À Flor da Pele



Duas semanas já haviam se passado desde aquela fascinante descoberta de Harry.
Para ele, duas semanas de perplexidade e puro deleite emocional – algo que se tornara uma boa coisa no fim das contas, já que tinha menos tempo para ponderar sobre a promessa que fizera e sobre qualquer outra coisa relacionada a Hermione que não fosse seu próprio bem-estar (e do bebê) e o amor que ele preferia deixar exclusivamente como platônico que sentia pela amiga, pela mulher inteligente, pela mãe de seu filho...
Para Hermione, duas angustiantes semanas, quatorze dias de dúvidas intermináveis que era obrigada a guardar apenas para si... – não conseguiria perguntar para Harry o que significava aquele “Eu te amo”. E não queria se iludir. Quantas vezes já lhe dissera isso? Várias, certamente. E absolutamente nenhuma foi no sentido literal da palavra, ou melhor, fora sim... Mas expressavam apenas o quão fraternal eram os sentimentos de Harry para com ela.

Em duas semanas, Harry estava mais afastado, ela podia sentir...
Evitava tocá-la. E Hermione já não agüentava mais estar ao seu lado e não sentir sua proximidade, o calor que sempre emanava quando dividiam a cama... Às vezes, sentia-se doente por Harry não mais pressioná-la contra si. Ele não fazia mais brincadeiras do tipo de abraços apertados demais, beijos no pescoço ou ombro...

E como para deixá-la ainda mais confusa, Harry não fora se desculpar com Gina, sequer fora conversar com a ruiva. Harry preferia evitar o assunto e ela, bom, de fato não queria saber de coisa alguma. Principalmente, se estas “coisas” estivesse relacionada a um possível relacionamento entre Harry e Gina, sentia náuseas só de pensar em Harry e Gina como um casal.

Ela ainda lembrava muito bem da primeira vez que vira Gina depois do “incidente”.

[Flash-Back]
Um dia teria que se encontrar com Gina no trabalho e isso aconteceu na terça-feira.
Enchendo-se de coragem, a morena bateu na porta do consultório da amiga. Gina abriu a porta com um sorriso grande que esmoreceu um pouco e tornou-se amarelo quando encontrara os olhos de Hermione.

-Oi?

-Você está ocupada? – a morena indagou. Balançando negativamente a cabeça, Gina abriu completamente a porta para deixá-la passar, sem dizer uma palavra.

-Bom, eu vim aqui para saber que ficha você quer – disse sentando-se assim que Gina indicou a cadeira de fronte a sua mesa. A ruiva a encarou em confusão. – Não se lembra? Foi lá em casa pedir uma delas.

-Ah... Não é mais necessário, Hermione - disse constrangida. – Acabei por encontrar o que precisava. Mas obrigado por ter tentado me ajudar.

-Não há de que – retrucou fingindo ignorar o tom de ironia na voz de Gina. – Se precisar de alguma coisa... Sabe onde me encontrar – disse se levantando e dirigindo-se a saída.

-Desculpe-me – Gina disse e Hermione voltou-se para ela. – Sei que não deveria me meter – Hermione ergueu a sobrancelha. – Mas estou curiosa – falou com um sorrisinho. A morena sabia que era o mais forçado dos sorrisos, até um pouco frio.

-Vá em frente. Estamos entre amigas.

-Sim estamos... – disse lentamente. - Então me diga, o que está havendo? – Hermione a olhou com curiosidade, esperando que continuasse. – Entre você e o Harry – completou sem retirar os olhos de Hermione.

-Não estou entendendo, o que quer dizer?

-Oras Hermione! Você sabe do que estou falando.

-Sim, eu sei. Mas pensei que você também soubesse – retrucou dando de ombros. – Harry é meu melhor amigo.

Gina a encarou incrédula. – É claro... – debochou.

-Entendo. Está falando do que viu no domingo... – disse absorta. – E eu repito, Harry é meu melhor amigo – Gina ergueu a sobrancelha. – E o que viu aquele dia, foi um pequeno deslize nosso.

-E que deslize, viu?

Hermione ignorou o comentário da ruiva e, pedindo licença, se retirou.
[Fim do flash-back]

Se Gina não acreditou no que dissera, imagine ela própria... Mas, ao menos, um pouco do peso de sua consciência se esvaiu, para depois triplicar quando chegou em casa naquela mesma noite.

