Problema na Ordem



Nem sempre as coisas boas eram comentadas pela escola. Como sempre, as notícias ruins corriam como o vento.
Os boatos de que Dementadores estavam atrás de algum Comensal, estavam se espalhando e haviam chegado aos ouvidos de Dumbledore que andava mais aborrecido ainda.

Durante o jantar, Hermione falava com os demais sobre o treino. Na realidade, esse treino era uma das poucas coisas que continuavam sendo comentadas, já que isso envolvia o ataque dos Dementadores.

Depois que os três Dementadores tinham sido expulsos pelos alunos da Grifinória, ouviam-se rumores de que Dumbledore se trancara em sua sala e agora estava aos berros com o Ministro da Magia e com alguns Aurores.

Na mesa da Grifinória, só se ouviam comentários sobre os Patronos de Harry, Melissa e Hermione.

-Cara, sério que Mel fez isso?! – Disse Simas pasmo – Ela realmente utilizou o Patrono?

-É – Concordou Hermione – As aulas da AD valeram o esforço afinal de contas.

Harry engolira o suco que tomava e olhou curioso. Melissa havia feito parte da AD?

-Espera um minuto, a Melissa estava na AD no ano passado? – perguntou Harry pasmo.

-Nossa Harry, você e sua sinceridade continuam me tocando – Disse Hermione – Lógico que ela estava!

Harry realmente não acreditava nisso, poderia jurar que nunca vira Melissa lá. Pra falar a verdade, Harry só ligava para Cho naquela época que nem mesmo Melissa teria conseguido tirar sua atenção da moça da Corvinal.
Bobo dele.

Mas outro fato que o incomodava, era o fato de Melissa não ter ido jantar ainda, eles não conversavam desde a baderna no treino de Quadribol.
Dumbledore deveria estar pensando o mesmo, deveria estar tentando conversar com os alunos próximos ao ataque do Dementador. Por isso ela não aparecera... – pelo menos era isso que Harry desejava.

-Foi. – Disse Rony interferindo – Tinha de ver a cara de Malfoy gente!

Harry estava achando mais interessante sua sobremesa do que aquela conversa, mas se divertia ao ver seus amigos chorarem por não terem uma namorada. E de como gostariam que ela fosse Melissa.

-Ah, eu quero uma garota! – Gritou Dino.

-Somos dois. – Disse Simas.

-... Três... – Completou Rony chorando.

-Minha nossa... – Hermione balançou a cabeça – Cresçam um pouco e quem sabe conseguem uma namorada!

Harry se levantou de repente se lembrando da tarefa de Snape.

-O que foi Harry? – Perguntou Hermione. – Sentiu dores?

-Não é isso. Eu esqueci de fazer a tarefa de Snape! – ele balançou a cabeça – Já estou sentindo o olhar maligno dele em cima mim, ou melhor, o olhar de prazer ao me dar outra detenção.

-Ih! – Disse Rony – Eu também cara...

-E tem a detenção dele ainda... – Disse Harry – Que legal. Este ano com Snape tem sido meu Inferno particular.

Harry irritado sentou-se à mesa de novo, tirando o prato da sua frente. Lembrar daquilo realmente tinha estragado os planos dele de ficar com Melissa durante aquela noite.

-Bom, pelo menos não seremos os únicos á não estar com a namorada – Riu Dino.

-Ah, como se isso mudasse meu humor... Nem Melissa conseguiria tirar esse mal-humor.

Harry sentiu uma mão pousar sobre seu ombro, era doce e delicada. Conhecia essas mãos suaves e macias... Se virou com um sorriso, era Melissa.

-Olha. – Disse a garota – Eu posso até ajudar na parte da tarefa, Mione me ensina tudo do sexto ano... Gosto de estar adiantada. Mas sobre sua detenção, acho que terá que se virar.

-Valeu Melissa. – Disse Harry – Mas, a detenção eu acho que ninguém vai me ajudar... isso é algo que só eu faço mesmo. E com um orgulho...

Melissa sorriu e se sentou ao lado de Harry.

