Conto XXVII – A Casa dos Grito



Conto XXVII – A Casa dos Gritos


Nota Inicial: Neste conto, os Marotos serão apresentados à Casa dos Gritos, lugar que eu conheci de muitas luas. Além disso, o impacto da revelação de Severo Snape e uma pequena confusão na biblioteca serão descritos nas próximas linhas. Almofadinhas narrará este episódio como narrador-observador. Boa leitura!

Remo Lupin


- Por favor, me desculpem! Eu não fiz por mal, juro – Pedro dizia em tom choroso para um Remo Lupin lívido e estarrecido.

- Agora tudo se torna mais complicado... Ainda mais do que já era! Se ele ao menos tivesse dito a verdade... – Remo respondia, sua voz um pouco embolada devido às duas últimas horas de fungas e lamentos.

- Por favor, diga que estou desculpado – Pedro insistiu, sentado aos pés da poltrona de Remo Lupin.

- Okay, okay. Não se preocupe. Você estava sob ameaça... Aquele idiota! – Remo dizia, os olhos marejados de lágrimas.

- Se isto reconforta... Antes isso do que aquilo... – Pedro falou, um pouco mais aliviado agora. Vendo o estado do amigo, acrescentou – Mas concordo que ele exagerou um bocado – Pedro concluiu, as sobrancelhas arqueadas.

- É, mas nada que ninguém falar importa agora. Minha história com a Lílian acabou. É claro que ela vai acreditar naquele seboso, por mais que ele seja sonserino! Já os vi conversando diversas vezes... E isto desde a viagem de trem no nosso primeiro ano! Não consigo acreditar como ela consegue ter amizade com um sonserino... Logo um da laia dele! – o choro dava lugar à raiva, à medida que Remo desabafava.

- Não fica assim, cara. Talvez as coisas ainda possam se resolver. Talvez, quem sabe, a Lílian possa te dar outra chance – Sirius falou, como quem incentiva um lutador caído a se levantar e lutar.

- Tudo bem, vou tentar. Eu me resolvo sozinho. Mas antes... Vocês gravaram, não é? Corredor 36, em algum lugar da estante F.

- Está tudo certo. Eu e o Tiago iremos à noite. Madame Pince não vai nem sonhar – Sirius respondeu, confiante, erguendo-se de um salto e subindo as escadas espirais que partiam do Salão Comunal para o dormitório masculino.

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- Lumos – sussurrou Sirius, a varinha segura firme em sua mão, quando ele e Tiago se esgueiraram silenciosamente para o interior da Biblioteca de Hogwarts. Escondidos sob a capa da invisibilidade, nem mesmos os ruidosos quadros poderiam notá-los.

- Corredor 36... corredor 36... – Tiago falava para si mesmo, enquanto caminhava em direção a um gradeado baixo de madeira com uma placa de bronze: “Área Restrita”.

- Vamos pular? – Sirius indagou, olhando por toda a volta, as janelas escuras espiando-os nas quatro paredes.

- Não, use o Feitiço Chave – Tiago falou, impaciente.

- Calma, vai dar tudo certo! Alorromora – e o cadeadozinho enferrujado estalou.

- Okay, estamos dentro – Tiago falou em um tom sombrio, quando retirou o mini-cadeado do gradeado, empurrou a portinhola e passou para dentro dos limites da Área Restrita.

- Corredor 36, estante F – Sirius lembrou-o, desconfortável sob o manto da invisibilidade.

- Achei! – Tiago exclamou baixo, apontando para a sexta estante do corredor imediatamente à esquerda.

- Mais fácil do eu pensava! – Sirius bradou, um pouco mais alto do que gostaria, quando viu a plaquinha de madeira descascada suspensa do teto (“36”) e, um pouco mais à frente, os resquícios do que antes fora um belo e florido “F” entalhado na madeira da estante.

Caminharam, excitados, em direção à estante. Quando a alcançaram, começaram a vasculhar.

