Capítulo XII



Capítulo XII




Aos poucos, ela pôde vê-los com mais nitidez, e saíam do escuro, de onde ficaram o tempo todo escutando a revelação de Draco; ela se sentia cada vez mais estranha. Era todos! Todos do prédio, Peter Houstin e... Harry. Ali estava ele, um pouco afastado do grupo. Com as mãos nos bolsos, os cabelos se molhando rapidamente em demasia e sua expressão sem qualquer tipo de sentimentos, só medo e arrependimento.

Mas ela não acreditava em uma única palavra que aqueles lábios vermelho cereja profeririam, ou os significados dos olhares tristes e arrependidos que ela recebia, não só de Harry, mas de todos ali presentes.

A chuva caía densa e vagarosamente entre eles, e ela sentia que de alguma maneira, todos ali presentes não participavam de sua vida. Nunca participaram. Foram somente... falsos, foram... fantoches. E ela sentia o nervo na têmpora crescer e diminuir, conforme sua raiva lenta e calma se transformava em fúria intensa, por ter sido enganada por cinco anos!

- Então... é isso? - ela quase gritou, para que todos escutassem.

Teve a impressão de ver Peter Houstin fechar os olhos, como se esperasse pela sua pior reação. Esta, porém, foi seca e agressiva ao bater palmas com força com as mãos molhadas.

- Parabéns...! Sabe, eu realmente caí na de vocês! Conseguiram! - ela falava em voz alta e trêmula, sentindo as lágrimas que saíam densamente dos seus olhos vermelhos se misturar com a água forte e rude da chuva que caía em seu rosto. - Vocês, principalmente. - ela diminuiu a voz, encarando furiosamente o pessoal do prédio - me enganaram certinho! Eu realmente achei que todos vocês tinham a personalidade que têem, mas foram manipulados, não?

O sorriso feliz e satisfeito de Draco Malfoy se desfez, e com ele, ela pôde notar que uma pontada de arrependimento poderia lhe preencher, mas ele continuou sério e inespressivo.

- Malfoy...! Eu sabia que tinha algo errado! Quer dizer, ninguém muda de uma pessoa tão ridícula para alguém tão doce!

Sua vontade de voar em cima dele e socá-lo com toda a força do mundo diminuiu ao fechar os olhos e mordiscar de leve o lábio inferior. As palavras eram fáceis e objetivas, mesmo que ela não tivesse idéia de um plano tão idiota e espalhafatoso como aquele. Sua vida amorosa fora um filme! Um filme idiota que seria assistido por Lord Voldemort!

Uma dúvida se fez rapidamente em sua cabeça ao se virar para encarar friamente os olhos azuis de Harry. E sua história com ele? Também fora um filme? Sentiu as lágrimas fluírem mais densamente dos seus olhos cerrados e avermelhados, e finalmente, cortou o silêncio que antes somente a chuva insistia em desafiar:

- E você, Harry. - sua voz era rouca e trêmula, e todos puderam notar sua fragilidade - você me enganou. VOCÊ FOI O PIOR! - ela berrou, antes de dar as costas e sair, quase correndo, para algum lugar longe dali.

Ninguém se atreveu seguí-la para pedir desculpas, ninguém foi ousado demais em atrapalhá-la em seu acesso de fúria. Afinal... quem diabos eles pensavam que eram...? Ela precisava pensar... raciocinar... saber que sua vida fora de Hogwarts tinha sido apenas um filme e que começava agora, naquela noite chuvosa.

As ruas eram escuras e tensas, e ela se sentia a mais infeliz e maldita mulher do mundo. O pior não era o pessoal do prédio, o entregador de flores, Draco Malfoy... o pior era Harry! Nada se encaixava mais! Ele estava tão estranho no primeiro encontro que tiveram, e depois tão apaixonado e feliz... e era tudo mentira. Uma mentira fútil e idiota vinda das mãos de Lord Voldemort, sócio de Draco Malfoy.

Ela nunca amara Draco, isso tinha que admitir. Harry era quem mais a feria por dentro, ele... ele a fizera passar um dia incrível! E isso era tudo mentira, tudo parte de um filme que seria assistido por uma pessoa que não sabia o que era amar ou o que era sensibilidade!

O barulho da chuva batendo nas latas de lixo, lhe lembrando um dia feliz e de descobertas novas e ireemediáveis, e o silêncio se misturavam de forma sinistra e louca, fazendo-a se sentir excluída do mundo e tão sozinha que ninguém poderia se sentir assim...



As vozes e os risos a faziam sentir-se melhor, mesmo vindos de uma máquina onde ninguém sabia que ela existia. E era isso. O mundo não era mais o que ela pensava. As pessoas - mesmo que fosse Draco Malfoy - brincavam dos os sentimentos dos outros sem se importar em penetrar outras pessoas no plano eufórico e idiota.

Seus olhos estavam vermelhos e os chocolates estavam para acabar, seu rosto banhado de lágrimas que insistiam em fluir consideravelmente muito rápidas e grossas. Ficaria no prédio, afinal, além de se demonstrar fraca diante dos "vizinhos" saindo, o prédio não fazia parte do plano, o dono não tinha nada a ver.

