A Caixa Surpresa



Cinco dias haviam se passado. Chegara finalmente o aniversário de Harry. O dia estava claro. Da janela do quarto de Rony avistava várias corujas voando ao longe, e muitos gnomos dominavam o jardim para a alucinação de Molly. Harry fora o primeiro a acordar, era sete e meia da manhã. Ansioso demais para saber o que tinha na caixa, desceu as escadas e correu até um pequeno quartinho que ficava nos fundos da TOCA. Preferiu ter esse momento sozinho, apenas ele e a caixa.
Ajeitou-se no pequeno cômodo que estava, e puxando levemente a tampa, abriu a pequena caixa vermelha. Um clarão dourado iluminava o ambiente. Harry fechava os olhos de tão forte que era a luz. Um aroma mágico surgia. Era o cheiro de Lílian que dominava o ambiente. Harry aos poucos ia observando o que continha na caixa. E para sua surpresa, o primeiro objeto que viu foi um enorme broche com o emblema reluzente da Sonserina. Não imaginava o porque daquele broche da Sonserina está no meio das coisas de sua mãe. Tinha também algumas fotografias de Lílian e Tiago, e uma de Harry bebê. Ao ver sua fotografia examinou a si mesmo. Percebeu que não tinha a cicatriz em forma de raio na testa ainda. Remexendo a caixa achou um longo pergaminho preso por uma fita dourada. Harry puxou a fita lentamente e ao abrir o pergaminho lia o título:

Aos segredos de Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas

Segredo 1. os arcanos de um animago

Harry não podia acreditar. Estava com o pergaminho que dizia como se tornar um animago feito por seu pai, Sirius, Lupin e o traidor Pedro Pettigrey. Harry leu apenas o início e preferiu deixar para analisar depois mais tranqüilamente. A caixa parecia pequena para tantos bens que nela pertencia. Continha também um envelope pardo todo bordado. Harry abriu e tirou o pequeno pergaminho de dentro. Achou estranho, a carta era destinada a ele. Harry naquele pequeno ambiente fechado, com as coisas de sua mãe e segredos de seus pais, perguntava-se porque apenas em seu décimo sétimo aniversário receberia a caixa. Começou a ler a carta, só podia ser de sua mãe. Tudo indicava que ela já sabia que morreria, caso ao contrário não mandaria essas coisas por Petúnia, não escreveria aquela carta:

Querido Harry,

Ao escrever esta carta não saberei se será em vão, ou terá um futuro destinado pela sua utilidade. No momento que escrevo... você tem apenas dias de vida. Melhor prevenir-me e relatar singelos casos. Desejo que encontre esta minha mensagem quando completar seus dezessete anos. Talvez seja tempo demais, tarde demais, ou possa ser apenas relevância minha. A atingir maior idade, suponho que já esteja ciente de que não é um bruxo normal como os demais, um mistério o cerca, um mistério o encobre. A maldade dos alheios infelizmente consegue destruir lares, destruir vidas. Mas temos sorte, temos o amor, o escudo indestrutível que nos protege. Recobre nossa alma e evita o inevitável. Quando estiver lendo esta carta, poderei não mais estar de corpo presente com você, mas tenha certeza que meu amor, meu carinho, minha dignidade, andam ao seu lado a cada passo que dá. Creio que não o verei mais, por motivos de discórdia entre famílias, um trágico fim sofrerei. Não tenho como escapar.

Harry não entendia o porque dessa frase final: “por motivos de discórdia entre famílias, um trágico fim sofrerei.” O que sua mãe queria dizer com isso, o que família tinha a ver com isso. Veio imediatamente em sua mente a história de seu avô. Seria realmente Tavolo? Como Lupin falou. Harry não suportava mais tantos enigmas que tinha para decifrar. Quanto mais descobria as coisas, mais mistérios apareciam. Continuou lendo a carta de sua mãe.

Corta meu coração saber que sofrerá anos sem saber o motivo. Nem ao menos eu sou culpada por tudo que está para acontecer. Filho, quero que saiba que o bem sempre vence o mal, e sobrará apenas você. Quanto mais o tempo passar mais difícil será. Não perca tempo! O inevitável está para chegar. O seu igual será marcado pelo seu sangue. Terá que acabar para não ser acabado.

