Em Hermione Granger



Capítulo 23 - Em Hermione Granger

Obs.: Em itálico são pensamentos do Harry, Ok?

-O que? – indagou incrédulo.

Hermione expirou, não estava acreditando no que dissera e muito menos no que iria repetir. – Ela ama você. Acho... Eu acho que deveria ter uma conversa com ela.

-Sobre o que, exatamente? – ela o olhou seriamente. – Hermione, por Merlin... O que vou dizer? Francamente, eu não devo explicação alguma da minha vida a Gina.

-Ela não deve estar nada bem, depois do que viu aqui.

-E o que posso fazer em relação a isso? – indagou franzindo a testa. – Eu sequer mantenho um relacionamento com ela, afora a nossa amizade. Que é completamente casta – elucidou nervosamente, olhando-a.

-Você não precisa me dar satisfações, Harry. Você não me deve nada - o moreno a encarou sem ação. Não havia percebido que adquirira um tom de justificativa as suas frases. – Ainda assim, acho que deveria pensar sobre o que lhe disse. Talvez fosse bom que falasse com Gina.

Harry não entendia aquela insistência de Hermione. Por que deveria falar? Ele não queria falar, nem precisava também...

–Não posso acreditar que coisas assim possam acontecer sempre comigo – a morena o olhou interrogativa. – Ah. Mione... Você sabe o quanto estive apaixonado pela Gina – ela assentiu sentindo-se quebrar por dentro. – Quando eu era um adolescente... E eu teria dado tudo para estar com ela. Naquela época. Mas... Creio que o nosso tempo já passou. Eu acho que não posso mais “gostar” dela como já o fiz. Eu nem sei se quero. Você entende? – a mulher apenas o encarou. – É como se o prazo de validade já tivesse sido ultrapassado.

-Perdoe-me – ela retrucou. – Mas não creio que o amor, um real, possa ter fim.

Harry sorriu. – Eu também não. O que disse é o meu tempo com Gina já passou. E que, se alguma vez esteve realmente apaixonado por ela, essa paixão se transformou em afeto. Um carinho que eu tenho com meus amigos – o moreno suspirou. - Mas ainda assim acha que devo conversar com ela, não é? – perguntou a olhando de lado.

Hermione não respondeu de imediato. Por que tivera que perguntar novamente? Não, ela não queria realmente que fosse dar satisfações para Gina. – Faça o que tiver vontade, Harry. O que achar certo.

Harry ficou ali e observou Hermione voltar para cozinha. Ele sabia que, agora, deveria pensar. E sozinho. Não queria fazer nada em relação a Gina, era verdade. Nem tinha certeza que tinha vontade de explicar alguma coisa... Quer dizer, um ato já diria tudo, não é?

Com uma das mãos, fechou os olhos por sob os óculos. “Então Gina gosta de mim. Ah Merlim...” pensou num suspiro.

Por que sempre tinha algo ou alguém para deixar sua vida de cabeças para o ar? Por que ele simplesmente não deixava tudo de lado? Afinal, não podia retribuir o sentimento que Gina lhe nutria. Não mais.
Em seis anos a vida o havia mudado completamente, tudo a sua volta mudara também... Não se preocupava mais no que a ruiva poderia pensar de si. Não se sentia envergonhado quando lhe falava. Achava sua companhia muito agradável, mas não sentia sua falta quando estavam longe.

Muito tarde. Descobri muito tarde o queria saber. E agora... Bom, agora não importa mais. Tenho uma outra vida, outros ideais, outros planos e desejos.

Harry abriu os olhos. O que via em Gina? O que sentiu quando ela esteve mais cedo em sua sala?

Nada. Talvez um pequeno constrangimento, além disso, nada mais...
E aquele constrangimento, não era por estar fazendo algo errado – porque não estávamos. Até onde sei, Hermione está livre, assim como eu. -, era apenas por estarmos em um momento muito íntimo.

A verdade é que não sinto nenhuma necessidade de explicar o que ocorre nesta sala. O que diria para Gina, afinal?
Algo como: “Olha, Gina, o que você viu hoje mais cedo... Não era nada, tudo bem?” Seria ridículo, seria infantil e hipócrita se o dissesse. Além de não ser a verdade.


