Capítulo I



Capítulo um





 

        
- Você matou minha mãe! - berrou a mulher, apontando um revólver com uma mão
trêmula enquanto segurava um copo de whisky com a outra; o homem à sua frente
oscilou por alguns segundos e, depois, puxando um molho de chaves, tentou abrir
a porta inutilmente. As mãos tremiam demasiadamente, o que impossibilitava que
ele conseguisse achar a chave certa. Depois de alguns segundos de silêncio, já
se dando por vencido, ele engoliu em seco e voltou-se para a outra, que
continuava com a arma apontada para ele e sorria com uma prazerosa ironia. - Não
adianta, não é? - ela disse, soltando uma gargalhada e tragando mais um gole
da bebida. - Você está preso aqui.


        -
Kirsten - disse ele, vacilando. -, por favor... eu não matei sua mãe... você sabe disso... você está bêbada...
pelo amor de Deus...


       
- CALE A BOCA - berrou ela, empunhando o revólver perigosamente. - Não adianta
tentar se livrar... seu cafajeste... sempre. Nunca foi um pai presente. Nunca
esteve lá nos musicais... ah... os musicais do colégio. Como eu tentava me
empenhar nos ensaios para aprendê-los bem e, quando chegava, o senhor não
estava na platéia, não é?


       
- Eu estava trabalhando - disse o outro, suavemente. -, sempre... para poder
manter você e a sua mãe.


       
- TRABALHANDO?! - guinchou Kirsten, soltando um gemido triste. - COM CERTEZA...
COM AQUELA TAL DE TESS, NÃO FOI? - Ela esperou alguns segundos e depois
prosseguiu: - NÃO FOI? Minha mãe acreditava em você... você chegava às duas
da manhã em casa e falava que estava no trabalho. Muito ocupado! Quantas vezes
minha mãe esperou ansiosa por você enquanto você trepava com aquela vadia!


       
- Você não está bem, querida - disse ele, com um sorriso vacilante. -, abaixe
essa arma e vamos dormir um pouco.


       
- Não me chame de querida - vociferou Kirsten. -, e nós não vamos dormir...


       
Ela tragou mais um gole do whisky holandês e depois, deixou o copo cair no
carpete, fazendo com que o vidro se espatifasse, tilintando. Depois, segurou o
revólver com as duas mãos, empunhando-o na direção do pai e, com um único
estampido, a bala voou pelo ar atingindo bem na testa do homem. Ele ficou alguns
segundos parado, em pé, os olhos bem esbugalhados e, depois, foi lentamente
caindo até deitar-se no chão.


       
Kirsten puxou outro copo e encheu-o de vodca, bebendo-a rapidamente. Depois,
pulou o corpo do pai e saiu em direção aos jardins esverdeados; o ar da Califórnia
já havia enjoado-a e ela queria sair daquele lugar o mais rápido possível.
Embora tonta, ela conduziu um Fox
preto para um hotel que havia ali perto; pegaria um avião no dia seguinte, para
Londres.


 


*-*


 


       
Hermione ligou a luz oscilante do abajur ao lado de sua cama e correu os olhos
para o relógio digital sobre a mesinha de cabeceira; eram quase duas horas e
alguém havia tocado a campanhia. Vestindo-se de um roupão azul marinho, ela
levantou-se calmamente e encaminhou-se em direção à soleira, praguejando o
visitante. Correu uma correnta na porta e depois entreabriu-a, espiando do lado
de fora.


       
- Harry! - ela exclamou, animadamente. Terminou de abrir a porta e depois
jogou-se contra o amigo. - Quanto tempo! Está tarde! Como você está?


       
- Bem, bem - suspirou ele, com um ar cansado. -, posso entrar?


       
- Claro, venha - respondeu Hermione, sorrindo simpaticamente. Deu o braço ao
amigo e depois fechou a porta atrás de si quando ele passou. O sono já escoara
completamente e agora ela apenas queria saber como andavam todas as coisas. -
Foram uns cinco anos, não?


