Marcada



Olha... Ta aqui mais um capitulo... Lembrando que não vale não comentar viu... Hehehe... Adoro vocês, por favor, digam sempre o que estou achando, de sugestões e até mesmo criticas que sejam construtivas... Sem comentários, sem capítulos viu... ehhehe... Fiquem a vontade para ler e comentar ^^



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1.08 Marcada


Ainda caminhando por entre as árvores daquela floresta, Hermione pensava em uma forma de pedir ajuda.

A escuridão do lugar, junto com o ar úmido e o silêncio dali, dava um ar sombrio, assustador à floresta. Ela ainda caminhava cansada, ainda pensando no que havia acontecido quando estava nas mãos de Voldemort. Na verdade, procurava por respostas, para saber como num instante estava a beira de ser atingida pela maldição da morte e no segundo seguinte estava prestes a fugir, vendo Voldemort jogado no chão.

Resolveu deixar esses pensamentos de lado e achar uma maneira de pedir ajuda, o que era difícil já que estava no meio de uma floresta escura, e além disso, perdida.

– Droga, como vou sair daqui? – perguntou pra si mesma.

– Se você sair... – disse uma voz na sua cabeça.

– Meu merlin, além de tudo, agora dei de conversar comigo mesma – reclamou irônica – eu devo estar ficando louca.

– Não gostei desse seu tom. .

– Não precisa gostar, você é uma... Ah esquece, não vou discutir com a minha consciência.

– Hei, assim você me ofende – a voz protestou.

– Ora, me poupe, eu tenho um corte na testa e um no braço, meu joelho esta machucado, isso tirando que eu quase não consigo para em pé e estou perdida no meio de uma floresta, que não parece ser muito segura, a ultima coisa que eu preciso é de uma consciência sentimental.

– Você que sabe – retrucou irritada.

A garota deu por encerrada a discussão com a voz e continuou andando na mesma direção. Na sua concepção, a única maneira de sair dali era seguindo um caminho reto, até a floresta terminar.

Ela seguia mancando pelo caminho que parecia ser sem fim. Aquele lugar, de certa forma, lembrava muito, a floresta proibida.

O silencio assustador dali foi, repentinamente, quebrado por um barulho estranho, parecia que algo ou alguém andava pelas folhagens e entre os arbustos.

Hermione parou de andar e observou atentamente o local. O barulho aumentou parecendo se aproximar da garota, às vezes parava e depois voltava, mas sempre parecendo segui-la, onde quer que ela fosse.

A garota andou mais algumas horas com o barulho a seguindo, mas vencida pelo cansaço sentou-se recostada em uma enorme árvore. Avaliou o corte no braço novamente, o mesmo já havia parado de sangrar, mas ainda ardia muito. Levantou o joelho, dirigindo sua atenção a ele, estava muito pior do que o do braço, parecia ter infeccionado, o que a preocupou seriamente.

Hermione sentiu algo bater na sua cabeça, como se caísse do céu. Olhou para os lados, e viu uma maça jogada no chão. Ouviu novamente um barulho de folhagens, desta vez vindo de cima. Olhou para o alto e outra maça caiu, quase acertando sua cabeça novamente.

– Uma macieira – exclamou observando a árvore as suas costa – Talvez a minha sorte esteja mudando.

Sem demora, a garota pegou as maças no chão, limpou de qualquer jeito nas próprias roupas e começou a comê-las. Fome, sim, esse era outro problema que a incomodava, mas foi rapidamente resolvido depois de uma refeição inteira só de maças.

Quando se levantou e recomeçou a andar estava mais animada, o corpo ainda doía, mas o estomago já estava satisfeito.

Não muito depois, o barulho voltou a incomodá-la, ela já se sentia irritada com aquilo, se alguém a estava seguido porque se expor de tal maneira?

Parou novamente de andar se apoiando em uma árvore e ouviu, atenta, o barulho parar atrás de um grande arbusto, logo a sua frente. Ela ficaria com medo daquela situação em um dia comum, mas tinha acabado de enfrentar Voldemort sem ao menos saber como, havia sido torturada, estava perdida e totalmente machucada, dar de cara com uma criatura estranha seria só mais um risco diante dos vários que correra em menos de um dia inteiro.

Ela se aproximou vagarosamente do arbusto e, com cuidado, afastou as folhas com as mãos. Um grunhido ecoou pela floresta e duas patas com garras afiadas saíram dos arbustos batendo contra seu peito.