Qualquer coisa com a palavra “Animago” ou “Animagia”, foi o que Remo recomendara, e não se distraiam ao verem uns títulos mais excitantes do tipo “Como matar um Sonserino dolorosamente em 7 passos básicos”.

“Maldições Familiares: Um Guia Prático de Como Usá-las e Prevenir-se”, “Os Efeitos Alucinógenos do Cozido de Olho de Sapo”, “Rituais Exóticos do Submundo Vol. I: Austrália, Brasil, Chile, Índia e México”, dentre outros livros, encontravam-se amontoados numa estante sem aparente padrão de organização. Todos os títulos, todas as letras, todos os temas pareciam estar inseridos naquele lugar. E nada de Animagos!

- E aí, Sirius? – Tiago indagou, nervoso.

- Nada.

- Temos pouco tempo. Sempre tem a Madame Norra para atrapalhar – Tiago murmurou, deixando os braços caírem ao lado do corpo, em sinal de desistência.

- Continue procurando! – Sirius respondeu, esticando um pouco o pescoço para ler um título estranho numa prateleira mais alta.

- Não adianta... O Remo deve ter se engan...

- ACHEI! – Sirius gritou, ao que Tiago avançou sobre ele, tapando a sua boca com os dedos suados.

À voz do garoto, seguiu-se o eco de suas palavras... E então um barulho de passos apressados no corredor.

- Pegue! – Tiago exclamou, apanhando a varinha do cós da calça e apontando-a para a porta da biblioteca.

Sirius saltou para fora da capa e começou a escalar a estante 36. Chutava os livros mais baixos com os pés, enquanto que ia derrubando os volumes maiores nas prateleiras de cima com as mãos... E nisso escalava o móvel. Não importava quanto barulho fizesse: o estrago já estava feito.

Então sua mão fechou-se sobre a capa de um volume grosso, coberto em coro, e ele sabia que tinha conseguido. Pulou da altura em que estava e jogou-se sob o manto da invisibilidade no mesmo instante em que a porta da biblioteca abriu-se com um estrondo.

- Sei que tem alguém aí! É melhor não fugir. Entregue-se e a punição será menor! – a voz rouca de Argo Filch emergiu, furiosa. A gata fiel enroscou-se uma última vez nas pernas do zelador, antes de farejar o ar e caminhar lentamente em direção à Área Restrita.

- Se ela vier... – Tiago começou, quando Sirius o repreendeu: Shhh!

- Sei que está aí – o zelador exclamou, apontando a sua varinha, desorientado, para o ar entre as estantes.

- PETRIFICUS TOTALLUS! – Tiago bradou, quando Madame Norra aproximou-se demais – DIFFINDO! – e as calças do zelador rasgaram-se ao meio, deslizando pernas abaixo.

Então os dois garotos correram o máximo que suas pernas suportavam, saltaram por sobre o gradeado baixo de madeira (a capa esvoaçou e quase os descobriu por um instante) e se esgueiraram pela porta detrás do encabulado zelador e suas calças esfarrapadas.


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Enquanto isto, Remo Lupin encontrava-se em uma poltrona aveludada do Salão Comunal da Grifinória, o livro Padrão de Feitiços 4ª Série sobre seu colo. Foi quando um cheiro familiar atingiu suas narinas e a imagem de Lílian Evans surgiu descendo as escadas do dormitório feminino.

- Não consegue dormir? – perguntou, esquecendo-se momentaneamente que Lílian talvez nem quisesse vê-lo.

- Sei lá – ela respondeu, rudemente, porém, sem tornar menos belas suas feições.

A garota parou no fim da escada, como quem pondera se deve ficar ou retornar, mas pareceu optar pela primeira opção, pois se acomodou no pufe mais distante da poltrona em que Remo se encontrava.

O silêncio predominou durante alguns minutos. O salão estava praticamente vazio àquela hora: somente Remo, Lílian e dois alunos dorminhocos ocupavam o aposento. Foi quando o arranhar de uma pena quebrou o sólido silêncio que Remo ergueu os olhos do livro para a garota.

