Sorriso Quebrado



Capítulo 26 - Sorriso Quebrado

-E então o que você prefere? – Harry perguntou.

-Eu ainda não sei. E você?

-Bom, eu quero que saiba que irei amar essa criança seja menina ou menino. Amarei com todo meu coração e sem discriminação alguma. Mas – ele deu um sorriso. – Acho que prefiro um menino.

Hermione sorriu. – Eu sabia que iria dizer isso.

-Então aposto que quer uma menininha!

-Não, não é isso. Mas seria adorável se eu tivesse uma... – contrapôs pensativa. - Na verdade, eu sempre planejei ter um casal, nunca gostei de ser filha única.

-Eu entendo, sei o que quer dizer com isso, sobre ter dois filhos. É como se um pudesse contar com o outro, a qualquer hora, quando já não houve mais o “nós”, que somos os pais.

-É exatamente isso - ela assentiu baixando a vista, lembrando dos pais. Mais lágrimas caindo de seus olhos...

–E sobre um casal. Vamos lá, um casal de filhos é bonitinho – ele disse e ela sorriu olhando-o. – Bom, se você quiser, estarei a disposição depois... – disse displicentemente.

Hermione o encarou de sobrancelha erguida, mas não teve tempo de retrucar, havia sido chutada novamente e correu para por a mão do moreno em seu ventre.

– Viu? Ele acha uma boa idéia... – Hermione virou os olhos - ainda lacrimejantes. - mas seu coração acelerou sob o olhar divertido de Harry.

Não demorou muito. Na verdade, não demorou nem dois minutos, para que alguém aparatasse na sala de estar. Mas não se importaram, sequer fazia diferença quem se encontrava ali, ao menos, era o que pensavam Harry e Hermione. Mas estavam enganados.

Enquanto ainda encontravam-se iluminados e totalmente envolvidos por uma nuvem espessa denominada felicidade, nem Harry ou Hermione quis saber quem invadia aquela residência. Não até aquele alguém falar:

-O que, em nome de Merlim, significa isso? – perguntou em um tom estranhamente indefinido, num misto de perplexidade, curiosidade e confusão.

O homem suspirou, nada satisfeito e apenas naquele momento ele levantou os olhos – ele estava de fronte para Hermione no tapete. - A pessoa que se encontrava na sala de pé, olhando-os, deu um passo para trás quando os olhos de Harry encontraram, por fim, os seus.

Os verdes estavam estranhamente maiores que o normal e brilhavam muito. Como só vira uma vez. Quando o moreno havia chegado da guerra em que derrotara Voldemort. Mas, talvez agora, seus olhos estivessem ainda mais brilhantes...

Era completamente fantasmagórico olhá-lo ali. As horas já avançadas e apenas a luz da lua, refletida da porta de vidro que dava para a varanda, iluminava a sala. Aparentemente, aqueles dois não se importavam de estar praticamente na escuridão.

-Hã... Gina? O que está fazendo aqui? – foi o que Harry indagou.

-Bom. – Ela começou um pouco irônica. – Havia acabado de chegar àquela “recepção” quando me deparo com uma cena muito estranha, se quer saber a minha opinião – os morenos se entreolharam, mas Gina continuou. – fiquei preocupada quando vi que minha melhor amiga estava chorando; e, como se não bastasse, o seu melhor amigo estava ajoelhado a sua frente e então assim, num piscar de olhos, eles desaparecem. O que acha que estou fazendo aqui?

-Não precisava se preocupar Gina – a morena disse secando as bochechas e sorrindo. – Não, bom, eu estou bem.

-Então por que, exatamente, estava chorando? – indagou muito desconfiada.

-Ah Gina... – ela deu um suspiro cansado. – É tão complicado... E mesmo que quisesse não poderia lhe contar, não agora. Estou completamente exausta.

-Mas – a ruiva insistiu quando Hermione se levantou e passou, ao menos parecia, se dirigir para um dos quartos de baixo. – Você ainda vai me contar? Algum dia?