Agora, entretanto, isso pouco importava. Porque, nesse momento, Harry e Hermione discutiam - Trancados a chave no quarto de hóspedes. – E, justamente hoje, a morena estava à flor da pele...

-Por que não?

-Não creio que seja uma boa idéia – ela repetiu – Como já disse.

-E por que exatamente?

-Acho desnecessário. Para quê as pessoas devem saber? – indagou nervosa.

Harry franziu a testa. – Qual o problema?

-Eu não quero, Harry! Você pode entender?

-Na verdade, não. Eu não posso. Cedo ou tarde todos vão perceber que você está grávida! – aumentou o tom de voz. – Então – ele suspirou tentando se acalmar. – Por que não agora? Será bem pior mais tarde. Vão pensar que estávamos escondendo...

Hermione riu sem emoção. – Nós estamos escondendo minha gravidez, Harry. Além do que, não me importo que falem! Irá acontecer de qualquer forma, não é mesmo? – deu de ombros.

-Mas Hermione... – ele balançou a cabeça negativamente. - Afinal, por quanto tempo pretende esconder isso? – indagou incrédulo abrindo os braços nervosamente.

A mulher o fitou. - Eu-ainda-não-estou-preparada! – ela gritou muito irritada. – Pode entender agora? Pode entender isso? É tão difícil assim? Diga-me, Harry – Hermione extravasou toda sua frustração, toda a falta que sentia dos toques de Harry, de sua relação tanto próxima quanto distante que agora tinha com Harry. Estava cansada daquela conversa que nem gostaria de ter começado.

O homem se calou sob o olhar dela, ponderando deveria ou não responder. Chegou à conclusão que era melhor se calar por hora. Ânimos exaltados só trariam problemas e mágoas. – Quando se acalmar, - “Estou calma” retrucou ela. Harry a ignorou. – Voltamos a conversar ou talvez... Não. É melhor deixa para depois – falou indo até a porta, destrancando-a, - Estou no escritório, se precisar de alguma coisa - saindo e fechando a porta atrás de si.

Hermione bufou. Precisava se acalmar. Discutir com Harry assim nunca fora de seu “feitio”, entretanto, não significava que estava contente com a “fuga estratégica” do moreno. Ele ainda ouviria muito, ah se ouviria.
**

Nem mesmo meia hora havia se passado e Hermione já havia pensando em ir até o escritório dezenas de vezes. Não fora, entretanto. Por pura teimosia e orgulho que a moça disfarçava dizendo a si mesma que estava ocupada com a organização da casa.

No entanto, em quinze minutos, acabara de arrumar a sala, os quartos de hospedes e a cozinha, por meio de magia , é claro... – se Harry soubesse que fizera algum tipo de esforço físico, ralharia com ela... “Como se fosse meu pai, onde já se viu?!” pensou tentando parecer aborrecida, sem sucesso.
Como não queria arrumar o escritório, decidiu que já estava em tempo de trocar as roupas de cama dos quartos lá de cima. Enquanto subia as escadas, decidira organizar primeiro o quarto de Harry. Já que, desde que foram para um dos quartos de hospedes, raramente a morena ia ao seu quarto, já Harry, freqüentava bastante o seu próprio.

Ela retirou o edredom da cama, ao mesmo tempo em que, do banheiro daquele lugar, Harry saia... Ainda molhado. Alguns fios de seu cabelo negro grudados na testa, água escorregando lentamente de seu rosto para o pescoço, logo depois para o tórax, para, no fim, se perder no toalha cor de vinho que usava. A única peça que usava.
Hermione se perdeu no corpo de Harry - seguindo algumas gotas que percorria o corpo do moreno e pensado que poderiam ser suas mãos, ela estremeceu. – E, definitivamente, não queria encontrar o caminho de volta...
Harry a olhou, viu o lençol em suas mãos e parou. “Só faltava brigar mais uma vez com Hermione” Pensou cansado. – Eu já saio – disse não querendo mais discussões e dirigindo-se ao armário, ao lado dela. Ele não sabia que a raiva da mulher sumira subitamente...

