiga e, assumindo um tom histérico e animado, gritou – BEIJINHO!

O moreno, que estava pronto para dar um basta naquilo e desmentir tudo, foi surpreendido por um beijo voraz de Hermione, apesar de surpreso, ele correspondeu da mesma forma, esquecendo a presença das outras duas.

Cho se virou, muda, e começou a andar calmamente até a beira do lago, murmurando algumas coisas, como se discutisse consigo mesma.

– Isso, vai pastar vaca oriental – disse Alyne, sorrindo vitoriosa, antes de se virar para os dois amigos.

A garota ficou surpresa ao ver que os dois ainda estavam se beijando.

– Hello – disse tentando chamar a atenção dos dois – Olá, eu estou aqui!

Suas tentativas foram fracassadas, Harry e Hermione ainda se beijavam com fervor, o moreno a enlaçara pela cintura e ela correspondeu passando os braços pelo pescoço do namorado.

– É... Vocês se empolgam fácil – disse passando pelos dois – Usem camisinha! – debochou.

Aquelas palavras sim, surtiram algum efeito. Hermione se afastou rápido do namorado e começou uma crise de tosses.

– Você é a primeira que conheço que engasga beijando, mas também, estavam quase se engolindo – os dois amigos a olharam envergonhados, em um tom vermelho vivo muito engraçado – Brincadeirinha – disse voltando-se para a morena e apertando as bochechas dela – Se amassem quanto quiser, faz bem.

Dizendo isso, Alyne correu para dentro do castelo, parecendo muito satisfeita.

– Sabe, ela é louca – comentou Harry, voltando a abraçar a namorada.

– Ela pode ser louca, mas eu adoro ela – disse ela, rindo sem reservas – Além do que, ela sabe lidar bem com a Cho.

– Acho que ela exagerou um pouco – protestou.

– Ah, mas pode apostar que foi melhor do que tentar explicar carinhosamente que nós estamos namorando, sabe, como uns e outros – disse fingindo-se aborrecida.

– Er... Bem, não vamos discutir isso agora.

Hermione tentou protestar, mas foi calada pelos lábios do namorado, que logo, tomaram os seus, a fazendo esquecer o que queria dizer. Ela voltou a abraçá-lo pelo pescoço, correspondendo o beijo e esquecendo de tudo e de todos à sua volta.





N/A: Bom... Obrigado a Nay... Que ta sempre me ajudando...


N/A: Obrigado a mim mesmo... Por perdoar a falta de comentários...


N/A: E não-obrigado a vocês... que não comentaram quase nada... Então por favor... Se querem continuar lendo a fic... comentem...

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