Lilían havia se levantado e segurava um pedaço de pergaminho. A garota caminhou para a janela. Aparentemente, enviaria uma carta. E assim o fez: puxou um apito pequeníssimo de madeira do bolso de suas vestes e soprou uma vez. Segundos depois, uma coruja parda pousou no parapeito da janela. Recebeu a encomenda e voou leve da torre da Grifinória.

- Saudades de casa? – Remo perguntou outra vez. Talvez supusesse que usar a estratégia “fazer-se de desentendido” fosse a melhor escolha.

- Não. Foi para o Sev.

- Sev... Severo?

- Sim. Mandei uma carta para o Sev dizendo como você é atrevido – e quando disse aquilo, os olhos verdes de Lilían pareceram faiscar.

- Lilían, não...

- Como pôde, Remo? Nunca esperava que... – a garota começou, mas traiu um sinal de tristeza... De choro.

- Lílian, por favor, eu nunca faria...

- Isso explica tanta coisa! Agora sei por que você ficava todo aquele tempo comigo em King’s Cross... Por uma aposta! – gotas de saliva pulularam dos lábios da garota enquanto, nervosa, ela falava.

- Eu e o Tiago nunca...

- Eu bem devia ter desconfiado! Você e aquele Potter! Agora tudo fica tão claro! Há quanto tempo vocês fizeram a aposta? Desde o trem, no primeiro ano? Porque, sim, agora eu sei que você só “entregou” o Tiago por ter pichado meu caderno no primeiro ano para que pudesse se aproximar da bobona aqui! Talvez Tiago nem tivesse culpa... E pagou o preço pela aposta estúpida! Ponto para você!

- Lílian, eu...

- Sev me alertou sobre você, sabia? Contou que desconfiava de que você fosse... Bem, de que você fosse um lobisomem. Ele quis me ajudar! Talvez, com isso esperasse que eu me afastasse de você. E eu ainda discuti com ele, achando que estivesse mentindo! Mas não, fui boba. Caí no seu papo, nas suas tentativas de estudo em grupo... Acabei contando coisas que não devia... E fazendo também! – inevitavelmente, a imagem do beijo e o gosto dos lábios de Lílian invadiram a mente de Remo Lupin.

- Por favor, me deixe falar! Para mim é tão claro que eu nunca faria isso! Lílian, olhe para mim! Ouça bem: eu nunca faria uma aposta daquelas, envolvendo o seu nome! Nunca que eu fecharia um acordo desse tipo... “Quem conseguir pegar a Lílian até o fim do período ganha 15 galeões!”. Severo Snape mentiu. Não mentiu sobre eu ser lobisomem, embora ele não tivesse certeza na época em que contou, mas agora está contando uma enorme mentira! Por algum motivo, ele não me quer perto de você. Quer saber o que acho?

A garota deu um muxoxo de desprezo, mas Remo continuou:

- Acredito piamente que quando o Severo torturou o Pedro, ele acabou contando que eu... Que nós... Acho que o Severo sabe que nós nos gostamos... E que, bem, sou louco por você – Remo falara aquilo com tanta naturalidade que sequer corou – Ele tem algum interesse em você. Quer a sua amizade só para ele, ou que seja! Então inventou esta mentira. Não quer perder você pra mim.

- Não me jogue contra o Sev, Remo Lupin! Não se atreva! Ele sempre me protegeu, sempre me ensinou coisas. E você, o que fez? Como gastou os 15 galeões da aposta, einh? – desta vez, Lílian não pôde disfarçar. Lágrimas brotaram aos jorros dos seus olhos esverdeados – Só assim para alguém se aproximar de mim! – levantou-se, marchando ligeira e chorosamente para o dormitório feminino.


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Mal o impacto daquela discussão se dissipara e o barulho do quadro da Mulher Gorda girando em suas dobradiças anunciou a chegada dos suados e exaustos Sirius Black e Tiago Potter.

- Conseguimos, mas foi por pouco! – Sirius exclamou, um livro grosso seguro em suas mãos.