Hermione deu um sorriso fraco, olhando-a com o que lhe pareceu um pouco de mal-estar. – Cedo ou tarde todos vão saber, Gina. Tenha uma boa noite – e, falando isso, entrou realmente em um dos quartos de hóspedes.

A medi-bruxa ficou ali. Agora, se é que era possível, estava ainda mais confusa do que quando chegara àquele apartamento. Deu uma olhada em Harry, este deu de ombros... Ela percebeu que se Hermione não quis falar, não seria Harry que a contrariaria.
Desistiu por hora. Estava se dirigindo a Harry para lhe espalmar um beijo e se despedir quando um pensamento lhe ocorreu: “Eles não precisavam falar de Hermione; Hermione não era o único assunto que tinham em comum”. Ela sorriu.
**

Os meses pareciam estar voando. Sim, estavam mesmo...
Hermione já nem se lembrava das corujas que recebera no dia seguinte à ida a casa de Rony e Lilá; corujas estas que sempre perguntavam a mesma coisa: o que houve? Estaria Hermione doente?
Fez questão de responder todas. Pediu para que não se preocupassem, que estava bem, tudo bem agora.

Nesse meio tempo a morena, juntamente com Harry, descobrira um feitiço ilusório. Ela sempre o utilizava quando ia ao trabalho. Sua barriga estava crescendo e ela simplesmente não queria dar satisfações a ninguém, muito menos para Gina – que estranhamente se tornara muito interessada em sua vida.
Resolvera que não devia satisfações a ninguém e realmente não estava disposta a dar nenhuma; estava num local de trabalho e, sinceramente, aquele local era para se tratar de doenças e não para saber sobre a “notícia quente” que Hermione Granger deveria dar.

Hermione pouco saia de casa, visitava vez outra Lilá – Única pessoa a qual não precisava mentir, ou melhor, omitir. - Dispensava qualquer comemoração. Em seu ambiente de trabalho, era totalmente cabível utilizar magia para trabalhar – disfarçar. -, mas não entre amigos. Entre estes amigos, no entanto, ainda não se sentia preparada para dar a noticia. Não até aquele momento.

-Você tem certeza? - Harry perguntou nervosamente. – Porque se quiser, posso cancelar tudo.

Hermione riu. – Desta vez sim. Eu tenho certeza Harry.

Harry deu um meio sorriso. – Então vamos nos preparar para todos os milhares de questionamentos – disse lhe abraçando.

-Oh. Acho que estou preparada – eles se entreolharam, seus olhos logo depois caindo para a barriga de Hermione. Estava enorme, mas não poderia ser diferente, estava quase sétimo mês de gestação.

-Então, que tenhamos sorte - murmurou lhe beijando a testa. Hermione respirou fundo, assentindo logo depois.
**

Todos estavam à espera dos anfitriões. Harry e Hermione fizeram segredo sobre o que, afinal, os levou a convidar seus amigos para aquela reunião. No momento, quem estava recebendo os convidados era Marcy.

Então Harry apareceu. No alto da escada.
Seu sorriso complemente devastador, suas mãos no bolso. Ele usava um terno negro impecável e sem gravata sobre uma camisa verde-escura – seus olhos pareciam ainda mais verdes e brilhavam como nunca aquela noite. - Seu cabelo, em contraste com sua vestimenta, estava em completo desalinho. Hermione lhe dissera que nunca esteve tão encantador quanto aquele dia.
O silencio reinou naquele lugar.

-Olá. Acho que todos estão se perguntando o que diabos estão fazendo aqui – ele pausou sob a risada de algumas das pessoas. – Mas posso lhes garantir que este é um momento muito especial para Hermione e eu. E gostaríamos de compartilhá-lo com vocês... Que antes de tudo, são os nossos amigos – ele sorriu e por um momento olhou para a esquerda, seu sorriso crescendo. Harry estendeu uma mão para o lado e, em seguida, uma outra mão a segurou. – Eu gostaria de lhes apresentar uma pessoa – disse voltando-se para os amigos.