-É isso que eu acho engraçado em você. – ela disse no riso – essa sua paixão pelas detenções do Professor.

-Claro, eu devo me divertir, não? – Harry ironizou.

-O que você vai fazer? – perguntou Hermione.

-Uau! Imagine. – Disse Harry em tom sádico – Vou ter de limpar os troféus da sala da Grifinória... Sem magia.

-É um trabalho e tanto... – Disse Rony meio sem graça – Bom cara, boa sorte.

-Valeu... – Disse Harry – Isso ajuda muito. Mas em prática, essas palavras não têm tanto valor, quem manda a Grifinória ganhar tantos troféus.

Melissa tentou ajudar Harry a se sentir melhor, mas em vão. Afinal, esse era o menor dos problemas de Harry. O rapaz estava tão irritado de ter quase perdido os amigos e Melissa que nem se preocupava tanto com os problemas de detenção e muito menos com Snape.
Quando estava dando a hora de todos irem dormir, e Harry ir para sua detenção. Melissa foi conversar com ele.

Harry que já se encontrava na escadaria principal se surpreendeu com a presença da moça.

-Ué, o que faz aqui? – perguntou o rapaz.

-Vim desejar uma boa sorte e... – Melissa ficou vermelha. – E perguntar uma coisa...

-Claro. O que aconteceu? – Harry perguntou.

Melissa parecia acanhada em dizer. Será que Draco havia feito mais alguma coisa? Ou será que ela estava ali para dizer que iria terminar com ele?
Ugh! Essa última dúvida doeu o coração dele.

-É que... O fato de eu ter gritado com o Malfoy sobre nós dois, não te deixa bravo certo? – perguntara Melissa desviando o olhar de Harry, ela se fixara em um quadro de um homem magro.

-Ahn? – Harry escutara bem? – Claro que não, eu deveria ficar nervoso?

Melissa ficara mais vermelha.

-Pensei que... A gente estivesse namorando e... Ah, cara! – Ela levou a mão no rosto – Nem deveria estar dizendo isso pra você... Sou uma boba mesmo!

Harry sorrira. Ele estava sendo o bobo por acreditar que Melissa ao gostava dele, era ela quem estava mais insegura com tudo.
Também pudera, Harry meio que ganhara uma fama de não-me-toques por causa da Cho.

-Era isso? – Harry acariciou os cabelos de Melissa – Estamos namorando, certo? Pelo menos, eu acho que quando se ama alguém, do jeito que eu te amo, você namora.

-Err... Sim... – Melissa abrira um pequeno sorriso – Então somos namorado e namorada?

-Só falta o anel, mas isso eu dou um jeito quando formos á Hogsmeade. – Brincou Harry.

Melissa sorrira, estava contente com a frase de Harry. Mas ele ainda estava preocupado com os acontecimentos do treino.

-Desculpa. – Disse Harry um pouco pesaroso.

-Pelo que? – Melissa parara de sorrir.

-Sabe... Acabei colocando todos vocês em perigo, quem sabe o que aqueles Dementadores queriam... – Harry coçou a cabeça, não sabia como escolher as palavras para falar com a garota sem ofendê-la -... E depois, essa briga com o Malfoy.

-Não há problemas... – Sorriu Melissa – Eu estou acostumada com essas brigas inúteis, desde que cheguei aqui em Hogwarts, todos os alunos até o ultimo ano dão em cima de mim.

-Sério? – Disse Harry surpreso, mas não pelo que Melissa havia dito, ela nem dera bola para o ataque dos Dementadores. – Nunca havia percebido!

-Claro que é! – Explicou Melissa – Muitos deles viviam me chamando para passear em Hogsmead, mas eu sempre recusava. Era chato fazer isso, mas... Eu já gostava de alguém... – Explicou Melissa sem graça.

-Imagino a cara deles.

-Acho que a única vez que saí foi... – Melissa pensara bem – O Cedrico, mas porque ele era um amigo meu e da Cho, por isso.

Harry deu um sorriso saudoso de Cedrico, seu antigo rival continuava lhe importunando... mas nem isso era motivo de raiva.

-mas e sobre os Dementadores?