Seu corpo foi arremessado e chocou-se com a árvore, a qual antes estava apoiada, ela escorregou e caiu no chão, sentindo novamente, a dor no corpo aumentar. Voltou seu olhar ao arbusto, e agora, a criatura antes escondida começou a se revelar, mostrando ser um hipogrifo.

O animal era lindo, da cabeça de águia desciam grandes penas, num tom de verde muito escuro e seu corpo terminava revestido por pelos negros com um rabo que balançava freneticamente.

Ela desceu os olhos para as patas do animal e pode observar uma mancha vermelha na pata dianteira esquerda, os olhos revelavam grande sofrimento.

Ela tentou se aproximar para examinar o que parecia ser um machucado, mas o hipogrifo se manifestou, assustado, levantando as patas dianteiras, como se ameaçasse um inimigo.

Hermione, mais que rápida, recuou e fez uma rápida reverencia ao animal, lembrando do que Hagrid ensinara no seu terceiro ano. Ela sorriu se lembrando das palavras do professor, agora as imagens dos bons momentos com os amigos lhe surgiam rapidamente na cabeça, e sem perceber, seus olhos já marejavam.

Seus pensamentos foram afastados quando, inesperadamente, o hipogrifo se aproximou da garota, posicionando a cabeça entre as mãos dela, sem ao menos retribuir a reverencia.

Ela passou a acariciar o pescoço do animal com carinho.

– Você também esta perdido? – perguntou carinhosa, como se ele entende-se o que ela dizia.

Ele apenas balançou a cabeça, como se assentisse.

– Bom, então acho que não tem problema se vier comigo.

O hipogrifo abaixou, dando permissão para que ela montasse nele.

– De jeito nenhum, sei como sua perna deve estar doendo – disse apontando para o próprio joelho – E eu não gostaria de ninguém montado em mim, então... Andemos os dois.

Ela começou a caminhar com ele em seu encalço.

Depois de cerca de uma hora andando, seu joelho já pedia por descanso novamente. Ela se sentou debaixo de uma das varias árvores que tinham ali junto com o hipogrifo, que se deitou ao seu lado e colocou a cabeça no colo da garota.

Ficou acariciando a cabeça do mais novo amigo, que rapidamente dormiu no colo da garota. Seus olhos também pediam descanso, e ver o hipogrifo dormindo tão tranquilamente em seu colo atiçava mais ainda seu sono. Seus olhos se fecharam calmamente e ela ficou ouvindo os poucos barulhos que ecoavam pela floresta.

Ela já estava quase dormindo quando foi surpreendida por um barulho estanho, logo acima da sua cabeça.

Abriu os olhos assustada e olhou para cima. Uma flecha estava presa à árvore não muito acima de sua cabeça. Levantou-se assustada, acordando ao hipogrifo.

– Não se mova – exigiu uma voz grave, mostrando ser de um centauro.

– O... O que eu fiz? – perguntou confusa.

– Só para começar, entrou nessa floresta.

– E o que tem de mais nisso.

– As criaturas – disse olhando ao redor – não gostam de humanos.

Hermione olhou assustada para os lados, assim como o centauro fazia, mas parecia não haver nada por ali.

– Saia logo ou morrerá – disse mal-humorado, apontando uma nova flecha para a garota.

– Eu não sei como sair daqui.

– Então morrerá – disse já puxando a flecha contra o arco.

– Hei, espera ai – disse erguendo as mãos – Me diz como sair daqui que eu saio, não pense que to gostando de estar aqui.

– Nenhum homem que aqui entrou saiu vivo, você não será a primeira.

– Mas...

– Sem “mas” – disse avançando para cima da morena, com a flecha pronta para ser disparada.

A garota fechou os olhos assustada, mas antes que o centauro pudesse chegar muito perto dela, o hipogrifo, que antes observava tudo calmo, agora se punha diante do centauro. Ele levantou as patas dianteiras, imponente, e avançou contra o centauro, dando-lhe coices e patadas.

Em seguida foi rapidamente até a frente da garota e abaixou o corpo, indicando que ela deveria montar nele.

Hermione montou no animal sem pensar duas vezes. O centauro no chão já se levantava novamente.

– Pode até ser que nenhum homem nunca tenha conseguido sair daqui – disse orgulhosa – Mas eu não sou homem, sou mulher!

