Conto VIII – A História do Cen



Conto VIII – A História do Centauro

Notas iniciais: Conto narrado pelo Almofadinhas e em terceira pessoa. O maroto que mais contribuiu, como vocês verão, para a narração deste conto, entretanto, foi Rabicho. Creio que depois que lerem isso que escrevi e observarem o nome do conto vocês devem saber sobre o que ele falará. Não considero este conto inútil, mas uma parte cômica de nossa história.

Remo Lupin


Tiago Potter chegara desesperado de sua detenção, às 01:30 da madrugada, no salão comunal da Grifinória. Sirius Black, como havia prometido, tinha tentado ficar acordado, porém o sono foi mais forte que sua força de vontade e aquele garoto de cabelos longos e negros, com rosto fino e belo, jazia adormecido sobre uma poltrona de veludo vermelho.

Quanto Tiago terminou de contar tudo que havia acontecido (a chegada à sala de Filch, a visão estranha, o comentário de Filch sobre o ataque e todo o cumprimento da detenção) Sirius balançou a cabeça, confuso, e exclamou:

- Eu só posso estar sonhando!

Porém, Tiago insistiu em contar a mesma história, mostrou-lhe as manchas de sangue na roupa, as mãos inchadas de tanto forçar aquela pesada pá, os olhos com bolsas de tanto lacrimejar por causa do fedor estonteante da carne mutilada. Enfim, depois de tantas evidências não houve possibilidade de Sirius discordar e achar que estava delirando.


Os dias que se seguiram foram absurdamente amedrontadores, pois Tiago e Sirius bolaram tantas teorias sobre a origem do monstro e o porquê de Dumbledore preservá-lo que eles já não conseguiam distinguir direito a realidade das suposições. Por mais incrível que possa parecer, este assunto arrepiante foi quase totalmente esquecido graças ao fato que será narrado a seguir.


- Eu não entendo por que você acha que ela seja um centauro... – falou Tiago para Pedro Pettigrew em uma manhã de sábado, enquanto tomavam o café da manhã no salão principal – Ela não é peluda, não é quadrúpede, não atira flechas e nem possui barba prateada.

- Não é por causa disso! Há mais características de um centauro nela do que você pode imaginar – falou Pedro com convicção, coçando o queixo enquanto observava Lílian Evans conversando com Remo Lupin na ponta da mesa da grifinória.

- Você só pode estar brincando! – zombou Sirius, quando apanhava um bolinho de chocolate.

- Não estou não! – retrucou Pedro, olhando sério para os outros dois – Agora tenho certeza, ela é filha de um centauro! – e falou aquilo tão seriamente que Tiago e Sirius até mesmo esqueceram de rir.

- Mas por que diabos você diz isso? – perguntou Tiago já irritado com aquela implicância de Pettigrew – O que naquela garota irritante lembra um centauro?

- Não é que lembre um centauro – corrigiu Pedro – Ela é um centauro!

Tiago bufou, mal ouvindo o que Pettigrew disse a seguir:

- Se você reparar bem, os olhos dela são verdes.

- Isso eu já reparei, não é mesmo? – enraiveceu-se Tiago – Qual idiota no mundo não consegue reparar que os olhos dela são verdes?

Pedro ficou um pouco envergonhado, então falou baixinho:

- Eu vim perceber agora...

- Sim, mas que é que isso tem a ver com ‘centauros’? – perguntaram Sirius e Tiago juntos, fingindo interesse na conversa de Pedro.

- A maioria dos centauros tem olhos verdes... – argumentava Pedro, mas Sirius não agüentava mais aquela baboseira e explodiu em gritos:

- CAVALOS POSSUEM PÊLOS E GATOS TAMBÉM! NEM POR ISSO UM CAVALO É UM GATO! – Tiago teve de reconhecer que a lógica de Sirius era mais do que correta.

- Ah, vocês são mesmo uns burros! – explodiu Pedro, ficando mais vermelho que antes – Nunca ouviram falar da lenda do “Centauro Buff Ador”?