Lílian Evans

Harry terminava de ler a carta praticamente hipnotizado. O que sua mãe queria dizer com: “Terá que acabar para não ser acabado”. Só podia ter uma explicação. Isso era o final da profecia que Dumbledore tinha lhe falado. “... Nenhum poderá viver ...enquanto o outro sobreviver” ou seja, Harry deveria matar Voldmort para não ser morto.
O desespero tomou conta de Harry. Como sua mãe poderia saber disso antes mesmo de Voldmort atacá-los. Como sua mãe sem ouvir a profecia dita por Sibila já sabia o que ela dizia. Mistérios tomavam conta de Harry. A magia do amor existente em Lílian era o fator contínuo para a sobrevivência de Harry. Sabia o que tinha que fazer. Sabia que teria que matar. Porém nada ainda estava decifrado. Para o atraso de Harry, Voldmort fora esperto o bastante para dividir sua alma em sete partes. Teria que descobrir rapidamente o paradeiro dos outros Horcruxes. O diário de Tom Riddle e o anel de Marvolo já foram destruídos. Faltavam apenas quatro, mais o próprio Voldmort. O que mais o indignava era saber que não possuía nenhuma pista sobre onde achar os demais Horcruxes.
Harry observava que ainda havia coisas dentro da caixa. E o que mais chamou atenção era uma pequena garrafa. Harry pegava a garrafa e examinava, era uma garrafa diferente. Harry já havia visto uma parecida antes.

- Claro!

Aquela era uma garrafa que continha memórias, que nem as outras que Dumbledore o tinha lhe mostrado. Mas como poderia saber que memória possuía na garrafa. Necessitava da Penseira, e só conseguiria em Hogwarts, e Hogwarts estava fechada. Harry sentiu ódio na hora. Pensou se a Profª McGonagall teria trazido junto dela a Penseira. Mas logo depois também pensou para que McGonagall iria trazer para o Minister House’s uma Penseira. Será que em outro lugar do Beco Diagonal teria uma Penseira, ou apenas em Hogwarts.
Harry estava totalmente perdido em seus pensamentos. Não encontrando respostas para nada. O fato da Penseira perturbou ainda mais sua cabeça.
Ao perceber que nada mais continha na caixa, recolocou tudo outra vez, preparando para sair do pequeno cubículo onde estava. Mas para sua surpresa ao pegar a tampa da caixa, estava pregado na parte de baixo um papel velho e amassado. Harry puxou delicadamente se preocupando em não amassar o antigo papel. Ao abri-lo mostrava claramente a forma de um estranho mapa. Um mapa mágico que Harry jamais tinha visto. Parecia um pouco com o Mapa do Maroto. Mas ao contrário, não possuía aqueles miúdos pontos representando as pessoas, e sim uns pontos de interrogação com o rosto de um estranho leão embaixo. E para o espanto de Harry aquelas enigmáticas iniciais estavam escritas na parte inferior do mapa. Lia-se R.A.B no final do mapa.
Mas o que aquilo queria dizer, quem era R.A.B; por que tantos mistérios. Por uma fração de segundos Harry pensou: “SERÁ QUE R.A.B É A MINHA MÃE???” - aquele mapa estava junto dos pertences dela. MAS NÃO TERIA LÓGICA – exclamava Harry confuso. Tudo indicava que R.A.B era um homem. OU SERIA UMA MULHER??? – pensava Harry aflito. Mas como sua mãe poderia saber sobre os Horcruxes? Será que tinha sido Lílian que descobriu o segredo de Voldmort e deixou aquela mensagem? Teria sido sua mãe que pegou o verdadeiro medalhão de Slytherin e teria colocado o falso no lugar? E o medalhão estaria destruído ou estaria escondido em am algum lugar?
Harry já sabia que sozinho não ia conseguir fazer nada. Precisava de ajuda, deveria mostrar o que continha na caixa para alguém. – MAS PARA QUEM? – perguntava-se Harry. Seria bom revelar tudo que sabia sobre os Horcruxes para as pessoas que tinha certeza que poderia o ajudar. – MAS PROMETI A DUMBLEDORE – pensava – Tinha prometido a Dumbledore que não contaria a ninguém.
Estava decidido. Começaria a recolher o máximo de informações possíveis sobre R.A.B. Não poderia perder tempo.

“Quanto mais o tempo passar mais difícil será. Não perca tempo! O inevitável está para chegar.”

A carta de sua mãe não saía de sua mente. Como ele mesmo dizia “O inevitável está para chegar.”

Harry recolheu todos os objetos pertencentes à caixa, e saiu do pequeno quarto onde estava. Não havia noção do tempo, olhou para o relógio de pulso, já passavam das oito. Rony já devia ter acordado. Harry dirigiu-se para a porta que dava para a cozinha e teve mais uma surpresa. Um enorme bolo de aniversário a moda bruxo estava posto em cima da mesa da cozinha dos Weasleys. O bolo tinha três andares, e em suas laterais estava escrito “Feliz aniversário Harry Potter”, e o detalhe que Harry achou mais interessante foi um pequeno pomo de ouro enfeitiçado que sobrevoava sobre o bolo.