Harry franziu a testa voltando seu olhar para as mãos. Algo de muito estanho estava acontecendo ali... Não fora ele que correra atrás de Hermione para explicar um beijo? Não fora ele quem se sentira culpado? Não fora ele que achara normal dar uma justificativa?
Por que tivera reações quase antagônicas em relação às duas mulheres? E o que, enfim, ocorre ali, na sala?

Expirando, ele voltou a ponderar: Porque, tenho que admitir, entre Hermione e Gina, há um abismo - ao menos para mim - É tão... desigual a relação que tenho com cada uma.
Se for comparar – e nem preciso de uma comparação para saber. – o tratamento que ofereço a Gina nunca foi igual ao que eu detenho a Mione.
Talvez nem pudesse ser. Hermione compartilhou cada momento de minha vida, esteve comigo em cada queda - sempre para me erguer, me consolar, me confortar -, em cada alegria, frustração... E quando olho para Gina, o que tenho? O que de tão marcante vivi com aquela mulher? A salvei da câmara secreta, compartilhei minhas vitórias do quadribol...
São tão poucos momentos para comparar com o que tive de Hermione a minha vida inteira... Seria até injusto tê-las como igual. Não, eu não as tenho. Nunca as tive.

Sei o quando Hermione se sacrificou por mim, o quanto ela se doou a mim, talvez até por inteiro, o quando ela subjugou seus estudos, seu tempo por mim... Então como posso tê-las como iguais ao meu coração? É impossível!

Algumas vezes, me pego observando os olhos de Gina, e eles são tão azuis... Mas apenas azuis. Então percebo agora que, freqüentemente, procuro o olhar de Hermione e - um tanto quanto chocado - vejo como é impressionante o quanto de expressões, palavras e significados que posso encontrar naqueles castanhos... É como se estivesse lendo sua alma. Como se naquele momento estivesse nela...
De repente, percebi que é assim – na maioria das vezes - que nos comunicamos, com olhares. Então me alegro - Quantos dos amigos dela podem se gabar de conhecê-la como se Hermione fosse um livro aberto?
Creio que pouquíssimos.
De fato, nenhum dos amigos de Hermione – e espero mesmo que continue assim... – a conhecem como eu. Por inteiro.

Harry sorriu, suas bochechas ganhando um pouco mais de cor.
Tudo bem. Falemos de Gina...

-Harry – ele levantou os olhos para encontrar Marcy a sua frente. – Onde está a Hermione?

-Acho que ainda se encontra na cozinha – falou se pondo de pé. – Vou tomar um banho, se precisaram, é só chamar.

-Certo – disse dando de ombros indo ao encontro cozinha.

E então eu descubro que a Gina gosta de mim. Que me ama... Tenho certeza que não fiz nada de especial para que caísse de amores por mim – não acredito que estou brincando em um momento como esse...

Ah Deus, me diga como isso pôde acontecer... Fora de uma hora para outra? Ela me beijou por isso?
Ela se magoou ao me ver com Hermione? Que pergunta estúpida, Potter! Tudo bem, então eu me senti constrangido em relação a isso, mas não arrependido...
O que eu vou falar com a Gina? – Se é claro, eu resolver lhe falar alguma coisa. E o que tenho para mim que seja algo muito improvável.


O homem se despia, estava no quarto de hospedes e preparava-se para tomar banho. Ao menos, tenho certeza de uma coisa: Eu não a amo.
**

-Hermione?

-Ah. Olá Marcy... – disse enquanto mexia alguma coisa no fogão. - Sente-se. Quer alguma coisa?

-Não, obrigada – disse sentando-se. - Só vim saber mesmo como foi a festa.

-Bom – suspirou andando pela cozinha. - Fora um ataque de pânico meu, tudo bem.

-O que aconteceu? – a trouxa perguntou franzindo a testa.

A morena soltou uma risada forçada. – Você nem sabe...

-O Harry sabe que está cozinhando sem usar magia? – Marcy a interrompeu.

Hermione parou de cortar os legumes. – E nem vai saber – disse com um olhar ameaçado, apontando a faca para amiga.

Marcy sorriu. – Onde estávamos mesmo?

