Capítulo V



Capítulo Cinco

All the pictures have all been washed in black...
(Todas as pinturas estão sendo lavadas em preto...)
...tattooed everything.
(...tatuando tudo)

Harry estava sozinho em um quarto escuro. Parecia concentrado em seus pensamentos. Seu semblante era triste e parecia estar mais velho e cansado. A morte dos seus melhores amigos há menos de dois anos o afetara muito. Sempre que ficava sozinho a melancolia o invadia.
Harry era forte, mas era difícil para ele de vez em quando. O que o deixava mais feliz era chegar em casa e ver o sorriso inocente de Jonathan, que crescia cada dia mais parecido com Hermione. Era uma adorável criança que só trazia alegria para Harry e Gina, que agora já haviam assumido o romance.
Rony notara uma lágrima teimosa que escorria pelo rosto do amigo. Sabia que estava triste, não havia como não estar. Rony podia ver aquela cena nítida em sua mente, como se fosse um filme. Não era nada agradável ver o amigo naquela condição.
A porta do quarto se abriu e um jovenzinho de cabelos e olhos castanhos entrou muito eufórico. Harry enxugou a solitária lágrima em seu rosto e olhou Jonathan com um olhar paternal.
- Tia Gi "compo" uma "ropa" do "quadlibal pa" mim - e mostrou um embrulho amassado com um tecido dentro, que Harry presumiu que fosse um uniforme do Chudley Cannons, devido às cores.
- Que lindo, meu anjinho! Agora só falta aprender a jogar, né? - disse carinhosamente.
- Você só promete e não ensina, Harry - disse Gina, entrando no quarto. - Já fiz minha parte e comprei o uniforme.
- Então quer dizer que a parte mais difícil fica por minha conta? - Harry disse com um sorriso e beijou Gina antes de continuar. - Você chegou cedo do jornal hoje.
- Não tinha muita coisa pra fazer. O que você estava fazendo sozinho no escuro?
- Pensando na vida - neste momento Jonathan estava pronunciando umas frases meio incompreensíveis e puxava constantemente as vestes de Harry. - O que você quer, meu anjinho?
- A "vassoia" que faz "vuuupp" - disse, gesticulando com as mãos. - Cadê "éia"? Eu "queio vuuupp neia", tio "Haby".
Gina e Harry deram risada da maneira que Jonathan falava. Achavam cada dia mais bonitinho. Realmente ele estava crescendo muito esperto!
- Venha, Jonathan - disse Harry, pegando as mãos do garotinho - Vamos pegar a "vassoia" no guarda-roupa.
Gina via em Harry e Jonathan sua família. Tanto ela como Harry cuidavam do garoto como se fosse seu próprio filho. Não faltava nada para Jonathan, tudo que pedia ele tinha. Mesmo sendo tão paparicado Jonathan era uma criança bondosa e muito carinhosa, o que deixava seus tios e avós muito felizes.
- Está aqui a vassoura Jonathan - disse Harry, indo em direção ao enorme guarda-roupa ao lado da cama.
Ao abri-lo Harry recebeu uma rajada de roupas na cabeça. O guarda-roupa estava realmente uma bagunça. Gina lançou um olhar reprovador a Harry ao ver as roupas passadas no chão. Jonathan começou a brincar entre as roupas espalhadas.
- Poxa Harry, pedi para você não bagunçar as roupas - disse, recolhendo algumas do chão. - Você podia ser mais organizado.
- Desculpa Gina. Deixa eu te ajudar.
Jonathan pegou uma fotografia, que Gina guardava entre as roupas antigas de Hogwarts.
- "Mamã"... "Papae"... - dizia, apontando Hermione e Rony em uma das fotos. - "Mamã" e "papae"...
Os dois ficaram perplexos. Como Jonathan sabia disso? Parecia muito feliz ao mostrar seus pais biológicos na fotografia. Harry e Gina nunca esconderam de Jonathan que não eram seus pais mas nunca lhe mostraram fotos de Hermione e Rony.
Rony assistia à cena muito emocionado, afinal era a primeira vez que via seu filho. Chorou muito ao ouvi-lo dizer "papai". Era uma linda e esperta criança! Sentiu, neste instante um certo arrependimento por ter feito o que fez. Sabia agora que o filho precisava dele, por mais que tivesse Harry e Gina. Mas não havia como voltar atrás.
***
- Rony, é melhor acordar - Rony pôde ouvir a voz de Set, seu Pescador de Ilusões. - Daqui a pouco já vai começar seu julgamento.
Rony percebeu que estivera o tempo todo no quarto número 8 do sobradinho, no Limbo. Havia se concentrado, seguindo o conselho de Set, e visto o que estava ocorrendo com os vivos.
- Mas já? Passou tão rápido.
- Pelo jeito você conseguiu ver seus parentes vivos, não? - disse Set com seu marcante sorriso angelical.
- Vi. Eu vi meu filho, Set - disse com um olhar perdido. - Ele está tão bonito! Parece a mãe, sabe? Os mesmos olhos. Ele está tão sapeca - Rony sentiu um sorriso brotando de seus lábios.
- Fico feliz por você, Rony, mas precisamos realmente ir.
Rony assentiu com a cabeça e acompanhou Set. As imagens de seu filho lhe acompanharam por todo o caminho. "Como pude deixá-lo tão desprotegido?", pensava. Depois de um certo tempo achou melhor se concentrar em seu julgamento, que não seria fácil.
Ao chegarem em um alto prédio entraram e Rony pôde perceber que o lugar era como um tribunal. Haviam alguns bancos espalhados pela sala, uma bancada ao centro e um telão atrás desta última. Os homens, que já estavam presentes, vestiam-se de ternos brancos engomados.
- Boa tarde, senhores! - disse Set ao entrar. - Desculpem o atraso!
Rony notara que os homens ali presentes lhe lançavam um olhar indescritível, que lhe dava a impressão de inimizade. Set se sentou, acompanhado por Rony, em um dos bancos do lado direito. Se Rony não tivesse tanta certeza de que estava morto juraria estar sentindo seu coração bater mais forte.
- Acho que já podermos começar, não? - perguntou um dos homens de branco. Sendo assentido por todos, continuou. - Está aberto então o julgamento do Sr. Ronald Weasley, acusado de tirar a própria vida.
A sensação de batimento acelerado tomou conta de Rony novamente. "O que será que vai acontecer comigo?", perguntava-se.
:.: - O que você imagina para o futuro, Rony? - perguntava Hermione, deitada na grama.
- Não sei... Nunca parei para imaginar o amanhã. Vivo sempre o hoje.
O feriado de Natal havia acabado e o casal estava de volta a Hogwarts. Estavam deitados na grama no lado de fora do castelo. Era uma tarde de sábado ensolarada e sem deveres de casa para fazer.
- Pois eu sempre planejo o futuro - continuou Hermione. - Nos meus planos você sempre é peça fundamental, Rony.
- Eu posso não planejar meu futuro, mas de uma coisa eu sei: meu futuro é contigo, Hermione Granger – disse, beijando suavemente os lábios da namorada.
Os dois sabiam que o ano letivo estava para acabar e, após isso, não sabiam como seriam suas vidas. Ambos partilhavam do mesmo medo: de perder o outro. Permaneceram abraçados durante algum tempo antes de Rony dizer.
- Eu gosto muito de você, Mione! Não quero te perder!
- E não vai! - disse firmemente. - Eu serei sua para sempre! :.:

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