- Harry, Feliz aniversário – Molly o abraçava alegremente – onde estava, ah! Já vejo que recebeu um presente, Lupin que te deu? – Molly vendo Harry segurado a caixa vermelha imaginou que fosse um presente, e Harry sem fazer cerimônia concordou com Molly.

Chegavam na cozinha Rony e Hermione, ambos seguravam embrulhos nas mãos. E ambos perceberam que Harry já havia descoberto o que continha na caixa, não escondendo que estavam curiosos para saber o que era.

- Parabéns Harry – chegava Hermione dando um abraço no amigo e falando em seu ouvido: - Não me esconda nada, o que tem nesta caixa? – E Harry adiando um pouco o assunto sussurrou: - Agora não dá, depois conversamos. – E Hermione sem insistir, acabou concordando.

Depois chegou a vez de Rony de desejar feliz aniversário a Harry e o Sr° Weasley que apareceu logo depois. Harry sentindo falta de Gina obteve uma resposta antes mesmo de perguntar.

- Gina está lá em cima – falava Hermione sorrindo – está com vergonha de descer com seu presente.

- Mas também um presente como aquele... – falava Rony começando a rir – não há como não chamar atenção.

Os três subiram até o quarto de Gina para verem o presente. Harry ficou espantado, um enorme urso de pelúcia se encontrava ao lado da cama de Gina enrolado em uma fita prateada. Devia ter pelo menos um metro e meio de altura, e o mais engraçado que Gina fez com que o enorme urso de pelúcia parecesse com Harry. Ele vestia as vestes da Grifinória, usava óculos e para completar segurava uma firebolt na mão direita.

- Feliz aniversário! Gostou do presente Harry?

- Claro... Bem diferente – dizia Harry confuso.

- Sabia que ia gostar – falava Gina dando um abraço nele – levei dias para pensar em algo “diferente”.

As horas passavam e a Srª Weasley preparava um almoço especial para a ocasião, e dizia que convidados surpresa estavam para chegar. No meio de tanto alvoroço mal deu tempo de Harry mostrar com calma o que havia na caixa para seus amigos, apenas comentou sobre algumas coisas.

- Não acredito que você está com um manual de como se transformar em um animago! – surpreendia-se Rony.

- Mas os dois nem pense em tentarem isso. É totalmente contra as normas do Ministério – disse Hermione – Animagos tende a serem catalogados na lista do Ministério.

- Ah Hermione... Adora acabar com a nossa felicidade – disse Rony indgnado.

- Apenas procuro ser justa.

E Harry continuando com seu relato sobre os segredos da caixa, revelou detalhes surpreendentes para Hermione, que ficou vidrada na hora.

- Você acha que sua mãe possa ser o misterioso R.A.B?

- Acho que não Hermione. – disse Harry – Mas ao mesmo tempo é estranho saber que tinha um mapa assinado por R.A.B no meio das coisas dela.

- Deveria mostra isso ao Professor Lupin, ele vem aqui hoje, não deve demorar a chegar.

O horário do almoço aproximava-se, e Molly não deixava ninguém tocar no bolo antes do almoço. Aos poucos iam chegando gente na casa dos Weasleys, a TOCA estava ficando cheia. Fred e George já haviam chegado e trazia consigo um estranho presente para Harry, lançamento das Gemialidades Weasleys diziam eles. Ninfadora Thonks aparecia com um visual totalmente arrebatador. Com os cabelos verdes e toda enfeitada, parecia uma árvore de Natal. Surpreendendo Harry, Nevile Longbotton e Luna Lovegood também estavam na TOCA. Rúbeo Hagrid também não ficou de fora.
Era o aniversário mais alegre que Harry já tinha tido. Estava ao redor de todos os seus amigos, das pessoas mais importantes para ele.
E gente não parava de chegar. Agora entrava Lupin vestido com um terno marrom acompanhado de uma pessoa que Harry jamais esperava ver em uma festa de aniversário. Minerva McGonagall. Acompanhada de três pequenas criaturas.

- Parabéns Potter – disse Miverva – consegui o que pediste, os três elfos domésticos! – ria a professora.

Dobby, Winky e Monstro apareciam detrás a Professora Minerva. Dobby saía correndo para agradecer a Harry.