E ao dizer isso, viu o hipogrifo abrir as longas asas e levantar vôo, no pouco espaço que tinha entre as árvores. Ao ver que o animal já voava alto, agarrou-se ao pescoço do mesmo.

Tudo agora parecia tranquilo, o hipogrifo passava calmo pelas árvores. Voando seria mais fácil e a dor no joelho não atrapalhava.

Quando achou que finalmente as coisas iriam melhorar, novas flechas voaram pelos ares em sua direção, ao olhar pra baixo pode ver cerca de 30 centauros seguindo-os pelo chão e disparando flechas em sua direção.

O hipogrifo começou a dar perigosos rasantes seguidos de manobras arriscadas e cambalhotas no ar para desviar das flechas. Isso a lembrou de uma coisa que não havia pensado antes de aceitar montar no hipogrifo.

– Péssima hora pra se lembrar do seu medo de voar, Hermione – disse para si mesma.

O hipogrifo deu uma cambalhota no ar, arrancando um grito assustado da garota.

– Eu acho que preferia enfrentar Voldemort no chão – lamentou-se, enjoada.

Ela fez menção de dizer mais alguma coisa, mas uma luz branca que surgia por entre as árvores chamou sua atenção. A luz começou a tomar forma do espaço entre as árvores e, ao mesmo tempo, tudo começou a rodar na cabeça dela, palavras aleatórias surgiam em sua cabeça.

Logo pode ver que a luz era a saída da floresta e, parecendo ter lido sua mente, o hipogrifo acelerou a velocidade, fugindo das flechas com sucesso. Antes, porém, estranhas criaturas começaram a sair das folhagens das árvores e voar atrás da garota.

As criaturas, que pareciam lindas mulheres, possuíam garras afiadas nos pés, que eram muito semelhantes às patas de uma águia, nos braços se abriam extensas asas, recobertas por penas que reluziam a luz que vinha da saída.

– Harpias? Aqui? – perguntou para si mesma, observando as criaturas voarem com extrema agilidade e emitirem ruídos agudos.

Algumas das harpias chegaram a avançar até a garota e atacá-la, mas graças à destreza do hipogrifo, seus golpes acabaram acertando as árvores ao redor, causando grande estrago, ou até mesmo alguns centauros no chão, assim como ela pôde ver uma ou duas delas serem atingidas pelas flechas.

Com as palavras ainda girando diante de seus olhos, pôde ver o hipogrifo cruzar a saída da floresta. A luz mostrou ser um grande campo aberto que terminava em altas montanhas, banhado pela luz da lua. Não muito longe do pé de uma das montanhas, havia algumas ruínas de pedras, que lembravam muito uma espécie de templo.

Os centauros e as harpias não desistiram de perseguí-la, saindo da floresta também.

Numa difícil tentativa de esquivar-se de uma flecha e de um dos ataques das harpias, ao mesmo tempo, o hipogrifo deixou-se ser atingido por um ataque de corpo da harpia, caindo e derrubando Hermione, que rolou alguns metros à frente.

Agora somente uma palavra junto com estranhos desenhos, que aparentavam ser estrelas congeladas, girava estranhamente pelos olhos da garota, pareciam estar, realmente, na sua frente.

Os centauros avançavam furiosos pelo chão, enquanto as companheiras voadoras cortavam os ares velozmente em sua direção.

A garota já não conseguia enxergar direito, já que a palavra, juntamente com os outros estranhos desenhos, tampava a maior parte do seu campo de visão. Ela estendeu a mão para frente tentando tocar os símbolos, mas nesse exato momento, todos desapareceram, e uma voz ecoou, gritando, pela sua cabeça.

– Glacius! – gritou junto com a voz, sem hesitar.

Logo, um vento frio invadiu o lugar, indo rápido e forte em direção aos inimigos. No começo, nada parecia acontecer, mas com o passar de algum tempo, as árvores que davam entrada à floresta foram cobertas por uma massa branca, os centauros começaram a diminuir a velocidade do galope, e as harpias perderam altitude. Pouco depois, as hábeis voadoras despencaram do céu e caíram pesadamente no chão e os centauros pararam seu galope, parecendo paralisados.

O vento cessou e logo tudo ficou em silencio, o hipogrifo já estava de pé, se debatendo e tirando de cima do corpo, o que parecia ser neve.

O tempo agora estava frio de forma que parecia cortar sua pele como finas navalhas, a garota recolheu os braços se abraçando, com os lábios tremendo, mas sem saber dizer ao certo, se por frio, ou se por estar ligeiramente assustada.