- Aquele Filch e sua gata apareceram! Que sufoco! – Tiago exclamou, visivelmente abalado.

- Cara, a biblioteca está uma bagunça! Quase não achávamos o livro... Fiquei tão animado quando encontrei o título que gritei...

- E por isso o Filch apareceu – Tiago completou, jogando-se sobre um sofá próximo à janela.

- Então, este serve? – Sirius indagou, passando o volume para Remo.

- Eu e a Lílian acabamos de discutir. Ela me odeia. Ponto para o Snape – Lupin falou, aparentemente sem dar atenção ao estado eufórico dos outros dois.

- Mas ela tem que ser muito estúpida para confiar nele! – Tiago exclamou, indignado.

- Eles são amigos, Tiago! Você confiaria em mim, não? – Remo exclamou, uma expressão triste perpassando o seu rosto.

- Okay, então eu posso tentar falar com ela. Dizer que a aposta nunca existiu – Tiago falou, os sapatos jogados sobre o espesso tapete e os botões da camisa abertos de modo a ventilar o peito do garoto.

- Lílian não vai acreditar. Ela te odeia também, lembra? Em todo caso, aproveita e diz que você pichou mesmo o caderno dela no primeiro ano. Ela acha que eu inventei! – Remo falou, examinando a capa do livro.

- Que seja, depois vocês discutem isso. O que interessa agora é: este é o livro certo? – Sirius perguntou, ansioso.

- “Fundamentos da Animagia”, creio que sim. Era o único que tinha lá? – Remo indagou, encarando-os.

- Foi o único que deu para pegar, pelo menos. Havia alguma coisa sobre o Brasil, mas não lembro bem o quê. Filch chegou rápido – respondeu, encarando Tiago, que confirmou a história.

- Tudo bem. É o suficiente para começar – Remo falou, para o alívio de Sirius e Tiago.

- Okay, só mais um problema agora – Tiago falou, checando se os dois estudantes desconhecidos ainda dormiam – Onde iremos praticar a animagia? Na escola é que não pode ser! Alguém nos verá... Ou ouvirá. Sei que é uma atividade dolorosa, a princípio. Escutarão nossos gritos. E se formos pegos, já sabe: expulsão na certa.

- Não vai ser problema! Acordem o Pedro e respirem um pouco, daremos um breve passeio – Remo concluiu, pondo-se de pé.


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Quatro garotos sob uma capa. Apertados, desconfortáveis e pisoteando-se uns aos outros, Pedro, Remo, Sirius e Tiago imprensaram-se sob o manto da invisibilidade e prosseguiram, lenta e silenciosamente, o percurso até os jardins da escola. Quando alcançaram o Saguão de Entrada, depararam-se com os portões fechados.

- E agora? – murmuram os quatro, em coro.

- Você trouxe o mapa? – Tiago indagou para Pedro.

- Bem aqui – o garoto respondeu, puxando com dificuldade a folha de pergaminho de um bolso de suas vestes.

- Não há outra saída? Uma passagem secreta? – Sirius indagou, esticando a cabeça para o lado do pergaminho, tentando visualizar o mapa.

- Neste andar onde estamos, há uma portinhola que dá para uma espécie de andar entre o térreo e a primeira masmorra, como algo entre o piso deste andar e o teto das masmorras... Anh, é um tipo de alameda receptora de água... Que vem do lago - disse, correndo o dedo pelo desenho de um túnel, o qual terminava em algum ponto do Lago Negro – A água vem do lago, fica depositada nessa alameda... E quando alguém precisa, desliza pelos encanamentos que partem da alameda até os banheiros, pias... – Pedro falou, analisando o desenho – É o que parece, pelo menos.

- Se formos por aí, ficaremos encharcados! Não há outra saída? – Lupin perguntou, olhando por sobre o ombro para a escadaria de mármore, esperando, a qualquer segundo, o surgimento de Filch e sua malévola gata.

- Poderíamos quebrar uma janela – Pedro sugeriu, mas Tiago interrompeu:

- Não, já houve perseguições demais para uma só noite.

