Capítulo XIII



Capítulo treze


 


- Qual
é o estado dela?
- Kirsten ouviu vozes ao seu redor e foi abrindo os olhos
lentamente, as luzes que irrompiam dos caixilhos da janela invadindo bruscamente
suas pálpebras. Após alguns segundos, pôde perceber que estava em um largo
quarto, com alguns homens vestidos de branco a cercando, encarando-a
apreensivamente.


- Ela acordou - um deles disse,
animadamente.


- Como se sente, senhorita?


- Bem - respondeu ela, calma. -, o que
aconteceu?


- Você foi encontrada em uma rua -
respondeu um deles, encarando-a sério. -, coma alcóolico...


- Coma... alcóolico? - repetiu ela,
incrédula.


- Exatamente, senhorita... mas agora
está tudo bem... logo vai voltar à sua casa...


Kirsten afroxou-se na cama,
empertigando-se tristemente; depois, erguendo os olhos para o homem que esperava
a resposta, murmurou:


- Eu não tenho casa...


 


*-*


 


Quando Harry acordou na manhã
seguinte, deparou-se com um cômodo completamente vazio; ainda de olhos
fechados, tateou o lado da cama, só que inutilmente. Hermione já havia ido
embora.


Sentiu uma falta dela; e pensar que há
alguns meses atrás ele havia se afastado dela em um momento que ela se
oferecera... mas naquele momento, ela estava frágil e vulnerável. E, na
verdade, naquele ato de oferecimento, ela se oferecia simbologicamente a Rony e
não a Harry. Ela o amava. Agora, pensando, Harry imaginava se fora certo ou não
ter feito amor com ela... ela não o amava... não mais...


Seus pés o conduziram para a cozinha
onde ele preparou um sanduíche e pousou-o em um prato raso; os dedos tremiam.
Os mesmos dedos que na noite anterior haviam explorado tão demasiado o corpo
alvo de Hermione; os mesmos dedos que haviam brincado no clitóris da garota,
fazendo com que ela retesasse o corpo, arfando de prazer.


Mas, agora, ele apenas ficava com as
lembranças... e a saudade...


Estava
amando-a? Não... não podia... ele amava Kirsten... mas Kirsten o fizera sofrer
tanto... e Gina? Eles haviam tido uma história de amor tão bonita... "Gina
está morta... morta"



Nunca mais a veria... nunca mais
poderia sentir os seus lábios... Harry estava vendo Virgínia em Hermione e
tentando satisfazer sua saudade de Gina na garota?


Fora burro... fora burro em transar
com ela... ela agora tinha um caso amoroso com seu ex-melhor amigo... mesmo que
o amasse, jamais o largaria. Mas Rony a traíra. Não importava... nada
importava.


Harry abriu o armário embutido da
cozinha e deparou-se com uma garrafa cor-de-cobre cheia de champanhe.
Seu coração acelerou. Um gole só decididamente não faria muito mal. Puxou
rapidamente uma taça sobre a pia e encheu-a do líquido; engoliu em seco,
contemplando as bolhas de gás que formaram-se na borda com suavidade. O coração
agora batia de maneira super lenta, em um compasso que quase parava.


Chegou o copo aos lábios, saboreando
de leve o gosto amargo da champanhe. Como era bom, meu Deus! Bebeu toda a taça em um só
gole; encheu novamente e bebeu-a e novamente... parou.


"Vai
com calma, Harry... já chega... já chega"



Guardou a garrafa no armário e então
tentou chegar à sua cama, embora apoiasse-se precariamente nas paredes,
tentando encontrar a direção certa; depois, tombou pesadamente na cama,
dormindo...



 


 


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