Tudo aquilo lhe parecia estranho. “O que esta acontecendo comigo?” , perguntava a si mesma, mentalmente, pois ainda não conseguia dizer nada. Ela ainda observava tudo aquilo, estava parcialmente horrorizada, era só uma impressão ou ela tinha congelado tudo que estava na sua frente?

Quando finalmente conseguiu sair de seus devaneios e virar-se para contemplar o amplo campo e as montanhas, viu que não estava muito longe das ruínas, e foi exatamente, para onde decidiu ir para descansar.

Definitivamente, não era confortável acreditar que ela tinha feito tudo aquilo. Tentava achar uma teoria que lhe agradasse mais, porque, por mais que odiasse admitir, era muito melhor achar que tinha uma outra explicação mais “aceitável” para aquilo.

Ela foi até, mais ou menos, o centro daquelas ruínas. As paredes tinham símbolos estranhos, alguns ela reconheceu serem runas antigas, outros nunca tinha visto antes. O joelho fraquejou e ela rapidamente tentou se apoiar em uma das paredes, mas uma dor invadiu o braço por dentro. Ela sentou-se no chão, exausta, e passou a observar o braço, cuidadosa.

– Maravilha – suspirou pesadamente – Além de cortado, agora esta quebrado.

Recostou-se no que parecia, algum dia, ter sido uma parede. A idéia de montar, novamente, no hipogrifo e voar para o outro lado das montanhas lhe pareceu ótima por um instante, mas duvidou que o hipogrifo já não estivesse cansado o suficiente.

Pensava em uma maneira sair daquele local – o que a lembrou da vez em que fugira de Hogwarts para o ministério da magia, a questão era que não tinha nem trestalios, nem os amigos por perto, mas um estranho desenho no chão, logo a sua frente, chamou-lhe atenção.

Os pequenos filetes de tinta que contornavam de forma harmoniosa e com desenvoltura o símbolo, emanavam um fraco brilho dourado, quase imperceptível.

Com dificuldade, ela rastejou até o desenho – já que o joelho machucado havia chegado ao seu limite – e notou que era um estranho símbolo: uma grande circunferência contornada por finos traços de tinta preta, sem nenhum tipo de preenchimento. Acima surgia outra circunferência, essa era menor e cortada por um forte traço.

O brilho dourado pareceu ficar mais forte com a aproximação de Hermione. Ela sentiu uma enorme curiosidade em tocar o símbolo, mas hesitou, e passou a tentar decifrar os símbolos em runas que estavam nas paredes.

A tradução resultou em apenas algumas palavras sem sentido, já que alguns dos símbolos, por estarem, meio ou totalmente apagados, ela não conseguiu identificar. O resultado foi: Lenda, de, agora e real.

Ela voltou a sua atenção ao símbolo, querendo novamente tocá-lo. Sua curiosidade sempre a traia nessas horas, hesitante, ela tocou de leve o símbolo. Com a ponta dos dedos seguiu o traçado, contornando a inscrição.

O brilho que o desenho projetava intensificou-se, ela sentiu o corpo queimar por todos os lados. O que antes era um pequeno e fraco brilho, agora era uma forte luz dourada que a iluminava e queimava por inteira.

Ela gritou, mas a voz não saiu da sua boca, sentia-se engasgada e na tentativa de levar as mãos ao pescoço, descobriu que as mesmas estavam presas no desenho. Sentia uma força estranha sair do desenho, como se repelisse seu corpo, que ainda estava colado no chão pelas mãos.

Ela cedeu à pressão, ergueu a cabeça o mais alto que pode e, enfim, a voz saiu, e seu grito ecoou pelo campo aberto. Sua visão escureceu, e seus ouvidos se recusaram a ouvir mais alguma coisa, tudo ficou confuso, e ela se viu desaparecer no meio da escuridão que se expandia pelo lugar.




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– Harry? – chamou uma garota ruiva entrando apressada no salão comunal da Grifinoria – Ai, que bom que te achei.

– Que foi? Parece que você estava fugindo de um bando de Diabretes da Cornualia – exclamou Rony, sentado no confortável sofá bordo da grifinoria.

Harry que estava sentado no outro sofá, de frente pro amigo, apenas olhava Gina.

– Cala a boca, Ronald Weasley – ordenou nervosa, voltando-se ao moreno – Harry, Dumbledore me mandou vir te chamar, sabe... Pra procurar a Hermione.