       
- Ah... acho que sim - disse Harry, calmo. - cinco anos que não nos vemos...
você está trabalhando no que?


       
- Eu não estou trabalhando, para dizer a verdade - respondeu a mulher, esboçando
tristeza. -, mas não estou ligando muito para isso... ah... e você?


       
Harry forçou um sorriso.


       
- Não... também - disse. -, mas não tenho procurado... acredite... viver no
Grimmauld pode não parecer tão ruim.


       
- É um lugar imenso - disse Hermione, enquanto enchia duas xícaras de água
fervendo. - e deve ser bastante solitário sem... Sirius.


       
- Ah... Sirius... eu já consegui superar aquilo. Já faz tempo, não é?
Bastante tempo...


       
- A última vez que ouvi falar de você me disseram que estava em um tratamento
- comentou Hermione, distraidamente, enquanto colocava saquinhos em cada xícara,
fazendo-as salpicarem em um pó amarelado. - Que tipo de tratamento era?


       
Harry tamborilou suavemente os dedos na mesa e depois pousou o rosto nas mãos,
com uma aparência demasiado doentia.


       
- Álcool - sussurrou, calmamente. -, tratamento de álcool... mas eu já me
recuperei... sério...


       
- Harry?! - ela exclamou, parecendo horrorizada. - Você? Álcool?


       
- Olha... perder Gina não foi fácil, o.k.? Depois de toda aquela batalha...
foi difícil... e depois de sair de Hogwarts e me ver em um mundo novo,
completamente sozinho...


       
Hermione parou um momento e estendeu a xícara dele, tragando um pouco da sua;
depois, pousou-a na mesa e passou levemente o dedos na borda.


       
- E Rony? Sabe algo dele?


       
- Não muito - respondeu Harry, à contragosto. -, o pouco que sei é que está
casado com uma tal de Lindsay... algo assim... nunca mais falei com ele.


       
- Deve ter sido duro para ele enfrentar essa barra - murmurou Hermione,
encarando sua xícara como se esta fosse muito interessante.


       
- Deve ter sido duro para você também... quero dizer... se separar dele...


       
Hermione ergueu os olhos cheios de lágrimas.


       
- Foi um baque mesmo... mas. Eu também tive que superar não foi? Afinal, eu não
podia deixar a minha vida à mercê dele. E ele acabou um tanto com ela. - A
mulher levantou-se, jogando-se contra os braços de Harry e abraçando-o com força.
- Ah, Harry... depois desses anos tem sido tão difícil superar tudo... nada
adiantou estudar incansavelmente em Hogwarts se agora estou tão solitária e
sem emprego.


       
- Mione - começou ele e sorriu à lembrança do apelido usado na adolescência.
-, para ninguém foi fácil. Mas agora, depois de tanto tempo, já está na hora
da gente se reerguer...


       
Ela segurou seu rosto com ternura e depois, fechou suavemente os olhos
castanhos, chegando cada vez mais próximo dele; sua respiração estava pesada
e seu coração pulsava em um compasso acelerado. Ela podia sentir o cérebro
trabalhando freneticamente com a idéia de ter Harry novamente depois de cinco
anos. Sentiu os lábios dele se aproximando até que tocaram nos seus. Suas línguas
foram encostadas uma na outra e eles começaram um beijo cálido.


       
Alguns segundos depois, Harry conseguiu desvencilhar-se e respirou fundo,
inalando o ar frio noturno, que  pareceu
entrar cortando seus pulmãos.


       
- Você tem certeza que quer isso? - ele perguntou, suavemente.


       
- Eu sempre amei Rony - suspirou Hermione, cansadamente. -, mas agora, depois
desse tempo, quero uma nova vida.


       
Ela tentou beijá-lo novamente, mas ele apenas empurrou-a alguns centímetros,
parando do outro lado da cozinha, com um olhar tenso e a respiração alterada.


       
- É melhor não - murmurou ele, desistindo de sorrir. -, mesmo... eu tenho que
ir... procurar empregos... está se tornando cada vez mais difícil, sabia?


