Crises



N/A -> Desculpa pela demora... Sabe, natal, formatura, fim de ano, e aniversário, tudo no mesmo mês complicam um pouco. O capitulo Nove ta ai. Continuem comentando... Digam o que estão achando e tudo mais, plz, quantos mais comentários, melhor.



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No dia seguinte Harry acordou cedo, não conseguia esconder a ansiedade de ver Hermione acordada, colocou rapidamente as vestes da escola e deu uma última olhada na cama de Rony, mas o amigo ainda dormia pesadamente. Sob os roncos do ruivo Harry deixou o dormitório masculino e desceu à sala comunal.

Lá o garoto achou uma Gina totalmente aflita, sentada em uma das poltronas vermelho-sangue, em frente à lareira. Ela esfregava as mãos freneticamente, encarando as chamas e crepitavam à sua frente.

– Gina? – ele chamou indo até ela.

– Harry – murmurou voltando-se para o moreno.

– Você esta bem? – perguntou de pé, observando a expressão assustada dela.

O garoto sentiu um aperto no peito de ver os olhos dela, ficou imaginando se seria alguma coisa com Hermione. Pensou depois que o fato de Gina estar daquele jeito poderia ser por outro motiva, mas ainda assim deveria ser algo muito sério, os olhos dela voltaram a vidrar o fogo de maneira preocupante.

– Eu estou ótima – disse pausadamente – Mas a Hermione piorou.

O coração de Harry pareceu querer pular boca afora, uma intensa tremedeira tomou conta do seu corpo e seu estomago parecia estar sendo massacrado. A informação que Gina tinha lhe passado era processada vagarosamente por seu cérebro.

A imagem de Madame Pomfrey dizendo que a garota estava fora de perigo lhe veio à cabeça e por um momento, sentiu uma forte raiva da enfermeira. No fundo, sabia que a garota não se recuperaria fácil pelo estado que a encontrara, mas nunca pensara que ela viria a correr perigo de vida pelo seu estado.

– Gina, ela...

– Eu fui lá, Harry – interrompeu – Acordei cedo e fui, Madame Pomfrey me custou a deixar entrar, mas por fim cedeu – a ruiva fez uma pausa para tomar fôlego, o que o fez pensar que ela teria chorado muito – Da dó... Dó, sabe, do estado que ela está. Chora dormindo, grita quando se toca nas queimaduras, chega a ser doloroso ver o jeito como ela chora e pede por ajuda, que ela suplica para pararmos de passar a pomada.

– Mas...

– Madame Pomfrey disse que a pomada, ou pasta, arde muito – ela agora deixava lágrimas escorrerem pelo rosto – Eu... Eu tentei passar a pomada, e ela delirou pedindo pra eu não machucá-la, foi quase uma tortura... Pra mim – ela agora se virou com os olhos vermelhos para o garoto – E... Ela também... Te chama.

Cada palavra que a ruiva dizia ecoava triste pela sala comunal vazia. Doeu para Harry, saber o estado de Hermione, desejou que fosse tudo um pesadelo ou até mesmo exagero de Gina, mas o estado dela denunciava o alto tom de verdade que tinha em suas palavras, e foi a última frase que o assustou.

– Como? – perguntou atônito.

– Ela te chama e te pede ajuda sem parar – disse por fim, levantando-se – Olha Harry, eu vou deitar um pouco antes das aulas.

O garoto assentiu com a cabeça, mas rapidamente estava atravessando o buraco do retrato da mulher gorda e correndo em direção a ala hospitalar. Se perguntava se conseguiria ver a namorada naquele estado, logo Hermione, que sempre fora uma pessoa forte, alguém que sabia enfrentar problemas sabiamente, a Hermione que o ajudara nos seus momentos mais difíceis, aquela que sempre esteve ao seu lado na encrencas que arrumava e nas confusões que pareciam o seguir.

Antes do que pensava estava parado na porta dupla da ala hospitalar.

– Madame Pomfrey – chamou.

A grande porta de madeira se abriu com um rangido e a enfermeira apareceu diante do rapaz com um olhar triste.

– Sr. Potter – murmurou, como se já esperasse que fosse ele – Suponho que tenha vindo visitar a Srta. Granger.