Os outros dois garotos explodiram em risadas. Tiago riu tanto que deixou um copo de limonada que segurava escorregar dos seus dedos e cair no chão.

- “Centauro Bufador”? – gargalhou, enquanto se levantava com um copo reparado, porém, sem limonada.

- Não! Centauro Buff – e Pedro fez uma pequena pausa – Ador! Nome e sobrenome!

- Que é que tem o bufador? Digo, Buff – sorriu Sirius, tentando levar aquela conversa do Pettigrew a sério.

- Ah, as lendas dizem que ele era um grande guerreiro! Possui um arco composto de carvalho e as flechas que atirava eram elementais, ou seja, assumiam a forma dos quatro elementos. Ele podia atirar flechas de fogo, de terra, de ar e de água. Vencia todas as batalhas com a sua rajada de flechas, mas não era isso que o fazia especial – e Pedro parou de falar, esperando ou Tiago ou Sirius perguntarem o que fazia o centauro especial. Como nenhum dos dois perguntou nada ele falou – Não vão me perguntar o que fazia dele especial?

Tiago repetiu num tom brincalhão: - O que fazia dele especial?

Antes que Pedro pudesse dizer algo, Sirius brincou: - Vai dizer que o cara atirava flechas de fogo e o que fazia dele especial eram os olhos verdes?

- Sim! Os seus grandes e brilhantes olhos verdes! Diz a lenda que os seus olhos possuíam um brilho sedutor e mágico. Quem olhasse no fundo de seus olhos jamais poderia vencê-lo – Pettigrew pareceu perceber que Tiago e Sirius estavam se mostrando interessados, então continuou – Ele lançava flechas de fogo e cercava o seu inimigo. Logo depois, acertava-o com uma flecha de vento bem no pescoço. Sabe, flechas de vento não feriam ninguém, mas eram impossíveis de serem retiradas. Assim, o inimigo do Buff ficava preso por algo invisível. Então o centauro aproximava-se do seu oponente e olhava diretamente em seus olhos...

- Assim – Sirius completou, parecendo entender a história – o inimigo não poderia vencê-lo... De onde você tirou esta história, Pettigrew?

- Ah, eu li em um livro que tem lá em casa. Minha mãe costumava ler as últimas páginas dele para eu poder dormir. Então, certo dia eu não tinha nada para fazer e resolvi dar uma olhadinha nele. Foi aí que encontrei, na página 247, a “Lenda de Buff Ador”.

- OK! – falou Tiago, impressionando-se ao ver que Pedro Pettigrew tinha interesse por leitura – Mas eu tenho duas perguntas sobre o centauro. Primeira, de onde ele adquiriu este poder? Segunda, o que isto tem a ver com Lílian Evans?

- Vocês pensaram que iam me pegar, não é mesmo? – sorriu Pettigrew, quando Tiago parou de falar – Eu sabia que me perguntariam isto e já tenho as respostas.

- Então diga! – exclamou Sirius, que estava visivelmente interessado na história.

- Buff recebeu esses poderes de uma mulher, um espírito da floresta. Ela possuía olhos verdes, cabelos longos e prateados e jamais havia tocado os pés no chão, pois era um ser sagrado. Entretanto, Buff Ador encontrou-a caída perto de um eucalipto, quase morta. A lenda diz que Buff não sabia muito bem o que tinha que fazer, mas, ao ver aquela bela mulher caída no chão, sentiu vontade de beijá-la; e beijou-a. Agora, tenho que contar uma outra lenda antes de continuar com esta explicação...

- Não! – exclamaram Tiago e Sirius juntos – Fale somente o essencial, queremos saber o desfecho da história.