       
- Por favor, fique - disse Hermione, com um olhar desesperado; correu para ele,
parando a sua frente. Deixou o roupão azul-marinho cair de seu corpo, ficando
completamente nua. Segurou a mão de Harry entre seus dedos finos e fez com que
ele tocasse seu seio, preparando-se para outro beijo.


       
Mas, novamente, ele desvencilhou-se, caminhando em direção ao hall.


       
- Eu já vou, Hermione - ele disse, rápido. -, como disse... é o melhor a se
fazer... algum dia nós nos vemos...


       
Hermione preferiu não dizer nada, apenas acenando levemente com a cabeça;
ouviu o barulho da porta abrindo e depois um baque surdo dela fechando. Uma lágrima
rolou por seu rosto alvo e ela lentamente subiu seu roupão, cobrindo-se de uma
maneira constrangida. Depois, caminhou precariamente para a mesa, sentando-se em
um dos bancos altos. Apoiou o rosto nas mãos, deixando com que as lágrimas
corressem por seu rosto incessantemente.


       
Alguns minutos depois, ainda chorando, procurou por um tubo pequeno de remédios
no armário embutido da cozinha e, o achando, puxou com ferocidade a tampa e
derramou todas as pílulas goela abaixo, sentindo um leve mal-estar atingindo
seu estômago. O cérebro começou a latejar dolorosamente e, depois, os joelhos
cederam, fazendo com que ela caísse no chão, desmaiada.


 


*-*


 


       
Londres mantinha seu ar gélido, a neve rodopiando calmamente enquanto vários
transeuntes caminhavam alegremente pelas ruas estreitas; Harry estava sentado em
um dos bancos de praça que havia ali por perto, as mãos sobre os joelhos, trêmulas;
o coração batia lentamente no seu peito, e chegava a doer, pausando por quase
cinco segundos de uma batida para a outra. Ainda podia lembrar-se detalhadamente
da batalha contra Voldemort, de Gina caindo no chão, morta... de Rony
dizendo-lhe que nunca mais o veria, mas que sempre guardaria-o nas lembranças...
Lembranças... se Harry pudesse, sem dúvida faria alguma coisa para esquecer
aquilo tudo e tocar sua vida para a frente. Porém, esquecer parecera uma das
coisas mais difíceis de se fazer para ele.


       
Seus devaneios foram interrompidos por uma mulher que acabara de se sentar ao
seu lado; tinha uma aparência doentia e tinha enormes olheiras roxas sob os
olhos azuis. Seus cabelos negros e sebosos lembravam-lhe desagradavelmente de
Snape, o que fez com que seu estômago desse desconfortáveis solavancos; suas mãos
tremiam muitos agarradas à uma bolsa de pele, branca e ela parecia segurar um
choro.


       
Harry preferiu não falar nada, apenas tentando voltar a seu mundo, mas, seus
devaneios foram novamente interrompidos quando ela começou:


       
- Olá... qual seu nome?


       
- Potter - resmungou ele, com a voz fraca. -, Harry Potter...


       
- Ah, olá - disse ela, sorrindo amarelo. -, eu sou Kirsten... Kirsten Poll...


 


       
N/A: Nyaaaaaa XDDDDDD comecei outra fic... dei uma parada naquele livro que tava
escrevendo neh xP~ tava chato, fazer oq... nhai... to escrevendo o terceiro
capítulo dessa fic agora, mas é lógico, que não vai dar pra postar, se eu
não ganhar comentários, neh... portanto... *cof cof* espero que gostem... essa
fic eu estava pensando em fazer uma espécie de seriado, com várias temporadas
o.o' mas não tenho certeza absoluta sobre isso neh, pq nem sempre eu to
inspirado neh XDD nha... vou ficando por aqui... espero que leiam e comentem...
nha... gostaram da capa? *_* eu amei neh... perfeita... tirando o
"Ilusões" sem assento... XD ja ne \o\



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