O garoto abriu a boca para dizer a urgência, já sabia o quanto era difícil convencer Madame Pomfrey deixar fazer visitas tão cedo, mas antes que dissesse qualquer coisa, a mulher abriu a porta revelando a enfermaria, com varias cama limpas e bem arrumada, exceto por uma, na qual Harry avistou Hermione deitada.

Ele estranhou a atitude da enfermeira, mas sem se preocupar muito com isso foi correndo até a cama da namorada.

A garota se mexia inquieta na cama, com uma expressão de dor no rosto tão ruim quanto Gina descrevera. Ela murmurava algumas coisas sem sentido e no meio delas Harry pode discernir o próprio nome.

O garoto viu um pote verde triangular em cima de uma mesinha de canto ao lado da cama. Aquele deveria ser a pasta que Gina havia falado, a pasta que causava intensa dor na garota. Harry pegou o pote e, hesitante, abriu-o.

– A Srta. Weasley também tentou, mas não conseguiu – murmurou tristemente Madame Pomfrey.

– Eu... Posso tentar.

– Tem certeza?

– Tenho – disse encarando a expressão de dor no rosto da namorada.

A mulher consentiu e saiu do local.

Harry começou a, cuidadosamente, passar a pasta verde e gosmenta pelas feridas de Hermione.

– Pára – gritou quando a pasta tocou as primeiras feridas – Pára, por favor, eu não vou agüentar, pára.

As palavras, assim como Gina descrevera, doíam ao penetrar-lhe os ouvido. Fazia sentir-se um monstro, parecia que ele a estava torturando sem nenhuma piedade.

Harry, concentrando-se no trabalho, pegou mais pasta com os dedos e passou carinhosamente na pele da morena.

– Pára! – gritou chorando – Porque você faz isso comigo? Isso dói, dói muito. Por favor, pára.

– Calma, vai passar, confia em mim – disse pegando mais um pouco da pasta.

Ele foi agora para outro ferimento.

– Pára... Porque você quer me machucar? Por favor, isso esta doendo, doendo muito – ela suplicava em meio aos delírios – Harry, me ajuda, não deixem que me machuquem.

Já estava ficando difícil manter alguma concentração no trabalho de passar a pasta, as suplicas de Hermione faziam Harry sentir tanta dor quanto ela.

– Eu não quero mais sentir dor – pediu chorando.

– Confia em mim, falta pouco.

Ele afastou o lençol que cobria o corpo da garota e começou a passar a pasta pelas outras escoriações.

– Pára com isso, dói, dói muito – suplicava – Eu não quero mais sentir dor, eu já cansei, eu não agüento mais.

Harry procurava não dar atenção aos gritos da morena, aquilo podia causar dor, mas era para o seu próprio bem. Por um lado estava triste por vê-la naquele estado, por outro, estava chocado, ela era a pessoa mais forte que conhecia, era ela que nos momentos difíceis se mantinha firme somente para poder confortá-lo, ajudá-lo. Era ela que, diante da morte de Sirius, se privara de consolo para poder consolá-lo.

Aquela Hermione que agora gritava fraca, pedindo por ajuda era a mesma que era seu porto seguro.

Terminando, enfim, de passar a pasta pelo corpo dela, ergueu novamente o lençol, cobrindo seu corpo com carinho.

– Acabou, agora você vai ficar bem – disse acariciando os cabelos revoltos da morena.

Ela, quase que imediatamente, pareceu se acalmar. Parou de se mexer agitada e murmurar pedidos e suplicas.

– Harry? – chamou esboçando um pequeno sorriso, mas ainda dormindo.

– To aqui – disse pegando a mão dela – Não se preocupa, você vai melhorar.

– Potter – chamou a voz de Mcgonagall.

– Que? – perguntou se levantando.

– Você foi dispensado da primeira aula hoje, já falei com o professor Snape, terá que freqüentar somente a partir da segunda.

– Obrigado – agradeceu, imaginando a cara de Snape ao saber que não poderia punir Harry pela sua falta.

– Pobrezinha! – exclamou a professora, observando Hermione.

– Ela vai ficar bem, consegui passar a pomada nela.