Pettigrew sorriu ao ver o interesse dos seus amigos, então continuou:

- A mulher era uma Snave. Um espírito de luz que vaga pelas florestas iluminando criaturas perdidas, porém, esta mulher não deve ser tocada por nada que seja material, por isso flutuava, ao invés de andar. O problema é que, além de ela estar caída no chão, que obviamente é matéria mundana, ela foi beijada por um centauro. A lenda de Buff Ador diz que naquele mesmo momento a Snave abriu os olhos, mas ao invés de gritar contra o centauro, disse em uma voz calma: “Você, a partir de agora, será o meu guardião. Evans, este será o nome dela”; e logo após dizer isto a Snave morreu.

- Evans? – exclamou Tiago, observando Lílian levantar-se no outro extremo da mesa da grifinória – A Snave falou de “Evans”?

- Sim! Caso você não tenha percebido, Snave é o contrário de Evans. E é aí que entra a história da Lílian ser um centauro, descendente de Buff Ador – explicou Pedro aos outros dois.

- Mas... Como assim? – indagou Sirius, arqueando as sobrancelhas – Você não falou de nenhuma filha ou filho, falou?

- Ah! Perdão, eu esqueci. Quando a Snave desapareceu, em seu lugar restou uma criança, uma menina. Pequenina e de olhos verdes e brilhantes. Não era nem uma Snave nem um centauro, era uma junção dos dois. A garotinha cresceu e percebeu que tinha habilidade com arco e flecha, que podia adivinhar o futuro olhando para as estrelas. Sem falar que sempre que olhava diretamente nos olhos de outra pessoa, ela se sentia mais forte e confiante. Ah! E ela podia flutuar! – explicou Pettigrew, tomando um último gole de suco de abóbora.

- Espera! Vamos ver se eu entendi. Ao beijar a Snave, Buff gerou uma filha, a Evans. A garotinha herdou características do pai e da mãe. Então... você está querendo dizer que Lílian Evans é filha de Buff Ador e do espírito Snave? – falou Tiago, sem acreditar no que estava falando.

- Não! Claro que não! A primeira Evans já deve estar morta há mais de quatro séculos, pois quando foi gerada nasceu como humana. Porém, acredito que Lílian Evans é descendente de Evans, filha de Buff Ador. Por isso a chamo de centauro, porque ela tem os olhos de Buff Ador – explicou Pedro, como se aquilo fosse a coisa mais fácil de ser entendida.

- Não de Buff Ador! – exclamou Sirius – Os olhos verdes eram de Snave.

- Você está certo – continuou Pettigrew – ERAM de Snave. Ao beijar o espírito caído, Buff adquiriu todos os poderes de Snave. Como se os dois tivessem se fundido em um só. Por isso que as flechas tornaram-se elementais. Por isso que os seus olhos eram verdes e mágicos. Então, não estou certo ao dizer que a Lílian Evans é um centauro?

- Bem... – gaguejou Sirius, sem saber se acreditava ou não nessa história – Não um centauro... Mas talvez descendente de um.


Notas finais: (além de conter notas do autor, há também os pensamentos, detalhes e opiniões pessoais de cada maroto sobre os diversos acontecimentos do conto).

# Sirius Black e Tiago Potter não se convenceram realmente que Lílian Evans é um descendente do centauro Buff Ador, mas estão com as suas desconfianças.

# Pedro Pettigrew não brincou em nenhum momento de sua explicação. Ele realmente acredita na lenda e tem certeza que Lílian é descendente de Snave e Buff Ador.

# Não vou revelar aqui nestas notas se Pedro está certo ou não, mas garanto que as evidências surgirão no decorrer dos contos.

# Pedro tem como mais uma evidência de Lílian ser descendente do centauro o fato de Lupin estar ‘apaixonado’ por ela. Ele acredita que, indiretamente, esta foi uma derrota de Remo Lupin para Lílian Evans e atribui a vitória da garota a seus grandes e brilhantes olhos verdes.

# Espero que vocês não tenham achado este conto inútil ou até mesmo imbecil. Achei-o engraçado e creio que coisas que nele estão serão úteis futuramente. E mesmo que não sejam, acredito que um conto cômico caía bem depois do aterrorizante conto anterior.


Um abraço a todos e que Buff Ador esteja com vocês, hahaha!

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