-Você não teve culpa de nada – Afirmou a garota – Aliás, eu deveria estar brava com isso?

-É bom saber que você não se preocupa com isso... – Disse Harry aliviado.

-Quando eu descobri que você era um Potter, eu deveria estar preparada para essas badernas que estariam por vir... Não acha? – Disse Melissa.

-É... – Concordou Harry visivelmente sem jeito.

-Além do mais, a suas pequenas confusões já chama atenção até do segundo ano se quer saber – Melissa rira.

Ambos se encontraram num olhar tímido e o desviaram com rapidez, estavam vermelhos.
Por que ele estava ainda receoso do que poderia vir a acontecer? Eles já eram namorados, seria lógico acontecer mais do que uma simples conversa!

Harry estava se sentindo um inútil por ainda não saber bem o que fazer diante de uma garota, ainda mais quando essa garota era sua namorada!
Melissa se aproximou e Harry teve sensação de poder ouvir o coração da moça palpitar mais rápido, assim como o dele.

-Faz tempo que... – Melissa sorriu corada – Nós não ficamos sozinhos.

Harry engoliu seco e também se aproximou de Melissa, a diferença de tamanho entre ambos não era tão grande assim, talvez um palmo e meio ou menos.

Ele tocou o rosto da garota e lhe deu um beijo. A garota surpresa se deixou ser pega pelas costas. Os dois ficaram ali se beijando por um longo tempo, até Cho passar correndo.

Harry se afastou de Melissa na surpresa.

-Cho! – Disse Harry saindo do beijo depressa.

Cho parou e fitou Harry.

-Olá Harry! – Disse ela séria – Estou atrapalhando algo? – Completando num tom sarcástico.

-Não seja assim. – Disse Harry notando o sarcasmo de Cho – Eu queria te dizer que...

-Ahn? – melissa notou a presença da amiga – Cho?

-Olha Harry, eu sei que você nem se lembra do que ocorreu no natal, mas sair por aí beijando uma garota qualquer?

Melissa se irritou e olhou frente á frente para Cho. Era incrível como Cho era tão chata quando estava ciúmes!

-Olha aqui, eu não sou qualquer uma! – Ralhou à garota – Eu tenho um nome. E ao que me consta, você se lembra bem!

-Dá no mesmo, qualquer uma. – Disse Cho indiferente. – Ou vai me dizer que já se esqueceu do que fez no ano passado?

-O que!? – Disse Melissa quase perdendo a cabeça – escuta aqui...

-Ahn? – Harry olhou surpreso.

-De qualquer maneira Harry, até mais... – Cho saiu andando até sua casa. – Não quero perder meu tempo com essa aí.

Melissa irritada, ficou de braços cruzados. Harry quase teve um ataque de riso, mas decidiu guardar para ele mesmo já que Melissa estava furiosa.
Se ele dissesse algo para Cho, era capaz de ser morto pela fúria que Melissa estava demonstrando.

-Por que se irritou com o que ela disse? – perguntou Harry.

Melissa irritada respondeu:

-Nada disso, é que... Eu e Cho temos um sério problema, não nos damos bem desde que Cedrico morreu... – Respondeu brava.

-Por quê?

-lembra do convite? Cedrico era um grande amigo meu – Ela explicou – Quando ele morreu, no ano passado eu mal falava dele... A Cho acabou achando que eu havia me esquecido dele. – explicou Melissa, ela parou de falar e fechou os olhos – Vou me deitar que é a melhor coisa a se fazer.

Harry ficou olhando a garota e riu dela. Melissa entrou no quadro e finalmente desapareceu. Melissa certamente era uma garota alegre, mas de difícil temperamento.

-É. Eu realmente tenho um dedo podre para escolher garotas. – ele dizia para si mesmo – Só escolho as temperamentais.

Harry seguiu calmamente para o que seria uma tradição... Fazer detenção.
Durante a detenção, Harry se lembrava das coisas boas que já haviam acontecido em sua vida, isso fazia diminuir um pouco a chatice da detenção.