Agora Madame Pomfrey olhava assustada ao lado de Mcgonagall.

– Como conseguiu? – perguntou espantada, vendo que o garoto conseguira tampar cada escoriação, corte ou queimadura.

O garoto apenas sorriu e voltou a encarar todos os traços finos do rosto da namorada.

– Harry – chamou uma voz rouca.

O garoto se virou para identificar o dono da voz.

– Professor Dumbledore.

O homem sorriu e foi até o lado oposto ao que Harry estava, observou atentamente a garota por um minuto. Pegou a mão de Hermione e, lentamente, levantou seu braço no ar, observando com curiosidade a marca no braço da garota.

– É uma cicatriz – deitou o braço dela novamente na cama e olhou sério para Madame Pomfrey – Certo, Papoula?

A mulher apenas balançou a cabeça, afirmando.

Harry teve a nítida impressão de ver um pequeno sorriso no rosto do diretor. Dumbledore tocou de leve o rosto de Hermione e abriu ainda mais o sorriso, de forma misteriosa.

– Não se preocupe – disse a Harry, ainda observando Hermione cuidadosamente – Ela vai ficar boa... Logo.

– Potter – chamou Mcgonagall – Vamos, você foi dispensado da primeira aula, mas ainda tem todas ao outras.

– Professora, eu...

– Você nada. Já te dispensei da primeira aula, mas agora que a Srta. Granger se acalmou você já pode voltar para as aulas – o garoto deu uma última olhada para Hermione, que agora parecia dormir calma, e foi até a professora – Pode rumar para as estufas, terá Herbologia.

Ele apenas olhou para o diretor, que ainda olhava Hermione sorrindo, e foi para a aula de Herbologia.

Na aula aproveitou para contar o ocorrido a Rony, que parecia ter visto Aragogue. A professora Sprout os mandou colherem as vagens roxas de um tipo de planta com espinhos venenosos, que possuía flores amarelas e azuis nas pontas dos galhos que ricocheteavam no ar quando alguém tentava tocá-las, e guardar o pus extraído para usarem na próxima aula de poções. O trabalho durou a aula inteira, Harry conseguiu colher quinze vagens (o que lhe custou vários arranhões nos braços); Rony colheu apenas cinco e acabou se furando com os espinhos. Segundo a professora Sprout o veneno apenas lhe daria uma pequena crise de risos, mas o ruivo passou o resto das aulas da manhã gargalhando e atraindo olhares assustados dos colegas.

Depois de mais dois tediosos tempos de História da Magia, Harry e Rony foram ao salão principal para almoçar. Eles encontraram Gina e aproveitaram para contar tudo sobre a visita de Harry a Hermione. A ruiva chorava desolada enquanto ouvia a historia, mas depois dos garotos afirmarem milhares de vezes que a amiga iria melhorar e Harry contar que até mesmo Dumbledore havia garantido isso, ela pareceu se acalmar.

Os três almoçaram conversando sobre o interesse de Voldemort em Hermione. Ao terminarem, Harry e Rony foram para mais dois tempos de Defesa Contra as Artes das Trevas e Gina foi encontrar Luna para irem juntas à próxima aula.

A professora Sulliver mostrou saber dar uma boa aula de DCAT. Não era uma seguidora de Voldemort, nem uma metida qualquer, nem ao menos uma louca ou uma cretina do ministério.

Toda a população masculina da escola parecia ter adorado a nova professora, enquanto a parte feminina, embora admitisse que fosse uma boa professora, não haviam gostado de saber que ela atraia os olhares dos rapazes mais velhos.

Harry não achou que fosse especial, em sua opinião, Lupin ainda era o melhor professor a que a escola já tivera.

O primeiro tempo da aula passara voando. A aula dela era muito interessante e prendia a atenção do moreno, enquanto Rony brincava com a pena, entediado, jurando a si mesmo que sentaria na primeira carteira da próxima vez, onde teria uma visão melhor da professora.

Não muito depois do começo do segundo tempo a explicação da professora foi interrompida pelo som da porta.

– Licença – pediu Mcgonagall adentrando e indo à frente da sala, ao lado de Sulliver.

– Minerva! – exclamou – Algum problema?