Hermione, no entanto, sequer o ouvira, seu olhar preso em Harry enquanto este se aproximava mais e mais. Ele continuaria andando até o armário, se uma das suaves mãos de Hermione não o detivesse... Antes que pudesse indagar sobre qualquer coisa, aquela mesma mão – que estivera em seu braço. - trilhou um caminho de um ombro a ombro dele.

Harry a fitou. E pôde observar o olhar sôfrego de Hermione e toda uma luta para consigo mesma. Harry podia ver que a mulher não queria tocá-lo, que ela não queria estar ali, ao mesmo tempo em que seus olhos, algumas vezes, demonstravam o oposto. Ele entendeu que, por seu orgulho, Hermione não estaria ali, mas por todo resto, era onde queria estar.

Repentinamente, ela percebeu o olhar do homem em si, entendendo que talvez fosse a hora certa de recuar. Mas não o fez... Por achar que era o que Harry queria – que se afastasse.
Deixando-se ser observada, ela abandonou o edredom a um canto, para, logo em seguida, postar uma das mãos no pescoço dele e, sem cerimônia alguma, o puxar para si, colando os lábios nos seus. Explorando os dele, bem devagar.

Harry não reagiu a principio. “Não, isso não é real”. Talvez, se fechasse os olhos e depois os abrisse, acordaria... E assim ele o fez, fechou os olhos. Mas encontrou dificuldade de abri-los novamente, percebendo que não queria acordar... Que preferia submergir naquele sonho.

Hermione sorriu quando, finalmente, Harry a prendeu entre o armário e a beijou com necessidade e angustia... Ela percorria as costas molhadas do homem, acariciando-o, vezes ou outra cravando suas unhas ali, arranhando-o, pressionando-o ainda mais contra si.
Eles se afastaram, por um instante, fitando-se. “Então não é um sonho” Harry pensou, então tocou os lábios inchados de Hermione com as mãos e, depois, estas foram se encontrar placidamente com o rosto dela, enquanto, desta vez, a beijava mais calmamente.

Ela arfou, fechando novamente os olhos enquanto Harry percorria com os lábios seu colo, acariciando a nuca dele. Em seguida a blusa de linho branco que usava havia sido retirada, deixando à mostra seu sutiã meia-taça igualmente branco.

Seus olhos se cruzaram novamente e, enquanto os castanhos estudavam os verdes e os verdes observavam os castanhos, as mãos de Harry que até o momento afagavam seu ventre, ergueram-se e acariciaram seus seios por cima da peça íntima. Hermione mordeu o lábio inferior e encaixou seu rosto entre o ombro e o pescoço de Harry, mordiscando o lugar e inalando sua fragrância, depois, depositou vários beijos por ali, percorrendo o lugar até chegar ao seu rosto e alcançar a boca de Harry.

Ela o afastou, seu semblante não era jocoso ou divertido. Seu olhar, na verdade, nunca esteve tão concentrado em Harry e tão obscurecido como naquele momento. Com uma das mãos postadas no peito do homem, ela o empurrou vagarosamente - fazendo-o dar passos para trás. -, sem nunca perder de vista aqueles olhos verdes...
O empurrou até que caísse na cama e, com um sorriso maliciosamente atraente, retirou sua calça com lentidão, Harry engoliu em seco. Ela correu os olhos sobre Harry, até chegar a sua toalha cor de vinho e, erguendo a sobrancelha, a mulher também a retirou. Percorreu com os olhos novamente o corpo de Harry, com extrema calma, muito mais demorada e detalhadamente.
Encontrando os olhos dele por fim, Hermione sorriu extremamente satisfeita, se aproximou da cama e, assim que chegou perto o suficiente, rastejou lentamente sobre Harry. Retirou e atirou longe os óculos do homem e antes que pudesse fazer mais algum movimento demonstrando que estava no controle, Harry a girou e a beijou tão duramente que a deixou sem ar em segundos...
Ela iria ter uma boa lição, iria aprender que Harry Potter também sabe provocar...
**
(continua)
**
Chega! Daqui a pouco isso vira uma NC-17, meu Deus...
Desculpem-me...^^ Eu não resisti... Isso é o que dá ouvir Shiver (do Maroon 5) direto... Ai! Mas eu AMO essa música!
O capítulo ficou legal? O achei meio fraquinho, meio mixuruca... Sei lá, sabe como é, preciso de comentários para saber. Hehe! Desculpem algum erro. E... Mereço comentários???
Beijão,
Yasmin

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