- Vamos pela tal alameda, então – Remo concluiu e todos concordaram.


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Caminharam bastante por túneis que hora desciam, hora descreviam subidas, uma água lamacenta ao nível da dobra dos seus joelhos. Se ali passava a água que os alunos utilizavam na escola, esta era de péssima qualidade!

Havia placas de lodo por toda parte, nuvens de insetos voando aqui e acolá, fugindo das luzes das varinhas, e peixes grotescos boiando nos cantos mais obscuros da trilha.

- Ou o lago está seco ou a água não entra mais por aqui! – Tiago concluiu, a varinha apontando sempre para frente.

- O lago está cheiíssimo, como sempre. Acho que esta alameda está aposentada. Talvez o mapa não seja tão novo assim – Sirius falou, caminhando com certa dificuldade no piso escorregadio.

- Hogwarts tem mais de mil anos, eu acho. Acredito mesmo que o mapa seja antigo – Pedro concluiu e todos acenaram afirmativamente.

- Nós poderíamos atualizá-lo de vez em quando, não é? Quero dizer, melhorando suas informações, estaremos facilitando nossas fugas noturnas – Sirius sugeriu e Tiago lançou-lhe um sorriso.

- Já pensou? O Mapa Maroto de Hogwarts? – e caiu na gargalhada – Seríamos quase uma lenda!

- É, mas primeiramente vamos tentar sair daqui. Um passo de cada vez – Remo falou, jogando água fria sobre a conversa.


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Enfim, a saída. A alameda dava para um terreno irregular e gasto, com pedras pontiagudas a toda volta e os resquícios que indicavam que há muito tempo houvera água ali.

- Por Merlin! Olhem para trás! Tenho certeza de que já passamos de Hogsmeade! – Tiago exclamou, apontando para o castelo ao longe. De fato, deviam ter caminhado, no mínimo, uns três quilômetros além do esperado.

- Anote aí, Pedro: “Este caminho dá para um ponto externo aos terrenos de Hogwarts. Leva-nos além do vilarejo bruxo de Hogsmeade” – Sirius ditou, olhando para o garoto.

- Não trouxe pena e tinteiro – retrucou Pedro.

- Então anote mentalmente.

E, com isso, começaram a andar em direção ao castelo.


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Após uma hora e meia de caminhada, quando as luzinhas das janelas do castelo brilhavam mais próximas e os garotos, exaustos, afirmavam que nunca chegariam, Lupin exclamou: Achei!

Imediatamente, Tiago sacou a varinha. Sirius caiu na gargalhada e então se controlou, para que Lupin fosse ouvido:

- Vejam, aquela árvore ali a uns 100 metros é o que chamamos de Salgueiro Lutador. Ela foi plantada quando vim para Hogwarts. Sob suas raízes, há um túnel que leva para uma casa velha em Hogsmeade. É lá que me transformo, onde fico preso em noites de lua cheia e onde recebo os cuidados de Dumbledore e de Madame Pomfrey – todos olharam para frente e contemplaram a planta que Lupin indicara. De longe, nada justificava o porquê da planta ser chamada de “lutadora”.

- Ninguém desconfia do barulho? Digo, as suas transformações devem ser ruidosas – Tiago perguntou, curioso.

- Dumbledore espalhou uns boatos estranhos... Todos acreditam que há maus agouros na casa... Espíritos e essas coisas. Estão aproveitando para atrair turistas. Então, vamos?

Todos o seguiram, até que a árvore encontrava-se a uns 10 metros deles. Os galhos do salgueiro balançavam ameaçadoramente.

- Esta é a distância segura dos galhos. Aquém disso, a árvore vai te espancar até você morrer ou ser socorrido; esta é a intenção, assim ninguém vai ter o risco de cruzar comigo, a não ser o zelador, que traz carne para me alimentar – Lupin abaixou-se, apanhou uma pedra redonda e mirou em algum lugar no tronco da árvore – Há um nó... Quando ele é pressionado, a árvore paralisa por alguns minutos – então se concentrou por mais alguns instantes e atirou a pedra. Um barulho surdo, um brilho opaco e, então, a árvore parou. Somente o vento movimentava as suas folhas – Vamos?