Todos estavam muito confusos. Será que Harry iria apresentar uma nova namorada? E onde afinal estava Hermione, se aquele era um momento especial para ambos?!
As perguntas foram substituiu por um choque coletivo quando Hermione apareceu e, ainda com a mão dada a Harry, desceu as escadas placidamente. A morena estava... linda, isto era de consenso geral.
Usava um macacão de linho bege semitransparente. Os cabelos estavam praticamente soltos, em cachos definidos, - fizera uma pequena trança em cada lado do cabelo e as juntou, transformando-as em apenas uma.
Mas não era isso que a deixava linda... Era o sorriso que mantinha nos lábios enquanto descia as escadas. Eram seus olhos tão brilhantes quando os de Harry. Era a felicidade que emanava. Era, principalmente, o que carregava dentro de si...

As pessoas não estavam atônitas pela beleza de Hermione – todos já a conheciam, isto é, sua beleza. – Não. Era a... Bom, a barriga dela. Que de repente estava enorme... Como se Hermione tivesse engolido uma melancia inteira, o que, francamente, era muito improvável.

Quando desceram todos os degraus da escada, eles respiraram fundo. – Alguém tem um pergunta? – muitas pessoas levantaram a mão. O que Hermione achou muito engraçado, pois pareciam estar em uma sala de aula. – Hã... Sim Partavi? – Harry escolheu, já que esta parecia muito agitada e sua mão balançava freneticamente no ar.

-Hermione você... Ai merlim você está...?

-Grávida – disse assentindo. Primeiro o silêncio de espanto, depois, murmúrios.

-De quem? – alguém perguntou.

E antes que Harry ou Hermione pudesse pronunciar algo, Lilá disse, muito debochada. – Você não consegue mesmo imaginar? – todos encararam Harry; este, por sua vez, era todo sorriso enquanto abraçava Hermione.

-E como... Er... como vocês...? – Hermione franziu a testa esperando, mas o questionamento não veio.

-Você já tem quantos meses de gestação?

-Sete – Harry respondeu.

-Eu pensei que essa pergunta fosse diretamente para mim – Hermione murmurou em seu ouvido. Harry a olhou de lado.

-É que me sinto “grávido” quanto estou ao seu lado – a moreno sorriu.

–Mas é impossível, eu a vi há três meses atrás... Na festa que Rony e Lilá organizaram, você não tinha barriga alguma – Dino retrucou incrédulo.

-É mesmo? – Harry indagou erguendo a sobrancelha. – Que eu saiba, você viu apenas o que Hermione queria que todos vissem: Uma bata, que, por sinal, era bem folgada depois na parte do busto, que cobria parte de sua calça - Dino ponderou por um instante. Harry estava certo, não vira nada além de uma bata...

-E então, a pergunta que não quer calar: Será um Potter ou uma Potter?

-Será um Potter – Hermione respondeu sem pestanejar, deixando Harry completamente atônito, já que nem ele mesmo sabia disso. Todos o olharam entre risos, percebendo o quão desnorteado o homem ficara. – Bom, eu queria fazer uma pequena surpresa para você - murmurou em seu ouvido. - E então, o que acha? Parece que teve sor... - mas Hermione não teve tempo de terminar, Harry a estava abraçando e passou a beijá-la onde conseguiu alcançar de sua face. Completamente corada, a morena sorriu timidamente sob aplausos, assobios e gritos dos presentes.

-Ai meu Merlim! Você tinha que avisar com antecedência querida – Molly exclamou minutos depois. – Eu tenho que escolher o seu presente do chá de bebê e fazer um casaquinho personalizado para seu bebê! Diga-me, qual será o nome?

-Hã... Senhora Weasley, nós ainda não pensamos nisso – a senhora pareceu decepcionada.