– Aonde a gente vai? – perguntou, levantando-se do sofá.

– Parece que em um campo, não muito longe daqui.

O garoto lançou um olhar significativo a Rony, que rapidamente se levantou, não conseguindo esconder a tensão.

– Se não quiser... – murmurou o moreno, queria realmente a companhia do amigo, mas podia ver claramente que o ruivo estava com medo.

– Vou... Vou, sim – gaguejou, tentando parecer determinado.

Eles não demoram a chegar à sala do diretor, onde encontraram vários membros da ordem, entre eles: Lupin, Tonks e Moody, tirando uns e outros que eles não conheciam.

Estavam todos conversando, alguns preocupados, outros animados. Tonks e Lupin fizeram um rápido aceno aos garotos, que tentaram ir até eles, mas o tumulto acabou deixando-os atrás de todos.

O professor pigarreou e todos voltaram sua atenção a ele.

– Bem, todos já sabem a gravidade da situação, Voldemort tem uma aluna em suas mãos – comunicou, provocando um burburinho – Não tenho muito a dizer, a missão já foi passada e repassada e acredito que cada um de vocês já saiba o que fazer. Como chaves-de-portal poderiam ser facilmente flagradas pelo ministério e essa operação é secreta da ordem, vocês todos usaram aparatação, todos já podem ir, exceto os que irão a Floresta da Montanha.

Ao terminar de dizer isso quase todos os bruxos ali presentes desapareceram.

Os únicos que continuaram ali foram Dumbledore, Lupin, Tonks e Moody.

– Harry! E ai, beleza? – perguntou Tonks, forçando um sorriso, cumprimentando o garoto com um abraço.

Harry imaginou que Tonks ainda estivesse deprimida pela morte do primo. Chegou, por um momento, pensar em confortá-la, mas de fato, nem mesmo ele gostava de lembrar do triste ocorrido, achou melhor ficar quieto.

– Oi – disse apenas.

– Harry, Rony, é bom ver que estão bem.

Os dois abriram um pequeno sorriso irônico. De fato Lupin errara, não estavam bem, nada bem. Harry se perguntava se ele realmente sabia que a aluna era Hermione, na sua opinião, estava tranqüilo demais.

Moody apenas fez um aceno breve com a cabeça e voltou a atenção à um livro, que segurava.

– Bom, quanto a nós – disse Dumbledore, com a tranqüilidade costumeira – Podemos ir agora. Lembrando que, Sr. Potter e o Sr. Weasley não devem se separar de Tonks. Lupin, Alastor e eu iremos adentrar a floresta, você, Tonks, deve aparatar com eles no campo.

Todos afirmaram com a cabeça e logo em seguida só havia mais três pessoas naquele escritório.

– Vamos meninos, segurem firme no meu braço – ordenou oferecendo a Harry o braço direito e a Rony o esquerdo.

Eles obedeceram. Harry começou a sentir como se alguma coisa apertasse seus órgãos, e amassasse seus miolos. Uma pressão sobre-humana apertou e corpo, causado uma sensação pior do que a que o pó-de-flú costumava causar.

Somente quando a pressão cessou, ele pode ver que não estavam mais no escritório de Dumbledore, e sim em um grande campo aberto entre uma floresta e enormes montanhas.

– Meu Merlin – exclamou Tonks, agitada – O que aconteceu aqui?

– Cara, olha aquilo – cochichou Rony, olhando na mesma direção que a auror.

Só então Harry notou que boa parte das árvores que davam entrada a floresta estavam cobertas por uma espessa camada do que parecia ser neve. O chão não estava muito diferente, todo esbranquiçado, mas o que lhe chamou atenção foi um bando de centauros e varias criaturas que pareciam mulheres cobertas com penas congelados, caídos no chão como enormes blocos de gelo.

– Aquilo é um hipogrifo? – perguntou Rony, apontando para uma criatura que rodeava algumas ruínas, logo à frente.

– Sim, um raríssimo por sinal – disse a bruxa, fazendo os garotos olharem-na curiosos.

– E... Porque ele é raro? – indagou Rony.

– Veja só – disse apontando para o animal – Tem penas verdes, pelos negros, provavelmente tem olhos azuis, se tiver, é uma espécie rara de hipogrifo, não sei exatamente o porquê, sabe... Não sei muito sobre criaturas e essas coisa... Mas pelo pouco que me lembro dos meus anos em Hogwarts, são realmente muito raros.