Todos na sala olharam assustados para Mcgonagall, que tinha uma expressão assustada no rosto. Seus olhos passaram rapidamente por toda a classe, como se analisasse cada aluno.

– Sim... Desculpe interrompeu sua aula, mas... Vou precisar emprestar um aluno seu – disse, os olhos ainda percorriam a sala.

– Imagine, não tem problema algum – disse gentil – Mas... Minerva, você esta me deixando preocupada.

O olhar de Mcgonagall finalmente parou em Harry. Ela por um momento o encarou, mas logo desviou o olhar para a professora.

– A Srta. Granger, sabe... Não esta muito bem – sussurrou, de maneira que ninguém mais ouvisse. Depois voltou a encarar Harry – Posso lhe roubar o Sr. Potter por um momento?

– Claro! – a professora virou-se para Harry e balançou a varinha, fazendo todo o material do garoto saltar para dentro da mochila – Faça o favor de acompanhar a Professora Mcgonagall, sim Harry?

O garoto se levantou com a mochila no ombro e, sem dizer nada, seguiu Mcgonagall para fora da sala.

– Hã... Professora, onde estamos indo? – perguntou depois de algum tempo a seguindo pelos corredores e escadas.

– Vamos à enfermaria – respondeu evasiva.

– É sobre a Mione? Ela esta bem? – perguntou ansioso.

– Menos perguntas, mais rápido Potter – exclamou, dando um ponto final na conversa.

Harry permaneceu calado pelo resto do caminho até a enfermaria, embora estivesse irritado com todo aquele suspense que a professora teimava deixar no ar, não perguntou nem contestou nada.

A mochila pesava nas costas e a cada passo que se aproximavam da ala hospitalar, naquele silencio ela parecia ganhar peso.

Sem demorar, chegaram na porta dupla que dava entrada na enfermaria. Harry ouvia gritos que pareciam vir de dentro do lugar, reconheceu logo os gritos de Hermione e, antes que Mcgonagall pudesse abrir a boca, o moreno escancarou a porta e adentrou o lugar.

Sim, os gritos eram de Hermione. Ao pé da cama, ao lado de Dumbledore, Harry observava chocado, ela se debater e gritar na cama.

Desesperadas lágrimas deixaram os olhos da garota, enquanto ela gritava coisas sem sentido, chamando, algumas vezes, pelo nome de Harry.

– Ela anda tendo essas crises desde que você saiu – declarou o diretor – Conseguimos conter algumas, mas essa última esta pior. Ela chama seu nome sem parar e a poção do sono não fez nenhum efeito.

– O senhor esta aqui desde àquela hora?

– Ora Harry, você acha que eu deixaria a minha aluna mais brilhante sem ajuda? – perguntou divertido.

– Foi o senhor que mandou a professora Mcgonagall me chamar?

– Creio eu, que... Se a Srta. Hermione pede pela sua pela sua presença, porque privá-la disso?

Harry não conseguiu deixar de lançar um olhar curioso ao professor. Poderia jurar que ele já tinha algo em mente, mas como também já sabia, seria impossível descobrir o que estaria pensando.

– Harry! Harry me ajuda, ta queimando, muito... – o grito de Hermione o tirou de seus devaneios – PÁRA! Eu não quero, pára!

– Calma, vai ficar tudo bem – disse pousando a mochila na cama ao lado e se colocando ao lado da cama onde estava deitada – Eu prometo, ta? Você esta em Hogwarts, Dumbledore esta aqui, não precisa se preocupar.

– Me ajuda – suplicava chorando.

Madame Pomfrey e Mcgonagall observavam aquilo horrorizadas, a professora tampava a boca abafando um gritinho de medo e a enfermeira já deixava os olhos marejarem. Dumbledore assistia tudo muito calmo, com um ar frio e uma expressão estranha no rosto, parecia esperar alguma coisa acontecer com muita expectativa.

– ME MATA! – Hermione gritou, sua voz ecoou pela enfermaria.

– Não! – disse Harry, tentando acalmá-la – Olha Mione, nada de ruim vai acontecer.