- Obrigado senhor Potter. Dobby está muito agradecido, Dobby será eternamente grato. – Winky também agradecia lisonjeada a Harry. Ao contrário de Monstro que só resmungava e lembrava a memória de sua falecida Madame Black.

Todos estavam animados e Harry não parava de receber presentes. De Luna ganhou a Edição do Pasquim do mês de agosto. Que vinha como noticia de capa a Morte do diretor de Hogwarts: Dumbledore.
Finalmente chegou a hora do bolo, que Molly fez voar como sempre vários pedaços pela casa, deixando Artur irritado.

- Harry! – chamou Lupin – chegou à hora do meu presente. Como não vai para Hogwarts, trouxe para você e Rony o registro no Curso de Aparatar, dado pelo Ministério. Está aqui o registro, as aulas começam em setembro. – Ao mesmo tempo Harry ficou feliz e duvidoso. Seria bom, pois aprenderia aparatar, mas também não saberia se sobraria tempo para freqüentar o curso. Rony por sua vez ficou contentíssimo, pois tinha sido um desastre nas aulas que tivera em Hogwarts. Assim poderia ter uma nova chance.

- Obrigado Professor! – falava Harry receoso pegando o registro feito por Lupin. – Lupin! – chamava Harry informalmente – queria te perguntar uma coisa. – E Lupin percebendo que o assunto era particular, foi até a sala com Harry.

- O que deseja o aniversariante – brincava Lupin.

- Hum... Por caso... Já ouviu falar em algum R.A.B?

- Rab??? – perguntava Lupin espantado – é um apelido?

- Não Rab de nome, e sim R.A.B de iniciais – explicava Harry

Por um momento parecia que Lupin tinha a resposta “na ponta da língua”. Mas no mesmo momento mudou de expressão respondendo rapidamente: - Não que eu me lembre Harry, mas porque está me perguntando isto?

Harry não teve outra opção a não ser mostrar pelo menos o mapa que tinha visto no meio das coisas de sua mãe. Lupin examinou o mapa de cima a baixo, procurando se achava mais alguma coisa. Examinava atentamente as figuras dos rostos dos leões e os pontos de interrogação que preenchiam o mapa.

- Descobriu alguma coisa? Sabe quem é R.A.B? – perguntou Harry esperançoso.

- Sim e Não.

- Como assim?

- Descobri uma coisa. Mas ainda não sei quem é R.A.B – dizia Lupin não muito convincente – Este é um legítimo Mapa da Esfinge.

- Mapa da Esfinge? O que é isso? – falava Harry atônico.

- Como Professor te devo uma explicação. Esfinge é um animal mitológico. Tem cabeça humana e corpo de leão.

- Mas no mapa têm cabeças de leão não cabeças humanas.

- Sim, é porque você está olhando na posição correta. Vire o mapa e observe a figura de cabeça para baixo. É o rosto perfeito de um humano. Isso é uma figura dupla, ilusão de óptica. – explicava Lupin, e Harry ao virar o mapa ao contrário viu que o professor tinha razão. – Como eu ia dizendo... As esfinges há mais de mil anos são usadas pelos bruxos para guardar tesouros e seus esconderijos secretos. Inteligentíssimos, esses animais têm prazer em inventar charadas e quebra-cabeças. Em geral, a esfinge só se torna perigosa quando aquilo que está guardado é ameaçado. Só liberando o segredo caso acerte seus enigmas.

- Hum... – dizia Harry começando a entender.

- Então Harry, podemos concluir que o tal R.A.B tenha guardado tesouros nas esfinges, e colocou a localização delas aqui neste mapa. – disse Lupin – Mas se me permite a curiosidade, onde arranjou isso?

Harry sabia que poderia confiar em Lupin, mas preferiu ir contando o que sabia aos poucos. Não podendo escapar da pergunta do Professor, contou-lhe sobre a caixa da sua mãe e alguns pertences que havia nela. No entanto não falou sobre o pergaminho que achou ensinando como se tornar um animago. Achou que se Lupin soubesse do pergaminho escrito por Tiago, talvez o proibi-se de ler, já que Lupin fazia parte do grupo.

- Curioso Harry. – disse Lupin. – Lílian não falou a ninguém que eu me lembre a respeito desta caixa com seus pertences.

- Professor, o mais curioso é o que minha mãe escreveu numa carta para mim. – falava Harry seriamente. – Leia o senhor, saberá o quero dizer. – E Harry pegou a carta, dando a Lupin que começou a ler. Dois minutos depois Lupin exclamou:

- É impressão minha ou Lílian já imaginava que seria atacada por VOCÊ-SABE- QUEM???

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