Harry e Rony trocaram olhares e ficaram observando o bicho, que não parava de correr ao redor das ruínas.

– Não fiquem ai olhando – disse Tonks, parecendo mais animada – Vamos, eu vou ver o que aconteceu pra orla da floresta estar toda congelada.

– A orla e tudo que tinha nela – observou Rony.

– Bem, vocês podem olhar por aqui e vir comigo – disse calma.

– Eu, er... Vou com você, para te ajudar – disse Rony.

Harry nem ouvia mais a conversa dos dois, se perguntava o que fazia um hipogrifo tão raro se comportar daquela maneira.

Rony e Tonks foram em direção à orla da floresta, enquanto ele se aproximava calmamente do hipogrifo, se preparando para fazer uma reverencia, como aprendera com Bicuçu a três anos atrás.

Antes que fizesse qualquer movimento, o animal olhou-o parecendo implorar por ajuda. Harry viu olhos azuis como o céu, encarando-o como seu suplicasse alguma coisa. Logo, o animal galopou ate o garoto e começou a empurrá-lo com a cabeça.

O garoto estranhou a atitude do hipogrifo, não era comum para espécie ser tão dócil. O animal deveria exigir uma reverencia e depois retribuí-la, enquanto havia, somente, o encarado de modo estranho e logo estava indo até ele.

Harry estranhou a atitude do hipogrifo, que apesar da diferença de cores, lembrava muito Bicuço, mas o seguiu até a frente das ruínas. O que viu estendido no chão, no meio das ruínas fez se estomago despencar.

Era ela, Hermione, estava desmaiada no chão daquele lugar. Havia apenas alguns trapos cobrindo seu corpo, pareciam ser pedaços da roupa que usava no dia que fora sequestrada, mas queimados. Seu corpo, de longe, parecia ter graves queimaduras e estar sem vida.

Harry não pode deixar de corar no primeiro momento, ver a garota com o corpo quase totalmente exposto, mesmo estando desmaiada e coberta pelos restos da roupa, era considerado uma situação constrangedora. Pelo menos por ele.

Olhou para trás na tentativa de chamar a Rony e Tonks, mas os dois haviam desaparecido no meio da neve que havia na orla da floresta. Não tinha mais o que esperar, não poderia deixá-la jogada ali.

Ele correu até ela e ajoelhou-se, colocando a cabeça da garota no seu colo. Ela estava pingando de suor. O garoto ficou imaginando se ela teria se queimado ou algo do tipo. Pegou cuidadosamente a cabeça, e virou-a para si. Desesperou-se ou ver o corte na testa dela, e pegou seu pulso para ver se... Bem, não queria nem pensar nisso.

– Por favor, você não pode ir – disse com os olhos rasos, ainda sem sentir nada – Não pode ouviu, tem a mim, ao Rony, e a Luna, a Gina, você não pode deixar a gente sem você.

Não, Merlin, não tinha acontecido o que temera, estava desmaiada, mas viva. É claro que não ficaria muito tempo se continuasse ali, obviamente, estava ainda correndo grave risco, principalmente com aquele corte horrível e muitas queimaduras pelo corpo.

– Hermione – chamou, assumindo um tom desesperado – Hermione, acorda, por favor, acorda.

Harry xingava Rony e Tonks mentalmente por terem se afastado tanto. Ele sozinho não conseguiria tirá-la dali, e se continuasse, com certeza não viveria por muito tempo.

– Hermione, vamos, acorda... – disse, não escondendo o desespero, enquanto dava tapinhas na cara dela – Acorda, vai.

O garoto não sabia o que fazer. Pensando rápido, pegou a varinha no bolso da calça, apontou para o alto e rapidamente conjurou faiscais azuis, que voaram até o céu e explodiram vermelhas, como fogos de artifício.

– Calma, vai ficar tudo bem – disse acariciando o rosto machucado e Hermione – Eu prometo, aquele cretino nunca mais vai sequer te tocar.

Podia jurar que ela morta se não estivesse checado seu pulso, sua expressão estava vazia, sem nenhum sentimento, nem mesmo dor ou tristeza.

Harry tirou a própria capa e usou para cobrir o corpo da garota, foi quando viu uma estranha marca ou tatuagem negra no braço da garota, logo abaixo do ombro, era um desenho, uma grande circunferência embaixo de uma pequena, esta cortada por um traço. Ignorando a marca, pegou-a no colo e a carregou até a entrada das ruínas, de onde pode ver Tonks e Rony se aproximando rapidamente.