Harry se aproximou, pegou as mãos dela e as seguraram firmes. Harry podia jurar que sentiu um choque, como se uma forte corrente elétrica percorresse seu corpo a uma velocidade incrivelmente grande, paralisando cada músculo, fazendo o sangue parar de circular e o coração para de bater, retirando todo o ar de seus pulmões.

– Os três passos foram seguidos e agora a lenda se torna realidade – disse Hermione, ainda se debatendo – No corpo da herdeira, agora que marcado, vou me hospedar até, quem sabe um dia, a lenda terminar.

Cada palavra fora proferida como se alguém forçasse a morena a dizer aquilo. Ao terminar de dizer a última palavra, ela se debateu na cama e abriu os olhos subitamente, assustada.

Ela apenas ofegava, como se tivesse prendido a respiração por muito tempo.

– Harry? Professor Dumbledore? Professora Minerva? – perguntou olhando todos ao redor.

– H-Hermione? – Chamou Harry.

Pra ele era muito estranho ver Hermione acordada, ela andava tento aquelas crises estranhas, acabara de dizer coisas sem nenhum tipo de nexo, e de repente acordava como se nada houvesse acontecido.

– Sou eu – respondeu como se fosse obvio.

– Você ta bem? Não ta sentindo dor? Ou nada assim? – perguntou ansioso, colocando a mão na testa da garota.

– Harry eu estou bem – disse irritada – Só algumas dores no corpo.

– Mas... Não, não é possível – exclamou Madame Pomfrey.

Enquanto a enfermeira olhava surpresa para Hermione, Mcgonagall estava paralisada, ainda assustada demais com a cena anterior para dizer alguma coisa, e Dumbledore observava tudo calmo, como se nada fora do normal estivesse acontecido.

– Hum... Será que alguém podia me dizer o porquê dessas caras e... Alias, como eu vim para aqui?

– Harry te achou desmaiada em ruínas antigas perto de floresta, atrás das montanhas – explicou Dumbledore.

– É... – disse mais para si mesma – Eu estava naquele templo, ou sei lá o que e... Bem, eu toquei um símbolo no chão, tudo ficou mais quente e depois... Eu não lembro de mais nada.

– Bom, agora que está melhor, quero que o mais rápido possível passe no meu escritório, quero um relato do que presenciou – disse à garota, virando-se para Madame Pomfrey – Cuide bem dela – virou-se agora para Mcgonagall – Minerva, me acompanhe por favor.

Sem dizer mais nada, o diretor saiu da enfermaria acompanhado de Mcgonagall.

– Srta. Granger – chamou a enfermeira, ainda tentando voltar ao seu normal – Mais 10 minutos com o namoradinho, depois quero examiná-la.

Os dois coraram intensamente e consentiram com a cabeça, vendo a enfermeira se retirar.

– Obrigada por me salvar – disse sorrindo.

– Não foi nada perto de todos os anos que você vem me ajudando.

– Então... Como vão as coisas por aqui? – Hermione perguntou.

– Bem, ta todo mundo preocupado com você, as aulas já começaram e estamos no terceiro dia de aulas, o resto acho melhor você descobrir por você mesmo.

– O que foi? – perguntou ao ver a cara de desgosto do rapaz.

– Nada, não se preocupe com nada que não seja você mesma. – disse gentil.

– Que seja – disse contrariada – Mas... Mudando de assunto, eu vou querer suas anotações assim que sair daqui, sabe... Não quero ficar atrasada com o conteúdo.

– Na verdade... Eu nem cheguei a anotar nada, e bem, nem me pergunte nada sobre as matérias porque eu não ando muito... Ligado, nas aulas.

– O que? – perguntou quase gritando, pondo-se sentada na cama, recostada na cabeceira – Francamente Harry, eu não posso sair por uns dias que você já sai da linha, não quero nem ver o Rony.

– Hermione, você não saiu simplesmente – disse levantando as sobrancelhas – Você foi seqüestrada, torturada e quase morreu.

– Ora, não seja dramático, tirando uma dor no corpo eu to perfeitamente bem – disse firme.

– O que também é estranho – disse mais para si mesmo – Mas de qualquer forma, como você queria que eu prestasse a atenção nas aulas sabendo que você estava nas mãos de Voldemort.