Depois de algumas horas, aquilo já estava uma monotonia, limpar troféus não era exatamente excitante, ainda mais que algum deles tinha o nome de seu pai.

Uma coisa que o rapaz estranhou, era a presença de alguém que ele não esperava ali naquela noite.
A figura observava Harry com diversão. Harry quase achara que era outro Dementador, mas se acalmou ao ver quem era.

-Lupin? – Disse Harry quase sussurrando.

-Oh, olá Harry, como vai? – Disse Lupin com sua voz estranha de sempre.

-vou bem, mas... Aconteceu algo para o senhor estar aqui? – Harry perguntou colocando o pano que limpava os troféus, de lado.

-Oh sim, apenas alguns problemas na Ordem. – explicou Lupin – Eu vim aqui para falar com Dumbledore e ver se consigo resolvê-los.

-O assunto é grave? – Perguntou Harry preocupado. – Quero dizer, tem haver com o ataque de Dementadores de hoje?

-Sim e o outro assunto não. – Comentou Lupin – Sobre os Dementadores, posso adiantar que o assunto é extremamente sigiloso, já o outro...

-Me conta então Professor, digo, Lupin. – pediu Harry.

Lupin respirou fundo, era realmente desagradável de se dizer. E isso só aumentava a curiosidade de Harry.

-Bem, o assunto é sobre um casal. Por causa de uma luta contra os Comensais. – explicou Lupin – A morte da Evelyn Hart e Arnold Hart.

Harry tivera uma sensação de dor invadir seu peito... esse nome... Era o mesmo nome dos pais da Melissa!

-Os pais da Melissa? – Disse Harry pasmo. – O que aconteceu com eles?

Lupin parece meio descontente com o que ia falar, mas resolveu não interferir na fala.
Pelo menos Harry sabia de algo. Eles estavam mortos, mas como isso havia ocorrido?

-É... Não foi uma coisa boa, lembra que eles foram chamados para um trabalho da Ordem na Indonésia?

-Sim, mas o que isso tem uns... – Harry parou de falar até que a ficha caiu – Eles foram atacados?

-Bom. – Lupin ficou com uma cara pesarosa – Ela vai ter uma péssima notícia Harry. Os pais dela foram pegos numa armadilha de Voldemort há dois dias atrás. Receio que a garota tenha seus tios maternos apenas como família agora.

-QUE! – Harry ficou sem palavras – Como eles foram pegos?

-Os dados ainda não estão corretos, é algo que diz respeito á uma emboscada que envolveu 10 Comensais e Voldemort. – Respondeu Lupin – mas Tonks foi à única a sair da Indonésia viva.

Harry tinha a estranha sensação de conhecer aquela cena. Alguma vez na vida ele se perguntou se alguém estava passando pela mesma coisa que ele, e agora ver que Melissa perdera seus pais e tinha de conviver com os tios. Sinceramente, ele não queria que ninguém passasse por isso.

-O outro motivo é sobre o que Voldemort anda fazendo. – Disse Lupin mudando o tom. – Ele anda quieto demais, mesmo tendo matado alguns bruxos. E agora, as mortes nas Eliminatórias... Mortes sem ligações.

-Não era um assunto sigiloso isso?

-E é. – Confirmou Lupin num sorriso – Descobrimos algumas pistas sobre essas mortes misteriosas e que elas têm ligação com o Hart, isso é tudo que posso revelar.

-Voldemort... Sempre ele causando desgraça. – Disse Harry sério – Essas mortes que andam aparecendo na TV, são causadas pela Maldição Imperdoável né?

-Receio que não Harry – Disse Lupin sério – Esse é um assunto muito grave para ser discutido aqui.

-Mas Lupin, quando vamos para a Ordem? – perguntou Harry – Pelo isso, o Senhor pode falar?

-Assim que vocês entrarem de férias é óbvio. – Disse Lupin com um sorriso – Agora se me der licença, tenho de avisar á Madame Pomfrey que uma aluna com crise de depressão irá chegar ao consultório dela amanhã.

-Melissa? – Disse Harry.

-Sim, ela mesma, você a conheceu nas Eliminatórias, não é?

