Esclarecendo fatos

Esclarecendo fatos




Molly chegava tarde ao salão comunal, que agora se encontrava vazio. A garota se deitou no grande e confortável sofá, o preferido de todos os grifinórios. Por alguns minutos, ela se manteve encarando o teto da sala, deixando os pensamentos passarem livremente por sua cabeça. E assim, a garota dormiu. Duas horas depois, ela acordou, sobressaltada. Havia tido um pesadelo: Ela se casava com Tiago, e eles tiveram um filho. Em uma noite, por um acaso fatal do destino, os três são mortos por um bruxo mal e poderoso. A garota teve um grande impulso de invadir o dormitório masculino, acordar Tiago e acabar logo com aquele peso que atolava-lhe a consciência, mas se conteve. Decidiu ir domir, e com muito cuidado para não acordar as colegas, deitou-se em sua cama, sem colocar o pijama. Ela tentava dormir, mas a sensação de que sua vida estava completamente errada a atormentava, e a impedia de pregar o olho. Foi aí que Molly teve certeza: ela não deveria ficar com Tiago. Ou o peso da decisão contrária a agonizaria pelo resto de sua vida. Assim, Molly finalmente conseguiu dormir, sem mais interrupções. A decisão certa tirara o peso de todas as suas angustias.




Manhã de sexta-feira, o sol brilhava fortemente, sendo o mais potente despertador para as meninas.
—Hoje temos que passar protetor solar, meninas!—Brincou Molly. Das poucas que emitiram algum som audível como resposta foi apenas uma risadinha sem graça, só por educação. Mas a garota nem ligou, pois agora tinha certeza do que deveria fazer. Correu para tomar café antes de todos, o que acabou conseguindo. Então, ficou à mesa, esperando Tiago entrar para poder, finalmente, conversar com ele. Assim que o garoto entrou na extensa sala, a garota correu da mesa até as grandes portas de carvalho antes que ele pudesse sequer dar mais um passo, e abordou-o, assim como os amigos, como mandava a educação que recebera:
—Bom dia, Tiago! Bom dia, meninos!
Tiago, Remo e Pedro a responderam cordialmente, enquanto Sirius apenas sorriu, desinteressado. Molly nem prestou atenção a esse detalhe, pois logo falou:
—Meninos, podem me “emprestar” Tiago por um instante? Tiago, pode me acompanhar, por favor, até ali?—A garota apontava para um canto mais vazio do salão.
Os garotos balançaram a cabeça positivamente, mas Sirius teve vontade de dizer “não, me da ele aqui”. Enquanto os dois se afastaram, o garoto logo reclamou:
—O que foi aquilo? “Me emprestem”? O que ela quer dizer com isso? Vai dizer que já estão namorando a muito tempo e que ela já acha que é hora de casar ou alguma coisa assim?
—Ah, Sirius, seu grande dramático. Se há uma matéria trouxa em que você sempre foi bom, essa matéria é interpretação. Você sabe muito bem que isso é um modo informal da lingüística de...
—Ah, por favor, Remo, não vai começar com lingüística logo de manhã!—Reclamou Pedro
—Obrigado, Pedro—Agradeceu Sirius—Continuando, e é exatamente por isso que eu falo.. o que ela quis dizer com “me empresta”?? Ela acha que ele é algum tipo de objeto?? Que se pega emprestado, usa, depois devolve?? Que não tem sentimentos??
—Ué, não é assim que você faz também com as garotas??—Disse Remo, sarcástico
—Claro que não!! Olha só, pergunta pra qualquer uma! Deixa eu ver aqui uma...—Sirius olhou em volta, procurando por uma garota que ele já namorara/ficara/flertara... era uma tarefa bem fácil. Então encontrou Carol, sua “namorada” mais recente—Aqui, Carol, fala pro Remo como eu não fui um namorado bom, carinhoso, solícito... fala!
A garota limitou-se a fazer uma careta para ele, e dizer “Nunca mais fale comigo, Black!”
—Uma exceção a regra! Deixa eu chamar outra aqui...
—Não precisa não, Sirius... deixa pra la!—Disse Remo. Achar uma garota com quem Sirius já tivera um envolvimento era fácil. Mas achar uma garota com quem Sirius tivesse tido um envolvimento durável e com termino feliz para os dois, para ela, principalmente, era quase impossível. Mas como não queria começar outra discurssão, não comentou nada disso.
—É, não precisa. Eu já estou morrendo de fome!—Falou Pedro
Os três sentaram à mesa. Pedro “atacava” a comida, Lupin lia seu exemplar de jornal e Sirius se mantinha prestando atenção a conversa do amigo com Molly.




—O que foi? Aconteceu alguma coisa?—Perguntou Tiago à Molly
—Na verdade, sim.
O menino se mostrava preocupado, ao que a garota resolveu acalma-lo primeiro:
—Fica calmo. Não é nada de muito sério. Quer dizer, na verdade é. Mas ninguém morreu. Aliás, uma coisa morreu... e...
Ela percebeu que so fez o garoto ficar mais preocupado, então resolveu ir direto ao ponto: contou sobre o encontrão com Violet Granger, e depois sobre o livro. E que viu a assinatura dele como um dos últimos a tira-lo da biblioteca, então ligou os fatos e descobriu o que acontecera naquele dia em que o encontrara no banheiro. A únicac coisa que emitira(por enquanto)era o fato de que descobrira o motivo do acontecimento daquele dia, e sua decisão final sobre tudo.
Apesar de não se mostrar nem um pouco brava, Tiago achou melhor se defender:
—Eu posso explicar, deixa eu me..
—Não há nada a explicar—Disse ela, o que deixou Tiago ainda mais nervoso.—Eu é que tenho que me explicar.
Agora ele não tinha mais o que dizer, já não entendia mais nada... sobre o que era aquilo, afinal? Ela estava brava, ou não?
—Eu sei que está difícil de entender... mas você vai. Você vai entender.
Então Molly explicou sobre o que havia lido no livro, sobre os efeitos colaterais, e o que achava a respeito da situação.
—Sendo assim, Tiago, acho que a gente fica por aqui... foi muito bom enquanto durou, mas eu percebi que estou atrapalhando uma coisa maior do que eu. Não adianta insistir, eu sei o que estou fazendo. Não quero te pressionar nem nada, o que vai fazer a respeito de Lílian, é sua decisão, não minha. Mas já dei meu ponto de vista. Mesmo que você decida por não ficar com ela, pelo menos eu vou saber que não fui eu quem atrapalhei sua decisão, seu futuro. Mas quero que você saiba bem, e leve em conta isso: aquilo que aconteceu aquele dia foi um acidente. Ela gosta de você. E eu sei que você gosta dela, Tiago.
O garoto ficou algum tempo parado ali, em frente a ela, olhando para o vazio, enquanto “digeria” tudo o que ouvia. Até que ele saiu dali. Simplesmente não agüentava mais ficar ali, ouvir aquilo. Sentia que ia desabar. Na verdade, não entendia porque, afinal, aquilo parecia ser tão bom... mas ele simplesmente se foi, foi levado por suas pernas a algum caminho, que, esperava ele, fosse esclarecedor.

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