O telefone tocou pela vigésima vez, e a voz que ela ouvia era a de Draco Malfoy:

- Oi... Granger, se estiver aí, pode atender, por favor? Eu sei que já é a décima primeira vez que eu ligo para você, mas é que tem uma varinha de um cara maníaco apontada para a minha testa e... atende, por favor... - sua voz tinha um misto de nojo, medo, apreensão, e repreensão conforme falava e mudava os vários tons de voz.

Ela tinha que atender. Mesmo que tivesse planos de xingá-lo na primeira oportunidade e sua cabeça se enfurnava em um plano maligno de meter um processo nele, mas alguém estava ali.

- Ou você fala, ou será a minha varinha que estará em contato com a sua testa. - ela desdenhou ameaçadoramente.

- Uau! Isso não foi muito amigável... - ele murmurou, sarcástico.

- Não era pra ser. - disse em tom agressivo - desembucha.

- Jura? Achei que era... - ele fez um ruído de quem é obrigado a fazer tal coisa e leva um susto e diz: - Ah.. ok, ok, já vou falar pra ela...

Hermione aguçou os ouvidos. De acordo com o que imaginara, ele estava sendo ameaçado e posto contra a parede por alguém.

- Quem está aí? - ela quis saber prontamente, sem se importar com a resposta sem educação que receberia.

- Seu namoradinho... - ele desdenhou, parecendo ligeiramente nervoso e sufocado - Ele está aqui na minha frente, sabe, os olhos dele parecem me matar vivo!

A intenção de Malfoy seria dizer "comer vivo", mas ela não se preocupou em corrigí-lo. Harry estava ali! E ele estava ameaçando Malfoy! Que significado isso teria ela não quis imaginar, mas mesmo assim, não retornaria a ver nenhum dos sócios de Malfoy, mesmo que Harry tivesse sido seu amigo há mais de dez anos...

- O que você quer? Ou melhor, o que vocês querem?

- Arghht! - ele fez um som de nojo - Não! Eu nunca ligaria para você sem mais nem menos, só em caso de morte, como agora! Então... que seja, ele diz que a história dele com você não teve nada a ver com o filme, quer dizer, ele diz a verdadeira história. O beijo foi uma farsa, só o beijo com Gwen. Não filmamos o que vocês dois tinham por trás disso, só o pedido de noivado e o beijo... está escutando?

Ela estava. Trancara a respiração para escutar o que ouvia. Os piores momentos que tivera com Harry era o que fora filmado! Ele não tinha em mente se apaixonar por ela, então! Céus...! Mesmo que não quisesse dar o braço a torcer, um fiozinho de esperança pôde se formar dentro dela.

- ÔôôôÔw! - ele tentou chamar sua atenção - está aí, Granger?

- Estou, quer dizer, estava. - murmurou antes de apertar o botão maior do telefone e colocá-lo no gancho novamente.

Sua cabeça rodava. Então não importava, realmente! Fora somente um filme que ela poderia entrar num processo contra! E Harry... ele estava lutando para tê-la de volta! Isso a deixava melhor, mas não podia de deixar de sentir a angustia que sentia. Algo a sufocava, algo a...

Toc, toc, toc... a porta do seu prédio batia lentamente, como para torturá-la. Era óbvio que era Harry. Ela não quis abrir, mas uma nova batida lhe chamou a atenção e a deixou com mais vontade de abrir a porta.

Quando se caminhou para fazê-lo, Harry já abria-a e a encarava, nos olhos. Ela nunca poderia ter desconfiado dele... nunca! Os olhos de Harry esbanjavam confiança e conforto, e ela simplesmente desconfiara que o amigo tivesse se juntado ao Malfoy, sem indícios do antigo Harry, que se dava mal em encenar e falar com garotas numa boa; exceto ela.

Havia um desejo mútuo de reconciliação entre eles, um calor humano prazeroso que o chamava para perto dela, como se fossem parte um do outro. Seus olhos rapidamente se encheram de lágrimas e ela ergueu a mão direita, fazento um sinal para ele se aproximar.

Então, aconteceu. Não foi um beijo apaixonado, mas foi um abraço reconfortante e amigo. Os braços fortes de Harry a envolviam seguramente, como se a protegesse. Ela não queria que aquele momento acabasse, quer dizer, não poderia acabar, mesmo que já tivesse durado vários minutos...

- Minha intenção não era se apaixonar por você. - ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás de sua orelhe, e ela sorria leve e cansadamente - mas você é irresistível, entende?

Ela riu frouxamente e aproximou seus lábios do dele, juntando-os. O calor que emanava do corpo dele era inconfundível! Era tão estranho amar tanto uma pessoa só... por um segundo, uma onda de emoções passou por ela, e esta pôde sentir ele aprofundando o beijo, correndo as mãos livremente pelas suas costas, enquanto ela afundava uma mão em seu cabelo, e a outra afundava suas unhas nas costas dele.

Aquele desejo inconfundível. Harry explorava cada cando da boca dela com a língua. Meu Deus! Aquilo era ar para ela, e não sabia como vivera tanto tempo sem tê-lo ao seu lado. O beijo ficava cada vez mais selvagem e profundo, e ela o enlaçou pela cintura com as pernas, enquanto ele, sem parar de beijá-la, fechou a porta com a mão livre que lhe sobrara.


FIM!!!


N/A: espero, realmente, que tenham gostado...
É claro que terá epílogo. =DD*
Espero que comentem tbm... ^^
Bjux =***
Nah~

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