-Bom...

Harry ficou corado e fez que sim com a cabeça.

-Espero que vocês não tenham se tornado tão rapidamente...

Lupin viu a cara de alegria de Harry e sorriu.

-... Namorados... – Concluiu – Harry, você tem sorte, não é todo dia que se encontra um Hart na vida. Dizem que essa família de bruxo é muito amigável e amorosa. Aqueles que se envolvem com ela têm uma vida muito feliz, sabia?

-Sabia sim, mas obrigado por dizer Lupin. – Disse Harry se recordando dos amigos – Não será o Senhor o primeiro á me dizer isso...

-Harry, amanhã dê um jeito de ver Melissa na enfermaria, na certa ela irá precisar de apoio, já que seus pais morreram... Chame a Hermione e o Ronald, você deve entender como é triste perder o pais...

-Certo. – Concordou Harry.

Lupin desapareceu por entre as sombras da escola. Harry ficou pensando no que o antigo professor havia lhe dito... “... Os que se envolvem com os Hart têm uma vida muito feliz...”.
Mas por outro lado, o fato das mortes estranhas não serem causadas pelo Avada Kedavra... Isso era estranho, muito estranho.

Na manhã seguinte, Melissa estava na mesa do café se divertindo com algumas alunas do quinto ano quando Dumbledore se aproximou dela.

-Lá vem. – Rony entristeceu-se.

-É – Hermione concordou.

-Meli... – Harry apenas evitou ver o rosto da namorada naquele momento.

O choque fora maior do que o esperado. Melissa ficara pálida no mesmo instante e o pior, ela havia perdido a fala.

Ela olhou para os lados, perdida em pensamentos e saiu caminhando sem rumo... Segurava algo nas mãos, era uma carta que recebera dos pais.

-Senhorita! – Madame Pomfrey corria até ela – Venha comigo!

Melissa olhou para Pomfrey e começou á soltar lágrimas dos olhos. Seu grito de dor e agonia foi a única coisa ouvida por todo o salão, todos estavam parados observando a cena.
Dumbledore sabia que essa falta de movimento e murmúrios dos alunos era devido a morte dos pais de um Hart, já que o culpado de tal coisa era Voldemort.

-Não! – Melissa se abraçara á Pomfrey – Por... POR QUE!? – ela gritava com dor.

-Vamos, vamos... Você precisa relaxar – Pomfrey a levara para a enfermaria.

Melissa fora andando aos tropeços, não parava de chorar e parecia que jamais ia.

-Coitada. – Disse Hermione sentindo a dor da amiga – Ela não via os pais desde que chegou aqui na escola.

-Devíamos fazer uma visita á ela, no almoço – Sugeriu Rony. – O Jorge e o Fred receberam uma carta da mamãe e do papai para que nós visitássemos a Mel na ala hospitalar.

-Lupin tinha me dito que isso ia ocorrer... – Disse Harry.

Todos se viraram pasmos.

-Fala direito isso! – Disse Gina se virando para encarar os três amigos.

-O que! – Disse Hermione – o Ex Professor R. J.Lupin estava aqui?

-Estava. – Disse Harry distraído – Ele apareceu ontem na minha detenção. Ele contou sobre isso, os pais da Melissa foram mortos pelos Comensais.

-Isso é mal Harry, quero dizer, ele deve ter vindo á serviços da Ordem. – Disse Hermione. – Deve ter haver com os ataques dos Dementadores ontem.

-Eu sei – Concordou Harry – Ele disse que viera fazer isso mesmo.

As corujas do correio da manhã começaram a chegar, uma carta endereçada á Melissa caiu nas mãos de Harry.
Ele estranhou já que a moça ainda segurava uma carta dos pais no momento da notícia.

-Abre Harry! – Disse Hermione depressa – A coruja deveria confiar em você.

-vai lá. – Disse Rony.

-Olhem, é a Coruja do Lupin! – Exclamou Harry fitando a coruja – É uma carta da...

Todos concordaram com a cabeça. Harry abriu a correspondência e leu:

Prezada Senhorita Hart.