-Pois é. De repente, no jantar, Sophia – uma amiga nossa... – comentou com um outro amigo nosso que eu estava diferente... Lupin – o outro amigo. – confirmou, dizendo que eu estava radiante.

-Então você pirou por isso?

-Deixe-me terminar a história! – reclamou virando os olhos. – Sophia disse que já havia visto essa “expressão”, esse “ar” em alguém. E quando se lembrou disse algo como: “Fora a Lílian, tenho certeza. Ela estava... Estava esperando Harry” empalideci e me engasguei com minha própria saliva...

-Só para me situar: Lílian, a mãe de Harry?

-Exatamente.

-Ah meu Deus... E ninguém desconfiou de nada?

-Não, Graças a Deus, não!

-Você está... estranha.

-As novidades não param por aí – falou sentando-se de fronte a amiga. – Gina esteve aqui pela manhã.

-Sim?

-E me encontrou numa cena nada “amigável” com Harry.

-Como assim, vocês brigaram?

Hermione balançou negativamente a cabeça. – Antes fosse...

-Não compreendo...

-Ah Merlim. Ela nos encontrou aos beijos no meio da sala. Na verdade, ela... Esquece, não quero lembrar da cena.

-Ela não fez nenhum escândalo ou algo do tipo, certo?

-Não.

-Bom. Então não deveria se preocupar. Ela supera – Marcy disse abanando as mãos. Hermione deu uma risada olhando a mulher a sua frente.
**

Ele beijara Gina... Bom, tecnicamente falando, havia sido Gina que lhe beijara... E uma única vez. De certo, saíra com ela outra tantas vezes, mas em um sequer de seus “encontros” tivera coragem de tocá-la novamente... Porque, mesmo desejando, não esquecera de seu objetivo; Objetivo este, de apenas causar alguma reação em Hermione.

Alguma reação?! condenou amargamente. Você é tão patético Potter... Queria, na verdade, provar que também poderia ter seus segredos para com outras pessoas que não fossem Hermione Granger... E talvez... Talvez lhe causar ciúmes por isso.

Não! Já é demais! Para que gostaria de causar ciúmes a Hermione? Ela é minha amiga, apenas minha amiga.
Oh sim. Hermione era apenas a amiga que está esperando um filho seu. pensou ironicamente. Volte a Gina!

Mas, de fato, era tarde.
O que tinha na cabeça? De cinco palavras que usava um era Hermione... De todas as coisas que tentava pensar em relação a Gina, em contrapartida vinham inúmeras de Hermione, sem pretensão, sem presa, sem que as invocasse... Deveria haver algo errado.

Sim, era ele o errado ou, quem sabe, fosse Hermione e todo seu modo cativante que o deixavam hipnotizado.

Ótimo pensou muito impaciente. Estou culpando Hermione ser como é. Me descobri enfeitiçado por ela. Estou pensando nela mais uma vez e estou espantado em quanto é difícil parar...

Harry nem percebeu que a amiga estava a sua frente, na sala estar o fitando um pouco cansada. - Você não comeu nada o dia inteiro... – disse com ar preocupado. O homem não respondeu, ele nem ouvira o que dissera. – Harry? Esta ouvindo? Você não tem de se alimentar... – novamente o moreno ficara calado, sem nenhuma indicação de que lhe ouvira. Era como se ele a olhasse, mas não a enxergasse.

Sendo franco, eu não posso... Não posso pensar em Gina como alguém que possa, algum dia, fazer parte de minha vida de um modo que consiga me distanciar de tudo que me aflige... Eu não a compreendo, não me sento livre para compartilhar todos os meus sonhos e pesadelos; Não posso completá-la, nem ela a mim. Não posso tê-la mais que uma amiga. Não posso fingir para sempre que considero e aprecio sua companhia com igual prazer como quando estou com Hermione, pois com esta, é simples, é espontâneo... É sempre tão singular e especial... Não, Gina não é alguém para mim

Hermione pensou em cutucá-lo - o que ele, afinal, estava pensando de tão interessante que nem sua voz ouvia? -, mas o orgulho e ciúmes a venceram – “De certo está pensando em como se desculpar para Gina” Pensou fungando. - e, sem lhe desejar boa noite, se retirou.