-Tudo bem, Molly – Lilá disse segurando seu ombro. – Ainda há tempo. E o casaquinho da Louise? – disse para consolá-la, Molly sorriu novamente.

-Você verá Lilá. Está ficando lindo – então passou a falar entusiasmada e detalhadamente sobre o casaquinho que estava fazendo para sua neta.

Mas nem todos estavam felizes.
Na verdade, Gina que chegara bem animada para a “festa”, estava completamente chocada e enjoada pelas revelações. Seu sorriso sumira com a aparição de Hermione.

Se perguntou se era por isso que Harry estava com Hermione e não com ela. Só podia ser.
Não conseguia acreditar no quando Hermione pôde ser tão baixa!

Ficou ali, ouvindo-os, completamente incapaz de se afastar, mesmo desejando. Era como se o mundo desabasse por sobre sua cabeça e um visgo do diabo prendesse suas pernas, impedindo-a de se locomover...
Assim que se restabeleceu do choque, ela aparatou para longe, com lágrimas nos olhos. Ninguém deu por sua falta - Estavam todos contemplando a felicidade estampada nos olhos de Harry e Hermione.
Mas aquilo tudo era grotesco para ela, era doloroso demais, era falso. E, antes de tudo, não merecia a sua presença.
**
(continua)
**
Obrigado por todos os comentários!!!!
Outro capítulo bestinha... A reação da Gina não foi lá essas coisas não é? - Esperem e verão... Ai, ai.
Espero não ter decepcionado ninguém...
Hmm, penúltimo capítulo!!! Vou logo avisando para não esperar muito do último, viu?! Acho que ele ficará meio divagante em relação a todo fiction. Mas haverá um epílogo... – Não sei, acho que ele será bem grandinho! Afinal terei que dar umas explicações... O epílogo será em meio a flash-back’s, bom, pelo menos terá um!
Desculpem os erros. Beijos,
Yasmin

Mia Rolim, vamos as explicações... XD
*Sobre os gêmeos: realmente, a casa tem um feitiço contra-aparatação, mas eu levei em consideração que eles estavam dentro de casa e que, dentro da casa, poderia aparatar. Não de fora para dentro entende? - acho que não consegui explicar nada...

**Quem o Harry viu foi o vulto da Sophia, se não me engano.

***A Sophia não "enganou" o Lupin, ela nunca disse que o amava ( e se o disse dava para perceber que era apenas como um velho, bom e grande amigo).
Sobre ela e o Snape... Ai, é que eu não resisti. Sabe o que é, eu sou APAIXONADA pelo Snape. Na verdade, por qualquer personagem que tenha um humor negro, um ar irônico, cheio de deboche... (Amo mesmo) e foi por isso que houve esse coisa de atração entre ela e o Snape.
É que também sempre imaginei um romance Snape/Po do tipo ódio e amor... Ainda quero fazer um^^. Essa partezinha, só pra saciar essa minha vontade. E não Snape não fica com a Sophia (o que, por sinal, ficou até - e muito - mal explicado por mim no fiction...).

****E não, ela não foi professora da Minerva, Sophia foi aluna da Minerva^^

*****Ela não deu um beijo de verdade no Lupin - ele que a beijou no sétimo ano. E depois eles voltaram a ser amigos normalmente, como se nada tivesse acontecido, fingindo que nada havia acontecido, porque, aginal, a Sophia amava o Sirius. - Só um selinho e para encorajá-lo para ir a guerra. Ela beijo de verdade mesmo o Snape...

******E Harry e Hermione no corredor de madrugada... Hmm, eu até havia pensando, mas acabei por optar não fazer, porque afinal o Harry não gostava dela. Quero dizer, ele não sabia que gostava da Hermione.

Espero ter tirado alguma de suas dúvidas! Se quiser fazer mais, estarei aqui para respondê-las^^. E quem quiser pode fazer viu?!
Beijão!

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