Capítulo X



Capítulo dez


 


A noite parecera
interminável e então, quando finalmente o primeiro raio solar irrompeu pelos
caixilhos da janela, iluminando parcialmente o quarto, encoberto pelas cortinas
escuras, Hermione levantou-se e começou a fritar ovos e bacon
para o café da manhã. Logo teria que acordar Peter para levá-lo ao colégio e
acordar Harry para ele ir para o trabalho, embora ela preferisse vê-lo
dormindo, as pálpebras sobre os olhos, o rosto com uma expressão engraçada de
cenho franzido e as mãos fechadas sobre o peito.


Ela caminhou
lentamente para dentro do quarto dele, tentando não fazer barulho ao encostar a
porta e então sentou-se ao seu lado, fazendo a cama baixar alguns centímetros.


Uma das mãos
correu-lhe aos cabelos desgrenhados e negros e ela sentiu o calor de seu corpo
envolvê-la; como ela o amava... e nunca soubera daquilo... como? Ultimamente,
ela pegava-se questionando-se aquilo invariavelmente e as lágrimas marejavam
seus olhos castanho-claros.


Hermione sorriu e
então secou as lágrimas, desviando seu olhar pelo quarto e então, pousou-o
sobre uma foto sobre a mesinha de cabeceira. Um Harry fazendo par com si mesma,
só que mais jovem, sorriam alegremente sentados em um banco e acenavam e
mandavam beijos, abraçados um ao outro.


A garota
encaminhou-se para a foto e segurou-a firmemente entre os dedos pálidos,
sentindo o coração acelerar, batendo com força no pomo-de-adão. Lembrava-se
perfeitamente daquele dia, em uma época que Harry e Hermione mantinham um
romance fixo em Hogwarts...


 


-
Junta aí, gente - A voz de Rony soou com clareza e logo a fumaça prateada foi
dissipando-se, dando lugar a um pátio cheio de estudantes, as vestes pretas
confundindo-se entre si; sentados em um banco ao canto, Harry e Hermione
sorriam, abraçando-se e Harry ocasionalmente selava nela um beijo cálido,
encabulando-a.


-
Pare com isso, sim? - ela disse, sorrindo. - Aqui não...


-
Por que não? - perguntou ele, inclinando-se para frente e beijando-a novamente.
- Eu quero que saibam do nosso amor... quero sim...


Ela
ergueu os seus olhos para ele, encontrando uma expressão serena e apaixonada e
então, deixou-se cair sobre seus ombros, sentindo os braços fortes dele abraçarem-na
com calor. Fechando os olhos, sentiu a língua dele penetrando em sua boca e então,
entregou-se a outro beijo cálido, quando finalmente, desvencilharam-se sob o
chamado de Rony.


-
Será que vocês podem parar de se estuprar e sorrir para a câmera, por favor?
-  disse ele, irritadamente. - Tá
difícil andar com vocês, hein, se agarrando em cada corredor!


Harry
sorriu para ele e então puxou Hermione para si, encarando a câmera e  acenando alegremente; a garota sorriu amarelo, sentindo as maçãs
do rosto ganharem um leve tom avermelhado.


O
flash cegou-os momentaneamente e então Rony abaixou a câmera e ergueu o
polegar para os dois.


-
Obrigado - disse ele. -, por um segundo de sua aten...


Mas
calou-se quando Harry puxou-a novamente para si e começou mais um beijo cálido!


Espumando,
o garoto girou nos calcanhares e saiu sapateando sobre a borda da capa, em direção
ao castelo, fundindo-se com os diversos estudantes vestidos de preto e
desaparecendo de vista.


Harry
afastou-se e então levantou-se, erguendo a mão para a garota.


-
Vamos andar? - perguntou, jovialmente.


-
O último que chegar no lago é a mulher do padre - respondeu Hermione,
levantando-se e precipitando-se para o gramado, descendo com selvageria e
podendo ouví-lo correr atrás de si.


Deixou-se
cair sob a sombra da faia na borda do lago e sentiu ele deitando ao seu lado, o
corpo quente comprimido contra o seu.


-
Eu te amo - sussurrou, com ternura.


-
Eu também te amo - disse ele, suavemente. -, muito...


 


Hermione deixou-se
cair no chão, o porta-retrado de moldura dourada frouxo entre seus dedos e, então,
sentiu as lágrimas somarem em seus olhos, lembrando-se de tudo... depois de
algum tempo, ele terminara com ela e começara um namoro com Gina, que resultou
em um noivado.


Ela, ficara sozinha
alguns dias, até que Rony oferecera-lhe um ombro amigo e declarara-se para ela, dizendo que sempre a amara e
que amaria pelos dois; mesmo com um peso na cosciência e sentindo o amor de
Harry com força dentro de si, ela juntou-se a Rony e acabou aprendendo a amá-lo.


Gina morreu alguns
meses depois.


Hermione pousou o
retrato na mesinha e então voltou-se novamente para Harry, que ainda dormia sem
saber o que acontecia a sua volta; acariciou seus cabelos e então deitou sobre
seu peito, sentindo-o arfar pesadamente.


E foi então que ela
sentiu uma forte contração na barriga e caiu no chão, sentindo uma dor
incomensurável arder dentro de si; a voz feminina berrou e então, a cabeça de
Harry apareceu sobre a cama e encarou-a, incrédulo.


Rapidamente, ele
levantou-se e ergueu-a no ar, precipitando-se andares abaixo até ela sentir que
o sol atingia sua pele... haviam saído de casa... ele levaria-a para o
hospital... ela o amava... por que deixara-a? Por que abandonara-a?


 


*-*


 


A cortina bege
ganhou uma cor leve, serpenteando no dossel da cama e então, Hermione viu
rostos cansados e sérios fitando-a; tentou mexer um dedo e sentiu uma
dificuldade momentânea em mexer-se. Então, no segundo seguinte, ouviu uma voz
rouca sussurrar em seu ouvido.


- Mione... sou eu,
Harry... eu te trouxe para o hospital... você... desmaiou... mas por que não
me disse que estava grávida?



 


 





 



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