– Harry! – chamou Tonks se aproximando – Ela esta bem?

– Ela esta muito machucada – disse desesperado – Vamos logo.

– Vamos esperar Dumbledore, acho que ele gostaria de vê-la e... – dizia antes de ser interrompida por um Harry furioso e preocupado.

– VAMOS LOGO! – gritou nervoso – ELA NÃO VAI AGUENTAR ESPERAR!

A mulher olhou assustada.

– Desculpe – disse tentando se aclamar – É que ela ta morrendo... – agora foi a vez de Rony olha-lo assustado – precisa ir pra enfermaria, urgente.

Tonks olhou para trás, incerta, mas voltou-se para os garotos, estendendo uma mão a Rony e abraçando Harry pela cintura, forte.

– Segure firme Harry, precisaria esperar Dumbledore, mas vou tentar. – disse seria – Não a deixe cair por nada nesse mundo.

Harry consentiu. Logo estava sentindo aquela sensação horrível de aparatar, aquela pressão que parecia quebrá-lo. Quando abriu os olhos, já estava novamente em Hogwarts.

– Ora Sr. Malfoy, se não me deixar ver seu braço não posso curá-lo – disse a voz de Madame Pomfrey. Estavam na ala hospitalar.

– Já disse, não esta doendo, foi exagero do Goyle – disse nervoso, levantando-se e saindo apressado da enfermaria.

A mulher suspirou cansada, murmurando alguma coisa do tipo: “essas crianças”, mas ao virar-se e vê-los ali, assumiu uma expressão horrorizada, seus olhos pareciam que a qualquer momento saltariam de seu rosto.

– Madame Pomfrey, essa é Hermione Granger, ela...

– A garota sequestrada? – perguntou, interrompendo Tonks.

– Isso, ela esta muito ferida, será que...

– Olhem o estado da menina – interrompeu novamente – Rápido, coloque ela na aqui – disse se posicionando ao lado de uma das camas da enfermaria.

Harry foi até a cama e deitou Hermione, que ainda não reagia.

– Vamos, fora, fora, tenho que examina-la, precisa de cuidados urgentes – disse nervosa, expulsando-os do lugar.

– Eu quero ficar com ela – disse Harry firme.

– Não seja imbecil Sr. Potter, você só atrapalharia – afirmou categoricamente – Vamos, fora, se quer ver ela viva amanha, FORA!

O garoto saiu dali, irritado. Será que ela precisava ser tão dramática? Rony parecia a ponto de desmaiar, já Tonks, estava aparentemente calma, quieta e, muito pensativa.

Harry a olhou intrigado. Tonks era sempre uma pessoa tão viva, alegre e descontraída, mas estava muito diferente. Ele sabia que a morte de Sirius poderia ser o problema, mas ainda assim achava estranho, ela não parecia triste exatamente, parecia... Preocupada, confusa.

– Meninos, vou ver se Dumbledore já chegou, para avisá-lo que achamos a Hermione – disse vagamente.

– E se ele não chegou? – Rony indagou.

– Não se preocupe com isso, preocupe-se com a Mione – disse piscando.

Harry e Rony se entreolharam confusos e depois viram a bruxa desaparecer.

– Você não acha que a Hermione vai... – o ruivo suspirou pesadamente – Acha?

– Não – afirmou Harry, veemente – Ela vai ficar bem, você vai ver.

Harry, por um momento, pode jurar ver descrença no rosto do amigo. Será que ele achava realmente que ela não resistiria? Talvez ele estivesse tão desesperado que nem notara o real estado da garota, a gravidade dos ferimentos, que eram muitos.

Quando essa idéia entrou em sua cabeça, as tentativas de tirá-las tornaram-se inúteis.

Meia hora depois, os dois garotos ainda estavam na frente da enfermaria, Harry andava freneticamente, de um lado para o outro, Rony, estava sentado no chão, recostado na parede com a cabeça entre as pernas, parecendo muito entediado.

– Harry... Será que não seria melhor nós...

– HERMIONE – gritaram duas garotas enquanto corriam em direção a eles.

Uma ruiva e uma loira agora se juntavam a eles, parecendo nervosas.

