As palavras (prólogo)



Eu odeio minha vida. E com essas palavras pela milésima vez eu começo meu dia. Meu nome é Virgínia Weasley. Weasley por pouco tempo, pois estou noiva de Harry Potter. Daqui a alguns dias eu vou me chamar Virgínia Potter. Isso não soa bem pra mim. Não soma. É como se estivesse alguma coisa errada e eu descobri o que é. Eu não deveria ter aceitado me casar com o Harry. Não que ele não queira. O problema é que eu não quero. Só que já é tarde de mais para desistir.

Eu não sei por que eu aceitei o pedido de casamento dele. Pra falar a verdade, eu sei. Foi por causa das ilusões, das palavras. Eu me iludi a vida inteira que um dia o Harry ia olhar para mim. E por causa dessa ilusão eu me deixei levar pelas palavras doces. Nunca sinceras. Somente palavras doces. As palavras. Desde o tempo de Hogwarts que eu acredito cegamente em cada palavra dita pelo Harry. E desde o tempo de Hogwarts que eu tenho medo. Infantil, sem dúvida. Tenho medo das palavras. As palavras de Draco Malfoy. Mas eu sei que ele não queria me machucar. Não tanto assim.




Gina estava muito feliz. Finalmente o grande Harry Potter tinha reparado nela. Tinha convidado ela para acompanhá-lo no baile de inverno. Gina achava que Harry tinha percebido como ela era legal e doce. Mas no fundo ela sabia que isso não era verdade. Como Cho já tinha se formado, Harry, como garoto mais popular do colégio precisava de uma garota a altura. Então ele recorreu a lista das garotas mais bonitas e populares de Hogwarts. E com a saída de Cho, adivinha quem virou o alvo de todos os garotos de Hogwarts? A Gininha. Irmãzinha do Rony.

Ginny estava andando alegremente pelo corredor quando se deparou com a última pessoa que ela queria se encontrar: Draco Malfoy. E ele não pode deixar de tirar um pouco de sarro da cara da mais nova Weasley.


-Olha se não é a pobretona? Pra que essa felicidade toda? Viu um passarinho verde? Ou melhor uma sapinho cozido?

-Se é ou não, não é da sua conta Malfoy-Retrucou Gina-.

-E o pior que não é mesmo. Mas eu fiquei com pena de você...

-Pena de quê? Eu agora sou a garota mais invejada de Hogwarts...

-O cicatriz não gosta de você - interrompeu Draco - Como alguém pode ser tão cega?

-Isso não é verdade!!! O Harry ele...

- Ele te ama? Meu Deus! Faça-me um favor. Abra os olhos, sua idiota!!- e ele foi embora deixando uma garota as lágrimas...




Malfoy não tinha dito nada mais que a verdade. Eu sabia disso. Só não queria acreditar. Depois que ele foi embora o Harry chegou e me levou para o salão comunal aonde eu subi sozinha para o dormitório. Depois que o Harry terminou Hogwarts nós passamos um ano namorando por correspondência. Eu cada dia mais acreditava que ele me amava. E acima de tudo: eu acreditava que amava ele. Hoje eu percebo o grande erro que cometi. Harry namorava comigo mais também "ficava" com toda a população feminina de Hogwarts. Enquanto namorávamos por correspondência ele estava me traindo com a Cho. E quando as pessoas tentavam me alertar eu não acreditava. Ou tentava não acreditar, pois sabia bem no fundo que tudo aquilo que me falavam era verdade.

Quando eu terminei o sétimo ano, o Harry estava disposto a terminar comigo para se casar com a Chang. Foi aí que meu pai se elegeu ministro da magia. E como ele estava no meio do curso para Auror, era bem mais fácil conseguir um emprego no ministério sendo me namorado. Não deu outra. Assim que ele se formou meu pai deu a ele um ótimo emprego na seção de mistérios. Então Harry, para o bem da sua carreira me pediu em casamento.

Eu aceitei imediatamente. Eu passei a vida toda rezando para que ele notasse que eu existia, e de repente ele estava na minha frente de joelhos me oferecendo um anel de rubis. Se algum dia ele tivesse prestado atenção ao que eu o dizia, ele saberia que meu sonho era ser pedida em noivado com um anel de esmeraldas. Mas ele nunca me ouviu. Mas ele estava lá. E sendo ou não de esmeraldas era um anel. E a única coisa que eu pensei na hora era que eu provara pro Malfoy que Harry me amava.

Só percebi a verdade a uma semana atrás. Eu estava indo a um café trouxa perto do meu apartamento. Eu ia comprar um bolo de limão para o Harry. Harry sempre adorou tortas de limão. Eu sempre odiei. Mas eu queria agradá-lo. Quando cheguei, o Harry estava comendo um pedaço de torta lá. E não estava sozinho. Pra falar a verdade, estava muito bem acompanhado. Eu, sem fazer barulho, voltei correndo para casa.

Então percebi tudo o que aquelas palavras doces que ele me dirigia tinha custado. Eu tinha desperdiçado sete anos da minha vida. Tinha sido fiel, amiga, companheira. Tinha suportado os deboches. Tinha ouvido os elogios. Me privado de inúmeras coisa por nada. Harry nunca me amou. E agora percebi que também não o amo. Todo esse tempo, toda essa dedicação nunca passou de palavras. Sempre doces. Nunca sinceras. Palavras, só palavras...


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.