– Acho que Voldemort nem chegou a tocar em mim – disse vagamente.

– Como assim? – indagou Harry,

– Hum... É uma longa história, quer dizer, a parte que eu lembro – Hermione pode ver a cara confusa de Harry – Voltando ao assunto anterior, não quero mais saber de você perdendo conteúdo ouviu?

– Acredite, você não sabe o quanto foi difícil agüentar essas aulas tão longe de você – disse, sorrindo tímido.

– Você é tão bonitinho, assim, tímido – disse rindo do tom vermelho das bochechas de Harry.

– E você ainda colabora bastante – disse irônico.

– Ai! Bravinho você fica ainda mais lindinho – disse gostando de ver o garoto constrangido – Alias...

Mas Hermione não teve tempo de terminar a frase, em um impulso Harry passou as mãos pelas costas de Hermione, e a beijou. Ela enlaçou o pescoço do rapaz com os braços e deixou-se levar.

Aquelas era sensação que ambos esperavam para sentir desde a cilada armada para Hermione em Hogsmead. Era um frio e um calor que os invadia ao mesmo tempo, entorpecendo todos os sentidos e confundindo as sensações.

Não tinha como diferenciar a mais alta nuvem do céu com a parte mais profunda do mar. Talvez porque, naquele momento, isso não tinha nenhuma importância.

Hermione afrouxou a gravata do namorado e segurou firme, garantindo que o beijo não terminaria. Harry sorriu por dentro diante da atitude dela, mas não deixou de abraçá-la ainda mais forte.

A garota se deitou na cama e, puxando-o pela gravata, fez com que se deitasse por cima dela, sem interromper o beijo.

– Que baixaria é essa aqui? – gritou uma voz histérica atrás deles.

Harry e Hermione se afastaram rápido, o garoto sentou-se na cadeira, quase se desequilibrando.

– O que vocês pensam que estão fazendo? – Madame Pomfrey perguntou, encarando os dois que assumiam um tom de vermelho muito forte.

– Hã... Er... Desculpe, nós estamos só... – Harry tentava formular alguma coisa, ainda sentindo o rosto arder.

– Conversando! – exclamou Hermione.

– Sim, sim... Eu sei bem que tipo de conversa vocês estavam tendo – falou em um tom severo.

Os dois apenas sorriram constrangidos.

– Agora me faça o favor de se retiram Sr. Potter, ainda tenho algum exames para fazer em você, Srta. Granger.

– Quando ela pode sair daqui? – perguntou o moreno, se levantando e rumando à porta.

– Depende do resultado dos exames, mas creio que amanhã pela manhã – assegurou.

– Harry – chamou Hermione.

O garoto foi até a namorada.

– Tchau – Hermione disse sorrindo.

– Tchau – respondeu antes de dar um último selinho na namorada.

Harry saiu da enfermaria e seguiu para a sala comunal da Grifinória sentindo-se revigorado. Sentia-se feliz e aliviado ao mesmo tempo.

Encontrou a sala comunal lotada, eram a maioria alunos fazendo as lições que Snape passara. O professor, como de costume, não deixava um dia passar sem dar alguma tarefa longa e complicada.

Rony e Gina estavam conversando, não muito animados, perto da lareira. Harry aproveitou e contou todo o ocorrido aos dois.

Gina foi dormir pulando de alegria, Rony também não demorou a subir ao dormitório masculino, já Harry, ficou até mais tarde pensando na recuperação de Hermione, que embora tivesse sido o melhor acontecimento do dia, também fora o mais estranho. Ela se recuperara de maneira rápida, deixando todos que presenciaram impressionados, exceto Dumbledore, e isso era outra coisa que o intrigava.

Quando finalmente decidiu se deitar não havia mais ninguém acordado. Aparentemente os alunos haviam desistido de tentar entender as lições de Snape.

Ele adormeceu imaginando o dia seguinte, com Hermione ao seu lado e tudo voltando a ser como era antes, mesmo sabendo que com eles, nada nunca fora muito normal.


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N/A -> Obrigado a kk... Que betou o cap pra mim na ausência da Nay...


N/A -> Obrigado a todos que comentaram... Continuem comentando viu!

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