Relatos Iniciais...



Capítulo 21 – Relatos Iniciais...

Hermione acordou cedo naquela manhã de domingo, sorriu ao perceber que uma das mãos de Harry se encontrava em seu ventre, protetoramente.
Suspirando, ela virou a cabeça de lado, queria observá-lo dormir. E ela o fez por vários minutos, até retirar a mão dele de si, delicadamente, e se sentar. A mulher passou a acariciar o cabelo dele, ele dormia calmamente, quase como uma criança.

A cabeça da mulher girava um turbilhão de pensamentos.
“Estou grávida” ecoava sem cessar dentro de si. Ela se perguntava para onde iria dali...
“O que poderia ter feito para evitar isso”, era um pensamento que não lhe incomodava mais, ela o deixava de lado. Ignorava-o. Não adiantava mais pensar mesmo, estava feito. “Harry Potter é o pai do meu filho” nem havia discussão para esse ponto.

Hermione suspirou pesadamente para chegar aonde queria. “As pessoas. O que eu direi para elas?”
Ficara completamente nervosa só de Sophia ter falado em “gravidez”... Logo sua barriga não poderia ser mais disfarçada e ela nem sabia o que poderia fazer em relação a isso. Qual seria a reação das pessoas? Especificamente, Gina.
Só de pensar nisso sentia-se enjoada. A mulher se levantou, dirigindo ao banheiro, não queria pensar agora.
*

-Hermione? – Harry perguntou entrando no banheiro. – Você está aí?

-Estou sim, logo vou sair Harry – ela pôs a cabeça fora do box. – Hoje você trabalha?

-Não, eu menti – falou sorrindo levemente. – Tenho, no entanto, que terminar um relatório.

-Entendo – ela o olhou por mais alguns segundos antes de fechar o box.

-Hey! – ele chamou antes que se contivesse. – Não precisa se apressar por minha causa – ele sorriu novamente com uma das mãos no cabelo. – Tomarei meu banho lá em cima... E depois posso fazer nosso café da manhã, o que acha?

-Ficaria grata, Harry – o homem assentiu e saiu do banheiro logo depois de escovar os dentes.

Harry andou preguiçosamente ao encontro de seu antigo quarto no andar de cima, não levava nada nas mãos, havia ainda coisas suas naquele lugar.

O moreno estava sentindo-se cansado e não era sono...
Ele seria pai! Aquilo era completamente excitante...! E assustador. Quer dizer, e se ele fizesse algo errado? Ele não tinha certeza se poderia ser um bom pai. Estava tão amedrontado, Merlim!
Harry realmente sempre pensara nisso, sempre teve o plano de ser pai algum dia, mas aquele “cargo” viera tão abruptamente. Quase como se caísse do céu.
Para começar: Nunca imaginou que Hermione seria a mãe de seu filho ou filha. Nunca imaginou sequer tocá-la daquele modo. Nem sabia que não conseguiria deixar suas mãos muito tempo afastadas da amiga, ele não imaginou que Hermione pudesse, em toda a existência dele, ter aquele tipo de poder sobre si.

Harry suspirou, afastando os pensamentos de Hermione. Sua melhor amiga Hermione.
Seria ele um crápula? Ou seria apenas mais uma ironia do destino para sua coleção? Pesava seriamente a segunda opção. “A vida de Harry Potter pode ser transformada em um livro” pensou irônico.

O homem voltou a focalizar o ponto certo: Seria pai. “O que você pensa a respeito?” Viu-se ponderando enquanto entrava na água fria do chuveiro. “Estou completamente fascinado com a certeza de ser pai, mas, ainda assim, morrendo de medo de não ser o suficiente para minha criança...” Anelou sorrindo nervosamente. “Vamos lá Harry, você deve isso a Mione!” Pensou um pouco tremente. “Você é responsável. Você já ama essa criança como se fosse mais importante que sua vida!”
Sim, era verdade. Harry amava aquele ser que ainda se formava dentro de Hermione, ele não sabia como aquilo viera a ocorrer e, pra ser sincero consigo mesmo, nem se importava. Ele apenas sabia. Era como Hermione, ele apenas sabia que a prezava mais que tudo no mundo.
*

Hermione não demorou muito a chegar na cozinha, Harry já estava lá, entretanto. – Você é realmente veloz.