Chegou á nosso conhecimento a morte de seus pais na Indonésia durante uma missão.
Estimamos muita saúde á Senhorita e um bom ano letivo. Seus pais nos deixaram estas coisas antes de partirem para suas missões da Ordem, esperamos que isso a alegre um pouco.
E queremos lhe desejar nossos pêsames.


Com os mais sinceros votos de melhoras.

R. J. Lupin, Severo Snape e os demais membros.

-Snape também assinou? – Disse Rony pasmo – Não creio! Se bem que a carta não anima ninguém.

-Quieto Ronald! – Ralhou Hermione.

-Pode acreditar – Disse Harry concordando – Isso aqui não anima ninguém, aqui tem algumas fotos dos pais de Melissa e... Um bilhete.

-Sinceramente, isso vai deixar o ânimo da Melissa pra lá de 0. – Rony murmurou.

Harry começou á ler o bilhete em voz alta.

Querida Mel.

Sabemos que deve estar sendo difícil aceitar nossa partida para a Ordem, mas esperamos que você esteja feliz aí em Hogwarts, tanto quanto nós fomos.

Desde já estamos felizes por ter tido a honra de criar uma filha tão linda quanto você... Mesmo que não voltemos para casa, saiba que nossos espíritos estarão com você. Cuide bem de si mesma... Lembre-se do nosso lema: “sempre se esforçar ao máximo e jamais desistir só porque fomos ameaçados...”.
Contamos com você, cuide-se.

Papai e mamãe.

-O que será que eles quiseram dizer com essa frase? – Disse Hermione.

-Pode ser um brasão de família – Sugeriu Rony.

-Não – Disse uma voz trêmula atrás de todos, era Melissa chorando – Essa era a nossa frase... A frase que é o lema dos Hart.

Melissa caiu de joelhos no chão se afogando em lágrimas.

-Por que!? Por que eles me deixaram esse lema? – Disse Melissa enquanto se afogava no choro.

-Melissa Hart? – Dumbledore tocara o ombro dela. – Querida, precisa voltar á enfermaria.

Harry e os demais se surpreenderam com o professor ali.

-Querida, venha comigo até a enfermaria... Não é certo ficar aqui. – Disse Dumbledore ajudando a erguer a garota.

-Profes... Sor... – Disse Melissa chorando – Meus... Pais...

-Eu sei, eu sei... Venha comigo... Vamos até a Madame Pomfrey que lhe dará um chá calmante.

-Mas... – Melissa dizia tristemente.

Fred e Jorge chegaram logo depois vendo a cena. Estavam preocupados.

-Será que Melissa vai estar bem no dia da partida de Quadribol? – perguntou Fred.

-E você ainda pergunta uma coisa dessas? – perguntou Gina dando um tapa na própria cara – Ela perdeu os pais!

-Quem sabe. – Disse Hermione – perder os pais deve ser uma barra.

-Se deve – Disse Rony sério – Se estou triste só de ver o Senhor Arnold e a Senhora Evelyn mortos, imagina os meus pais!

-Eu acho que vou ficar com ela hoje – Disse Harry se erguendo. – Nem tem tanta importância as aulas assim.

-Harry você vai matar aula!? – Disse Hermione pasma – Harry! Temos aulas de Poções e Transfiguração!

-Um dia não faz mal. Aliás, Mione, o que você acha pior, passar o dia estudando ou passar o dia chorando pela morte de alguém? – Harry se dirigiu á enfermaria.

Hermione permaneceu parada fitando Harry se afastar dali.

-Realmente, acho que o Harry tem razão – Comentou Hermione – Não posso ficar pensando só em estudos mesmo.

Harry sabia que naquele momento Melissa precisava dele mais do que nunca. Harry sabia o que era a perda dos pais, e sabia também o que seria depois que ela se acostumasse com a perda deles.
Naquele dia, Melissa aprendera que não era apenas ela que tinha perdido seus pais pelas mãos de Voldemort, que ela não estava sozinha. Que tinha alguém que estivesse do lado dela, e esse alguém era Harry Potter. O Menino-Que-Sobreviveu.

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