Era isso. Não irei pedir desculpas. Não tenho porque. Não devo nada a Gina e sequer estou arrependido de alguma coisa. franziu a testa. Vou me esforçar, eu juro, vou me esforçar para não mais agir impulsivamente e beijar e hã... qualquer outra coisa que envolva Hermione nesses próximos dias... Eu quero dizer, semanas, Tudo bem ele suspirou em pesar. Anos. Pelos próximos anos. Serei apenas o pai – o melhor pai – de seu filho – do nosso filho corrigiu imediatamente. O melhor amigo e companheiro para tudo que viesse a precisar. Harry respirou fundo, nem havia percebido que prendera a respiração. Estava completamente arrasado, estava exausto, mas principalmente: estava em choque.
Não acreditou em quão mal e fraco estava por retirar Hermione assim de sua cabeça. Por fazer um simples juramento... Por apenas prometer que tentaria ficar o mais longe possível de um contato mais íntimo, por assim dizer, com a amiga de tantos anos que era Hermione. Qual é o meu problema, Merlim?

Quando Harry fechou os olhos, para ponderar, só conseguia enxergar uma coisa. Uma única pessoa. Estava sorrindo para ele, estendendo as mãos, chamando-o. Ele não conseguia recuar ao som da sua voz. E sem mais, abriu os olhos, a tempo apenas de ver Hermione bater com força a porta do quarto de hospedes.
Ele olhou o relógio e se espantou com o horário, foi até a cozinha para fazer um lanche rápido e, logo, esta entrando no quarto, com a mente um tanto quanto confusa, mas ainda assim, preparado para tentar cumprir a promessa.
**

Assim que ouviu o pequeno barulho da maçaneta da porta sendo girada, Hermione virou para o lado oposto da porta, depositou o livro que lia na escrivaninha ao seu lado, apagou rapidamente o abajur, deitou e se forçou a fechar os olhos. Estava muito amuada e não queria conversar ou receber seu beijo de boa noite.

Harry não fora direto para cama, se dirigiu primeiramente ao armário, pegou um pijama e foi ao banheiro. Quinze minutos depois, ele estava de volta ao quarto.
Quando o homem se deitou, Hermione pôde sentir a fragrância que emanava. Era embriagante. Hermione também percebeu uma certa inquietude vinda dele, ficou ainda mais incomodada, como se já soubesse o por quê de tanta inquietude... “Só pode ser por Gina” pensou, agarrando ainda mais o edredom, tentando, ao máximo, se afastar de moreno.
Harry suspirava e algumas vezes se mexia mais que o normal. A morena até ponderou se deveria perguntar se estava bem. Rejeitou a idéia segundos depois, ao lembrar da ruiva que possivelmente dominava a consciência de Harry.

Então ele parou e de repente, Harry passa a tossir descontroladamente, como se estivesse engasgado. Hermione, quase se virou e foi ao seu encontro, com propósito de ajudá-lo, mas não foi necessário – e ela agradeceu a Merlim por isso. -, porque, assim como Harry repentinamente se engasgou, ele se recuperou...

Como se não bastasse toda essa preocupação que Harry lhe causara sem saber, ela sentiu que o homem se aproximava de seu corpo e estremeceu levemente com a sensação. Aproximando, logo depois, o edredom do corpo, como se aquele estremecer fosse de frio. Bom, ao menos Harry acreditou...
Então, ele se aproxima dela e em seu ouvido, murmurou completamente atordoado e ciente de que falava a verdade absoluta: -Eu amo você, Mione...
**
(continua)
**
Capítulo bestinha né?
Desculpem-me. Desculpem a demora também e os erros que tenha cometido...
Beijão. Obrigado pelos comentários!!!
Próximo capítulo: Não sei responder...

Lila, vovó, bom, mudei de idéia... Sabe “aquela coisa” que eu disse que iria acontecer no capítulo 24? Pois é, eu vou por no 25. Mas creio que seja mesmo do jeito que havia falado para você.^^

Obs.: Agora o tempo será mais corrido, Ok?
Os capítulos serão menores, mas viram mais rapidamente, Promessa!
Em compensação, em cada capítulo, as semanas, os meses (dentro do fic, claro) vão passando. Vão entender o que quero dizer no próximo capítulo, mas qualquer dúvida é só me perguntar.

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