O auror sorriu, indo ao seu encontro e beijando-lhe a face. Hermione mordeu o lábio inferior olhando-o. – O que foi? – indagou.

-Me diga você – ela murmurou. – Em seus olhos, parece que há alguma coisa diferente – completou fitando-o.

Harry ergueu a sobrancelha, - Não consigo esconder mesmo nada de você não é? – disse colocando uma mexa do cabelo dela para trás. – Vem cá – falou colocando-a em seu colo, depois de sentar-se em uma das cadeiras do lugar.

Hermione deixou-se ficar, ainda observando-o firmemente. – O que está te incomodando?

-Oh. Não, não! Nada está me preocupando - a mulher estreitou seus olhos para ele. Sorrindo sem jeito o moreno completou. – Céus, Mione – ela esperou mais uma vez, seus olhos nos dele.

-Me diga, Harry – pediu baixinho, mexendo nos botões da camisa dele.

“Ah Deus! Eu não resisto quando ela faz assim...” pensou derrotado. – Eu só estou... – suspirou olhando-a – um pouco amedrontado.

A mulher sorriu condescendente perpassando uma de suas mãos no rosto dele. – Oh meu amor... – murmurou sustentando o olhar. – Você não é o único. É um passo tão grande, nossas vidas não serão mais as mesmas... Elas não poderão ser mais as mesmas. Isso é o que te preocupa?

Harry balançou a cabeça negativamente, encostando seu rosto na mão dela. – Isso pouco me importa, garotinha. Eu tenho medo de fazer alguma coisa errada... De magoá-la. Eu me sentiria tão mal.

-Você não vai me magoar – respondeu mordendo o lábio inferior. – E mesmo que o fizer, saberei que foi sem querer. Entenda bem, Harry, nós não somos e nem seremos perfeitos nunca. É claro que ainda haverá brigas, mas juro que farei de tudo para nunca me afastar de você...

-Eu não sobreviveria – disseram juntos. – Sem você – ele concluiu deixando-se abraçar por ela.

Quando eles voltaram a se olhar, aquela tensão voltou ao corpo de Harry. Sabia que deveria desviar o olhar, mas, por Deus, não conseguia! Ele nem queria.
Sua boca estava seca novamente e ele viu-se observando os lábios de Hermione. Aquela sensação de tê-la mais perto, mais perto do que qualquer outro pudesse estar nesse momento, querendo fazer com que rompesse a distância entre suas faces. Resistiu, no entanto. Não devia... Desejava, contudo.

Hermione continuava paralisada sob os olhos de Harry. Sim, ela o queria por inteiro, mas não se atreveria. Ela ansiava tanto que o homem quebrasse logo aquela funesta distância entre eles... Em um pequeno arquejar ela se viu aproximando um pouco mais, sua mão ao encontro da nuca dele, acariciando-o. Ela sabia que Harry estava se segurando, não entendia por quê. Sempre fora o rapaz dos impulsos! Por que apenas em horas malditas como essa ele conseguia se controlar? Ela não conseguiu conter o suspiro de frustração.

Exasperando-se, Hermione o puxou para si, seus lábios roçando nos de Harry de um modo nada amistoso.
Resignando-se, Harry esqueceu o significado de “força de vontade”, sucumbindo de vez, indo ao encontro de Hermione.
Fora ao mesmo tempo, ela o puxando, ele de livre e espontânea vontade indo ao encontro dela... Numa sincronia quase perfeita.
Definitivamente aquele não era um beijo calmo ou casto. Eles decidiram pular essa parte... indo direto para a parte: “Guerra de línguas e dentes! Vamos nos tocar e beijar, não necessariamente em ordem sucessiva (ou sim), até que nossos pulmões implorem por ar!”

-O que estamos fazendo? – perguntou puxando seu cabelo para trás, quebrando o beijo. Sua perna movimentando-se para o lado da dele, estando assim, de fronte para o homem.

-Eu ainda não tenho certeza – Harry respondeu imediatamente beijando-lhe o pescoço. – Deixe me pensar mais um pouco – murmurou em seu ouvido, ela riu deliciada.