– A Hermione, cadê ela? – perguntou a ruiva ofegante – Ouvimos Malfoy dizer que vocês chegaram com ela, e que ela estava muito ruim.

– Disse que estava quase morta – completou Luna, num tom avoado – Ela esta morta? Ela morreu? Não, eu a adorava.

– LUNA! – gritaram os outros três, quando a garota já começava a se desesperar.

– Ela esta muito machucada – Harry explicou, aflito – Mas vai ficar tudo bem.

Ele ainda pode ver Rony lançando um olhar triste à irmã, o que o irritou, mas achou melhor ficar quieto, estava mais preocupado com o estado da namorada.

– Senhor Potter – chamou Madame Pomfrey, abrindo finalmente a porta.

– Sim, me diz... Como ela esta? Esta fora de perigo? Ela acordou?

– Acalme-se Sr. Potter – o garoto suspirou irritado – Ela não acordou, mas esta fora de perigo.

– Posso vê-la? – perguntou ansioso, esboçando um sorriso no rosto.

– Ela dormirá até amanha, vá dormir, amanha pela manha você poderá vê-la.

– Mas...

– Nada de “mas” – disse severa – Ela precisa descansar, e você também.

Harry, fez menção de sair com os amigos que já estavam longe, mas virou-se novamente para a enfermeira.

– Madame Pomfrey, você conseguiu tirar aquela mancha, ou sei lá o que, que tem no braço dela?

– Ora Sr. Potter, você tirou o dia para zombar da minha cara? Aquilo não é uma mancha, nem tatuagem ou coisa do tipo, é uma cicatriz.

– Cicatriz? Naquele formato? – perguntou incrédulo.

– O Sr. Tem uma em forma de raio na testa, mas sim, é uma cicatriz, provavelmente de queimadura de fogo mágico ou algo do tipo, a questão é que é impossível removê-la.

– Harry – chamou Rony de longe – Vamos.

O garoto correu até o amigo e, juntos, foram ao salão principal, onde Rony e Harry contaram tudo o que ocorrera na Floresta da Montanha – como ouviram Dumbledore chamá-la –, Harry contou sobre as ruínas e Rony sobre o bando de harpias e centauros, que segundo Tonks, haviam sido congelados por um feitiço que só poderia ser conjurado por um bruxo muito poderoso.

Eles se perguntavam quem seria o tal bruxo que salvara Hermione, como ela chegara ali e o que havia acontecido em geral, mas sabiam que só teriam certeza sobre o ocorrido quando a garota acordasse.

Antes de se despedirem de Luna, Harry pediu para que a menina contasse tudo a Alyne. Sabia que era uma nova amiga de Hermione e que a namorada gostaria que ela soubesse de tudo.

– E ai Potter, a ‘Sangue-ruim Cdf Granger’ ta mais pra lá ou mais pra cá? – Malfoy os abordou na saída do salão principal.

– Escuta aqui – disse Harry irritado, pegando-o pela gola da camisa – Ouse falar mais um ‘A’ da Hermione e eu acabo com a sua raça.

– Hum... Irritadinho, tudo isso só porque esta perdendo uma amiguinha?

– Ela esta viva – vociferou.

– Aquela sangue-ruim não vai durar muito tempo, acredite quando eu digo – disse Malfoy, com um tom indecifrável na voz.

– Harry, não liga pra esse tucano desbotado – disse Gina, puxando o moreno pelo braço.

Harry soltou Malfoy de má vontade e seguiu seu caminho até a torre da grifinória com Gina e Rony.

Curiosos para saber mais sobre a ‘aventura’ de Hermione e cansados pelo dia cheio que tiveram, os três foram dormir cedo, parecendo mais tranqüilos, enquanto na verdade, cada um deles mal podia ver a hora de conversar com ela novamente. Ambos os três sentiam falta daquele tom mandão da amiga, que sempre os ajudava nos momentos difíceis e sorria nos momentos felizes.






N/A -> Brigado a kk e a Angel Black... Que me ajudaram com esse capitulo. ^^..


N/A -> Gostaria de dizer a amandinha que respeito sua opinião. Eu realmente não esperava mesmo só comentários bons. Mas acho que se você não gostou poderia simplesmente não entrar. “ Não ligo que atire pedras em mim, é com elas que construirei o meu castelo ”. Ainda bem que a maioria esta gostando...


N/A -> Continuem sempre comentando viu... É isso que da animo pra escrever... Sem comentários desanima...


N/A -> Comenta Aqui Também .

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