Como estranhos em um país exótico, Pedro, Sirius e Tiago seguiram Remo Lupin para aquele mundo que só ele conhecia. Esgueiraram por entre as raízes nodosas do salgueiro e deslizaram por um túnel de pedra escura, que subiu e desceu até acabar em uma escada de madeira velha e tosca. Subiram outra vez, atravessaram um portal de madeira seca e depararam com uma casa de três cômodos: uma ampla sala, um pequeno banheiro e algo que devia ser uma cozinha, em tempos passados.

Havia arranhões por todas as paredes de madeira e aqui e acolá manchas de sangue anunciava que Remo, de fato, se transformava numa besta carnívora. Não sabiam se era sua impressão, mas o imóvel parecia balançar suavemente de lá para cá.

- É isso, chegamos. É aqui que eu me transformo. É aqui que eu me abrigo. E é aqui que vocês irão treinar animagia. Um bom lugar para discutirmos nossos negócios, não? Quem poderá nos perturbar? – sorriu – Como um guia turístico faria, se vocês estivessem em Hogsmeade... – pigarreou e disse – Bem vindos à “Casa dos Gritos”!


Notas Finais: (além de conter notas do autor, há também os pensamentos, detalhes e opiniões pessoais de cada maroto sobre os diversos acontecimentos do conto).

# Para esclarecer, leiam um trecho não incluso originalmente nos Contos (continuidade do conto passado):


Snape emergiu dos arbustos com um sorriso no canto dos lábios, aproximou-se de um grupo de alunos que jogavam cartas e disse:

- Vocês não sabem da mais nova sobre o Remo Lupin, sabem?

A pronúncia do nome “Remo Lupin”, um dos mais populares de Hogwarts atualmente, chamou a atenção de uns vinte alunos além do que Snape planejara. Melhor ainda.

- Fiquei sabendo, tenho minhas fontes, que os rapazes que vocês conhecem por Marotos não são tão amáveis com as garotas. Ah, sim, meninas, eles gostam de humilhar. Os senhores Potter e Lupin fizeram uma aposta, vejam só. Vocês conhecem Lilían Evans, da Grifinória? – então esperou que alguns acenassem que sim, antes de continuar – Pois é, ela não se dá muito bem com os Marotos. Pudera! Lílian é inteligente e sensata e, por mais que vocês gostem deles, sinto em dizer que os quatro são cabeças de vento, sem-futuro – então riu gostosamente, junto com três ou quatro sonserinos – Potter e Lupin fizeram uma aposta. Se o Lupin conseguisse ‘pegar’ a Lílian até o final do segundo ano, ele levaria 15 galeões! Vejam, Lupin comprou umas roupas novas recentemente... E até está mais asseado do que já fora! Acho que ele ganhou! – e gargalhou outra vez, antes de continuar – O que ele fará com a Lílian agora, já que conseguiu o que queria? Pensem bem antes de se aproximarem deles, garotas.

E marchou para o castelo, feliz consigo mesmo.


# Infelizmente para alguns, acho que teremos um ponto final no shipper Remo/Lílian. Não vejo como a situação poderia estar pior. E Snape fará de tudo para que piore ainda mais, acreditem. Mas devo lembrá-los que o fim deste shipper era iminente: Lílian, no fim das contas, fica com Tiago. Tinha de acontecer.

# A Casa dos Gritos servirá de sede para o encontro dos Marotos. Lá, treinaram feitiços mais complexos, aprenderão animagia e desenvolverão o Mapa do Maroto.

# Bem, depois de muito tempo (e bote muito nisso!), continuo a saga dos Marotos de onde parou: metade da terceira temporada. Espero que tenham curtido o novo conto e torço para que, em breve, eu possa trazer a vocês mais um!

Abraços e até a próxima!

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