E então eles estavam beijando-se novamente.
Hermione dirigiu uma das mãos para as costas de Harry, cravando suas unhas ali, a outra, arrepiando ainda mais seus negros cabelos. Mas Harry seria o último a se queixar... Estava apreciando tudo para ter a incoerência de reclamar.
Ele mesmo tinha as mãos ocupadas. Bem ocupadas. E quando falo “bem” é literalmente. “Ah. Deus, essas pernas...” pensava se atrevendo, mesmo que incerto, a tocá-las.
Sim ele tinha uma atração pelas pernas da amiga, mas era inevitável! Hermione tinha um belo par de pernas. E tornozelos, braços, olhos, seios... Ele tinha que parar.
E então, como se imaginasse seu pensamento, a morena se afastou, olhando-o de modo penetrante. Ele sentiu um arrepio percorrer sua espinha e a beijou outra vez. Era mesmo um fraco... De fato, preferia ser um fraco e beijar Hermione a ser uma criatura resistente e estar apenas com a sua consciência para consolá-lo...

Ela puxou a camisa dele para fora da calça, aparentemente insatisfeita com a “falta” de contato. Suas mãos rapidamente correndo pelas costas dele, por baixo da camisa, enquanto o beijava de volta. Ainda contrariada, retirou as mãos de seu corpo, ouvido um gemido de protesto da parte dele. Desabotoou alguns botões da camisa dele, sorrindo em agrado ao tocá-lo.

-O que foi? Nunca viu? – ele sussurrou marotamente nos lábios dela.

Ela apenas sorriu em resposta, beijando-o logo depois, observando, de esgueira, as mãos ágeis de Harry subirem seu vestido até um pouco acima de sua coxa, antes que Harry pudesse “subir mais um pouquinho” e Hermione terminasse de abrir a camisa dele, eles ouviram um duplo barulho de chicote.

-Harry? Mione? – alguém chamava da sala. – Tem alguém aí?

De imediato eles se afastaram. Harry ainda estava maldizendo mentalmente as pessoas que chegaram enquanto rapidamente abotoava a blusa. A morena arrumava o vestido, sentando-se logo depois em uma das cadeiras em frente ao balcão, lembrando-se, somente agora, que ainda não havia tomado café.
Ela ainda respirava fundo quando a porta da cozinha foi empurrada.

-Ah! Finalmente! – falou fazendo uma pequena varredura no local. - Aqui estão vocês – um Rony bastante animado entreva no local de mãos dadas com Lilá. – Não ouviram quando chegamos? – ele olhou de um para o outro, da camisa amarrotada de Harry, para os lábios levemente inchados de Hermione. Ergueu a sobrancelha, o olhar maroto sobre Harry.

-Perdoe-nos Ron – disse Harry com um mínimo sorriso. – Estava fazendo o café, nem reparamos.

-Desculpem-nos vocês – Lilá disse sem jeito. – Por chegarmos tão cedo... Eu disse a Rony.

-Não se incomode – Hermione finalmente havia falado algo. – Gostariam de nos acompanhar?

-Adoraríamos! – a outra respondeu.
*

-Nós viemos, especificamente, para saber como você está Hermione! Mais isso está muito bom – completou pegando mais um pedaço da torta salgada que Harry havia preparado.

-Eu... – ela encarou Lilá um pouco assustada, a outra já havia pegado três pedaços, grandes, da torta. Havia comido também duas torradas carregadas no catchup, mostarda e merengue... Sem contar, que Lilá já havia comido em casa. – Eu estou... bem – respondeu incerta enquanto via Lilá acrescentar calda de morango a sua torta. Sentindo o estomago embrulhar, ela desviou o olhar rapidamente para Rony. Este sorriu sem graça para Harry, que também começava a assustar-se com o comportamento [i]faminto[/i] da loira*.

-É que a Lilá... – Rony começou coçando a cabeça.

-Hey! Mione, prova! Ta uma delícia! – Lilá o interrompeu sem querer, empurrando para Hermione o prato da torta, que estava repleto de calda de morango.

A morena arregalou os olhos e antes que pudesse se segurar estava tapando a boca, indo ao encontro da pia e despejando todo o café da manhã ali...

-É. Parece que ela não está nada bem – Lilá murmurou para Rony. Este por sua vez, olhou enojado sua comida e a dispensou.

Harry foi atrás da amiga, postando-se ao seu lado, segurando suas costas enquanto a mulher ainda vomitava.

-Diz pra mim, - ela sussurrou. – Aquilo era nojento, não é?

-Muito – retrucou sorrindo levemente. – Você está bem?

-Se não for preciso comer aquela coisa... – respondeu divertida, limpando a boca. – Eu vou – ela olhou para os outros. – Eu vou... ao banheiro – disse franzindo a testa, sentindo sua boca amargar.

-Tudo bem – a loira nem se deu ao trabalho de olhá-la enquanto se saciava.

-Quer que eu a acompanhe?

-Não é necessário Harry. Fique com as visitas.

-Lilá? Você vai ficar legal...? – Rony perguntou incerto.

-Por que não ficaria? – ela retrucou estreitando os olhos para ele.

-Não! Nada... Nada - Harry não conseguiu conter o riso. O ruivo parecia nervoso ao lado da noiva. Rígido. – Você não deveria rir – ele murmurou seriamente. – Lilá está em uma fase muito sensível. Ela pode achar que você está rindo dela – completou como se estive vendo aranhas.

-Sensível? O que há com ela?

Rony corou. – Elaestágrávida – falou rapidamente. Lilá de imediato parou de comer, olhando estranhamente para o noivo.

-Rony!

-O que disse? – Harry perguntou confuso.

-Ah! Lil... Harry não vai contar para ninguém.

-Mas... Mas...

-O que foi meu amor? – ela demonstrou estar chateada.

-Eu queria contar, Rony! Nós havíamos combinado!

-Desculpe... – ela cruzou os braços, olhando-o feio. – Por favor? – indagou com um cara de culpado nada convincente. Lilá sorriu e segurando a gola de sua blusa o puxou para si, beijando-o.

Harry ainda tentava saber de que, por Merlim, o amigo falava. Não entendera nada. Nesse momento ele sabia que nada saberia... Ele suspirou conformado.
Hermione chegou alguns segundos depois. – O que houve aqui?

-Estou bancando a vela há exatos trinta segundos – Harry respondeu sarcástico. – Junte-se a mim! Talvez possamos formar um candelabro!

-Você não toma jeito – retrucou rindo-se.

-Certo – a loira deu um selinho em Rony. – Você pode contar.

O ruivo sorriu vitorioso e voltou-se para Harry, encontrando Hermione ao seu lado. Seu sorriso aumentou. – O que estavam fazendo aqui, na cozinha, quando chegamos?

-Que? – eles coraram furiosamente.

-Não. Brincadeira. Não era isso, de qualquer modo acho que nem é necessário perguntar, hã? – Hermione virou os olhos sob olhar insinuante de Rony. – Tudo bem, vamos, lá: - ele disse e parou um minuto para fazer suspense. – Estamos grávidos!

O queixo de Harry e Hermione caiu. – Você também? – Harry perguntou confuso demais para elaborar uma frase que não o comprometesse.

-Como assim? – Lilá inquiriu.

-Ele quis dizer que... – a medi-bruxa se pronunciou, mas estava sem palavras, sem as palavras [i]certas[/i].

Depois seu olhar decaiu em Hermione, como se nunca a tivesse visto. – Não! – Lilá gritou sorridente. – Vocês estão brincando comigo! – continuou rindo de modo alegre.

Hermione suspirou pesadamente, Harry buscou sua mão e a apertou com a dele. Eles se entreolharam.
**
(continua)
**
Depois de um milênio, estou aqui te volta. O que eu posso dizer... “Eu sinto muito” seria muito pouco, mas ainda assim espero que aceite, pois é de verdade que digo...
Desculpe algum erro. E os transtornos!
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*Não tenho certeza se o cabelo da Lilá é loiro, então me desculpe se estiver errada. E me corrija se estiver errado, para que possa consertar.
Capítulo certamente menor que os anteriores... Mas eu estou voltando. Espero que sim! XD
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Muito obrigado pelos comentários! E só pra constar: Eu não irei abandonar o fic, não sem avisar.
Beijão! Adoro vocês!
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